ROMANOS
Notas de estudo – capítulo 5
desfrutemos de paz: Existem alguns manuscritos muito antigos que dizem “nós temos paz”.
alegremo-nos: Existem alguns manuscritos muito antigos que dizem “nós alegramo-nos”. O verbo grego traduzido aqui como “alegrar-se” também poderia ser traduzido como “exultar; gabar-se”.
alegremo-nos: Existem alguns manuscritos muito antigos que dizem “nós alegramo-nos”. O verbo grego traduzido aqui como “alegrar-se” também poderia ser traduzido como “exultar; gabar-se”.
perseverança: O substantivo grego que aparece aqui, hypomoné, é usado na Bíblia para se referir à perseverança corajosa, constante ou paciente demonstrada por quem não perde a esperança diante de obstáculos, perseguições, provações ou tentações. O verbo grego relacionado (hypoméno), que muitas vezes é traduzido como “perseverar”, significa literalmente “permanecer (ficar) em baixo”. Com frequência, é usado no sentido de “ficar em vez de fugir; manter-se firme; resistir; continuar decidido”. (Mt 10:22; Ro 12:12; He 10:32; Tg 5:11) Quando um cristão, com a ajuda de Deus, suporta provações com paciência e se mantém firme, ele mostra que tem perseverança.
esperança: A palavra grega usada aqui é elpís. Na Bíblia, tem o sentido básico de “expectativa de algo bom”. Neste contexto, Paulo cita a esperança como a última de quatro coisas que acontecem em sequência: sofrimento, perseverança, condição aprovada e esperança. Por isso, fica claro que Paulo não está a falar da esperança que uma pessoa passa a ter logo que aprende as boas novas de Deus. Em vez disso, ele está a falar da esperança que um cristão passa a ter depois de ter perseverado, uma esperança mais forte. Quando um cristão persevera e continua fiel ao passar por dificuldades, ele sente que tem a aprovação de Deus. Ter essa certeza aumenta a esperança que ele tinha no início. — He 6:11.
não leva à deceção: Em grego, o sentido básico desta expressão é “não envergonha”. Essa expressão mostra que, quando uma pessoa tem verdadeira fé em Deus, essa fé nunca será motivo de vergonha ou deceção. O mesmo verbo grego que aparece aqui também foi usado em Ro 9:33; 10:11 e 1Pe 2:6, onde está na voz passiva e foi traduzido como “ficar dececionado”.
por homens ímpios: Ou: “pelos irreverentes”. A palavra grega traduzida aqui como “homens ímpios” muitas vezes refere-se a pessoas más. (2Pe 2:5; Ju 4) Mas aqui foi usada para se referir a todos os humanos pecadores que, apesar de estarem afastados de Deus, podem ser salvos pelo resgate. — Col 1:21.
da ira: Ou seja, da ira de Deus.
reconciliados com Deus: O verbo grego katallásso, que aparece duas vezes neste versículo e duas vezes em 2Co 5:18, 19, tem o sentido básico de “mudar; trocar”. Com o tempo, passou a ser usado com o sentido de “mudar de inimizade para amizade”. Quando é usado para falar do relacionamento do homem com Deus, transmite a ideia de restaurar a harmonia ou a amizade. Paulo usou esse verbo quando falou sobre uma mulher separada ‘reconciliar-se com o marido’. (1Co 7:11) O verbo relacionado diallássomai aparece em Mt 5:24, onde Jesus disse aos seus discípulos que antes de oferecer uma dádiva no altar deveriam ‘fazer as pazes com o seu irmão’. (Veja a nota de estudo em Mt 5:24.) Os humanos precisam de ser reconciliados com Deus porque o primeiro homem, Adão, lhe desobedeceu e passou o pecado e a imperfeição a toda a humanidade. Isso afastou os humanos de Deus; eles tornaram-se inimigos de Deus, já que os padrões de justiça dele não permitem que ele tolere o pecado. — Ro 5:12; 8:7, 8.
porque todos tinham pecado. . .: Neste versículo, Paulo explica como o pecado e a morte se espalharam a todos os humanos. Essa verdade básica está ligada à ideia central do livro de Romanos: Deus é imparcial e dá a todos os que têm fé no sacrifício resgatador de Jesus a oportunidade de serem salvos. Paulo mostra que tanto os judeus como os não judeus são pecadores e precisam de exercer fé em Jeová Deus e no resgate do seu Filho para serem considerados justos por Jeová. (Ro 1:16, 17) O mundo mencionado aqui refere-se à humanidade como um todo. (Veja a nota de estudo em Jo 3:16.) Tudo indica que no fim deste versículo Paulo faz uma interrupção na sua linha de raciocínio e só volta a ela no versículo 18. Essa interrupção é indicada aqui pelo uso de reticências (algumas edições eruditas do texto grego também indicam essa interrupção por usarem um travessão). Assim, pelos vistos, Paulo começa o seu raciocínio aqui no versículo 12, onde ele inicia uma comparação que envolve Adão (“assim como por meio de um só homem” todos se tornaram pecadores), e completa o seu raciocínio nos versículos 18 (“assim também um só ato de justificação resulta em todo o tipo de pessoas serem declaradas justas para a vida”) e 19. O facto de Jesus ter mantido a sua integridade durante toda a sua vida e ter morrido fiel tornou possível que muitos pudessem ser declarados justos e ser salvos por meio da fé deles.
a morte reinou: Aqui, Paulo fala da morte como se fosse um rei que está a reinar desde os dias de Adão; reina com outro “rei”, o pecado. (Ro 6:12) Pode dizer-se que esses reis impõem sobre a humanidade a sua “lei”, ou seja, a sua forte influência, no sentido de que todos os humanos são imperfeitos e pecam, e o pecado leva à morte. (Ro 7:23; veja a nota de estudo em Ro 8:2.) No entanto, quando Cristo veio à Terra e deu a sua vida como resgate, surgiu um “rei” superior, a bondade imerecida, que começou a reinar sobre todos os que aceitam a dádiva de Deus, ‘levando à vida eterna’. — Ro 5:15-17, 21.
reinou: O verbo grego que aparece aqui, basileúo, está relacionado com o substantivo grego para “rei”, basileús. Por isso, basileúo também poderia ser traduzido como “governar como rei; tornar-se rei”. (Lu 19:14, 27) É usado para se referir a Jesus Cristo (Lu 1:33; 1Co 15:25) e a Jeová Deus (Ap 11:15, 17; 19:6), que reinam no céu. Além disso, também é usado para se referir aos cristãos ungidos fiéis, que têm a esperança de ‘reinar sobre a terra’. (Ap 5:10; 20:4, 6; 22:5; Ro 5:17b) Mas, nesta passagem, Paulo usa basileúo em sentido figurado para se referir aos reinados do pecado, da morte e da bondade imerecida.
o qual tem similaridade com aquele que viria: Existem similaridades entre Adão, o primeiro humano, e Jesus Cristo, o descendente que foi prometido no jardim do Éden, logo antes de Jeová Deus sentenciar Adão e Eva. (Gén 3:15) Tanto Adão como Jesus eram humanos perfeitos. Além disso, os dois tornaram-se pais. Adão é o pai biológico de toda a humanidade pecadora. (Gén 1:28) E Jesus pode ser considerado um pai porque Deus o designou como “Agente Principal da vida” e “Pai Eterno” dos humanos obedientes. (Is 9:6; At 3:15) Adão desobedeceu a Deus e deu origem a descendentes pecadores. Para conseguir pagar a dívida do pecado e resgatar a humanidade, o Resgatador, Jesus, tinha de ser um humano perfeito, assim como Adão tinha sido. Isso estava de acordo com o princípio de “vida por vida”. (De 19:21) Por isso, Paulo disse em 1Co 15:45: “Está escrito: ‘O primeiro homem, Adão, tornou-se um ser vivente.’ O último Adão tornou-se um espírito que dá vida.” A palavra grega traduzida aqui como “similaridade” é týpos, que significa literalmente “tipo” ou “modelo”. Assim, as palavras “o qual tem similaridade com aquele que viria” também poderiam ser traduzidas como “o qual é um tipo (modelo) daquele que viria”. Apesar das similaridades entre Jesus e Adão, a obediência perfeita de Jesus a Jeová foi totalmente diferente da atitude rebelde e desobediente de Adão.
uma declaração de justiça: Ou: “um ato de justificação”. — Veja a nota de estudo em Ro 5:18.
um só ato de justificação: Ou: “um só ato justo”. A palavra grega traduzida aqui como “ato de justificação” é dikaíoma. Pode referir-se a uma ação que atende ao que foi estabelecido como certo ou justo. Neste contexto, a palavra refere-se à integridade perfeita que Jesus demonstrou durante toda a sua vida e ao morrer como sacrifício. Jesus foi o único humano que conseguiu ser considerado justo aos olhos de Deus por méritos próprios, mesmo passando por testes. Por meio do seu “ato de justificação”, Jesus não só foi declarado justo por Deus como também se qualificou para servir como Rei e Sumo Sacerdote no céu. Além disso, o que Jesus fez serve de base para que todos os que exercem fé nele sejam declarados justos. — Ro 3:25, 26; 4:25; 5:17-19.