Sêde ricos em boas obras
“Exorta os . . . que pratiquem o bem, que se enriqueçam de boas obras, que sejam generosos e liberais, entesourado para si um fundamento sólido para o futuro, afim de que se apoderem da vida que é realmente vida.”—1 Tim. 6:17-19.
1. De que modo se mostrou Deus no princípio provedor do homem?
JEOVÁ Deus é um maravilhoso provedor. Ele deu à humanidade tudo o que esta precisa. Desde o próprio início quando criou Adão e Eva e os colocou num Éden ele lhes forneceu um lar formoso no paraíso. Fez mais do que isso. Deus não obrigou suas primeiras inteligentes criaturas terrestres a procurar alimento a fim de mantê-las vivas. Não, tudo isso também foi provido. “Disse Deus mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, e todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão para mantimento.” (Gên. 1:29) Com todas essas provisões, eles deviam ter tido o suficiente. Mas ainda após pecar o primeiro casal por comer o fruto da única árvore proibida, que lhes foi proibido para provar a sua obediência, o Senhor lhes forneceu roupa. “Fez Deus Jeová para Adão e para sua mulher túnicas de peles, e os vestiu.”—Gên. 3:21.
2. Com o suprimento de que necessidade devem as criaturas estar satisfeitas?
2 Desde esse tempo há quase seis mil anos, o homem necessitava estas três coisas —abrigo, alimento e roupa —a fim de levar avante a sua existência normal na vida. Com estas ele deveria estar contente. “Porque nada trouxemos para este mundo, nem nada podemos levar dele; tendo alimento e vestuário, deveremos ficar satisfeitos com isto.” (1 Tim. 6:7, 8) Davi, homem segundo o coração de Deus, expressa quão generosamente Jeová abastece todas as suas criaturas, não só o homem, suprindo-lhe todo o necessário, senão todas as coisas viventes: as aves, os peixes e os animais do campo. O Deus Todo-poderoso cuida e se interessa por aquilo que cria. “Os olhos de todos em ti estão fitos, e tu lhes dás o alimento a tempo. Abres a mão, e satisfazes o desejo de todo o vivente.” —Salmo 145:15, 16.
3. Significava a provisão da necessidade do homem que ele havia de ficar ocioso? Por quê?
3 Na provisão em abundância de todas essas coisas necessárias Deus não tornava ocioso o homem de modo que este pudesse dizer, “Não tenho nada a fazer.” Não, Deus mantinha o homem ocupado desde o tempo da sua criação, quando o pôs no jardim “para o cultivar e guardar”. (Gên. 2:15) Assim sucederá com o homem no novo mundo. Mas quando o homem procedeu contrário à lei de Deus Ele declarou, “Maldita é a terra por tua causa: em fadiga tirarás dela o sustento todos os dias da tua vida.” (Gên. 3:17) Embora Deus fizesse o homem um pouco menor do que os anjos e o coroasse de glória e de honra, foi Jeová quem lhe deu a designação para cuidar das coisas sobre a terra. Sujeitou ao homem todas as coisas: “Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todo o réptil, que se arrasta sobre a terra.” (Gên. 1:26) O homem tem usado as bestas de carga no seu trabalho de plantar, cultivar, regar, e finalmente produzir alimento. Mas ainda assim Jeová é o Provedor original de todo o necessário e a ele devemos dirigir as nossas ações de graças por todas as coisas. Dependemos dele para a chuva, o sol, o ar, o solo, a semente fértil, para tudo, e ele no-lo dá. Quando Deus fez o homem regente sobre esses animais e o encarregou de cuidar dos campos e dos bosques em toda a sua majestade, jamais decretou que o homem fosse tirano sobre o homem. O Regente soberano e Provedor sempiterno do homem tem de ser Jeová. A vida do homem depende do único verdadeiro Deus!
4. Por que não deveríamos ser avarentos, cobiçando as possessões dos outros?
4 O homem deve saber que toda a criação, inclusive o próprio homem, foi feita para manifestar o esplendor e a glória de Jeová, o Supremo do universo. O homem deve reconhecer a sua necessidade de confiar em Deus; pois quando alguém vem ao mundo nada tem exceto o dom de vida que Deus lhe deu, e não pode levar nada consigo ao deixá-lo. Se a pessoa sabe disto, por que ansiaria pelo domínio sobre outras criaturas humanas e o controle da vida e do destino delas? Por que ser avarento e ter essa condição egoísta de coração? Se, conforme sabemos, Deus nos fornece todas as coisas para o sustento da nossa vida, por que trataríamos de tirar a substância que Deus deu a outros homens para a existência deles? Neste mundo comercializado a maioria das pessoas tem muito pouco e os gigantes do comércio não querem que tenham mais. Os que substituem cooperativas comunistas não conseguem vencer essa condição e o povo continua a sofrer por falta das necessidades da vida. Sob um sistema ou outro que os homens estabeleçam, o interesse e a ambição de dirigir se levantam para dominar. Seria melhor darmos os nossos haveres aos pobres do que cobiçarmos o pouco que eles têm. Que nos aproveita se roubarmos os pobres? Certamente não o podemos levar conosco.
5. Por que deveriam o cristãos auxiliar ao pobres?
5 O Senhor sempre se interessava pelo pobre e o amparava. Os cristãos também devem fazer isso. Davi sabia que o favor de Deus não acompanhava o opressor do pobre, pois disse: “Todos os meus ossos dirão: Jeová, quem é semelhante a ti, que livras o pobre daquele que é mais forte do que ele, o pobre e o necessitado, do que o despoja?” (Sal. 35:10) O corpo inteiro de Davi, seus próprios ossos, clamavam numa expressão de louvor a seu Criador por causa do interesse amoroso de Deus pelo pobre. Saber que Jeová protegerá o pobre contra o opressor, o forte, o rico e o poderoso certamente é conforto. Homens bons auxiliarão o pobre. “Quem oprime ao pobre, ultraja ao seu Criador; mas honra-o aquele que se compadece do necessitado.” (Pro. 14:31) Os pobres amam a vida tanto quanto todas as outras pessoas. Por que fazer que sofram e os roubar do que têm ?
6. Por que não é necessário cobiçar, bem como errôneo fazê-lo?
6 O homem foi feito para ser livre e exercer livre arbítrio no uso das muitas coisas que Deus criou para seu bem-estar. Se um homem gosta de algo que outro possui ele não deve cobiçá-lo. Há bastante de tudo no mundo para que todos tenham o suficiente. A acumulação de riqueza e possessões terrestres não é o importante na vida. “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.” (Êxo. 20:17, Almeida) Não é erro ter uma casa, uma mulher, servos, ou animais, mas é erro cobiçar o que outro possui. Ninguém deve usar o seu poder, nem a sua riqueza, tampouco a sua influência para tirar de outrem as possessões queridas dessa pessoa. Esse é o espírito do velho mundo, o espírito que o Diabo implantou na mente dos homens. Este egoísmo se cultivou nos corações das criaturas humanas, e elas tem o forte desejo de dominar outras pessoas e obrigar o homem a depender do homem antes do que de Jeová Deus, supridor de todas as coisas. Se Deus proveu tão abundantemente alimento, roupa e o necessário para viver, por que então roubar o pobre? Por que não buscar a maior coisa —a vida eterna?
EGOÍSMO E DESSATISFAÇÃO MUNDIAIS
7. Como mostrou a religião organizada que ela é egoísta e opressiva?
7 O espírito deste mundo é o egoísmo e este diz, “Não precisamos de Deus !” Quer sejam comerciais, políticos ou religiosos, esses consórcios cobiçam o que outros têm. A religião trata de dominar a política, o comércio faz o mesmo. As riquezas influem muito na religião. A politica faz cortesia e tira o chapéu pelo sorriso da religião. Tome a maior organização religiosa no mundo atual, a Hierarquia Católica Romana. Contemple-a. Note os males que ela fez em nome da religião, como ela corrompeu as nações, como conseguiu manter os seus membros no analfabetismo; como dominou a educação em muitos países e manteve os pobres na ignorância, como ocultou a Bíblia e realizou as suas queimas de Bíblias para que o Livro da liberdade jamais se tornasse o Compêndio da vida dos povos. Sim, olhe o mundo que ela influencia! A suas guerras! As suas câmaras de torturas! O seu derramamento de sangue! A sua opressão do pobre! Por que não deram ao povo a Bíblia, para que estes aprendessem acerca do verdadeiro Deus, seu Filho e o caminho da vida eterna?
8. Como operaram os governos em prol da dominação e exaltação de si próprio?
8 Agora vire a atenção às organizações políticas do mundo. Nenhuma delas está satisfeita com o seu próprio território ou esfera de influência. O desejo de todas elas é ganhar domínio sobre o povo mediante um sistema de governo. Frequentemente pretendem ter um governo no qual os regentes possuem o direito divino. Todos os governos do mundo têm por fim dominar o povo por torná-lo dependente do estado antes do que de Deus. Desejam que todo o povo creia que aquilo que possui lhe vem por meio dos bons ofícios de um ditador, de um primeiro ministro, de um presidente ou de um partido político. Toda essa propaganda é meramente um plano de governo para arregimentar o povo e fazê-lo depender inteiramente dum modo de vida feito pelo homem antes do que de Jeová Deus, que diz que Ele lhes suprirá todas as necessidades de vida: abrigo, alimento, e roupa. O estado diz ao lavrador quanto trigo deve plantar, quantos porcos deve matar e enterrar, quanto café deve queimar quando os montes do estoque são demasiado grandes para agradar ao comércio ou aos políticos. Jogam as batatas no mar ou as destroem por outros meios quando os preços são “muito baixo”. O incremento que Deus dá à terra e aos animais, ao fruto e às ervas, o homem destrói a fim de agradar ao estado e ao comércio. Eles cuidarão dos pobres e necessitados à moda deles se esses não morrerem primeiro. O homem, no seu desejo cobiçoso de dominar e despojar o povo, tem dito: “Isto é meu”. Ele não reflete nem por um instante para pensar que Deus, Criador do céu e da terra e de tudo o que neles há, providenciou estas coisas para todos os homens, e não para que uns poucos as dominassem.
9. Como procedeu o comércio de modo egoísta e ingrato para com Deus?
9 Depois há a terceira parte dessa grande organização diabólica opressiva: o comércio. Vemos os grandes consórcios e cartéis trabalhar febrilmente uns contra os outros. Vemos patrões e operários em disputa pelo controle da indústria. Vemos pequenos comerciantes lutar para prolongar a existência no mundo de competição. As grandes coisas são dinheiro, poder, riqueza, progresso, ultrapassar o semelhante, chegar em cima, derrotar os concorrentes nos mercados do mundo, do estado ou da cidade. Perdeu-se o espírito de assistência ao pobre. O espírito de auxílio é quase ignorado, e, quanto a executar a tarefa do dia, o lema do homem é, “Faça o mínimo possível e olhe para o relógio.” Quando a terra dá o seu incremento não há agradecimentos a Deus por isso, mas o comércio se apodera da direção e ou eleva ou baixa os preços conforme seu próprio interesse. Horrenda coisa é ser enlaçado nessa grande organização comercial desumana e sentir a sua atmosfera egoísta, avarenta e possessiva. É melhor rogar ao Senhor que ‘nos dê hoje nosso pão de cada dia’ do que proceder como procedem os ricos do mundo religioso, político e comercial. Ajuntam “tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões penetram e roubam.” —Mateus 6:19.
10. O que nos garante a obediência aos preceitos de Deus no tocante a provisões?
10 Quanto melhor é confiar no Senhor e crer na sua Palavra! “Se andardes nos meus estatutos, e guardardes os meus mandamentos, e os cumprirdes, dar-vos-ei as vossas chuvas a seus tempos, e a terra dará as suas produções, e as árvores dos campos darão os seus frutos. A debulha das vossas mésses continuará até a vindima, e a vindima continuará até a sementeira; comereis o vosso pão até vos fartar, e habitareis seguros na vossa terra.” (Lev. 26:3-5) Foi essa a promessa que Deus deu ao Seu povo escolhido, e foi uma promessa segura, mas significava que o indivíduo precisava seguir os mandamentos do Senhor e andar neles. No tocante às provisões de vida, Deus as garante todo o ano àqueles que andam nos seus estatutos. Já no principio da criação, Jeová proveu todo o necessário para o homem, e na sua abundância o alimento e as provisões eram para todos. Estas coisas são garantidas hoje da mesma forma aos que amam a Jeová.
11. Pela acumulação de riquezas e poder o que é que os regentes pretendem dar? Dão eles isso?
11 Mas quão diferentes são todas as nações hodiernas que tratam de controlar toda a produção e dizer que porção das provisões dadas por Deus os homens poderão possuir! Por conseguir controlar as necessidades do mundo uma nação pode impor o seu regime à outra. Quão veraz a palavra, ‘cada um levantará sua mão contra a do seu próximo.’ (Zac. 14:13) Os regentes duma nação se jactam de que ‘acumulamos esta riqueza e poder para que vocês, o povo, tenham segurança’. Trouxe a organização das Nações Unidas segurança, com todo o seu poder potencial acumulado? Quanto mais coisas as nações controlam no mundo, sejam bombas atômicas, aviões, vapores, víveres, matérias primas, ou qualquer outra coisa, tanto mais querem e maior se torna a sua influência e poder, ao passo que os pobres sofrem. Não há segurança na acumulação de todas essas riquezas para os últimos dias. Tendo cobiçado e ajuntado riquezas, influência e poder tanto político como religioso, que farão esses homens no dia do juízo quando Jeová trouxer a sua ira contra o opressor os pobres, a organização iníqua, e a destrói?
12. No dia da ira do Deus como ser provarão vãs as suas riquezas?
12 A Palavra do Senhor profetiza exatamente como esses homens se sentirão nessa ocasião: “Eis agora, vós ricos, chorai, dando urros por causa das desgraças que hão de vir sobre vós. As vossas riquezas estão corruptas, as vossas vestes estão roídas pela traça, o vosso ouro e a vossa prata estão enferrujados, e a sua ferrugem dará testemunho contra vos, e devorará a vossa carne como um fogo. Entesourastes nos últimos dias.” (Tia. 5:1-3) Não há riqueza material que salvará os governos ou os homens da destruição que lhes será repartida, por motivo dos seus delitos, na batalha do Armagedon. Momentaneamente, a riqueza material duma nação faz que ela se ache forte, mas Jeová disse que ele livraria “o pobre daquele que é mais forte do que ele, o pobre e o necessitado, do que o despoja”. (Sal. 35:10) Como as nações da terra têm despojado o povo, mormente por meio da primeira e da segunda guerra mundial! Até no intervalo entre estas guerras e até no dia atual não há paz, mas ainda estão sendo despojados os povos das nações. E com que fim? “A sua prata, lançá-la-ão pelas ruas, e o seu ouro será como coisa imunda; a sua prata e o seu ouro não os poderão livrar no dia do furor de Jeová. Não fartarão a sua alma, nem encherão as suas entranhas, pois serviram de tropeço da sua iniquidade.” (Eze. 7:19) Quão tolo é então os homens entesourarem as riquezas só para satisfazer os seus próprios desejos interesseiros! Não lhes adiantará nada. Não a podem levar consigo. O sábio escreveu nos Provérbios: “De nada aproveitam as riquezas no dia da indignação, mas a justiça livra da morte” —Provérbios 11:4.
COMO GANHAR A VIDA
13. O que é que vale para uma vida segura e feliz?
13 E muito evidente que a acumulação de riquezas não traz às nações paz, segurança ou prosperidade, tampouco traz verdadeira felicidade ao indivíduo que a talvez ajuntasse por meios ímpios e pela cobiça. É a justiça que vale! Quem quer viver e realmente gozar da vida precisa recorrer à Palavra do Senhor em busca de conselho e daí o seguir. Tanto os pobres como os ricos têm de confiar em Jeová e fazer o que ele manda e pregar as boas novas do reino de Deus. Podem os ricos, os que possuem muitos dos bens deste mundo, fazer isso? Há para eles esperança alguma de ganharem a vida no novo mundo. Se há, o que têm de fazer?
14. Em que diz Deus que sejamos ricos, e com que fim?
14 A Palavra de Deus nos diz que deveríamos ser ricos em boas obras; mas quais são essas boas obras? O problema foi proposto francamente ao Mestre, Cristo Jesus, quando ele andava na terra. Os interesses dos homens no tempo dele eram idênticos aos interesses dos homens atuais: queriam ter a vida, e tê-la em maior abundância. A morte nada lhes valia, de modo que se propôs a pergunta, Como pode alguém ganhar a vida eterna?
15. Sobre que perguntou um jovem príncipe rico a Jesus? O que disse Jesus?
15 Escutemos a palestra. “Chegou um moço e perguntou-lhe: Mestre, que coisa boa farei para ter a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Porque me perguntas sobre o que é bom? Um há que é bom, mas se queres entrar na Vida, guarda os mandamentos. Ele inquiriu: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe, e amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Replicou-lhe o moço: Tudo isso tenho guardado; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai vender tudo o que tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro nos céus; depois vem seguir-me. O moço, porém, ouvindo estes preceitos, retirou-se triste; porque tinha muitos bens.” —Mateus 19:16-22.
16. Por que não seguiu o jovem príncipe rico o conselho do Jesus?
16 Este moço rico a quem Jesus falou recebeu a resposta sobre a maneira de adquirir a vida eterna, mas a seguiu? Não! No que respeita a indivíduos, ele provavelmente era dotado duma esplêndida personalidade, e, julgando-se pelas aparências exteriores, vivia em conformidade com a lei de Deus. Uma sobressalente qualidade sua consoante revelada na palestra era que amava ao seu próximo como a si mesmo. É bem capaz que não fosse opressor dos pobres. Provavelmente a sua riqueza lhe chegou por seus próprios bons esforços diligentes e manejo honesto das suas grandes posses. De modo que parece que, se acontece que a pessoa é rica ou adquire grandes riquezas pelos seus próprios esforços, não há mal neste fato particular. A questão perante o homem rico hoje em dia é, Como usará ele a sua riqueza? Se der aos pobres, disse Jesus, “terás um tesouro nos céus.” Todavia havia mais um requisito para a vida eterna, o que era “Vem seguir-me”. Se a pessoa usa a sua riqueza no adiantamento da verdadeira adoração do Deus Altíssimo, ela está empregando os seus “muitos bens” da maneira correta. Jesus deu a esse moço rico o melhor conselho para que tivesse genuíno gozo em viver. O que o Mestre desejava que possuisse eram riquezas em boas obras, tesouros nos céus. Mas, conforme se dá com a maioria das pessoas, assim se deu com esse rico; o desejo dele foi segurar o que ele julgava lhe pertencesse de direito. Ele trabalhou para adquiri-lo, e portanto era seu. Ninguém mais podia tocá-lo, e não existia motivo de presenteá-lo. Tinha ele esquecido que “como nú saiu do ventre de sua mãe, assim nú há de voltar como veio, e do seu trabalho não receberá coisa alguma que possa levar na mão”? (Ecl. 5:15) Os seus bens terrestres não lhe dariam a vida eterna.
DAR AOS POBRES
17. Por que não podia seguir a Jesus e ainda reter grandes riquezas?
17 Assumamos que o moço rico desejasse seguir Jesus mas não vender tudo o que tinha e dar aos pobres. Podia ele seguir Jesus e ainda cuidar de todas as suas possessões terrestres? Isso não seria possível. Cristo Jesus era um homem ocupadíssimo; cuidava dos interesses do Reino. Ele viajava por todas as cidades, aldeias, vilarejos —através de toda a região —pregando as boas novas do Reino. Os seus discípulos o seguiam e foram instruídos por ele. Ele não podia ser restrito a uma só localidade para zelar de gado ou terrenos ou bens, tampouco o podiam os seus discípulos, não se tivessem de pregar o evangelho do Reino por toda a nação de Israel. Jesus nem teve lugar onde inclinar a cabeça, muito menos uma casa para chamá-la seu lar. Não, o moço rico jamais poderia ter acompanhado Jesus enquanto ainda cuidava dos seus “muitos bens”.
18. Por que não tratou Jesus de acumular grandes riquezas terrestres?
18 Jeová abasteceu a Jesus, o segundo Adão da mesma forma que ao primeiro Adão. O Filho de Deus tinha o necessário alimento, roupa e abrigo. Era hóspede bem-vindo nos lares dos que amavam a verdade e a justiça. Jesus sabia que o trabalhador era digno do seu salário; pois trabalhava nos interesses do reino de Deus. O necessário da vida lhe era assegurado; então por que deveria ele tratar de ajuntar grandes riquezas? Tinha alimento e vestuário, e com estes estava contente.
19. Que espécie de pessoas ativas e interessadas procurou Jesus?
19 Jesus procurava discípulos de tempo integral, os que viajariam junto com ele e fariam o mesmo trabalho que ele fazia, pessoas que podia enviar por semanas e meses a territórios diferentes para executarem trabalhos iguais aos que ele executava, para conduzir as pessoas ao arrependimento. Procurava pessoas fidedignas, que aprenderiam e daí pregariam: “Está próximo o reino dos céus.” Nada lhes deveria impedir o serviço ao seu Deus. Competia-lhes não serem como a maior parte do povo que simplesmente estão demais ocupados para as coisas de genuína importância na vida. Recorde-se da ocasião em que Jesus relatou acerca dum certo homem que preparou uma grande ceia à qual convidou muitos a comparecer. Era uma festa para regozijar-se, de modo que enviou seu servo para convidar aqueles que ele quis que comparecessem. Mas os convidados, por terem bens e coisas que lhes eram de mais interesse do que o banquete deste certo homem, respondiam ao convite: “Comprei um campo, . . . e preciso ir vê-lo; rogo-te que me dês por escusado. Comprei cinco juntas de bois, . . . e vou experimentá-las; rogo-te que me dês por excusado. Casei-me, . . . e por isso não posso ir.” —Lucas 14:18-20.
20, 21. Por que não têm a maioria das pessoas tempo para os interesses do Reino?
20 Assim se dá hoje; a maioria das pessoas estão tão ocupadas com as suas próprias obrigações e trabalho que não têm tempo para cuidar dos interesses do Rei. Não têm tempo para entrar no gozo do Senhor e celebrar com o Mestre a execução da mais importante obra atualmente na terra. Puseram-se um grande impedimento no caminho pelo simples amor do dinheiro.
21 Era dificílimo o rico entregar tudo o que tinha a fim de que tivesse tesouros nos céus. É igualmente difícil hoje para muitas pessoas renunciarem até pequenas coisas e trabalharem pelos interesses dos pobres e para confortar os que choram, com a mensagem do Reino. Estão ocupados no esforço de segurar e ganhar mais possessões terrestres. Isto é egoísmo. É avareza. É cobiça. “Pois o amor do dinheiro é raiz de todos os males.” (1 Tim. 6:10) Até quando os ricos preparam um banquete fazem-no tendo presente o proveito que lhes redundará.
22. Por que fazer o bem aos pobres que não lhe podem retribuir do mesmo modo?
22 Jesus convidado a comparecer a uma ceia, disse a seu hospedeiro, “Quando deres algum almoço ou ceia, não convides nem teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem os vizinhos ricos; para não suceder que eles por sua vez te convidem, e sejas recompensado. Pelo contrário, quando deres um festim, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos, e serás bem aventurado, por não terem eles com que te recompensar; pois serás recompensado na ressureição dos justos.” (Luc. 14:12-14) O princípio indicado pelo Senhor era o de dar aos outros sem esperar uma retribuição. Por que dissipar a sua riqueza naqueles que são ricos? Êstes o podem recompensar fazendo-lhe coisas semelhantes. Antes convide os pobres; eles mostrarão genuína gratidão e o dador será bem-aventurado. Sim, “Vai vender tudo o que tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro nos céus, depois vem seguir-me.” Será “rico em boas obras”.
MAIS A VIDA DO QUE A RIQUEZA MATERIAL
23. Por que nos acautelar contra toda cobiça ou avareza?
23 Porque o homem nasceu no pecado e foi concebido em iniquidade, ele tem a tendência de inclinar-se ao lado iníquo da vida e amar o dinheiro. Ele é instruído a chegar em cima a fim de ter segurança. Tem de ser homem que se faz pelo próprio esforço, satisfeito com sua própria grandeza. Quão tolo! Não existe algo que vale muito mais do que segurança e bens mundanos? Não é a própria vida mais importante? Como a adquirimos? E essas riquezas —não são elas apenas uma acumulação da provisão que Deus fez para todos? Jesus disse, “Cuidado! Guarda-te de toda a avareza, porque a vida de um homem não lhe pertence, não importa quão rico seja.” (Luc. 12:15, Uma Trad. Amer.) Mais um tradutor das Escrituras Gregas, o Sr. Rotherham, o expressa como segue: “Acautelai-vos e guardai-vos de toda a avareza; porque não é na abundância de alguém que a sua vida emana das suas possessões.” Ou, declarado em outras palavras, podemos dizer à base desta verdade, que cada pessoa deve vigiar constantemente e guardar-se de toda a avareza e cobiça, porque ainda que ela tenha uma abundância de bens deste mundo, a sua vida não se deve às coisas que possui. Não vale, então, a vida mais do que as riquezas?
24. O que não garantirá à pessoa a riqueza material? Mostre isso por uma parábola?
24 Paulo seguia este prudente e são conselho de Jesus ao escrever a Timóteo e dizer, “Manda-lhes que pratiquem o bem, que sejam ricos em boas obras, que sejam liberais e generosos, ajuntando para si um tesouro valioso para o futuro, a fim de que se apoderem da vida que realmente é vida.” (1 Tim. 6:18, 19, Uma Trad. Amer.) O que um homem tem ajuntado por sua possessão em forma de riquezas, propriedade ou influência poderosa —nada disso lhe garantirá a vida. Precisa-se de algo mais. Seguindo o argumento de Jesus que “a vida de um homem não lhe pertence, não importa quão rico seja”, ele disse mais: “As terras de um homem rico produziram muito fruto. Ele discorria consigo: Que hei de fazer, pois não tenho onde recolher os meus frutos? Disse: Farei isto; derribarei os meus celeiros e os construirei maiores, e ali guardarei toda a colheita e os meus bens; e direi á minha alma: Minha alma, tens muitos bens em deposito para largos anos; descansa, come, bebe, regala-te. Mas Deus disse-lhe: Insensato, esta noite te exigirão a tua alma; e as cousas que ajuntaste, para quem serão? Assim é aquele que entesoura para si, e não é rico para com Deus.” —Luc. 12:16-21.
25. Como foi tolo, egoísta e presunçoso o homem rico da parábola?
25 Quão veraz é isso! O caminho dum homem que entesoura para si dinheiro não é rico com Deus. Ele pensa só em si, na sua propriedade, no seu próprio prazer. Quando alguém fica a tal ponto concentrado em si mesmo não é de admirar-se Jesus dizer que “dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! . . . mais fácil é passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus”. Considere um momento os planos deste rico. Ele ia construir celeiros maiores nos quais armazenar as suas colheitas e daí esquecer o resto do mundo da humanidade e apenas viver da riqueza que tinha armazenado. Quão egoísta! Que falta de consideração! Quão preguiçoso! Ele poderia ter dado muito da sua riqueza aos pobres e ainda tido bastante para si. Poderia ter planeado a cultivação de suas terras para o próximo ano e desse modo retido seus empregados no serviço. Por cuidar da terra ano após ano seu rendimento seria maior e maiores quantidades de alimento estariam disponíveis aos pobres. Mas não, isso não! Ele disse consigo mesmo, “Descansa, come, bebe, regala-te.” Que tolo! Jamais chegou a usufruir a riqueza, nem tinha entesourado riquezas nos céus por distribuí-la aos pobres. “Não te glories do dia de amanhã, porque não sabes o que um dia pode dar á luz.” —Provérbios 27:1.
26. A que perguntas sobre segurança e vida devemos responder? Como?
26 Como indivíduo, o que é que o leitor deseja? É segurança neste mundo que em breve passará, ou é vida no novo mundo de justiça? A Palavra de Deus apresenta a norma que todos os cristãos devem seguir a fim de adquirir a vida eterna, quer essa seja vida junto com Cristo Jesus qual noiva sua na glória celestial do Reino, quer seja a vida qual criatura que gozará das bênçãos debaixo do reino dos céus e das delícias da vida eterna sobre uma nova terra gloriosa que Deus faz para o homem habitar nela. Ambas se conseguem por meio das verdadeiras riquezas; então armazene para si tesouro nos céus.
27. Como podem ser “ricos em boas obras” tanto os ricos como os pobres?
27 Todas as pessoas tem certos bens, alguns maiores do que outros; de modo que o princípio, “de graça recebestes, de graça dai,” se aplicaria tanto aos ricos como aos da classe média e aos pobres. A viúva pobre que veio ao gazofilácio e lançou ali duas pequenas moedas “deu tudo o que tinha para o seu sustento” para o uso na obra de Deus, disse Jesus; ao passo que os ricos que vinham lançar as suas ofertas no gazofilácio do templo deram “do que lhes sobrava.” (Luc. 21:1-4) Os ricos não achavam falta da dádiva que ofereciam ao Senhor. De modo que se podia perguntar, Quem deu mais? Não era a viúva das duas pequenas moedas de pouco valor? De modo que, se desejaria ser rico para com Deus, utilize os seus bens e o seu conhecimento de Jeová Deus e do seu governo justo em favor dos pobres e console todos os que choram, com as boas novas do reino de Deus. Não se deixe embaraçar pela sua riqueza e tornar escravo das suas possessões, mas faça que os seus bens trabalhem em seu benefício ao pregar a Palavra de Deus.
28. O que se disse a Timóteo que mandasse aos ricos deste mundo? Por quê?
28 Paulo sabia de certos indivíduos na igreja que possuíam riquezas e se ocupavam em ajuntar mais, e numa carta que escreveu a Timóteo ele disse o seguinte: “Manda aos ricos deste mundo que não sejam arrogantes, nem confiem em coisa tão incerta como a riqueza, mas em Deus que nos dá abundantemente todas as coisas para delas gozarmos. Mande-lhes que pratiquem o bem, que sejam ricos em boas obras, que sejam liberais e generosos, ajuntando para si um tesouro valioso para o futuro, a fim de que se apoderem da vida que realmente é vida.” (1 Tim. 6:17-19, Uma Trad. Amer.) Só porque alguém tem um pouco ou muito dos bens deste mundo não é motivo para assumir ele uma posição arrogante para com seus amigos e seus vizinhos, nem para com aqueles que estão numa congregação cristã, nem para com os do mundo. Não devem em tempo algum confiar nas riquezas incertas tais como ouro e prata, todas as quais não valerão nos dias finais deste velho mundo. Os ricos devem compreender tanto como os pobres que é Deus quem dá abundantemente todas as coisas para delas gozarmos. Só porque alguém tem mais das riquezas deste mundo do que outro não é razão para o rico considerar-se superior ao pobre. Aquilo em que todos podem e devem ser ricos são as “boas obras”.
29. De que forma nos aconselhou Tiago contra a manifestação de parcialidade?
29 Tiago deu esplêndido conselho a todos os do povo do Senhor ao dizer, “Escutai, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os pobres do mundo para fazê-los ricos na fé e herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam? Vós, porém desprezastes o pobre. Não são os ricos os que vos oprimem e os que vos arrastam perante os tribunais? Não são eles os que blasfemam o bom Nome pelo qual sois chamados? Se vós, porém, cumpris a lei real segundo a Escritura : Amarás ao teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem , mas se vos deixais levar de respeitos humanos, cometeis um pecado, sendo condenados pela Lei como transgressores” —Tia. 2:5-9.