-
Babilônia, A Grande — caída e julgadaA Sentinela — 1989 | 1.° de maio
-
-
O que ele realmente era viu-se mais tarde, em 1939, quando foi enviado à prisão por aceitar subornos!
Ao saírem da prisão, em 1919, Rutherford e seus associados retornaram à sede da Sociedade Torre de Vigia em Brooklyn, Nova Iorque. Puseram-se então a reorganizar-se para a maior campanha de pregação do Reino que o mundo já viu. Os Estudantes da Bíblia haviam rompido os grilhões do medo do homem e agora viam claramente onde se posicionavam com relação a toda religião falsa. Babilônia, a Grande, era seu inimigo implacável e teria de ser exposta como já tendo caído. A verdadeira adoração teria de ser restaurada entre as nações.
Aqueles cristãos intrépidos intensificaram seu ministério de casa em casa. Além disso, desfilavam publicamente, expondo a religião falsa com cartazes que diziam: “A Religião É Laço e Extorsão” e: “Sirva a Deus e a Cristo, o Rei.” A religião falsa ainda continuava a florescer e a funcionar, como fora o caso na antiga Babilônia, mas, com relação às Testemunhas de Jeová, Babilônia, a Grande, caíra em 1919. Elas estavam livres da restrição babilônica!
A Desvanecedora Influência de Babilônia
Agora, 70 anos depois, podemos ver que em muitas partes da terra a influência de Babilônia, a Grande, desvaneceu. É verdade que a religião ainda parece prosperar nos Estados Unidos, onde um setor mais emotivo da população é explorado por evangelistas de TV e psicólogos religiosos. Não obstante, mesmo alguns desses charlatães materialistas foram desmascarados recentemente e caíram em descrédito. A religião parece florescer também na República da Coréia, onde as igrejas da cristandade vieram a estar profundamente envolvidas na política. Evidentemente, Babilônia, a Grande, embora ‘caída’, ainda é operante.
Na esteira das guerras mundiais, porém, as religiões ortodoxas perderam o apoio maciço em países como a Alemanha, a Dinamarca, a Suécia e a Grã-Bretanha. Até mesmo países católicos tais como a Itália, a Espanha e a França têm observado um declínio nas tradicionais práticas católicas da confissão e de assistir à Missa. O número de seminaristas caiu vertiginosamente. E o próprio fato de que o papa atual vê a necessidade de viajar pelo mundo, mais do que qualquer outro papa na história, é sintoma de uma igreja em crise.
Ademais, desde 1917, a maioria dos países socialistas tem relegado a religião a um papel insignificante e cortado a sua anterior influência política. Em escala mundial, as religiões tradicionais ainda são a causa de tanto ódio e derramamento de sangue que muitas pessoas de reflexão se afastaram de toda religião, quer ocidental, quer oriental. Sim, as águas simbólicas sobre as quais Babilônia, a Grande, se senta, os povos sob o seu controle, estão-se secando. Babilônia, a Grande, está sendo julgada adversamente, e a sua execução se aproxima. — Revelação 16:12; 17:1, 15.
Babilônia — Por Que Recebe Julgamento Adverso
Que base tem Jeová para julgar adversamente o império mundial da religião falsa? Alguns talvez pensem que ele, com certeza, deve encarar com favor todas as escolas, hospitais e obras de caridade que várias religiões têm patrocinado. Mas, o que é isso em comparação com a acusação que Jeová lança contra as religiões do mundo? Examinemos brevemente essa acusação e os antecedentes da religião.c
“Um dos sete anjos, que tinham as sete tigelas, veio e falou comigo, dizendo: ‘Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que está sentada sobre muitas águas, com a qual os reis da terra cometeram fornicação, enquanto que os que habitam na terra se embriagaram com o vinho da fornicação dela.’” (Revelação 17:1, 2) Conforme mostramos claramente nos nossos números de 1.º e 15 de abril de 1989, a cumplicidade da religião com governantes nacionais, “os reis da terra”, em detrimento do povo, ao longo de toda a história, pode ser comparada ao comportamento de uma ativa e egoísta meretriz. Mas, a acusação prossegue.
“E eu vi que a mulher estava embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus.” “Sim, nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra.” (Revelação 17:6; 18:24) É imperativo atribuir culpa de sangue a Babilônia, a Grande, por ter ela martirizado cristãos verdadeiros ao longo dos séculos, incluindo bom número dos que ousaram traduzir a Bíblia para a língua do povo comum e também muitos dos que ousaram possuir e ler a Bíblia. A Grande Babilônia é também culpada de sangue por causa dos verdadeiros cristãos que foram martirizados mais recentemente em prisões e campos de concentração, quer sob o nazismo, o fascismo, quer sob outras ditaduras. Note que a acusação faz referência a “todos os que foram mortos na terra”, o que incluiria as centenas de milhões em todo o mundo que morreram em guerras e conflitos travados em toda a história por pessoas que afirmavam ser religiosas. — Veja Mateus 23:34-36; 2 Timóteo 3:5.
O julgamento de Deus contra Babilônia, a Grande, aborda ainda um outro aspecto de sua culpa. Diz o julgamento: “Todas as nações foram desencaminhadas pelas tuas práticas espíritas.” (Revelação 18:23) Curiosamente, “práticas espíritas” traduz o grego far·ma·kí·a, que “primariamente significava o uso de medicamentos, drogas, encantamentos; daí, envenenamento; daí, feitiçaria”.d Em sentido espiritual, a religião falsa tem envenenado as nações, desencaminhando-as para a crença em deuses e ensinos falsos que têm desviado a sua atenção de Jeová e da questão da soberania universal. Por meio de seu errôneo ensino da imortalidade da alma, a religião falsa também lançou a base para todo tipo de espiritismo e feitiçaria, inspirando o medo dos mortos e a adoração de ancestrais. A condenação divina de Babilônia, a Grande, é plenamente justificada. Como escreveu João: “Os pecados dela acumularam-se até o céu, e Deus se lembrou dos atos injustos dela.” — Revelação 18:5.
O Que Devemos Fazer?
Em vista da situação decaída de Babilônia, a Grande, e de sua condição condenada, o que devem fazer agora os que sinceramente amam a verdade? A profecia de Isaías relacionada com a antiga Babilônia aplica-se com força ainda maior no tocante à religião falsa hoje: “Desviai-vos, desviai-vos, saí de lá, não toqueis em nada impuro; saí do meio dela, mantende-vos puros, vós os que carregais os utensílios de Jeová.” (Isaías 52:11) Esta convocação urgente se paraleliza com a de Revelação 18:4: “E ouvi outra voz saída do céu dizer: ‘Saí dela [de Babilônia, a Grande], povo meu, se não quiserdes compartilhar com ela nos seus pecados e se não quiserdes receber parte das suas pragas.’”
Sim, agora é o tempo de cortar toda e qualquer afiliação com a religião falsa. Mas, se sairmos de Babilônia, a Grande, para onde nos deveremos voltar? Para a adoração verdadeira de Jeová em associação com as Suas testemunhas. Milhões, de todas as nações da terra, já estão afluindo ao simbólico “monte de Jeová”. Você também está convidado a estudar a Bíblia com as Testemunhas de Jeová e a juntar-se nessa adoração verdadeira. — Isaías 2:2-4; 43:10-12.
Mas, ficam as perguntas: Se Babilônia, a Grande, caiu e foi condenada, o que vem a seguir no programa divino? O que acontecerá com o império mundial da religião falsa, de Satanás? O nosso próximo número, 15 de maio, abordará essas perguntas à luz das profecias bíblicas.
-
-
A religião e o nazismoA Sentinela — 1989 | 1.° de maio
-
-
A religião e o nazismo
“Hitler. . . tinha um católico como vice-chanceler e, praticamente desde o primeiro dia do regime, Franz von Papen tornou-se o trombeteiro para atrair as facções católicas a apoiar o novo Reich. Em toda a parte do Reich ouvia-se von Papen exortando os fiéis à obediência cega a Adolf Hitler.”
“No início de 1933, foi feito o seguinte anúncio oficial pela entidade representativa da ação e do pensamento católico na Alemanha, dirigida na época por [Franz] von Papen: ‘Nós, católicos alemães, apoiaremos, de toda a nossa alma e de plena convicção, Adolf Hitler e seu Governo. Admiramo-nos de seu amor à pátria, de sua energia e de sua sabedoria de estadista. . . . o catolicismo alemão. . . precisa participar ativamente na construção do Terceiro Reich.’”
Franz von Papen foi instrumento na realização de uma concordata entre o governo nazista, ao qual ele servia na Alemanha, e o Vaticano, em Roma. A concordata foi assinada em 20 de julho de 1933. Um comunicado especial dizia: “O cardeal e secretário de Estado Pacelli [mais tarde Papa Pio XII] outorgou hoje ao vice-chanceler von Papen, a Grã-Cruz da Ordem de Pio. . . O vice-chanceler von Papen presenteou ao cardeal secretário de Estado uma Nossa Senhora de Porcelana Branca de Meissen como dádiva do Governo do Reich. . . . Todas as dádivas traziam a dedicatória: ‘Lembrança da Concordata do Reich 1933.’” — Todas estas citações são do livro Franz von Papen—His Life and Times (Franz von Papen — Sua Vida e Sua Época), de H. W. Blood-Ryan.
-