O que dizer do sal?
MUITO antes de o Criador juntar o primeiro casal humano, Adão e Eva, ele já havia realizado outro casamento. Qual foi? Como Químico Magistral, produziu a união do sódio (Na) e do cloro (Cl), resultando no sal comum de mesa. Destarte, transformou dois venenos mortíferos numa substância saudável.
E que produto difundido é o sal! Todos os oceanos contêm cerca de 3 por cento de sal, ao passo que mares tais como o Mar Morto têm cerca de 26 por cento de minerais, principalmente sal. Nos Estados Unidos, mais de 85 milhões de toneladas de sal são usados anualmente por suas indústrias de alimentos e químicas. Nossos corpos contêm cerca de 85 a 115 gramas dele. Nossas lágrimas, nosso sangue e nosso suor são salgados. Os rins mantêm nosso equilíbrio de sal, razão pela qual a urina é salgada. Com efeito, o corpo mantêm um equilíbrio mui delicado entre o sódio (no sal) e outros elementos tais como o potássio, o cálcio e o magnésio.
A primeira referência da Bíblia ao sal é ao “Mar Salgado” nos dias de Abraão. A esposa de Ló “se tornou uma coluna de sal”. (Gên. 14:3; 19:26) A lei de Moisés exigia que certas ofertas fossem ‘temperadas com sal’. (Lev. 2:13) E, nos dias de Esdras, o sal se achava entre os itens que se mandou que fossem oficialmente supridos junto com o trigo, o vinho e o óleo. — Esd. 6:9; 7:22.
O sal era tão valioso na antiga Roma que era usado como dinheiro, os soldados recebendo parte de seu saldo em sal. Esta parte era chamada salarium, de onde provém a palavra “salário”. Assim, o homem “indigno de seu sal” não era digno de seu salário.
Por causa das suas qualidades anti-sépticas, o sal é usado como preservativo, como em arenque salgado, em picles e no chucrute. Pode também ser usado como substância para lavagem da boca ou de gargarejo e para se escovar os dentes. Tão proveitoso é o sal que, numa publicação médica oficial, dois médicos certa vez declararam: “É provável que o uso correto da água e dos eletrólitos [essencialmente soluções salinas] seja responsável por salvar mais vidas de pacientes gravemente enfermos do que o uso de qualquer outro grupo de substâncias.” As soluções salinas servem como expansores do volume do plasma a fim de compensar a perda de sangue. A experiência tem demonstrado que, em casos de graves queimaduras, beber uma solução de uma colherzinha de chá de sal e meia colherzinha de chá de soda em um litro, mais ou menos, de água é exatamente tão eficaz quanto ministrar transfusões de sangue, com a vantagem adicional de que não existe nenhum dos riscos associados com as transfusões de sangue.
Alguns questionam hoje a necessidade de sal, mas o fato de que o corpo perde sal pela transpiração pode indicar que precisamos de algum sal. Ademais, Jesus disse: “O sal, certamente, é excelente.” (Luc. 14:34) Que é essencial para o bem-estar físico parece ser comprovado pelas lambidas do sal a que recorrem os animais que pastam.
Mas, há definitivamente um perigo de se ingerir demasiado sal. Em especial, os que comem muita carne deviam ser muito parcimoniosos no seu uso do sal. Segundo certa autoridade médica, a pessoa mediana ingere cerca de 14 gramas de sal por dia, mas poderia passar muito bem com apenas um quinto dessa quantidade. Se o excesso de sal não for eliminado, o resultado é a hidropisia. Também tem sido mostrada uma relação direta entre o sal e a pressão alta.
Assim, evite fazer do uso do sal um hábito. Pelo menos, prove sua comida antes de pôr sal nela. O hábito de pôr sal não só poderá sobrecarregar seus rins e provocar pressão alta, mas também, provavelmente, fará com que coma demais. Ao realizar festas, poderia ser bondoso não servir apenas comidas salgadas junto com as bebidas. Considere também a possibilidade de servir nozes sem sal e legumes crus saborosos como pedaço compridos de cenoura e talos de aipo. Desta forma, seus convivas evitarão o sal em demasia bem como obterão um repasto mais equilibrado. E quando realmente usar o sal na comida, talvez verifique ser proveitoso usar sal vegetal, que pode ajudar a reduzir sua ingestão do real cloreto de sódio.
Há ainda outra razão para ser parcimonioso no seu uso do sal. O hábito de salgar lhe nega o prazer de sentir os muitos sabores individuais dos vários alimentos, em especial os legumes. Naturalmente, coisas mormente sem gosto, tais como a clara de ovo, talvez exijam um pouco de sal, assim como observou o antigo Jó: “Comer-se-ão coisas insípidas sem sal?” (Jó 6:6) Mas, lembre-se, quando usar sal, use-o com moderação.