AMOM II
[mestre de obras ou construtor].
1. Um rei de Judá e filho do iníquo Rei Manassés. Começou a reger com 22 anos (661 A.E.C.) e seguiu o proceder idólatra dos primeiros anos de seu pai. As más condições descritas em Sofonias 1:4; 3:2-4, sem dúvida se desenvolviam nessa época. Depois de dois anos no trono, foi assassinado pelos seus próprios servos (659 A.E.C.). O “povo da terra [‘am ha-’árets]” matou os conspiradores, colocou seu filho, Josias, no trono, e enterrou Amom no “jardim de Uza”. (2 Reis 21:19-26; 2 Crô. 33:20-25) A genealogia de Jesus inclui o seu nome. — Mat. 1:10.
2. Um deus local de Tebas, ou Nô-Amom, que ascendeu à posição de “rei dos deuses” sob o nome de Amom-Rá, e cujo sumo sacerdote se tornou o chefe de todos os sacerdócios egípcios.
O nome egípcio deste deus aparentemente significa “o escondido”. Amom é geralmente representado como um homem que porta uma coroa encimada por duas compridas plumas paralelas. Como muitas das outras deidades egípcias, é freqüentemente exibido segurando a cruz ansada, o “signo da vida”. Amom, sua esposa Mut e Consu (seu filho com ela) compunham a tríade tebana.
Em adição às muitas dádivas, grande parte dos despojos de guerra do Egito entravam para o tesouro de Amom (Amom-Rá), o “rei dos deuses”. Os sacerdotes devotados ao serviço desta deidade, portanto, tornaram-se poderosíssimos e riquíssimos. Visto que tiravam proveito das guerras do Egito, o arqueólogo E. A. Wallis Budge sugere que eram os sacerdotes de Amom-Rá que, “em realidade, eram os artífices da guerra e da paz”.
Com o tempo, os sumos sacerdotes de Amom, cujo cargo se tornara hereditário, exerciam até mesmo maior poder do que os faraós. Um deles, Hrihor, sucedeu ao último Ramsés no trono. No que diz respeito à medida em que os assuntos governamentais eram determinados pelo oráculo de Amom, durante a regência de Hrihor, James H. Breasted, em A History of the Ancient Egyptians (História dos Antigos Egípcios), pp. 357, 358, escreve: “Fosse o que fosse que o Sumo Sacerdote desejasse efetuar legalmente, podia ser sancionado pelo oráculo especial do deus [Amom] a qualquer tempo, e, por arranjo prévio, a imagem do culto, perante a qual o Sumo Sacerdote tornava conhecidos seus desejos, invariavelmente respondia de modo favorável por balançar violentamente a cabeça, ou até mesmo por falar. . . . A prestidigitação sacerdotal, decidindo, se necessário, em completa desconsideração pela lei e pela justiça, habilitava assim o Sumo Sacerdote a encobrir com a sanção divina tudo o que ele desejava efetuar.”
No entanto, várias adversidades sobrevieram a Tebas e a seu deus, Amom. Duas delas são mencionadas nas Escrituras. No sétimo século A.E.C., os conquistadores assírios, sob o comando de Assurbanipal, arrasaram Tebas, despojando-a de toda a sua riqueza. O profeta Naum se refere a esse evento, usando-o qual ilustração da vindoura destruição de Nínive. (Naum 3:8) Tebas recuperou-se de algum modo do golpe infligido a ela pela Assíria, reavendo certa medida de prosperidade, mas mesmo esta deveria ser breve. Jeremias indicou que o julgamento de Jeová era contra o Egito e seus deuses, inclusive Tebas e seu deus, Amom. O Egito seria entregue na mão de Nabucodonosor, trazendo vergonha a ele e a seus deuses, especialmente a Amom, de Nô (Tebas). — Jer. 46:25, 26; veja NÔ, NÔ-AMOM.
[Foto na página 70]
Amom-Rá, conforme representado num pilar de templo em Tebas.