Perguntas dos leitores
● Falando dos que participam da refeição noturna do Senhor indignamente, a “Sentinela” de 1.° de fevereiro de 1956 disse, na página 34, § 18: “Portanto, beneficie-se ele do juízo disciplinar de correção que Jeová lhe dá. Discirna o que ele mesmo é e corrija-se. Se estiver errado, ainda deve obedecer à ordem e comer a refeição noturna do Senhor, mas deve fazer isso discernindo o corpo sacrificado do Senhor e pedindo perdão pelo seu pecado. Daí, que esta celebração o fortaleça para seguir mais de perto as pisadas de Cristo durante o ano vindouro.” Significa isto que uma pessoa desassociada deve participar do pão e do vinho na refeição noturna do Senhor? - M. P., Alemanha.
Isto não se refere às pessoas que estão na condição de desassociadas, mas, somente aos que continuam sendo do corpo de Cristo, porém ainda estão sujeitos ao pecado, e que, portanto, cometem pecados pelos quais o sacrifício de Cristo provê a base para perdão. A pessoa desassociada não é mais membro da congregação de Jeová, e, os que servem os emblemas na celebração da refeição noturna do senhor não lhos devem servir. Jesus não serviu os emblemas a Judas, mas o despediu da casa antes de instituir a refeição noturna do Senhor. - João 13:21-31, Mat. 26:20-25; Marcos 14:10-21.
Se uma pessoa desassociada desejar participar da refeição noturna do Senhor, deverá mostrar completo arrependimento por ir à comissão de serviço da congregação onde fora desassociada, e a comissão deverá examiná-la quanto à sinceridade do seu arrependimento e seu desejo de ser posta à prova. Se satisfizer esta comissão de serviço, então pode ser readmitida e lhe imposta um período de prova, e a comissão avisará a congregação sobre isto. Se mostrar boa conduta durante o período de prova que lhe fôr estabelecido e até a celebração noturna da refeição do Senhor, então se lhe pode servir os emblemas na celebração, com sincera apreciação do perdão divino por meio das coisas simbolizadas pelos emblemas. Então, esta participação na celebração da refeição noturna do Senhor deve fortalecê-la a continuar na conduta correta pelo resto do período de prova e depois de terminar este, quando a readmissão for cabal e completa, não mais havendo restrições probatórias.
● No livro “Podeis Sobreviver ao Armagedon Para o Novo Mundo de Deus”, em inglês, nas páginas 281, 282, parágrafo 14, fala-se de Hobab como cunhado de Moisés, o profeta, enquanto que na página 233, parágrafo 16, cita-se Juízes 4:11 (NM), que declara que Hobab era sogro de Moisés. Como pode o livro ser coerente ao falar de Hobab neste duplo parentesco com Moisés? - B. G., Estados Unidos da América.
O nome Hobab pode ser um só nome, mas, pode ser de duas pessoas diferentes, a saber, de um pai e de seu filho. Números 10:29, que está citado na página 282, fala de Hobab cuja irmã Zípora Moisés desposou: “Disse Moysés a Hobab, filho de Reuel [Raguel] midianita, sogro de Moysés: Estamos em viagem para o logar de que Jehovah disse.” Sendo Raguel, o madianita, sogro de Moisés, então o filho de Raguel, Hobab era cunhado de Moisés. Êste Hobab, cunhado de Moisés, é aquele a que o livro faz alusão como sendo uma figura profética da “grande multidão” das “outras ovelhas“ da atualidade, que Jesus Cristo, o Moisés maior, está hoje ajuntando ao seu rebanho.
O capítulo continua fazendo alusão ao mesmo Hobab, cunhado de Moisés, no parágrafo 16, mas, no meio deste parágrafo, cita-se Juízes 4:11, que reza de acordo com a Tradução do Novo Mundo, em inglês: “Incidentalmente, Héber o cineu se tinha separado dos cineus, os filhos de Hobab, de quem Moisés era genro.” Ao verter Juízes 4:11 assim, a Tradução do Novo Mundo está em harmonia com a tradução literal do Dr. Robert Young, de J. B. Rotherham e de J. N. Darby, também com a tradução da Sociedade Publicadora Judaica, a tradução de Moffatt e Uma Tradução Americana. É verdade que a Versão Normal Americana reza: “Hobab o cunhado de Moisés”, mas diz na margem: “ou, sogro”. E a Versão Normal Revisada reza: “Hobab, sogro de Moisés”. Portanto, a decisão da maioria é traduzir de acôrdo com o que o original hebraico diz.
De acôrdo com isto, então, o nome do sogro de Moisés era o mesmo que o de seu cunhado, a saber, Hobab. Assim, nas Escrituras, o sogro de Moisés é chamado por vários nomes. Em Êxodo 2:16-22 ele é chamado de Raguel (Reuel); em Êxodo 3:1 ele é chamado de Jetro; em Juízes 1:16 é chamado de “Qeini“ em hebraico, ou “o cineu, de quem Moisés era genro”.(NM) O fato é que os rabinos dos judeus dizem que o sogro de Moisés tinha sete nomes.
Se, porém, insistirmos em argumentar que Hobab era só o nome do filho de Raguel e que era o nome somente do cunhado de Moisés, então temos que entender que Juízes 4:11 fala de Hobab como sogro de Moisés somente na capacidade de o representar como tal. Isto é, Hobab agiu representativamente por seu pai Raguel, que possivelmente estava morto então.
Portanto, pelos dois modos de se entender o assunto, o livro “Podeis Sobreviver ao Armagedon Para o Novo Mundo de Deus”, em inglês, não se está contradizendo nem a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Hebraicas.
● 1 Reis 15:33 declara que no terceiro ano de Asa, rei de Judá, Baasa se tornou rei de Israel e reinou vinte e quatro anos. No entanto, 2 Crônicas 16:1 diz que Baasa veio contra Judá no trigésimo sexto ano do reinado de Asa. Como pode ser isto, se o reinado de Baasa havia terminado dez anos antes? - W. M., Inglaterra.
Para harmonizar a discrepância entre 1 Reis 15:33 e 2 Crônicas 16:1, o arcebispo cronologista Usher conta o trigésimo sexto ano do reinado de Asa a partir da divisão da nação unida nos reinos de Judá e de Israel, no fim do reinado de Salomão. De modo que, na margem da nossa edição da Versão Autorizada da Bíblia, em inglês, sob a nota marginal 1, encontramos, em 2 Crônicas, a seguinte nota sôbre o trigésimo sexto ano: “Isto é, desde a separação entre as dez tribos e a de Judá sobre a qual Asa era então rei.“
Do mesmo modo, os comentadores judeus citam o “Seder Olam”, que sugere que o trigésimo sexto ano era contado a partir da existência do reino separado de Judá, que correspondeu ao décimo sexto ano de Asa (Reoboão 17 anos, Abia 3 anos e Asa 16 anos).
Alguns podem talvez pensar que, em 2 Crônicas 16:1, queria dizer o décimo sexto ano do reinado de Asa, ao invés do trigésimo sexto, mas, a recente Bíblia do Interpretador, em inglês, anuncia a descoberta duma estela que confirma o uso do trigésimo sexto. Portanto, parece que o ponto de vista correto é que o trigésimo sexto ano, em 2 Crônicas 16:1, se refere, conforme sugerido, à contagem a partir da divisão de Israel em dois reinos.