Perguntas dos Leitores
● Pode-se prestar um ‘juramento de lealdade’ sem se transigir na posição como cristão?
Se o cristão pode ou não prestar de boa consciência um juramento determinado depende principalmente do objetivo, do teor ou da natureza do juramento.
Lá no primeiro século E. C., Jesus Cristo corrigiu os judeus por fazerem pouco caso dos juramentos ou por fazerem juramentos vagos e indiscriminados. Juravam pelo céu, pela terra, por Jerusalém e até mesmo pela sua própria cabeça. Mas, Jesus repreendeu-os, dizendo: “Deixai simplesmente que a vossa palavra Sim signifique Sim, e o vosso Não, Não; pois tudo o que for além disso é do iníquo.” (Mat. 5:33-37) O adorador de Deus não deve precisar apoiar cada declaração com um juramento para torná-la mais crível.
Em certas circunstâncias, porém, a lei mosaica exigia juramentos. (Êxo. 22:10, 11; Núm. 5:21, 22; Deu. 21:1-9) E o próprio Jesus não objetou a ser posto sob juramento pelo sumo sacerdote judaico. (Mat. 26:63, 64) Portanto, a declaração de Jesus a respeito de se jurar não pode ser usada como base para se condenar todos os juramentos. Mas, que espécie de juramento pode o cristão prestar sem ferir a sua consciência?
Isto ele terá de decidir por si mesmo, comparando o juramento em questão com os princípios bíblicos. Jesus Cristo declarou: “Pagai de volta a césar as coisas de César, mas a Deus as coisas de Deus.” (Mat. 22:21) Portanto, o cristão não poderia jurar algumas coisa que exigiria dele fazer coisas contrárias à lei de Deus. Mas, não haveria objeção a ele prestar um juramento de ‘apoiar ou defender’ as provisões da lei que não estão em oposição à lei de Deus. O cristão reconhece que defender e apoiar ele a lei de César precisa estar dentro das limitações impostas pela Palavra de Deus. Ele pode ‘defender’ a lei por palavra, por sua conduta diária, e, em questões jurídicas, pelo seu testemunho no tribunal. Os cristãos são informados: “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores.” (Rom. 13:1) De modo que não haveria objeção a se fazer algo que já se tem a obrigação de fazer perante Deus.
Muitos países esclarecidos, porém, reconhecem a razoabilidade da outra obrigação do cristão, de ‘dar a Deus o que é de Deus’. Neste respeito, a Constituição dos Estados Unidos bem como de muitas outras nações garante a liberdade de religião. Entende-se, assim, que não se exigirá do cristão fazer algo contrário às suas crenças religiosas e às suas obrigações para com Deus. Esta provisão não constitui perigo para o país, visto que os verdadeiros cristãos não se empenham em subversão; antes, esforçam-se a ser cidadãos exemplares e acatadores da lei.
Visto que o verdadeiro cristão toma muito a sério sua adoração e sua relação com Deus, ele precisa exercer cuidado quanto a qualquer juramento que se requeira dele. Deve estar convencido na sua própria mente de que o juramento não constitui violação de sua consciência ou transigência na sua atitude neutra para com as nações políticas e suas controvérsias. (Veja Romanos 14:5.) Se, depois de pensar no assunto, achar que pode prestar determinado juramento, terá de arcar com a sua própria responsabilidade. Deve sempre lembrar-se da sua obrigação primária para com o Soberano Supremo, Jeová Deus, antes de se submeter a qualquer outra obrigação.