Observando o Mundo
Álcool é perigoso
“Em anos recentes é alarmante o aumento na Europa de casos de pessoas jovens que se machucam, se tornam deficientes e até morrem devido ao consumo de bebidas alcoólicas”, diz a revista médica britânica The Lancet. Os europeus são os maiores consumidores de álcool no mundo. Em resultado disso morrem por ano 55.000 jovens nesse continente. Estudantes da Dinamarca, da Finlândia, da Grã-Bretanha, da Groenlândia e da Irlanda foram entrevistados sobre quanto bebem. Um terço admitiu que havia ficado bêbado pelo menos três vezes no mês anterior. Outro estudo realizado em 30 países da Europa entre 100.000 estudantes de 15 e 16 anos revelou que o maior aumento no consumo de álcool entre os jovens foi na Eslovênia, na Lituânia, na Polônia e na República da Eslováquia. Segundo o jornal londrino The Independent, o Colégio Real de Médicos, da Grã-Bretanha, alertou que hoje há casos de mulheres na faixa de 20 anos “com cirrose do fígado em fase bem avançada. Coisa que no passado só ocorria entre homens na faixa de 40 e 50 anos, que bebiam muito”. O Colégio “apontou o álcool como um dos problemas mais onerosos para a saúde pública”.
Atravessar o Pacífico em um barco a remo
Um homem cruzou sozinho o Pacífico em um barco pequeno e semicoberto, sem velas e sem motor. Navegador aventureiro, o britânico Jim Shekhdar partiu da costa do Peru em junho de 2000, segundo o jornal El Comercio, de Lima. Levou consigo um dessalinizador portátil, um rádio, quatro sistemas de comunicação via satélite e um painel solar para recarregá-los. Em março de 2001, passados nove meses e navegados 15.000 quilômetros, “o marinheiro louco”, como muitos o chamavam, chegou às margens da Austrália. Na viagem, dez vezes ele enfrentou tubarões, e por pouco não bateu em um petroleiro. Mas o desafio maior foi no último dia. As ondas viraram o barco e ele teve de nadar os últimos 100 metros para receber o abraço da família, que o esperava na praia.
Médicos bondosos — recuperação rápida
“No hospital, médicos atenciosos conseguem melhores resultados”, diz o jornal The Times, de Londres. Após uma análise de 25 estudos sobre esse assunto, pesquisadores das universidades de York, de Exeter e de Leeds, na Inglaterra, concluíram: “Médicos esforçados, atenciosos com os pacientes, e que procuram animá-los dizendo que logo vão ficar bons, são muito mais eficazes do que os que mantêm uma postura profissional e fria.” Um estudo na Suécia revelou que pacientes “se recuperavam mais rápido e ficavam mais satisfeitos quando seus médicos diziam que iam ficar bons, os animavam a tirar as dúvidas e dedicavam alguns minutos a mais para conversar com eles”.
Agasalhos para pingüins
Mais de 1.000 agasalhos feitos por voluntários do mundo todo foram enviados para a Tasmânia, na Austrália. Sabe para quem? Para os manchotes-anões, pingüins pequenos de cerca de um quilo que vivem em uma região onde costuma haver muitos vazamentos de óleo. “Quando eles se limpam com o bico”, explica o jornal National Post, do Canadá, “engolem o óleo tóxico que adere às penas. Os voluntários vestem as aves encharcadas de óleo para evitar que ingiram o óleo [até] eles terem tempo para limpá-las”. E o artigo acrescenta que os agasalhos mantêm os manchotes aquecidos. Jo Castle, porta-voz da Curadoria de Conservação Tasmaniana, disse que os agasalhos já foram usados nas aves marinhas no hemisfério norte. Mas que “foi feito um novo molde para os manchotes-anões do hemisfério sul”.
Exercitar-se com regularidade é importante
Muitos que trabalham em escritórios e têm vida sedentária procuram evitar a obesidade, as doenças coronárias e outros problemas de saúde com malhação intensa, mas esporádica. Mas segundo um estudo recente, exercícios moderados e freqüentes provaram ser muito mais eficazes em reativar o metabolismo do corpo, relata o jornal alemão Süddeutsche Zeitung. O pesquisador holandês, Dr. Klaas Westerterp, monitorou a energia gasta por 30 voluntários, minuto por minuto. Os resultados indicaram que em vez de a pessoa tentar “equilibrar fases de inatividade com sessões de atividade intensa”, é mais eficaz incorporar atividade física intensificada no dia-a-dia. A reportagem sugeriu: “É bom procurar alternar o máximo possível períodos em que fica sentado e em pé com atividades moderadas como andar e pedalar.”
Decisão difícil
Sorver ou não sorver o macarrão, eis a questão. Decisão difícil para os que freqüentam os restaurantes muito procurados no Japão, que servem sopa de macarrão. Muitos japoneses de mais idade acham que o talharim fica mais saboroso sorvido junto com o caldo quente. Eles sorvem com a maior naturalidade, sem se preocupar com o barulho que fazem. Acham que essa é uma maneira de mostrar quanto gostam da comida. Mas a geração mais nova não pensa assim. Ela tem outro conceito sobre boas maneiras ao se comer talharim. O jornal The Japan Times diz: “A preocupação dos japoneses mais jovens é não deixar a sopa pingar na gravata de seda e no vestido [de grife]. A educação ocidental que receberam, tanto na etiqueta à mesa como nos hábitos alimentares, faz com que se sintam incomodados quando os em sua volta sorvem a comida.” Essa questão acabou gerando um conflito de gerações, a ponto de pessoas de mais idade se sentirem constrangidas de quebrar o silêncio ao comer macarrão em locais públicos. Tomando as dores dessa geração, o famoso jornal lamentou: “Vai ser muito triste quando não ouvirmos mais ninguém sorvendo a comida.”
Trens rápidos da França
Em 1867, a viagem de trem de Paris até Marselha, no sul do país, levava mais de 16 horas. Na década de 60, levava sete horas e meia, o que ainda era muito. Mas em junho de 2001, a Companhia Nacional de Ferrovias da França lançou uma linha de alta velocidade entre as duas cidades. Agora os passageiros viajam a mais de 300 quilômetros por hora, cobrindo a distância de 740 quilômetros em apenas três horas. Em um trecho de 250 quilômetros de ferrovia ao sul de Lyon, os trens passam por mais de 500 pontes, por 17 quilômetros de belos viadutos e por um túnel longo de quase oito quilômetros. Se necessário, até “20 trens podem transitar por hora nas duas direções, em condições de máxima segurança”, comentou o diário francês Le Monde. Isso representa um trem a cada três minutos.
Crianças estressadas
“A infância não é mais como antigamente. Antes, as crianças brincavam fora de casa, tinham tempo para o lazer e a vida era tranqüila”, diz o jornal El Universal da Cidade do México. As pesquisas indicam que hoje uma criança de 10 anos enfrenta um nível de estresse semelhante ao de uma pessoa de 25 anos, em 1950. Grande parte desse estresse é causada pela escola e por outras atividades que os pais impõem, na esperança de que seus filhos tenham um futuro melhor. Mas essa sobrecarga “afeta a saúde, o descanso e o próprio desenvolvimento” da criança, observa o jornal. O artigo sugere que os pais reavaliem os compromissos das crianças para que elas possam passar mais tempo em casa, após as aulas. Mas não para ficar sem fazer nada, com os olhos grudados na televisão, ou no computador. “A idéia é sair e brincar com outras crianças, correr, pedalar, brincar com quebra-cabeças, ou desenhar.”
Aquecimento do mar afeta a vida selvagem
Cientistas, em visita recente à ilha Heard, situada a 4.600 quilômetros ao sudoeste da Austrália, descobriram mudanças surpreendentes na quantidade de plantas e de animais locais. “Houve um grande aumento na população dos manchotes-reis, das focas e dos corvos-marinhos. Regiões antes cobertas de geleiras, hoje ostentam vegetação exuberante”, relata o jornal The West Australian. O biólogo Eric Woehler disse que em 1957 havia só três casais de manchotes-reis na ilha. “Agora há mais de 25.000”, observou ele. Woehler comentou que a temperatura da superfície do mar subiu três quartos de grau Celsius nos últimos 50 anos. Ele acrescentou: “Pode não parecer muito, mas é mais do que o suficiente para causar as mudanças que vimos.” Ele especula que o clima da ilha com o tempo poderá se tornar quente demais para algumas plantas e animais.