Capítulo 17
A criação de “novos céus e uma nova terra”
1. (a) Por que estamos hoje interessados num dos sonhos do Imperador Nabucodonosor da antiga Babilônia? (b) Lembrando ao Imperador os pormenores do sonho, o que disse Daniel a respeito de determinada “pedra” e o que ela realizaria?
AQUILO que o governante imperial da Potência Mundial Babilônica viu em sonho profético há mais de dois mil e quinhentos anos atrás, nós vemos hoje em cumprimento! Aquele sonho enviado por Deus nos ajuda a entender o que está acontecendo em nosso tempo de cada vez maior angústia mundial. Podemos ser gratos de que este sonho, que o Imperador Nabucodonosor esqueceu completamente, sem se poder lembrar dele, tenha sido revelado ao profeta Daniel para ser lembrado e interpretado com a ajuda do Deus Todo-poderoso, para o grandemente perturbado imperador. Chegando ao clímax de sua narrativa sobre a “estátua” do sonho, que representava a seqüência de superpotências políticas da história mundial, desde o Império Babilônico até a Potência Mundial Dupla Anglo-Americana da atualidade, Daniel prosseguiu:
“Estavas olhando até que se cortou uma pedra, sem mãos, e ela golpeou a estátua nos seus pés de ferro e de argila modelada e os esmiuçou. Nesta ocasião, o ferro, a argila modelada o cobre, a prata e o ouro foram juntos esmiuçados e tornaram-se como a pragana da eira do verão, e o vento os levou embora, de modo que não se achou nenhum traço deles. E no que se refere à pedra que golpeou a estátua tornou-se um grande monte e encheu a terra inteira.” — Daniel 2:34, 35.
2. O que foi simbolizado por essa “pedra”?
2 Não pode haver outra explicação do assunto. Esta “pedra” simbolizava o reino messiânico nas mãos do Filho ungido do Soberano Senhor do universo, Jeová Deus.
3. Explique as relações deste reino messiânico com o Rei Davi, e também como o reino assumiu um aspecto espiritual.
3 Este reino messiânico tem suas raízes no reino terreno de Davi, a quem Jeová fez ungir como Rei sobre a nação de Israel. A sede de seu governo veio a ser, por fim, Jerusalém ou Sião. Jeová Deus fez com ele um pacto para o reino messiânico, que devia continuar na sua linhagem e tornar-se um reino eterno. No tempo devido, este reino assumiu o aspecto dum reino espiritual, quando apareceu no cenário terreno o Herdeiro Permanente de Davi. Isto se deu porque o Filho celestial de Deus nasceu milagrosamente como Jesus, da linhagem real de Davi. Por causa desta relação natural, tornou-se herdeiro natural do direito ao trono do Rei Davi. (Mateus 1:1 até 2:6) Em harmonia com isso, logo depois de Jesus ser batizado em água, à idade de trinta anos, Jeová Deus o ungiu com espírito santo para ser o futuro Rei de Israel, “a casa de Jacó”. Deus o gerou também para ser Filho espiritual de Deus e o reconheceu como tal. — Mateus 3:13-17; Lucas 1:32, 33; 3:21-23; Atos 10:38.
4. De que modo se tornou o Herdeiro Permanente de Davi na realidade um rei no domínio espiritual?
4 Jesus Cristo morreu qual mártir por pregar o reino de Deus, “o reino dos céus”. Morreu na carne, como perfeito sacrifício humano; mas, segundo disse o apóstolo Pedro, “Cristo morreu uma vez para sempre quanto aos pecados, um justo pelos injustos, a fim de conduzir-vos a Deus, sendo morto na carne, mas vivificado no espírito”. (1 Pedro 3:18) Portanto, Israel, “a casa de Jacó”, havia de ter sobre si um rei celestial, um rei espiritual, invisível, a saber, o ressuscitado Jesus Cristo, imortal nos céus. (Romanos 1:3, 4) De modo que o ressuscitado Jesus Cristo é o Herdeiro Permanente ou Herdeiro Régio de Davi, e seu reino é eterno. Este reino messiânico é aquele que é cortado do “monte” da soberania de Jeová, sem a ajuda de mãos humanas.
5. (a) Quando foi a “pedra” simbólica cortada do monte? (b) Quando a “pedra” foi cortada e lançada contra a “estátua” simbólica, que período de tempo começou para o atual sistema iníquo, terrestre, de coisas?
5 Quando foi esta “pedra” real cortada e arremessada contra a “estátua” simbólica de potências mundiais terrenas? Foi “cortada” no fim dos Tempos dos Gentios por volta de 4/5 de outubro de 1914, quando Jeová, quem constitui o rei, empossou o ressuscitado Jesus Cristo como Rei nos céus. (Lucas 21:24; Salmo 2:1-6; Revelação 11:15; 12:5-10) Foi então que se aplicaram ao empossado Jesus Cristo as palavras proféticas do Salmo 110:2: “Jeová enviará de Sião o bastão da tua força, dizendo: ‘Subjuga no meio dos teus inimigos.’” Por este motivo, começou o “tempo do fim” para este sistema iníquo, terreno, de coisas. (Daniel 12:4) Concordemente, as coisas preditas por Jesus Cristo como acontecendo durante a “terminação do sistema de coisas” têm ocorrido desde o fim dos Tempos dos Gentios em 1914. — Mateus 24:3 até 25:33.
6. (a) O que é significativo a respeito do fato de a pedra atingir a estátua “nos seus pés de ferro e de argila modelada”? (b) Quando atinge esta pedra a “estátua” simbólica?
6 É significativo que, no sonho do rei, a pedra atinge a estátua em forma de homem “nos seus pés de ferro e de argila modelada”. Isso mostra que o reino messiânico de Deus atinge a verdadeira “estátua” de potência mundial nos dias da Sétima Potência Mundial, nos dias finais desta Potência Mundial Dupla Anglo-Americana. Este é o tempo em que a governança humana deste mundo se divide em governos imperiais férreos e em governos radicais semelhantes a argila. As duas espécies não se misturam. A “estátua” simbólica não é atingida no começo da já iminente “grande tribulação”, por ocasião da destruição da religiosa Babilônia, a Grande. Antes, ela é atingida depois, na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. (Mateus 24:21, 22; Revelação 7:14; 16:14, 16; 17:1-18; 18:20 a 19:3) Será então que as nações mundanas, não mais sob a influência religiosa de Babilônia, a Grande, ficarão unidas em oposição flagrante e expressa à Soberania Universal de Jeová Deus e de seu reino messiânico.
7. No sonho de Nabucodonosor, mostra-se que a “pedra” atinge e esmiúça governantes no domínio espiritual?
7 O sonho profético de Nabucodonosor não mostra a “pedra” ou o reino messiânico atingindo inimigos políticos nos céus espirituais, invisíveis, tais como o espiritual “príncipe do domínio real da Pérsia” e o espiritual “príncipe da Grécia”. (Daniel 10:13, 20) A “pedra” real atinge algo terreno, visível, humano, a saber, os governos políticos deste mundo, quer sejam imperiais, quer democráticos, radicais, socialistas ou comunistas.
8. De modo similar, em Revelação, capítulos 17 e 19, contra quem e o que se mostra que a “pedra” real luta?
8 Neste respeito, também Revelação (Apocalipse) 17:12-14 revela a “pedra” real, messiânica, como lutando contra os representantes militarizados da Oitava Potência Mundial, as Nações Unidas, então livres do domínio de Babilônia, a Grande: “Estes batalharão contra o Cordeiro, mas, porque ele é Senhor dos senhores e Rei dos reis, o Cordeiro os vencerá.” Do mesmo modo, o relato pormenorizado da “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon, conforme apresentado em Revelação 19:11-21, revela que a “pedra” real, messiânica, trava guerra, não contra forças espirituais nos céus invisíveis, mas contra sistemas políticos, mundiais, na terra, incluindo todos os seus governantes humanos, seus exércitos e seus capangas.
9. Como afetará toda esta guerra a terra habitada?
9 Esta guerra resultará no pior tempo de aflição que a terra habitada já sofreu. Predizendo isso, Daniel 12:1 diz: “E durante esse tempo [do fim] por-se-á de pé Miguel, o grande príncipe que está de pé a favor dos filhos de teu povo [o povo de Daniel, Israel]. E certamente virá a haver um tempo de aflição tal como nunca se fez ocorrer, desde que veio a haver nação até esse tempo.”
10. (a) No clímax do “dia de Jeová”, o que acontecerá com a “estátua” simbólica? (b) Quando serão Satanás e seus demônios acorrentados e lançados no abismo?
10 Será então que se cumprirá a parte final do sonho de Nabucodonosor, que a “pedra . . . esmiuçou o ferro, o cobre, a argila modelada, a prata e o ouro”. Esses materiais foram “juntos esmiuçados e tornaram-se como a pragana da eira do verão, e o vento os levou embora, de modo, que não se achou nenhum traço deles”. (Daniel 2:45, 35) Este será o clímax do “dia do julgamento e da destruição dos homens ímpios”. Este será o “dia de Jeová, pelo qual os céus, estando incendiados, serão dissolvidos, e os elementos, estando intensamente quentes, se derreterão!” Também “a terra e as obras nela serão descobertas [como sendo combustíveis]”. (2 Pedro 3:7, 10, 12) É só depois desta “destruição dos homens ímpios”, segundo diz o livro de Revelação, que Satanás, o Diabo, e seus anjos demoníacos são acorrentados e lançados no abismo, por mil anos. Serem assim acorrentados e lançados no abismo é representado como ocorrendo depois e à parte da “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. — Revelação 19:11 até 20:3.
11. Como mostram as Escrituras quem tem sido o poder invisível atrás dos “céus” governamentais entre os homens?
11 É verdade que Satanás, o Diabo, tem sido o que Jesus Cristo o chamou, “o governante deste mundo”. (João 14:30; 16:11) Além disso, o apóstolo Paulo chamou Satanás, o Diabo, de “deus deste sistema de coisas” e “governante da autoridade do ar”. (2 Coríntios 4:4; Efésios 2:2) Paulo disse também que os cristãos têm uma luta com “forças espirituais iníquas nos lugares celestiais”. (Efésios 6:12) É inegável que estas foram os controladores e o poder invisível atrás daqueles “céus” governamentais entre os homens. — Revelação 13:1, 2; Lucas 4:5-7.
12. (a) Harmoniza-se a descrição encontrada em 2 Pedro 3:1-12 com o que acontece a Satanás e seus demônios ao serem lançados no abismo? (b) O que significa serem amarrados e lançados no abismo?
12 Não obstante, ainda é verdade que Satanás e seus anjos demoníacos não sofrem a dissolução descrita em 2 Pedro 3:10-12. Não são destruídos no “grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. Eles são depois simplesmente tirados do caminho num estado desativado, no abismo, fora do alcance da terra. O acorrentamento e o lançamento destas forças espirituais iníquas no abismo não são descritos como uma luta ou guerra, assim como se descreveram a expulsão de Satanás e seus anjos demoníacos, dos céus. — Revelação 12:7-13.
AGUARDADOS “NOVOS CÉUS E UMA NOVA TERRA”
13. O que aguardam agora com viva expectativa as testemunhas cristãs de Jeová?
13 As testemunhas cristãs de Jeová fazem agora mais do que apenas ter “bem em mente a presença do dia de Jeová”, durante o qual os simbólicos “céus”, “elementos” e “a terra e as obras nela” hão de ser dissolvidos ou destruídos. Aguardam ansiosamente, com fé, o que há de seguir logo após este “dia” de dissolução deste sistema de coisas e do lançamento de Satanás e seus anjos demoníacos no abismo. Dizem assim como o apóstolo Pedro: “Mas, há novos céus e uma nova terra que aguardamos segundo a sua promessa, e nestes há de morar a justiça.” — 2 Pedro 3:13.
14. Como se enquadra o cumprimento desta promessa registrada por Pedro no cumprimento do sonho de Nabucodonosor?
14 A vinda dos “novos céus e uma nova terra” é a ocasião em que se dá o cumprimento da parte final do sonho profético de Nabucodonosor, a saber: “E no que se refere à pedra que golpeou a estátua, tornou-se um grande monte e encheu a terra inteira.” (Daniel 2:35) Desta maneira se retrata o reino messiânico, celestial, como monte na terra, ‘enchendo a terra inteira’.
15, 16. Em que sentido são os novos céus e a nova terra “segundo a sua promessa”, quer dizer, a promessa de Jeová?
15 O apóstolo Pedro diz que os aguardados “novos céus e uma nova terra” são “segundo a sua promessa”, segundo a promessa de Jeová, a quem Pedro fez referência no versículo precedente. Uma promessa divina desta espécie, em que se encontra especificamente a expressão usada por Pedro, ocorre em Isaías 65:17, 18, e Isaías 66:22. Ali se escreveu sob inspiração divina:
16 “Pois eis que crio novos céus e uma nova terra; e não haverá recordação das coisas anteriores, nem subirão ao coração. Mas exultai e jubilai para todo o sempre naquilo que estou criando. Pois eis que crio Jerusalém como causa para júbilo e seu povo como causa para exultação.” “‘Pois assim como os novos céus e a nova terra que eu faço estão postos diante de mim’, é a pronunciação de Jeová, ‘assim ficarão postos a vossa descendência e o vosso nome’.”
17. Onde e quando teve essa profecia de Isaías um cumprimento em pequena escala?
17 Esta profecia de Isaías, escrita por volta de 732 A. E. C., embora aplicada ao futuro, pelo apóstolo Pedro, teve um cumprimento em pequena escala ou em miniatura uns dois séculos depois da profecia de Isaías. Aconteceu quando acabaram os setenta anos de desolação e de guarda de sábados da terra de Judá e de Jerusalém, e um restante fiel de judeus exilados voltou de Babilônia para a sua pátria dada por Deus, em 537 A. E. C. Jerusalém foi reconstruída e seu templo foi reedificado, até o ano 515 A. E. C., no terceiro dia do mês de adar. (Esdras 6:13-22) No ano 455 A. E. C., reconstruíram-se os muros de Jerusalém, sob a governança de Neemias, e esta foi uma ocasião de celebração alegre. (Neemias 6:15) Com o decorrer do tempo, Jerusalém tornou-se novamente uma cidade mundialmente famosa. — Daniel 9:24, 25.
18. Naquele cumprimento em miniatura, o que eram os “novos céus”?
18 Neste cumprimento em miniatura da profecia de Isaías, os “novos céus” eram o novo governo justo do Governador Zorobabel e de seus sucessores. Este governo, com sua sede na restabelecida Jerusalém, substituiu o governo corruto dos reis Jeoiaquim, Joaquim e Zedequias, derrubado pelos babilônios em 607 A. E. C. O Governador Zorobabel foi usado como tipo do Zorobabel Maior na seguinte profecia de Ageu 2:23: “‘Naquele dia’, é a pronunciação de Jeová dos exércitos, ‘tomar-te-ei, ó Zorobabel, filho de Sealtiel, meu servo’, é a pronunciação de Jeová; ‘e hei de constituir-te em anel de chancela, porque és tu a quem escolhi’, é a pronunciação de Jeová dos exércitos.”
19. (a) O que era a “nova terra” naquele tempo? (b) Cumpriu-se a profecia totalmente lá na terra reabitada de Judá?
19 Esses “novos céus” típicos que se estendiam como governo sobre a terra novamente habitada de Judá tinham uma “nova terra” debaixo de si. Essa “nova terra” era o restante judaico restabelecido, purificado, que saíra de Babilônia e reconstruíra Jerusalém e seu templo sagrado, por meio do qual se prestava adoração pura a Jeová, segundo a Lei mosaica, em harmonia com Seu pacto. (Isaías 66:8) Visto que aquele cumprimento antigo da profecia foi apenas um cumprimento ilustrativo em pequena escala, cumpriu-se apenas em sentido limitado a profecia a respeito das condições de vida debaixo dos “novos céus” e na “nova terra”: “‘Não farão dano nem causarão ruína em todo o meu santo monte’, disse Jeová.” (Isaías 65:19-25) Os “novos céus” e a “nova terra”, no cumprimento em escala maior de Isaías 66:22, são os que hão de permanecer estabelecidos permanentemente perante Jeová Deus.
20, 21. (a) Quais são os “novos céus” que aguardamos segundo a promessa de Deus? (b) Como se torna o reino messiânico ‘um grande monte que enche a terra inteira’, conforme predito por Daniel?
20 Portanto, os “novos céus” que as testemunhas cristãs de Jeová já aguardam por muito tempo, segundo a Sua promessa, cumprem-se no reino messiânico de Deus, nas mãos do Herdeiro Permanente do Rei Davi. Visto que este reino é a “pedra” real que esmiúça todos os reis terrenos e seus governos na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon, não sobrará nenhuma regência política, humana, em existência no nosso globo terrestre. Portanto, esse reino do Messias, qual pedra, terá de tornar-se semelhante a um grande monte que enche e cobre a terra inteira. Significa isso que o reino israelita de Davi seja restabelecido por Cristo aqui mesmo, na terra? Não! Não haverá nem mesmo uma manifestação terrestre do reino de Davi na superfície da terra. Jesus Cristo, Herdeiro Permanente dele, não reinará em carne, visivelmente, na cidade de Jerusalém lá no Oriente Médio.
21 A sede de seu governo será a “cidade do Deus vivente, a Jerusalém celestial”. (Hebreus 12:22; Revelação 14:1) Seu governo montanhesco tomará o lagar de todos os governos políticos, humanos, que constituíram os “céus” simbólicos do velho sistema de coisas. (Isaías 34:3-5) Assim haverá novos “céus” governamentais que realmente estarão nos céus espirituais, invisíveis.
22, 23. (a) Como eliminará Jesus Cristo a influência satânica que tem dominado os “céus” governamentais deste sistema de coisas? (b) Por que é a promessa de “novos céus” especialmente preciosa para os que são cristãos ungidos pelo espírito? (b) Em Revelação 21:1-4, o que são o “céu anterior”, a “terra anterior” e o “mar”, a que se faz referência, e o que os substitui?
22 Satanás, o Diabo, tem sido o “governante” invisível que tem dominado esses “céus” governamentais do atual sistema de coisas na terra. O “fogo” destrutivo do “dia de Jeová” dissolverá, destruirá, esses “céus” governamentais e deixará Satanás, o Diabo, sem tais “céus” sobre os quais dominou por milênios. (Revelação 13:1, 2; 19:19-21) Ele certamente não dominará os “novos céus”. Seu posto de governo invisível sobre as coisas terrenas será substituído pelo governo sobre-humano, invisível, do Herdeiro Permanente de Davi, Jesus Cristo, o qual, por meio da ressurreição dentre os mortos, foi tornado espírito imortal e incorruptível muitíssimo mais poderoso do que Satanás, o Diabo, e todos os seus anjos demoníacos. Satanás e seus anjos serão removidos de sua posição na vizinhança da terra, sob restrição, e serão encarcerados no abismo, desde o qual não poderão exercer nenhum domínio sobre quaisquer “céus” que dominem a terra. (Revelação 20:1-3) Visto que Jesus Cristo é agora Rei espiritual, celestial, seus “novos céus” serão céus em sentido bem literal. Não haverá outros céus governamentais. O apóstolo Pedro e concristãos ungidos, gerados pelo espírito, podiam aguardar com viva expectativa o estabelecimento desses “novos céus” prometidos. Por quê? Porque têm as “promessas preciosas e mui grandiosas” de Deus de que, se forem fiéis até à morte, farão parte desses “novos céus” junto com Jesus Cristo. São herdeiros de Deus e co-herdeiros de Jesus Cristo. (2 Pedro 1:4; Romanos 8:16, 17) Toda a congregação deles constituirá a régia “noiva” do Rei Jesus Cristo. Assim, mais de oito séculos depois de Deus usar Isaías para profetizar a respeito de “novos céus e uma nova terra”, Deus fez uma promessa adicional de tais coisas gloriosas, por meio do apóstolo João, que escreveu:
23 “E eu vi um novo céu e uma nova terra; pois o céu anterior [os governos políticos, junto com Satanás e seus anjos demoníacos] e a terra anterior [a sociedade humana ímpia] tinham passado, e o mar [as massas desassossegadas e agitadas da humanidade] já não é. Vi também a cidade santa, a Nova Jerusalém, descendo do céu, da parte de Deus, e preparada como noiva adornada para seu marido. Com isso ouvi uma voz alta do trono dizer: ‘Eis que a tenda de Deus está com a humanidade, e ele residirá com eles e eles serão os seus povos E o próprio Deus estará com eles. E enxugará dos seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor, nem dor. As coisas anteriores já passaram.’ . . . E falou comigo, dizendo: ‘Vem para cá, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro.’ Levou-me assim no poder do espírito para um grande e alto monte, e mostrou-me a cidade santa de Jerusalém descendo do céu, da parte de Deus.” — Revelação 21:14, 9, 10.
UMA “NOVA TERRA” JUSTA
24. O que será a “grande multidão” na “nova terra”, e com que circunstâncias favoráveis passarão a trabalhar?
24 A “grande multidão” de prospectivos sobreviventes da “grande tribulação” também aguarda com viva expectativa os “novos céus e uma nova terra”. Esta “nova terra” será a nova sociedade humana que viverá sob os “novos céus”. (Revelação 7:9-14) Assim como Noé e sua família sobreviveram ao dilúvio global e formaram o núcleo da nova sociedade humana na terra, assim os da “grande multidão” sobreviverão à vindoura “grande tribulação” e formarão o núcleo permanente da nova sociedade humana, a “nova terra” simbólica. Começarão no paraíso espiritual, que sobreviverá à “grande tribulação” junto com eles, mas depois se empenharão em converter a terra literal num paraíso em todo o globo. Os animais, selvagens e domésticos, estarão em paz com eles.
25. De que modo será a situação então muito mais favorável do que a dos israelitas restabelecidos, quando a profecia de Isaías teve seu cumprimento em miniatura?
25 O privilégio de se viver então na terra purificada, sem poluição, sob os “novos céus” justos não terá nem comparação, ultrapassando em muito o que os israelitas restabelecidos tiveram no cumprimento em miniatura da profecia de Isaías, na província persa de Judá. Imagine só, viver na terra quando as “coisas anteriores” tiverem desaparecido, quando não houver mais morte, nem se prantear mais os falecidos, nem houver mais clamor ou dor de coração!
26. Naquele tempo, o que fará Jeová até mesmo a favor dos mortos?
26 Sob o reinado do Pai Eterno, Jesus Cristo, e de seus co-herdeiros do Reino, os membros da “grande multidão” estarão em caminho para a vida infindável num paraíso global de beleza, abundância, felicidade e paz. Não haverá necessidade de prantear os entes queridos que faleceram, porque o Deus Todo-poderoso, Jeová, por meio dos “novos céus”, realizará a ressurreição dos mortos humanos aos quais se aplica o sacrifício de resgate de Jesus Cristo. (João 11:25, 26; 5:28, 29; Atos 24:15; Revelação 20:11-14) Estes ressuscitados, incluindo os homens e as mulheres de fé, desde Abel até João Batista, terão a oportunidade de se tornarem parte dessa “nova terra”.
27. (a) Que certeza podemos ter de que, apesar das condições desoladoras do mundo, haverá realmente tal salvação da humanidade? (b) O que precisamos agora fazer, individualmente para nos preparar, a fim de sermos beneficiados por esta salvação?
27 Parece quase que incrível que tal perspectiva consoladora do coração esteja no futuro imediato de nós os que somos desta geração. No entanto, ela existe! As condições mundiais nunca foram piores. A aflição mundial aprofunda-se cada vez mais. A incapacidade do homem se torna mais e mais evidente. O alívio provindo de fontes humanas torna-se impossível. Contudo, a humanidade será salva da pior aflição da terra. A família humana não se extinguirá. Não será exterminada. A família humana terá os que sairão da aflição mundial e passarão para uma nova ordem justa, na qual nunca mais surgirá tal aflição mundial. Temos a própria palavra do Deus Todo-poderoso para nos assegurar isso. Vivermos agora em plena fé nesta palavra divina preparará o caminho para sermos salvos da aflição mundial. Esta salvação é iminente! — Mateus 24:21, 22; Naum 1:9.