Capítulo 15
O fim da doença e da morte
1. A que foram as pessoas amiúde induzidas pelo medo da morte?
DENTRE todas as coisas que têm causado pesar e sofrimento à humanidade, a doença e a morte estão na dianteira. Até mesmo o medo da morte tem mantido as pessoas numa forma de servidão, e ameaças de morte têm obrigado a muitos a cometer atos em violação de sua consciência — por exemplo, sob o regime nazista, quando alguns foram aterrorizados até traírem seus próprios amigos. (Hebreus 2:15) Quanto alívio sentirá a humanidade quando estes inimigos, a doença e a morte, forem abolidos! — 1 Coríntios 15:26.
2, 3. (a) Acabar-se com a morte eliminará que outras coisas indesejáveis? (b) De que nos libera agora a promessa de Deus de abolir a morte?
2 Somente o Criador pode ajudar as pessoas a sair desta situação lastimável. E ele não só prometeu fazer isso, mas também lançou o alicerce para a eliminação completa e permanente da morte, sob o governo dos “novos céus” de Jesus Cristo e de seus reis e sacerdotes associados. Deus promete à humanidade que “enxugará dos seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor, nem dor.” Ele acrescenta, para nos dar fé e certeza: “Estas palavras são fiéis e verdadeiras.” (Revelação 21:4, 5) Com a eliminação da doença e da morte, também desaparecerão os efeitos debilitantes da velhice, com sua pele enrugada e seu cabelo grisalho.
3 Sabermos desta promessa divina e crermos nela elimina grande parte da tristeza causada pela morte. Não mais estaremos “pesarosos como os demais que não têm esperança”. — 1 Tessalonicenses 4:13.
NÃO É UMA ESPERANÇA NOVA
4. Por que podemos dizer que a esperança de que a morte será abolida não é nova?
4 Esta esperança não é nova. Homens e mulheres, que serviram a Deus há milhares de anos, tiveram esta esperança que os consolava e fortalecia. Embora soubessem que iam morrer, também tinham fé em Deus, de que seriam trazidos de volta, com a oportunidade de ter vida eterna. Alguns destes fiéis foram realmente testemunhas oculares de ressurreições realizadas por Deus, por meio de seus profetas e por Jesus e os apóstolos. Naturalmente, aqueles ressuscitados por fim morreram novamente. Mas os servos de Deus aguardavam então uma “ressurreição melhor”, sob o reino messiânico, quando não mais será necessário morrer de novo, exceto pela desobediência deliberada. — Hebreus 11:16, 35.
5. Que evidência temos de que Abraão, Jó e Daniel tinham certeza de que, morrendo, não permaneceriam mortos para sempre?
5 Abraão demonstrou ter fé notável na ressurreição. (Hebreus 11:17-19) O fiel e perseverante Jó falou sobre estar no Seol, na sepultura, e de ser lembrado por Deus no tempo determinado por Ele. (Jó 14:13) E quando o profeta Daniel pediu entendimento de sua profecia de longo alcance, que havia de se cumprir no “tempo do fim”, o anjo de Deus disse-lhe: “Descansarás, porém, no fim dos dias erguer-te-ás para receber a tua sorte.” — Daniel 12:8, 9, 13.
QUEM RECEBERÁ UMA RESSURREIÇÃO TERRESTRE
6. (a) Que dois grupos gerais de pessoas receberão uma ressurreição terrestre? (b) Na sua ressurreição, qual será a atitude daqueles que, antes de morrerem, foram servos de Deus?
6 A ressurreição, dentre os mortos, será apenas o primeiro passo no propósito de Deus, de reabilitar aqueles que faleceram. Eles sairão da sepultura para ser acolhidos e recebidos pela “grande multidão” de sobreviventes da “grande tribulação”, após a destruição do atual sistema iníquo de coisas haverá dois grupos de pessoas ressuscitadas para viver novamente na terra: (1) Aqueles que se mostraram fiéis a Deus, no passado, entre os quais estão os mencionados no capítulo onze de Hebreus, e (2) aqueles que, antes da morte, nunca foram servos de Deus. “Há de haver uma ressurreição tanto de justos como de injustos”, disse o apóstolo Paulo. (Atos 24:15) Os do primeiro grupo não terão nenhuma dificuldade em aprender e aceitar as provisões de vida, feitas por Deus mediante o sacrifício de Cristo. De bom grado serão obedientes às leis então existentes. Tais fiéis, mesmo agora, enquanto ainda estão na sepultura, são contados por Deus como “viventes”, porque é certo que ele os ressuscitará. — Lucas 20:37, 38.
7. O que se fará a favor dos ressuscitados que não haviam servido a Deus no passado?
7 Aqueles que antes não serviram a Deus, após serem ressuscitados, terão de aprender sobre Jeová, o verdadeiro Deus, e suas bondosas provisões mediante Jesus Cristo. A “grande multidão” de sobreviventes da tribulação será responsável por instruí-los. (Romanos 10:14) As boas novas terão de ser esclarecidas a estes ressuscitados, porque Deus declarou que é preciso que, “no nome de Jesus, se dobre todo joelho dos no céu, e dos na terra, e dos debaixo do chão [na sepultura], e toda língua reconheça abertamente que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus, o Pai”. — Filipenses 2:10, 11.
8. Serão os ressuscitados julgados à base de suas ações passadas, ou em que base?
8 Exigir-se-á que os ressuscitados sejam obedientes às leis então vigentes, e eles serão julgados “pelas coisas escritas nos rolos, segundo as suas ações”. (Revelação 20:12) Os “rolos”, pelo visto, representam a Revelação da vontade de Deus para a humanidade, durante aquele período milenar.
A PERFEIÇÃO NÃO É LOGO ALCANÇADA
9. Qual será a situação da “grande multidão”?
9 Os membros da “grande multidão” não serão logo perfeitos, assim que acabar a “grande tribulação”. Mas sobreviverão à destruição deste sistema de coisas por causa de sua fé e obediência, e constituirão o “alicerce” da “nova terra”. (Revelação 7:14-17; veja Isaías 51:16.) De modo que, sem dúvida, continuarão em fidelidade e farão rápido progresso em direção à perfeição, ao seguirem as coisas escritas nos “rolos”. — Salmo 37:30, 31.
10. O que se fará a respeito da séria invalidez que membros da “grande multidão”, bem como os ressuscitados, tiveram antes?
10 Que dizer dos membros desta “grande multidão”, que sofrem de séria invalidez, tal como doença cardíaca, paralisia, cegueira, perda de braços ou pernas, e assim por diante? É razoável crer que recebam cedo uma cura destes defeitos. Quando Jesus esteve na terra, ele ilustrou tais curas. Curou instantaneamente mãos e braços ressequidos, fortaleceu membros paralíticos e restaurou a vista aos cegos. Essas partes do corpo não cresceram novamente aos poucos. (Lucas 6:8-10; João 5:5-9) Do mesmo modo, os ressuscitados voltarão logicamente com corpos sãos. Isto se deu também com todos aqueles que as Escrituras relatam como ressuscitados. (Lucas 8:54, 55) Lázaro, por exemplo, estava parcialmente decomposto, mas ele voltou do sepulcro com as partes decompostas renovadas. (João 11:39-44) Deus fez a seguinte promessa ao seu povo, que ele intencionou restabelecer na terra deles, na antiguidade: “Nenhum residente dirá: ‘Estou doente.’ O povo que mora na terra serão os a quem se perdoa seu erro.” As pessoas poderão fazer as coisas normais da vida, mesmo sem serem ainda perfeitas. — Isaías 33:24.
COMO VIRÁ A PERFEIÇÃO
11. (a) Como se alcançará a perfeição? (b) Por que se precisa fazer uma mudança espiritual antes de haver uma cura física?
11 Entretanto, a plena perfeição física evidentemente virá apenas conforme a pessoa, por causa de sua fé em Cristo, fizer progresso espiritual em ‘revestir-se da nova personalidade’. Embora alguém tenha sido curado duma grande invalidez, ao passo que ele praticar o que é direito, chegará cada vez mais perto da perfeição. Aproveitar-se-á regularmente da provisão de Deus para a sua cura, por meio do sacrifício expiatório de Cristo. (Revelação 22:2) Cristo eliminará misericordiosamente todas as imperfeições de tal pessoa. Esta mudança espiritual terá de ser feita primeiro, porque o pecado é à causa da morte, e ninguém pode ser perfeito, num corpo físico, a menos que o pecado seja completamente eliminado de sua personalidade. A Bíblia sempre relaciona a doença com o pecado. — Lucas 5:18-25; 1 Coríntios 15:56; Romanos 6:23.
12. Que luta tem agora cada servo de Deus em transformar a sua personalidade, e por quê?
12 O apóstolo Paulo descreve a “luta” agora travada por cada um daqueles que procuram transformar sua personalidade, para se tornaram plenamente agradáveis a Deus. Ele diz: “Aquilo que quero, isso não prático; mas aquilo que odeio é o que faço. . . . O bem que quero, não faço, mas o mal que não quero, este é o que prático . . . Quem o produz não sou mais eu, mas o pecado que mora em mim.” (Romanos 7:15-20) Todos os humanos, por meio de herança, foram produzidos “em erro”, em pecado. (Salmo 51:5) Também, todos têm aumentado este pecado, no decorrer de sua própria vida, tendo sido influenciados erroneamente pelo ambiente.
13. O que pode alguém fazer a respeito das (a) más tendências que ‘apanhou’ do seu ambiente, e (b) das más tendências que herdou?
13 Mesmo já hoje a pessoa pode genuinamente livrar-se das coisas que ‘apanhou’ do seu ambiente, com a ajuda da Palavra de Deus, de Seu espírito e da sua própria associação com os servos de Deus. Mas é diferente com aquilo que provém da sua constituição genética, que é parte dela em sentido físico e mental. É verdade que pode lutar contra estas falhas, com bastante êxito, porque o apóstolo nos diz que podemos ‘transformar nossa mente’, ‘revestir-nos da nova personalidade’, ‘produzir os frutos do espírito’, ‘ter uma boa consciência’ e ‘manter uma conduta excelente’. (Romanos 12:2; Efésios 4:24; Gálatas 5:22, 23; 1 Pedro 3:16; 2:12) Mas não podemos eliminar inteiramente estas tendências más, herdadas, só por meio de tal esforço. O apóstolo disse a respeito de sua própria situação: “Homem miserável que eu sou! Quem me resgatará do corpo que é submetido a esta morte? Graças a Deus, por intermédio de Jesus Cristo, nosso Senhor! Assim, pois, com a mente, eu mesmo sou escravo da lei de Deus, mas com a minha carne, escravo da lei do pecado.” — Romanos 7:24, 25.
14. (a) Quando as fraquezas inerentes do cristão o fazem pecar, o que pode ele fazer para continuar no favor de Deus? (b) Como será a pessoa finalmente liberta de todas as fraquezas herdadas, que causam pecado e aflição?
14 No tempo atual, o cristão pode receber o perdão de seus pecados mediante a fé em Jesus Cristo e no sacrifício de sua vida a favor de nossos erros. E ele tem de acompanhar suas orações, pedindo perdão, por fazer o melhor que pode para harmonizar-se com o proceder certo. Nunca pode afrouxar na luta contra as inclinações erradas, e, com a ajuda do espírito de Deus, não precisa ser uma batalha perdida. Sua consciência pode estar limpa. (Romanos 8:2, 11-13; Hebreus 9:14) No novo sistema de coisas, porém, Cristo administrará o pleno benefício de Seu sacrifício, para que as fraquezas herdadas, as ‘deformidades’ genéticas, recebidas dos antepassados, sejam corrigidas. A pessoa será curada em todos os sentidos. Que alívio! Que libertação, quando se puder fazer exatamente o bem que se tem no coração para fazer, todo o tempo! Deveras, graças a Deus mediante Jesus Cristo.
15. (a) Quando não será mais uma luta fazer sempre o que é certo? (b) Como é este ponto salientado pelo apóstolo Paulo, em 1 Timóteo 1:8, 9? (c) Como era Jesus um exemplo do fato de que um homem justo não precisa dum código de leis que proíba o assassinato, o furto, e assim por diante?
15 Portanto, durante o reinado milenar de Cristo, a pessoa pode ficar gradualmente menos sobrecarregada pelas tendências pecaminosas. Fará cada vez mais as coisas certas. Daí, quando tiver alcançado a perfeição, não será mais uma luta para fazer as coisas certas. Será natural fazer o certo. Não se estará nem um pouco inclinado a furtar, a cometer imoralidade, a odiar ou a caluniar os outros. O apóstolo Paulo disse a respeito da lei mosaica, que legislava contra tais coisas: “Ora, sabemos que a Lei é excelente, desde que seja manejada licitamente no conhecimento do seguinte fato: de que a lei é promulgada, não para o justo, mas para os que são contra a lei e os indisciplinados, ímpios e pecadores.” (1 Timóteo 1:8, 9) Quem é perfeito não precisa de lei para adverti-lo a não fazer estas coisas iníquas. Quando Jesus esteve na terra, era-lhe natural fazer o que era certo. Ele ‘amava a justiça e odiava o que era contra a lei’. (Hebreus 1:9) Tinha uma reação imediata, motivada pelo coração, de fazer o bem e rejeitar o mal. Considere a narrativa sobre a sua tentação por Satanás e também o esforço errôneo de Pedro, de fazer com que Jesus evitasse aquilo que Deus lhe apresentara para fazer. — Mateus 4:1-11; 16:21-23.
ACOLHIMENTO DOS RESSUSCITADOS
16. (a) Poderão os ressuscitados ser identificados por si mesmos e seus amigos? (b) Qual é o propósito de Deus em trazer alguém de volta, à terra, por meio duma ressurreição? (c) Embora o ressuscitado não seja julgado pelas suas ações passadas, será que tal atuação passada terá algum efeito sobre a sua vida após a ressurreição?
16 Quanto aos ressuscitados, Deus “recriará” com exatidão cada pessoa, com todo o seu padrão de vida, sua personalidade e sua memória, assim como fora antes. O ressuscitado poderá identificar-se como sendo a mesma pessoa. Também, seus anteriores companheiros o conhecerão pela sua aparência e pelas suas caraterísticas. Poderá então recomeçar a vida, após a interrupção causada pela sua morte, com as mesmas motivações, inclinações e tendências que demonstrara antes. Todavia, seus pecados e erros passados não lhe serão levados em conta. Por que não? Porque o propósito de Deus, em trazê-lo de volta à terra, é oferecer-lhe a oportunidade de se aproveitar do sacrifício de Cristo e de ser liberto do pecado. No entanto, o que alguém fez no passado, se tiver sido mau, terá efeito sobre sua personalidade, e será preciso vencer as resultantes tendências más. Quanto mais injusto tiver sido seu proceder anterior, tanto mais terá de mudar. Alguns talvez não se aproveitem da oportunidade de mudar. — Isaías 26:10.
17. Será que, para alguém que morreu há séculos, parecerá que passou muito tempo entre sua morte e sua ressurreição?
17 Para o ressuscitado, o tempo que esteve morto parecerá apenas um instante, visto que a morte é a não-existência. É comparada na Bíblia com um sono profundo. (João 11:11-14; 1 Tessalonicenses 4:13, 14; Eclesiastes 9:5, 10) Milhares de anos, ou um só dia, parecerão apenas como um instante de tempo. De modo que, para o ressuscitado, será como que atravessar um portal para sair do atual sistema iníquo de coisas e entrar no novo sistema justo e ordeiro de coisas.
18. (a) O que terão de aprender os ressuscitados? (b) Como é que os ressuscitados não serão, logicamente, trazidos de volta a um mundo inteiramente desconhecido, com uma ‘lacuna nas comunicações’?
18 Naturalmente, quem faleceu há muitos anos atrás, ficará surpreso de encontrar a situação na terra tão diferente. Terá de ser informado pelos membros da “grande multidão” a respeito das obras que Deus realizou no ínterim, em especial por dar Seu Filho como sacrifício expiatório. Terá de aprender também que as boas condições são o resultado do Reinado de Cristo. Estaria em harmonia com a benevolência de Deus presumir que os membros duma família e os amigos possam acolher de volta seus entes amados, que faleceram, assim como se deu nas ressurreições relatadas na Bíblia. (Lucas 7:12-15; 8:49-56; Hebreus 11:35) Daí, depois de um período de instrução, os ressuscitados, por sua vez, poderão acolher e ajudar seus entes queridos, ainda mortos, que subseqüentemente serão trazidos de volta. Deste modo, ninguém será ressuscitado num mundo totalmente desconhecido, mas, antes, num companheirismo cordial, sem ‘lacuna nas comunicações’. Este processo continuará até que todos os mortos resgatados estejam finalmente ressuscitados. Quão jubiloso será aquele tempo!
DEUS TORNA-SE “TODAS AS COISAS PARA COM TODOS”
19. Embora a perfeição venha por meio do governo milenar de Cristo, quando se concederá a vida eterna àqueles que estiverem na terra?
19 No fim dos mil anos, terão sido destruídos os últimos vestígios do pecado e de sua conseqüência, a morte. (1 Coríntios 15:26) Mas, será que alcançarem todos, então, esta perfeição na terra significa que tais pessoas não poderão mais pecar? Não, porque a Bíblia revela que aqueles que atingem este estado não terão garantida a vida eterna até que se provem fiéis contra o ataque final de Satanás, o Diabo. Quando o reino e o sacerdócio de Cristo realizarem o restabelecimento da perfeição, Cristo entregará o Reino de novo a Deus, e o homem novamente estará na relação com Deus que Adão teve. Restabelecer-se-á a situação existente no começo, e o destino derradeiro e duradouro do homem caberá só a Deus decidir. Deus permitirá este ataque de Satanás e de suas hostes demoníacas.
20. Que prova sobrevirá aos habitantes perfeitos da terra, no fim dos mil anos?
20 Revelação 20:7-10 descreve o que ocorrerá como prova para os habitantes da terra: “Ora, assim que tiverem terminado os mil anos, Satanás será solto de sua prisão [o abismo, onde foi lançado pouco antes do começo dos mil anos], e ele sairá para desencaminhar aquelas nações nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de ajuntá-los para a guerra. O número destes é como a areia do mar [um número não especificado, portanto humanamente indeterminável]. E avançaram sobre a largura da terra e cercaram o acampamento dos santos e a cidade amada. Mas desceu fogo do céu e os devorou. E o Diabo que os desencaminhava foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde já estavam tanto a fera como o falso profeta; e serão atormentados dia e noite, para todo o sempre.” — Veja Revelação 20:1-3.
21. (a) Que questão será novamente suscitada? (b) Qual será o resultado?
21 Esta profecia mostra que algumas das pessoas então na terra se agruparão para atacar os fiéis sobre ela. Serão induzidas a isso por Satanás e seus demônios. Por que fariam isso pessoas perfeitas? Assim como Adão e Eva, querem a independência de Deus. Estão convencidas de que há a oportunidade de fazer isso. Satanás oferecerá assim a ‘última resistência’, para vencer sua luta pela grande questão que ele suscitara originalmente, a saber, a questão da justeza do governo de Deus. Ele fracassará, porque os fiéis, sem dúvida constituindo a grande maioria da humanidade, permanecerão firmes. Daí, Satanás e os que o tiverem seguido serão lançados no “lago de fogo”. Este é a “segunda morte”, onde ficarão por toda a eternidade em ‘tormento’ (os carcereiros, na antiguidade, eram chamados de “atormentadores” [Mateus 18:34, Almeida, revista e corrigida]. Ficarão ‘encerrados’ para sempre na não-existência.
22. (a) Como pode Deus com segurança garantir a vida eterna na terra àqueles que permanecerem fiéis na prova final? (b) Que exemplo temos de que Deus pode conhecer alguém tão cabalmente, que pode ter a certeza de que ele nunca pecará?
22 Àqueles que fielmente se tiverem mantido firmes a favor do governo ou da soberania de Deus conceder-se-á então a vida eterna. Eles ‘passarão a viver’, quer dizer, terão garantida a vida real, (Revelação 20:4-6) Deus se tornará assim “todas as coisas para com todos”. (1 Coríntios 15:28) Mas, como pode Deus garantir com segurança que estes viverão para sempre? Porque ele conhece cabalmente os que o amam e que nunca se desviariam dele. Temos o exemplo desta capacidade de Deus no caso de Jesus Cristo, a quem Deus conhecia tão cabal e totalmente, que podia predizer que Cristo permaneceria fiel, em todas as provas. Deus fez até mesmo que seus profetas escrevessem de antemão sobre muitos dos próprios pormenores daquilo que Cristo faria em obediência a Deus, sob severas dificuldades. — Isaías 53:7, 11; Salmos 40:7-10; 45:7.
CUMPRIDO O PROPÓSITO DE DEUS PARA COM A TERRA
23. Como se usufruirá a vida, com plena oportunidade de usar os talentos e as habilidades para o bem-estar de todos na terra?
23 Assim, embora tenha levado tempo, o propósito de Deus para com a terra terá glorioso cumprimento. A terra será um grandioso paraíso, cheio de humanos que louvam a Deus e que têm amor uns aos outros. Mas, não ficará então a terra cheia demais? Não. Podemos ter a certeza de que Deus sabe o número de pessoas que podem viver confortavelmente na terra. De modo que pode reservar bastante espaço para montanhas e mares, bem como lugar para o habitat da vida selvática, para beleza e recreação. Ajustará as coisas de modo que não haja sensação de aperto, como se dá hoje no caso das grandes cidades. A vida será agradável, todas as pessoas estando em harmonia. No entanto, visto que estas variarão em personalidade e em dons e talentos, e habilidades, haverá infindáveis perspectivas de interesse e prazer a ser usufruídos na sua companhia. Os muitos campos de atividade fornecerão absorvente estudo, pesquisa e empreendimento, com um objetivo real e duradouro. Cada um poderá contribuir com seus talentos e habilidades para o bem-estar comum, e terá energia e tempo para isso. — Veja Isaías 40:29-31 e o princípio expresso em Eclesiastes 5:18-20.
24. (a) Qual será então a relação do homem com os animais? (b) Ocorrerão acidentes sérios?
24 Quando Deus criou o homem e a mulher, disse-lhes que subjugassem a terra e exercessem domínio sobre a criação animal. (Gênesis 1:28) A terra foi concedida como dádiva ao homem — seu lar. (Salmo 115:16) Portanto, o homem saberá como cuidar da terra, exercendo controle devido e amoroso sobre os animais. Os animais serão amigos do homem e instintivamente respeitarão seu domínio. Deus demonstrou isso quando restabeleceu o antigo Israel depois do exílio em Babilônia. (Oséias 2:18) De plena posse de suas faculdades, com todos os seus sentidos atentos, o homem não sofrerá acidentes sérios. Veja os animais no seu meio ambiente natural. O morcego, com seu equipamento de “sonar”, voa no escuro, evitando sem errar os objetos, mesmo tão finos como uma corda de piano. O pássaro pousa perfeitamente num galho ou ramo. Eles estão plenamente equipados para a vida que levam e gostam de viver. Com raciocínio ainda mais forte, podemos presumir que o homem, sendo superior aos animais, estará perfeitamente à vontade no seu meio ambiente.
25. Por que nunca se tornará a vida então monótona e tediosa?
25 O trabalho será então alegre. O homem não terá de comer o pão ‘no suor do seu rosto’, assim como se disse a Adão, depois de ele ter pecado. (Gênesis 3:19) O trabalho e o exercício de todas as suas faculdades manterão os homens ocupados em empreendimentos meritórios e objetivos. Assim como prefigurado no antigo Israel, quando aquele povo obedecia à lei, haverá ampla concessão de tempo para associação com os mais próximos e mais íntimos, bem como para conhecer novos amigos. Assim se terá amigos em toda a terra, os quais sempre permanecerão amigos. Tudo isso resultará de se fazer amizade com aqueles que mais amam a humanidade, Jeová Deus e seu Filho, Jesus Cristo. — João 15:14.
[Foto na página 169]
Quando Jesus Cristo esteve na terra, ele realmente trouxe os mortos de volta à vida.