ESTACA DE TORTURA
Instrumento tal como aquele em que Jesus Cristo sofreu a morte por ser pendurado nele. (Mat. 27:32-40; Mar. 15: 30; Luc. 23:26; João 19:17-19, 25) Em grego clássico, a palavra (staurós), traduzida “estaca de tortura” na Tradução do Novo Mundo, denota primariamente uma estaca ou poste ereto, e não existe nenhuma evidência de que os escritores das Escrituras Gregas Cristãs a usassem para designar uma estaca com uma viga transversal. — Veja PENDURAR NA ESTACA; Int, pp. 1155-1157; Tradução do Novo Mundo, ed. 1977, pp. 1145, 1146.
O livro The Non-Christian Cross (A Cruz Não-Cristã; pp. 23, 24), de John Denham Parsons, declara: “Não existe uma única sentença em qualquer dos inúmeros escritos que formam o Novo Testamento que, no grego original, forneça sequer evidência indireta no sentido de que a stauros usada no caso de Jesus fosse diferente da stauros comum; muito menos no sentido de que consistisse, não em um só pedaço de madeira, mas em dois pedaços pregados juntos em forma de uma cruz.
“. . . é um tanto desencaminhante, da parte de nossos mestres, traduzir a palavra stauros como ‘cruz’ ao verterem os documentos gregos da Igreja para a nossa língua nativa, e apoiarem tal medida por incluírem ‘cruz’ em nossos léxicos como sendo o significado de stauros, sem explicarem cuidadosamente que esse, de qualquer modo, não era o significado primário dessa palavra nos dias dos Apóstolos, que não se tornou seu significado primário senão muito depois disso, e só se tornou tal, se é que se tornou, porque, apesar da falta de evidência corroborativa, presumiu-se, por uma razão ou outra, que a stauros específica em que Jesus foi executado tinha esse determinado formato.”
POR QUE JESUS TINHA DE MORRER NUMA ESTACA
Na época em que Jeová Deus forneceu sua lei aos israelitas, eles assumiram a obrigação de cumprir os seus termos. (Êxo. 24:3) No entanto, quais descendentes do pecador Adão, não conseguiam fazê-lo com perfeição. Por este motivo, tornaram-se sujeitos à maldição da Lei. A fim de remover deles esta maldição especial, Jesus tinha de ser pendurado numa estaca, como um criminoso amaldiçoado. A respeito disto, escreveu o apóstolo Paulo: “Todos os que dependem de obras da lei estão sob maldição; porque está escrito: ‘Maldito é todo aquele que não continuar em todas as coisas escritas no rolo da Lei, a fim de as fazer.’ . . . Cristo nos livrou da maldição da Lei por meio duma compra, por se tornar maldição em nosso lugar, porque está escrito: ‘Maldito é todo aquele pendurado num madeiro.’ ” — Gál. 3:10-13.
USO FIGURADO
“Estaca de tortura” às vezes representa os sofrimentos, a vergonha ou a tortura experimentados por se ser um seguidor de Jesus Cristo. Conforme Jesus disse: “Aquele que não aceita a sua estaca de tortura e não me segue, não é digno de mim.” (Mat. 10:38; 16:24; Mar. 8:34; Luc. 9:23; 14:27) A expressão “estaca de tortura” também é usada de modo tal a representar a morte de Jesus na estaca, por meio da qual se tornam possíveis a redenção do pecado e a reconciliação com Deus. — 1 Cor. 1:17, 18.
A morte de Jesus na estaca de tortura constituiu a base para a remoção da Lei, que separara os judeus dos não-judeus. Por conseguinte, por aceitar a reconciliação tornada possível pela morte de Jesus, tanto os judeus como os não-judeus se tornariam ‘um só corpo com Deus, por intermédio da estaca de tortura’. (Efé. 2:11-16; Col. 1:20; 2:13, 14 Isto resultou ser uma pedra de tropeço para muitos judeus, visto insistirem que a circuncisão e a aderência à Lei mosaica eram essenciais para se obter a aprovação de Deus. É por isso que o apóstolo Paulo escreveu: “Irmãos, se eu ainda pregasse a circuncisão, por que estaria ainda sendo perseguido? Então, deveras, a pedra de tropeço da estaca de tortura foi abolida.” (Gál. 5:11) “Todos os que querem apresentar uma aparência agradável na carne são os que tentam compelir-vos a ser circuncidados, apenas para que não sejam perseguidos pela estaca de tortura do Cristo, Jesus. Que nunca ocorra que eu me jacte, exceto da estaca de tortura de nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem o mundo tem sido para mim pendurado numa estaca, e eu para o mundo.” (Gál. 6:12, 14) Por confessar a morte de Jesus na estaca de tortura como sendo a única base para se obter a salvação, Paulo era perseguido pelos judeus. Como conseqüência desta confissão, o mundo era, para o apóstolo, como algo pendurado na estaca, condenado ou morto, ao passo que o mundo o encarava com ódio, como um criminoso pendurado numa estaca.
As pessoas que abraçaram o cristianismo, mas que, depois disso, se voltaram para uma forma imoral de vida, provaram-se “inimigos da estaca de tortura do Cristo”. (Fil. 3:18, 19) Suas ações demonstravam que não tinham apreço pelos benefícios resultantes da morte de Jesus na estaca de tortura. Elas ‘pisavam o Filho de Deus’ e ‘consideravam de pouco valor o sangue do pacto com que foram santificadas’. — Heb. 10:29.