Novos sistemas de coisas

“Deus, que há muito falou em muitas ocasiões e de muitas maneiras a nossos pais pelos profetas, no fim destes dias nos tem falado por um Filho, a quem constituiu herdeiro de todos as coisas, e por meio de quem fez os sistemas de coisas”-Heb. 1:1, 2, NM.

 1. Por quem e com que fim fez Jeová novos sistemas de coisas?

JEOVÁ Deus é o Criador de justos sistemas de coisas. Todos estes estão debaixo de seu domínio supremo. Ele os tem disposto segundo uma ordem que conduz de um conjunto de coisas boas a coisas melhores ou mais sublimes, alcançando finalmente o auge da bondade que não nos deixa nada mais a desejar. Ele é um Deus de ordem e sabe para onde prossegue com seus arranjos. Seu alvo é livrar o universo inteiro de todas as forças da iniquidade e distúrbio. Isso fará por meio de seu governo prometido nas mãos de seu Filho glorificado, Jesus Cristo, trazendo desse modo toda a criação vivente, tanto visível como invisível, a uma relação pacífica e obediente para com seu Criador e Deus. Ao alcançar este alvo ele vindicará a si mesmo como o Soberano Legítimo de todo o universo. Com este fim ele fez uma série de sistemas de coisas para seguir uma após outra. Seu Filho efetua uma parte importantíssima na vindicação da soberania universal de Jeová, que o tem usado para fazer os sistemas de coisas.

 2. De quem não se provou digno este velho mundo? Como assim?

² Este presente sistema mundano de coisas sob Satanás, seu deus, só se permite por certo tempo. Não tem a aprovação divina. Tem tido no seu meio as testemunhas de Jeová Deus desde seu princípio após o Dilúvio, mas nunca conseguiu fazê-las parte de si mesmo. Elas foram deixadas neste mundo por Deus a fim de dar testemunho relativo a seu propósito de estabelecer o governo do novo mundo. Porém o mundo tem procedido de modo indigno da sua presença por desprezar sua mensagem e persegui-las ferozmente em razão dela. Com isto queremos dizer não apenas os profetas pré-cristãos desde Noé até João Batista, cujas façanhas e sofrimentos se descrevem no capítulo onze da carta de Paulo aos hebreus. Referimo-nos também ao pequeno rebanho de cristãos verdadeiros do qual há apenas um restante na terra no dia atual, sim, e à “grande multidão” das “outras ovelhas” que se agregaram a seu lado a fim de servir como testemunhas de Jeová junto com eles. A perseguição de todas estas testemunhas modernas do Deus Altíssimo desde a Primeira Guerra Mundial foi predita por Jesus, dizendo ele que seria um sinal claro da consumação deste sistema iníquo de Satanás. A perseguição dessas por parte do mundo se tornou notória, provando assim que este não é digno delas. Por conseguinte será destruído. —Heb. 11:38; Mat. 24:9; Apo. 7:9, 10, NM; João 10:16.

 3. Que obra haveria de evidenciar que tínhamos chegado à sua consumação?

³ Uma das evidências de que tínhamos chegado à sua consumação e que seu fim se aproximava seria uma obra de separação entre seus povos, sobretudo entre os que estão dentro da cristandade, que pretende ser o reino do cristianismo. Jesus descreveu de maneira pictórica o clímax da obra de separação e a destruição ardente dos cristãos falsos, e disse: “A ceifa é a consumação de um sistema de coisas, e os ceifeiros são anjos. Portanto, assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação do sistema de coisas. O Filho do homem enviará seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino todas as coisas que servem de tropeço e as pessoas que estão praticando a desordem, e lançá-las-ão na fornalha ardente. É ali que se dará seu choro e ranger de dentes.” Assemelhando a obra de separação a peixes apanhados numa rede, os bons e os maus, Jesus disse mais: “Assim será na consumação do sistema de coisas: os anjos sairão e separarão os maus dentre os justos e lançá-los-ão na fornalha ardente” Esta obra de separação tem estado em progresso desde 1919 E. C. em resultado do testemunho do Reino dado pelas testemunhas de Jeová em todas as nações da terra. Que o choro e ranger de dentes pelos rejeitados e indignos já começou, prova que estamos próximo ao clímax da obra de divisão e que está perto o fim consumado deste mundo. —Mat. 13:39-42, 47-50; 24:14, NM.

UMA CONSUMAÇÃO DE CERTAS COISAS HA DEZENOVE SÉCULOS

 4. Como sabemos de Hebreus 9:26 que há muito nós cristãos vivemos sob um novo sistema de coisas?

⁴ Alguns que herdarão o reino do vindouro novo mundo ainda vivem no meio deste velho mundo e seu arranjo de coisas. Mas, lembrai-vos, não fazem parte dele nem se conformam a ele. Sendo que eles não são do velho mundo, fazem parte do novo. E sabeis que já por dezenove séculos vivem debaixo dum novo sistema de coisas que Jeová Deus criou por seu Filho Jesus Cristo? Sim. Podeis saber e entender isto pelas palavras do apóstolo Paulo em Hebreus 9:26. Ele ali se refere ao sacrifício que Jesus fez de sua perfeita vida humana há dezenove séculos. Após lembrar-nos que Jesus não era um sacerdote levita que servia no templo em Jerusalém, ele acrescenta: “Doutra forma, teria de sofrer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos sistemas de coisas uma vez para sempre se manifestou para remover o pecado pelo sacrifício de si mesmo.” (NM) Essa consumação chegou a seu fim em 70 E. C. com a destruição da antiga Jerusalém e seu templo e com a dispersão da nação judaica por quase dezenove séculos. Ainda que o velho mundo continuasse a permanecer, não pode haver dúvida que ali terminaram certos sistemas para dar lugar a novos. Outra vez fala o apóstolo para provar isto. Conta-nos das obras infiéis dos judeus e dos castigos que lhes sobrevieram por esta razão no deserto após serem salvos do Egito. Daí ele declara: “Ora estas coisas lhes aconteciam como exemplos e foram escritas para advertência de nós a quem chegaram os fins consumados dos sistemas de coisas.” (1 Cor. 10:11, NM) Por isso perguntamos, Que fins chegaram sobre os cristãos naquela ocasião?

 5, 6. Qual foi um desses fins que chegou sobre os cristãos judeus?

⁵ Foram os fins dos sistemas de coisas que Deus tinha instituído entre seu povo escolhido em benefício deles até que chegasse Jesus Cristo e fosse sacrificado, ressuscitado dentre os mortos e glorificado à destra de Deus no céu. O anjo Gabriel predisse Daniel o ano exato em que apareceria o Messias, o Príncipe. Ele mostrou que o Messias seria cortado em sacrifício três anos e meio após Jesus ser ungido com o espírito de Deus, ou seja no meio duma semana de anos. Isso tornaria antiquados e sem mais efeito ou valor todos os sacrifícios de animais e outras oblações dos judeus no templo. Gabriel disse acerca de Jesus o Messias: “Ele fará uma firme aliança com muitos por uma semana de anos, na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação.” (Dan. 9:27) É certo que isto significou o fim do sistema judeu dos sacrifícios e oblações conforme exarado na lei de Moisés. Testificando acerca desse fim o apóstolo diz: “Cristo é o fim consumado da Lei, de modo que todo aquele que exerça fé tenha a justiça.”

⁶ Outra vez para o consolo das pessoas tanto dos gentios como dos judeus ele diz: “Por meio de sua carne ele aboliu o ódio, a Lei dos mandamentos que consistia em decretos, para que pudesse criar dos dois povos em união consigo um novo homem e fazer a paz, e reconciliar cabalmente ambos os povos com Deus num só corpo pelo madeiro de tortura.” Mais uma vez: “Deus . . . bondosamente nos perdoou todas as nossas transgressões e riscou o documento contra nós escrito à mão que consistia em decretos e que nos era contrário, e Ele o tirou do caminho cravando-o no madeiro de tortura. —Rom. 10:4 e Efé. 2:15, 16 e Col. 2:13, 14, NM.

 7, 8. Que outro sistema de coisas terminou ali, conforme declarou Paulo?

⁷ De modo que há dezenove séculos chegou o fim sobre aquele sistema da lei mosaica e seus sacrifícios de animais e oblações oferecidas pelos sacerdotes da tribo de Levi. Como? Pela morte de Jesus no madeiro de tortura, daí sua ressurreição e ascensão ao céu para oferecer a Deus o valor do seu Sacrifício humano. Trinta e sete anos mais tarde se deu mais prova de que tais sistemas tinham terminado quando os sacerdotes judeus foram privados à força de sua obra sacrificial pela destruição de seu templo típico, que não se restaurou até o dia presente. Não só isso, mas também chegou a um fim decisivo o sistema nacional por meio do qual os judeus tinham um rei que reinava sobre o “trono de Jeová” em Jerusalém. Como assim? Porque a nação judaica rejeitou a Jesus, Filho de David por Rei e após ser levantado dos mortos Jesus recusou restaurar o reino terrestre à nação de Israel natural. Ao invés, ele se sentou à destra de Deus no céu, esperando ali o ano de 1914 a fim de que Deus o entronasse para ser Rei celestial do justo novo mundo. —Heb. 10:12, 13.

⁸ Além disso, havia existido um sistema de sombras e tipos proféticos que dramatizavam as maravilhosas realidades vindouras, e, após Jesus ter ascendido ao céu, este sistema terminou. Então chegará o tempo dos cumprimentos a fim de provar que a Palavra de Deus foi fiel. (Col. 2:16, 17; Heb 10:1; 11:17-19) Também terminou o sistema mediante o qual Deus falou e proferiu sua mensagem pelos profetas hebreus desde Abraão até João Batista. No fim desses dias falou Deus aos homens por meio de seu Filho celestial Jesus Cristo e pelos seguidores de seu Filho a quem Deus adorou por filhos espirituais. (Heb. 1:1, 2) Visto que todos esses arranjos cessaram nessa ocasião, o apóstolo Paulo podia dizer corretamente há dezenove séculos que tinham chegado sobre ele e seus irmãos os fins consumados dos sistemas de coisas.

 9. Como foi prefigurada a atual obra divisora e também como foi mencionada tipicamente por João Batista e por Jesus?

⁹ Hoje se está efetuando uma obra divisora em escala mundial nesta consumação do sistema iníquo de Satanás. Para prefigurar isto, efetuou-se uma obra de separação no meio da nação judaica na Palestina até que sobreveio ardente destruição à sua capital e ao seu templo no ano 70. João Batista o predisse ao falar da vinda do Messias, dizendo: “Aquele vos batizará com espírito santo e com fogo. Sua joeira está na mão, e ele limpará bem a sua eira, e recolherá o seu trigo ao celeiro, mas queimará a palha com o fogo inextinguível.” (Mat. 3:11, 12, NM) O trigo recolhido ao celeiro foi o restante judaico que se definiu ao lado de Jesus por Messias Príncipe. Foram batizados com o espírito santo desde o dia de Pentecostes em diante. A palha que se queimou foi a nação judaica em geral, que ficou ao lado de César contra Jesus. Foram balizados com o fogo da ira de Deus mormente desde 70 (E. C.) em diante. O próprio Jesus se referiu à obra divisora entre os judeus com a qual terminaram esses velhos sistemas de coisas. Referiu-se aos judeus crentes que haveriam de ser ceifados dentre a nação infiel, sendo ele próprio o Ceifeiro Principal, e disse: “Levantai vossos olhos e vede os campos, que já estão brancos para a ceifa. O ceifeiro já está recebendo recompensa e ajuntando fruto para a vida eterna, para que o semeador e o ceifeiro juntamente se regozijem. Neste sentido é verdadeiro o ditado, Um é o semeador e outro o ceifeiro. Eu vos enviei a ceifar o que vós não trabalhastes. Outros trabalharam, e vós entrastes no benefício de seu trabalho.” —João 4:35-38, NM.