O Memorial – Tendes necessidade de participar?
“Primeiro aprove a si mesmo o homem depois de se examinar, e assim coma do pão e beba do cálice.”—1 Cor. 11:28, NM.
Todo ano em princípios da primavera setentrional as nações tem presenciado a celebração de refeições religiosas por certos sistemas de crença, as quais parecem relacionadas. Este ano os judeus tomam a sua ceia pascal na noite de quarta-feira, 9 de abril, e os católicos romanos bem como os protestantes celebram a sexta-feira santa em 11 de abril, ao passo que os sistemas católicos gregos a celebram na sexta-feira seguinte, 18 de abril.
As milhares de companhias das testemunhas de Jeová através da terra em 121 países celebram a ceia que memoriza a morte de Cristo na noite de quinta-feira, 10 de abril. O motivo pelo qual a celebração judaica e as celebrações dos professos cristãos estão tão perto quanto ao tempo é que a ceia para memorizar a morte de Cristo foi instituída na noite da páscoa, logo após Jesus e seus fiéis apóstolos terem participado da ceia pascal sendo todos eles judeus por natureza. Ali Jesus Cristo emitiu instruções para seus seguidores a celebrarem anualmente nessa data aniversária. As testemunhas de Jeová obedecem estritamente ás suas instruções, celebrando a ceia memorial na data aniversária, a saber, no dia 14 do mês judaico nisã, ao passo que as seitas católicas e protestantes realizam uma celebração no dia da semana, sexta-feira, mais próximo a 14 de nisã, sendo sexta-feira o dia em que ele foi pregado no madeiro no Calvário para morrer como mártir.
1, 2. Qual é a pergunta aqui, e que nos disse Paulo em conselho?
PARTICIPAR ou não participar — eis a questão. Católico ou protestante, cristão ou não-cristão, vós precisais responder a esta questão relativa à ceia memorial do Senhor. O apóstolo Paulo diz em conselho a todos nós:
2 “Recebi do Senhor o que também vos transmiti, que o Senhor Jesus na noite em que ele estava para ser entregue tomou pão e, havendo dado graças, o partiu e disse: ‘Isto representa meu corpo que é por vós. Continuai a fazer isto em memória de mim.’ Também fez a mesma coisa com respeito ao cálice, depois de ter tomado a refeição da noite, dizendo: ‘Este cálice significa o novo concerto em virtude de meu sangue. Continuai a fazer isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.’ Pois todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele chegue. Em consequência, quem comer o pão e beber o cálice do Senhor indignamente será culpado com respeito ao corpo e ao sangue do Senhor. Primeiro aprove a si mesmo o homem depois de se examinar, e assim coma do pão e beba do cálice. Porque quem come e bebe, come e bebe sua própria condenação se não discernir o corpo. Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes e muitos dormem na morte. Mas se discerníssemos o que nós próprios somos, não seríamos julgados. Quando, porém, somos julgados, somos disciplinados por Jeová, para não sermos condenados com o mundo. Consequentemente, meus irmãos, quando vos ajuntais para comê-la, esperai uns pelos outros. Se alguém tiver fome, coma em casa, a fim de que não vos reunais para julgamento.” — 1 Cor. 11:23-24, NM.
3, 4. Sobre que pessoas espiritualmente desordenadas perguntamos, e por quê?
3 Estais entre os que Paulo no seu dia disse que dormiam na morte ao passo que muitos outros estavam fracos e doentes, no sentido espiritual? O motivo de perguntarmos é porque hoje centenas de milhões realizam pelo menos uma forma de celebração da ceia do Senhor ou eucaristia, conforme o chamam, e mesmo assim qual é a sua condição espiritual? Essas centenas de milhões de católicos e protestantes da cristandade estão espiritualmente muito enfermos, fraquíssimos na fé e prática cristãs. Muitos estão espiritualmente mortos quanto a responderem e se tornarem vivos à gloriosa mensagem do reino de Deus a qual as testemunhas de Jeová proclamam hoje por todo o mundo. A sua condição social, moral e religiosa se conforma com a descrição dada pelo apóstolo Paulo nas seguintes palavras:
4 “Os homens serão amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, sem benignidade, não tendo afeição natural, intratáveis, caluniadores, incontinentes, desumanos, inimigos do bem, traidores, atrevidos, inchados com amor próprio, mais amigos dos prazeres do que de Deus, tendo uma aparência de devoção pia, mas provando-se falsos ao seu poder; . . . os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados.”—2 Tim. 3:2-5, 13, NM.
5, 6. (a) Que significa a condição da cristandade que fica cada vez pior, e qual é a raiz da dificuldade? (b) Que pergunta precisamos decidir com inteligência para evitarmos incorrer em julgamento?
5 Essa condição fica cada vez pior na cristandade ano após ano. Que significa isto? Significa os “últimos dias” da cristandade e deste mundo. Sim, e todos os que permanecem nesta condição espiritual baixa enfrentam a destruição na guerra universal do Armagedon no qual findará este mundano sistema de coisas. Pois o apóstolo prefacia a descrição acima com as palavras: “Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos críticos, difíceis de suportar.” A maioria destes religiosos que têm aparência de devoção piedosa trata, pelo menos uma vez por ano na sua sexta-feira santa, de tomar o que chamam de “santa comunhão”. Que é, então, responsável pela sua saúde espiritual perigosamente baixa? O mesmo apóstolo diagnostica a raiz das suas dificuldades, dizendo na sua discussão da ceia do Senhor: “Primeiro aprove a si mesmo o homem depois de se examinar, e assim coma do pão e beba do cálice. Porque quem come e bebe, come e bebe sua própria condenação se não discernir o corpo.” Ah, aí está a dificuldade! “Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes e muitos dormem na morte.”—1 Cor. 11:28-30, NM.
6 Eles não entendem o significado dos emblemas da ceia memorial que Jesus usou. Não apreciam nem tomam a sério sua responsabilidade em participarem de tais emblemas, até em pretensão. Por isso manifestam que são falsos ao poder da real devoção piedosa nas suas vidas e estão fracos e doentes neste sentido, se não estiverem já num sono de morte. A data aniversária da ceia do Senhor já se está aproximando. Convém que continue a ser observada “até que ele chegue.” Participareis ou sois dignos de participar daquela refeição memorial com os seguidores de Cristo? Sois obrigados pelo mandado do Senhor a participar ou estais excluídos dela? Essa é uma pergunta que cada qual precisa decidir para si mesmo depois de se examinar. Convém que os participadores estejam alertas para discernir o corpo do Senhor e apreciem o que lhe significa participarem dos emblemas memoriais. De outra sorte participarão para seu julgamento.
DIVERGÊNCIA DE ENTENDIMENTO
7, 8. Que resultados da divergência de entendimento revelam doença espiritual, e sobre que palavras há grande disputa?
7 A divergência de entendimento sôbre o significado dos emblemas memoriais causou grandes cisões e controvérsias religiosas, sim, guerras e perseguições religiosas em que muito sangue humano foi derramado e se perpetraram horrorizantes crueldades não-cristãs. Tudo isso é evidência de paupérrima saúde espiritual em virtude de não se discernir o corpo do Senhor. A grande disputa sôbre o que significam as palavras conduziu a todas as espécies de impiedade. A fim de que tenhamos perante nós o relato das palavras de Jesus e dos privilégios que ele conferiu aos seus seguidores, citamos aqui o relato da introdução da ceia memoriaI aos seus verdadeiros discípulos:
8 “E os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam as coisas para a páscoa. Quando, então, a tarde tinha caído, êle se reclinava à mesa com os doze discípulos. . . . Enquanto comiam, tomou Jesus o pão e, tendo pronunciado uma bênção, ele o partiu e, dando-o aos discípulos, disse: ‘Tomai, comei. Este significa meu corpo.’ Também tomou um cálice e, tendo dado graças, ele deu-lho, dizendo: ’Bebei dele, todos vós; pois este significa meu “sangue do concerto” que será derramado por muitos para remissão dos pecados. Mas digo-vos, absolutamente não beberei deste produto da videira até aquele dia em que o beber de novo convosco no reino de meu pai.’” —Mat. 26:19-29, NM; Mar. 14:22-25, Mo.
9. Por que objetarão muitos à tradução acima, em que insistem e que pretendem?
9 Muitos sem dúvida se oporão à tradução acima citada. Por quê? Porque reza, “Este significa meu corpo,” “Este significa meu sangue.” Objetarão, ainda que a tradução de Moffatt reze, “Isto significa meu corpo,” “Este significa meu sangue”; e a tradução de Carlos B. Williams reza, “Isto representa meu corpo,” “Este representa meu sangue.” (Vide também a nota marginal ao pé da página da tradução de Weymouth sôbre Mateus 26:26) Os objetores alegarão que isto é interpretação ou exposição, e não tradução. Insistem na leitura da Versão Soares católica ou da Versão Almeida protestante ou da Versão de Lutero, todas as quais rezam: “Isto é o meu corpo,” “Isto é o meu sangue.” Alegam que ao pronunciar Jesus estas palavras efetuou-se alguma mudança material ou essencial no pão ázimo e vinho que ele então manejava.
10. Quais são as pretensões dos clérigos quanto à transubstanciação, e por isso que pretendem criar e sacrificar?
10 Os clérigos católicos ensinam a doutrina da transubstanciação, isto é, que o pão e vinho foram literalmente mudados em substância e se tornaram a carne e sangue de Jesus quando ele disse essas palavras. Os católicos gregos ou ortodoxos também o chamam de transmutação. Pretendem, porém, que é o espirito santo que transmuta o pão e vinho na carne e sangue literais de Jesus, e não o sacerdote ortodoxo que consagra o pão e o vinho usados. O sacerdote ora sôbre eles para que o espírito santo produza esta alteração milagrosa. Os clérigos católicos romanos alegam que e o celebrante que miraculosamente transforma a hóstia e o vinho em carne e sangue humanos, pronunciando as palavras que Jesus falou quando ofereceu estes emblemas a seus fieis apóstolos. Destarte, sendo que pela sua crença na trindade eles pretendem que Jesus é o Deus Todo-poderoso, o sacerdote chama a Deus para descer dos céus sôbre seus altares de missa e o cria para sacrifício. Deus é a criação deles, e esta vez são eles que efetuam a morte sacrificial: não os soldados romanos que às ordens de Pôncio Pilatos e instigados pelos sacerdotes, escribas e sinédrio judeus o fizeram há dezenove séculos.
11. Qual é a doutrina concernente à “missa”, e como faz que Deus seja sujeito e o povo dependente?
11 Na sua definição de “Missa”, The National Catholic Almanac de 1948 diz: “A Missa é a exangue renovação do Sacrifício do Nosso Senhor sôbre a Cruz.” Pergunta 365 de A Catechism of Christian Doctrine (Edição Revisada do Catecismo de Baltimore) publicado em 1949, pergunta, “Quem celebrou a primeira Missa?” Ele responde: “Nosso divino Salvador celebrou a primeira Missa, na Última Ceia, na noite antes de Ele morrer.” Hoje a igreja católica romana geralmente oferece a congregação leiga apenas o pão da missa. Para desculpar esta oferta só do pão a eles esse Catecismo dá a seguinte resposta à sua pergunta 366: “(b) Não é necessário que recebemos o corpo e sangue de Nosso Senhor tanto sob as aparências do pão como sob as do vinho. Cristo está inteiramente presente sob as aparências do pão, bem como sob as do vinho. Portanto. o recebemos total e inteiro sob as aparências do pão só ou do vinho só. (c) Nalgumas igrejas orientais os fiéis recebem a Santa Comunhão sob as aparências tanto do pão como do vinho. Na igreja ocidental os fiéis recebem a comunhão apenas sob as aparências do pão.” Visto que tal doutrina limita o poder de causar a transubstanciação aos sacerdotes religiosos, os glorifica como tendo o próprio Deus debaixo de sua autoridade. Faz que a congregação leiga dependa absolutamente dos sacerdotes, de modo que, se não houver um sacerdote presente, o povo não pode celebrar a ceia do Senhor.
12. Que é a consubstanciação, e que mostra que ela bem como a transubstanciação não são o discernimento do corpo do Senhor?
12 Muitos protestantes crêem no que se chama consubstanciação. Em conformidade com isto, o pão e vinho ainda na realidade permanecem tais, mas por causa da sua consagração pelo celebrante, a pessoa que participa deles recebe o verdadeiro corpo e sangue de Jesus Cristo junto com o pão e vinho. Semelhante à transubstanciação, tudo isso exige muita fé, porque ainda deixa que o participador veja e prove só pão e vinho literais. Realmente, pois, é isto o que significa discernir o corpo do Senhor? Diz se que tôdas essas celebrações as quais se atribuem a consubstanciação e a transubstanciação dão muita graça. Se, porém, são o discernimento correto do corpo do Senhor, por que não vem acompanhadas de tal graça divina? Por que é tão fraca, tão doentio, ou até morta a condição espiritual do povo da cristandade? A atual condição das seitas religiosas da cristandade nega que na verdade discernem o corpo do Senhor, porque a grande graça espiritual que se esperava resultasse está muito em falta. Se aquelas centenas de milhões dos comungantes na cristandade tivessem discernido o corpo do Senhor e harmonizado suas vidas com isso, duas guerras mundiais dentro de uma geração jamais teriam mutilado a cristandade, além de todos os demais conflitos sangrentos travados no próprio centro da cristandade durante os séculos. Que a transubstanciação e a consubstanciação, sôbre as quais havia tais controvérsias, não são apostólicas, por isso são anticristãs, torna-se claro quando as examinamos à luz das Sagradas Escrituras.
INDICADA QUALQUER MUDANÇA DE SUBSTÂNCIA?
13. Que palavras revelam que o pão não se tornou carne sacrificial e que o vinho era ainda vinho?
13 Examinemos as próprias palavras de Jesus. A Versão Soares católica reza: “E, depois de tomar o pão, deu graças, e partiu, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim.” (Luc. 22:19, So.) Se ele tivesse indicado que o pão se tinha transformado em sua carne, teria própriamente dito, ‘Fazei isto em sacrifício de mim.’ Ao invés, ele disse que o fizessem “em memória de mim”, indicando que o pão ainda era pão, sendo um mero símbolo de seu corpo. Notamos a mesma coisa relativo ao vinho. Mateus 26:27-29 (So) reza: “E, tomando o cálice, deu graças, e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos. Porque isto é o meu sangue do novo testamento, o qual SERÁ derramado por muitos para remissão dos pecados. Mas digo-vos: desta hora em diante não beberei mais dêste fruto da videira até àquele dia, em que o beberei novo convosco no reino de meu Pai.” (Mar. 14:23-25, So) Notai que Jesus aqui indicou que o líquido no cálice ainda era vinho literal, pois disse: “desta hora em diante não beberei mais dêste fruto da videira.” não, desta hora em diante beberei dêste sangue.
14. Que outros fatos manifestam que o vinho não se tinha tornado o sangue de Jesus?
14 Outro fato revelando que não era seu sangue foram as palavras de Jesus: “Isto é o meu sangue do novo testamento, o qual SERÁ derramado.” Isto revela claramente que seu sangue não estava ali sendo derramado pela transubstanciação e por ser engolido pelos apóstolos. Não só diz aqui a Versão Soares, “será derramado” mas também a Vulgata latina da qual foi traduzida reza assim. A tradução de 1943 do mons. R. A. Knox diz, “há de ser derramado.” E em Lucas 22:19, Knox o verte: “Isto é o meu corpo, que há de ser dado por vós.” A Tradução de Novo Mundo também reza, “será derramado,” e, “será dado,” indicando um tempo futuro, a saber, quando Jesus foi pendurado no madeiro no Calvário. Portanto pelas suas palavras Jesus não queria dizer que o pão e vinho eram sua própria carne e sangue, da mesma forma que o apóstolo Paulo não queria dizer que uma pedra literal era Jesus pelas suas palavras: “bebiam da pedra espiritual que os seguia; e esta pedra era Cristo.” (1 Cor. 10:4, So) A pedra da qual os israelitas bebiam meramente representava ou simbolizava a Cristo. De igual maneira os emblemas do Memorial meramente simbolizavam ou representavam o corpo e sangue de Cristo.
15. Se fosse transubstanciado, que espécie de sangue precisaria ser? Por quê?
15 Se o vinho no cálice fosse sangue, teria sido sangue sintético, assim como a água que Jesus tornou em vinho nas bodas em Caná era vinho sintético, pois não veio diretamente duma videira. Jesus disse que o vinha no cálice memorial era o fruto da videira. Veio duma videira, não das veias de Jesus. Portanto por um milagre êste se poderia ter tornado apenas sangue sintético, sendo que Jesus ainda tinha no corpo os litros normais de sangue. Quando imaginamos os milhares de edifícios eclesiásticos em que se celebra a missa diariamente cada ano, produz-se assim mais “sangue” do que um humano normal poderia fornecer num só dia ou do que poderia ser extraído para transfusões sanguíneas médicas. Segundo a teoria da missa, seria necessário que Jesus fosse um grande reservatório de sangue, para ser extraído como se fosse dum banco de sangue para transfusão aos comungantes mediante o cálice da comunhão. Isto é extremamente irracional. Explica por que os clérigos dizem que é um mistério, um mistério no sentido de como podia ser verdadeiro.
16. Pela sua missa, de que os clérigos se tornam culpados, e por que não poderia um sacrifício exangue purificar os pecados?
16 Pela sua própria teoria os clérigos tornam-se culpados de derramar novamente o sangue de Cristo. Amedrontaram-se alguns católicos a não verificar se o pão colocado na boca é verdadeira carne, sendo advertidos de que se não o engolirem mas o retiverem na boca, extraírem-no fora da igreja e o furarem com um alfinete, sairá sangue. Contudo a definição católica da missa explica que ela é “exangue renovação do sacrifício” de Cristo. Se for exangue, então como pode fazer o que êles pretendem que faz, efetuar a remissão dos pecados humanos? O apóstolo diz: “Quase tôdas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue: e sem efusão de sangue não há remissão.” —Heb. 9:22, So; Knox.
CONTRA O RESGATE
17, 18. Por que o pão e vinho transubstanciados não podem ser o sacrifício de Jesus nem providenciar redenção e remissão de pecados?
17 Se fosse convertido em carne e sangue pelo espírito santo ou pelas palavras mágicas do sacerdote, como poderia o pão e o vinho no altar da missa ser o sacrifício de Jesus? Quando muito, o pão pode representar apenas o mesmo pêso de carne humana, e o vinho apenas essa quantidade de sangue humano, certamente não a quantidade de carne e sangue que entram na composição do corpo humano normal. Jesus Cristo, porém, sacrificou um corpo humano inteiro e perfeito com seu pleno complemento de sangue. Quando muito, o pão e o vinho da missa chegariam a ser um mero fragmento do corpo e sangue.
18 Um fragmento ou pequena parte não poderia ser aceitável a Deus como resgate pelos pecadores. Relativo aos requisitos do resgate a lei justa e perfeita de Deus mediante seu profeta Moisés diz: “Exigirás vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé.” (Deu. 19:21, So; Êxo. 21:23-25) Adão, o filho humano perfeito de Deus no Éden, pecou e assim perdeu para si mesmo e para sua futura descendência, a vida humana perfeita e todo direito a esta. Jesus disse que ele veio para “dar a sua vida em resgate de muitos”. Êle podia fazê-lo, porque era homem perfeito com pleno direito à vida humana e então era o “último Adão”. Entregando todos esses valores humanos em sacrifício, ele forneceu o resgate correspondente. O apóstolo nos diz: “Há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus; o qual se deu a si mesmo em resgate por todos.” (Mat. 20:28; 1 Cor. 15:45 e 1 Tim. 2:5, 6, NTR) Um resgate exigia o sacrifício inteiro, não apenas uma parte dêle, ao passo que por pêso, tamanho e quantidade o pão e vinho não poderiam igualar pela transubstanciação mais do que uma parte do sacrifício exigido. Jamais poderia ser resgate suficiente para a humanidade e efetuar a redenção e remissão dos pecados.
19. Que significa a teoria da missa quanto ao sacrifício original de Jesus, bem como ao novo concerto, portanto porque é errado?
19 Mas os clérigos dizem ser necessário que se sacrifique a Jesus todos os dias na missa a fim de assegurar a remissão dos pecados cometidos por um católico após se ter tornado membro confirmado da igreja. Isto significaria que não bastava o sacrifício dado por Jesus no Calvário, o qual era inadequado, e se precisa renovar. Se fosse necessário renovar e repetir muitas vezes o sacrifício de Cristo, para obtermos remissão de nossos pecados diários, então significaria que também seria necessário renovaro “novo concerto” pelo sacrifício outra vez do Salvador. Se o único sacrifício não valia pelos pecados, tão pouco valia pelo novo concerto, em conformidade com o qual Deus perdoa pecados e não se lembra mais deles. Lembrai-vos de que Jesus disse relativo ao vinho: “Êste cálice é o novo concerto em meu sangue.” (Luc. 22:20, Confrat. Cat). Não é bíblica, porém, tal renovação do novo concerto. O antigo concerto da lei que Deus celebrou com Israel tendo Moisés por mediador foi substituído pelo novo concerto do qual Jesus foi mediador. A inauguração do antigo concerto da lei mosaica prefigurou a inauguração do novo concerto pelo glorificado Jesus em Pentecostes de 33 E.C. O antigo concerto da lei não era inaugurado e renovado cada ano com novos sacrifícios. O único conjunto de sacrifícios que Moisés ofereceu no Sinai foi bastante para a vida inteira desse concerto da lei. Naquela ocasião o mediador Moisés disse: “Este é o sangue do concerto que Deus ordenou para vós.” (Heb. 9:17-20, Confrat. Cat.) Semelhantemente o novo concerto não precisa ser renovado por novos sacrifícios. Supõe-se que o sacrifício da missa fornece à cada celebração mais “sangue do novo concerto”. Portanto está errado.
20, 21. Por que Jesus não podia morrer outra vez, e que nega a missa com respeito a seu sacrifício original?
20 Como poderia Jesus Cristo ser sacrificado de novo, até mais uma vez? O apóstolo Paulo nos escreve: “Cristo, ressuscitado dos mortos, não morre mais, nem a morte terá sôbre ele mais domínio. Porque, quanto a ele morrer pelo pecado, morreu uma só vez; mas, quanto a viver, vive para Deus.” (Rom. 6:9, 10, So) Pelo poder duma vida imortal ele continua a viver e assim pode mediar pelos fiéis crentes até que se efetue por completo sua libertação do pecado. A sua imortalidade, recebida por ele na ressurreição dentre os mortos, impede para todo o sempre que morra outra vez. Portanto ele pode ser agora o Sumo Sacerdote sempiterno, por que já possui a “virtude duma vida indissolúvel”. Conforme diz o apóstolo relativo a ele: “Este, porque permanece para sempre, tem um sacerdócio que não passa. Por isso pode salvar perpetuamente os que por ele mesmo se aproximam de Deus, vivendo sempre [não, morrendo sempre] para interceder por nós. Que não tem necessidade, como (os outros) sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiramente pelos seus pecados, depois pelos do povo; porque fêz isto uma só vez, oferecendo-se a si mesmo.” —Heb. 7:16, 24, 25, 27, So.
21 O único sacrifício de Cristo Jesus tem suficiente valor para ser aplicado em todos os tempos pelos pecados da humanidade até que sejam finalmente apagados. A teoria da missa nega esta verdade bíblica.
22. Que característica dos sacrifícios no dia da expiação revela que a missa não tira o pecado visto que precisa ser repetida?
22 Por que faz isto foi ilustrado pelos sacrifícios judeus sob o concerto da lei de Israel. Cada ano no dia da expiação era necessário que se fizesse de novo o sacrifício do novilho e do bode de Jeová e se levasse o sangue desses para dentro do santíssimo e o aspergisse perante o propiciatório sagrado. Por quê? Porque aqueles sacrifícios não eram humanos e nunca podiam tirar os pecados humanos, deixando a consciência humana livre da culpa do pecado. Se na verdade tivessem purificado a consciência humana da percepção do pecado, teriam cessado de ser oferecido. “Efetivamente a lei, tendo a sombra dos bens futuros, não a mesma imagem das coisas, nunca pode, com aquelas mesmas vítimas que se oferecem incessantemente cada ano, tornar perfeitos os que se aproximam; doutra sorte teriam cessado de as oferecer; porque os sacrificadores, uma vez purificados, não mais teriam tido consciência de pecado. Mas nestes sacrifícios faz-se memória dos pecados todos os anos, porque é impossível que, com o sangue dos touros e dos bodes, se tirem os pecados.” (Heb. 10:1-4, So) Que os católicos tem uma verdadeira percepção do pecado, exigindo que assistam à repetição da missa prova que o suposto “sacrifício da missa” não tira seus pecados da mesma forma que aqueles sacrifícios dos bois e dos bodes não o tiravam.
23. Por que Jesus não precisa descer do céu repetidas vezes a fim de ser sacrificado?
23 Mas o único sacrifício da vida humana perfeita de Cristo traz ao crente a justificação e uma consciência livre do pecado. Assim Jesus não precisa descer do céu ao mandado do sacerdote católico cada vez que este celebra a missa e sintetizar carne e sangue para que o sacerdote e a congregação os sacrifiquem, comam e engulam de modo canibalesco. Como Sumo Sacerdote, Jesus não está sujeito a sacerdote algum na terra. De outra sorte, como é ele Sumo Sacerdote? Quarenta dias após sua ressurreição dentre os mortos ele ascendeu ao céu e se assentou à destra de Deus. Desde que apresentou a Deus um sacrifício perfeito que basta eternamente, ele não precisa deixar seu lugar para descer, ser feito carne e sangue de novo e ser sacrificado. Portanto ele pode permanecer sentado lá em cima e esperar até que chegue o devido tempo para Deus cumprir sua promessa registada no Salmo 110:1-4: “Diz Jehovah ao meu Senhor: Senta-te á minha mão direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabello dos teus pés. Jehovah enviará de Sião o sceptro do teu poder, dizendo: Domina no meio dos teus inimigos . . . Jehovah jurou, e não se arrependerá: “Tu és sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedec.” (Salmo 109:1-4, So; Confrat. Cat.) Portanto êle esperava no céu sem interrupção até que o “tempo do fim” dêste mundo começasse em 1914.
24, 25. Como o apóstolo prova isto em Hebreus 10:10-18, e por que, então, necessita-se de um só sacrifício?
24 Notai, pois, que o apóstolo usa isto para provar que Jesus não repetiu seu sacrifício por não ter necessidade de repeti-lo, sendo que seu sacrifício originaI vale durante tôda a época do pecado humano. Em Hebreus 10:10-18 (Ne) êle diz: “Por essa vontade é que nós somos santificados, pela oblação do corpo de Jesus Cristo, uma vez para sempre. E assim todo sacerdote se apresenta cada dia a exercer o seu ministério e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios que nunca podem tirar os pecados. Ao passo que este, tendo oferecido um só sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus, esperando apenas até que os seus inimigos sejam postos como escabelo de seus pés. Pois com um só sacrifício, alcançou para sempre a perfeição para os que foram santificados. É o que também nos atesta o Espírito Santo. Porque depois de ter dito: ‘Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias’, acrescenta o Senhor: ‘Porei as minhas leis em seus corações e as escreverei em suas mentes, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados, e iniquidades’. Ora, onde os pecados estão perdoados, não há mais que oferecer sacrifício pelos pecados.”
25 Os pecados que Deus perdoa segundo o novo concerto são realmente cancelados e os santificados são aperfeiçoados eternamente pelo “um só sacrifício”, a “oblação do corpo de Jesus Cristo, uma vez para sempre”. De modo que absolutamente não há necessidade de que se derrame o “sangue do novo concerto” de Jesus nem sequer mais uma vez. Não se precisa de outra oferta pelo pecado além da única que Jesus fez no Calvário.
O DESVENDAR DUMA CRASSA FRAUDE
26. Ao comparar a missa com o sacrifício do dia da expiação, como se mostra a opinião dos sacerdotes católicos romanos sobre o sacrifício do Jesus?
26 Apenas uma vez por ano para a nação toda de Israel e em um só templo, no de Jerusalém, era necessário que o antigo sumo sacerdote judeu oferecesse um novilho e um bode em sacrifício no dia de expiação. É estranho que os sacerdotes católicos romanos se julguem obrigados a oferecer a missa 365 ou 366 dias por ano, inúmeras vezes por dia, em muitos altares, e não na cidade chamada pelo nome de Deus, Jerusalém. É claro que não crêem que o único sacrifício de Jesus era superior aos anuais sacrifícios judeus do dia da expiação, os quais não podiam tirar os pecados. Mas, além disso, seu “sacrifício da missa” não consegue nem poderá conseguir a redenção e a remissão dos pecados para as pessoas que assistem à missa, por outro poderoso motivo.
27, 28. Por que outro poderoso motivo a missa não remove o pecado?
27 Qual? É o seguinte: o sacerdote que pretende quebrar de novo o corpo de Jesus e derramar de novo seu sangue não ascende ao céu com o sacrifício para apresentá-lo a Deus por si mesmo e pelos seus paroquianos. Até no caso de Jesus não foi suficiente fazer seu sacrifício na terra. Jesus também tinha de ascender aos céus para apresentar seu sacrifício a Deus. Ele não levou consigo seu corpo humano para o trono do Rei lá em cima, pois “a carne e o sangue não podem obter parte alguma no reino de Deus”. (1 Cor. 15:50, Confrat. Cat.) Quando, no dia da expiação, o sumo sacerdote judeu entrava no Santíssimo do templo, o qual prefigurava a presença de Deus, êle não levava consigo os corpos carnais do novilho e do bode. Levava apenas o sangue, que representa a vida. Assim, também, Jesus não levou seu corpo carnal aos céus para aparecer com ele na presença de Deus. Ele levou consigo o mérito ou valor da sua vida humana, simbolizada pelo sangue. Foi este que êle apresentou a Deus como sacrifício resgatador para tirar os pecados. (Heb. 13:11, 12; Lev. 17:11-14; 16:14-16) Pela apresentação do seu sacrifício nos céus ele lançou a fundação do vindouro justo novo mundo. Portanto ele não precisa mais sofrer muitas vêzes em sacrifício. Lemos:
28 “Era, pois, necessário que as cópias das realidades celestiais fossem purificadas com essas coisas, mas as mesmas realidades celestiais exigem melhores sacrifícios do que êstes. Porque Jesus não entrou num santuário feito por mãos, mera cópia do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; nem também entrou para se oferecer muitas vêzes, como o sumo sacerdote [de Israel] de ano em ano entra no santuário com sangue alheio; pois neste caso ser-lhe-ia necessário padecer muitas vêzes desde o princípio do mundo. Mas o caso é que, no fim das épocas uma vez por todas, apareceu para destruir o pecado pelo sacrifício de si mesmo. E assim como aos homens está ordenado que morram uma só vez mas depois disso vem o juízo, assim também Cristo se ofereceu [quantas vezes?] uma só vez para tirar os pecados de muitos; a segunda vez aparecerá sem parte alguma no pecado aos que o esperam, para salvação.” —Heb 9:23-28, CC.
29. Por que Cristo Jesus torna necessário que o próprio sacerdote católico complete seu sacrifício da missa?
29 Segundo todo êste testemunho bíblico inspirado Jesus considera suficiente seu único sacrifício de há dezenove séculos. Portanto êle não aceitaria o sacrifício da missa como sendo acréscimo indispensável a seu único perfeito sacrifício, de modo que não o apresentaria a Deus. A fim de que se apresentasse a Deus, seria necessário que o próprio sacerdote católico que celebra a missa imitasse a Jesus e ascendesse ao céu para chegar na presença de Deus. Visto que o sacerdote clerical pecaminoso o não pode fazer, seu sacrifício da missa não pode efetuar o cancelamento dos pecados para os católicos.