Perspectivas dos que temem a Jeová para 1955
“Das más notícias não se arreceia; o seu coração é firme, confiando em Jehovah.” — Sal. 112:7.
1. Em que base podemos pensar nas melhores perspectivas para 1955 o gritar “aleluia”?
AO ENFRENTAR 1955 e os anos que seguirão, não se sente com vontade de gritar “aleluia”? Há tôda razão para que assim faça, se fôr um dos que temem o Altíssimo sôbre tôda a terra, o Deus a quem pertence exclusivamente o nome de Jeová. Por exercer temor com respeito a êle, poderá entreter as melhores perspectivas para 1955 e tôdos os anos depois, perspectivas de prosperidade com felicidade. Isto quer dizer uma prosperidade que lhe beneficiará o coração bem como o corpo e a mente, pois é uma prosperidade espiritual que lhe dá felicidade agora e levará a uma vida feliz, sem fim, no novo mundo justo, para o qual Deus já colocou o alicerce. Ao chegarmos a saber e apreciar que a verdadeira prosperidade com felicidade vem de Jeová Deus e é garantida aos que o temem, não podemos deixar de exclamar “aleluia”, pois êste grito significa “louvai a Jeová”.
2.Como se inicia o Salmo 112 e que o marca como fora do comum?
2 “Aleluia. Feliz é o homem que teme ao SENHOR, que grandemente se dêleita nos seus mandamentos.“ Assim se inicia o cântico inspirado, o Salmo 112, segundo a tradução dum erudito judeu do último século.a “Aleluia. Feliz o homem que reverencia o Eterno, que acha grande alegria nos seus mandamentos!” é o modo como um tradutor do atual século verte as palavras da língua hebraica original.b Esta exclamação inicial faz do Salmo 112 um dos muitos salmos de aleluia da Bíblia Sagrada. Outra coisa que destaca este salmo como fora do comum é que é um salmo alfabético ou acróstico, cada uma das suas linhas começando com uma letra do alfabeto hebraico de vinte e dois caracteres, na sua ordem regular. De modo que há vinte e duas linhas no salmo. Duas letras do alfabeto hebraico servem de letras iniciais a cada um dos primeiros oito versículos, e três como iniciais a cada um dos últimos dois versículos. Nêste sentido é como o salmo precedente e é seu gêmeo quanto à estrutura.
3. O que faz que o Salmo 112 seja importante para nós o considerarmos agora? E, portanto, que perguntas pessoais surgem?
3 Mas, o que torna o Salmo 112 importante para nós o considerarmos agora não é meramente que descreve a pessoa verdadeiramente feliz na terra, porém especialmente porque é profético. Indica e identifica o homem ou classe de homens feliz em nossos tempos. Quer dizer, prediz não apenas um indivíduo, mas um homem no sentido coletivo, um homem composto, constituído de muitos membros igualmente felizes por uma razão comum. É o leitor membro dêste “homem” coletivo feliz? Ou se associa com êste “homem” no companheirismo mais agradável? Para o saber, considere o salmo.
4. A quem indica o Salmo 112 profèticamente, e como obtemos a resposta inequívoca à pergunta?
4 O escritor inspirado do salmo, um israelita ou judeu, talvez tivesse em mente um israelita ou judeu temente a Deus, não entendendo o pleno valor profético daquilo que escrevia. (Dan. 12:8; 1 Ped. 1:10-12) Nêste caso, então, aplica-se o Salmo 112 aos judeus ou israelitas naturais, lá na Palestina ou em outra parte da terra, hoje em dia? De que modo poderia o salmo ter tal aplicação? Existe alguém sem preconceito que sustente que os judeus ou israelitas naturais são um povo feliz, um povo sobremaneira feliz, porque alguns dêles, em diversos países, gozem de prosperidade material e proeminência? São êles felizes em sentido religioso? A resposta, em harmonia com os fatos, tem de ser um Não! Há uma razão vital e decisiva por que êles não se conformam à descrição no Salmo 112: é porque êles não temem a Jeová, nem guardam seus mandamentos, mas persistem em esconder até o seu nome e confiam em tradições humanas, seguindo os mandamentos de homens, ao invés da Palavra e dos mandamentos do único Deus verdadeiro e vivo. (Mat. 15:1-9; Isa. 29:13, 14) Quem, então, é a classe de pessoas, o “homem” coletivo dos nossos dias, indicado profèticamente pelo Salmo 112? Não se deixa a nos arranjar uma resposta que talvez provoque o grito indignado de parcialidade, preconceito racial ou orgulho nacional! O próprio Inspirador divino do salmo fornece a resposta inequívoca, usando um dos escritores da Bíblia para citar dêste salmo e o aplicar à classe de pessoas que o próprio Deus teve em mente; São os israelitas espirituais, os que são judeus interiormente, e dos quais há um restante de alguns milhares ainda na terra. (Rom. 2:28, 29) Em 1931, a fim de que pudessem ser corretamente identificados perante tôdo o mundo, êles adotaram o nome destacado na Bíblia Sagrada e que desde então tem ficado notável por tôda a terra: testemunhas de Jeová. — 2 Cor. 9:9; Sal. 112:9; Isa. 43:10, 12.
5. Segundo o salmo, quem deve ser o povo mais feliz na terra em 1955, e por que nunca foram mais felizes do que agora?
5 Se o salmista visse êste povo que hoje leva o nome de Deus, exclamaria outra vez: “Louvai a Jehovah. Feliz é o homem que teme a Jehovah, que nos seus mandamentos tem muito prazer.” (Sal. 112:1) De acordo com isso, as testemunhas de Jeová devem ser o povo mais feliz na terra, em 1955 e para sempre. E é a sua felicidade realmente tal que causa comentários como o do salmista? Sim. Nunca foi mais infeliz o mundo, pois está no seu “tempo do fim” e espera com mêdo as coisas que vê chegar. Nunca foram mais felizes as testemunhas de Jeová, pois sabem das profecias da Palavra de Deus que vivem no “tempo do fim” dêste mundo triste, agora que foi estabêlecido o reino de Deus, pelo qual oraram por muito tempo, nas mãos de Jesus Cristo, que está à destra de Deus nos céus. — Luc. 21:28.
6. Com que atributo está associado sua felicidade, e por quê?
6 Sua felicidade não é frívola; tem base sólida. Está associada com a sabedoria mais elevada, a sabedoria que vem de cima. Visto que temem a Jeová, têm sabedoria cêlestial. O salmo anterior ao que estamos considerando termina com as palavras: “O temor de Jeová é o princípio da sabedoria; têm bom entendimento tôdos os que cumprem seus mandamentos: seu louvor subsiste para sempre.” (Sal. 110:10, NA) Alguns entendem a expressão “princípio da sabedoria” a significar a coisa principal, a particularidade sobresalente de tôda a verdadeira sabedoria. O temor de Jeová inicia a verdadeira sabedoria; precisamos ter êste temor de nosso Criador logo no início e sempre precisamos reter este temor dêle acima de tudo.
7. (a) Que faz o temor de Jeová quanto ao temor do homem? (b) Como deve ser tratado Seu nome, e por parte de quem é tratado assim?
7 Ter tal temor torna impossível que temamos o homem, pois o temor dos dois ao mesmo tempo não pode existir. O temor de Um faz que a pessoa seja sábia para ganhar a vida eterna num novo mundo sem fim; o temor do outro é tolice que terminará na destruição eterna do tolo na geena. O homem mais dêstemido que já estêve na terra disse aos seus discípulos: “Não temais aos que matam o corpo, mas não podem matar alma; temei antes aquele que pode fazer perecer na Gehenna tanto a alma como o corpo.” (Mat. 10:28) De modo que o temor de Jeová neutraliza e remove o temor de homem e diabo ou daquilo que êstes possam fazer a nós, pela permissão de Deus. As testemunhas de Jeová o reconhecem como sendo reverendo, isto é, como aquêle a ser temido, e elas levam e proferem seu nome dum modo reverente. Conforme diz o salmo anterior àquêle que examinamos agora: “Santo e reverendo é o seu nome.” Ou: “Santo e para ser reverenciado é o seu nome.” (Sal. 111:9, NA; Ro; RoSol) Seu é um “nome glorioso que inspira temor”, e é porque a assim-chamada “Cristandade”, bem como os judeus, não temem este nome, nem cumprem Sua lei, que êles sofrem do modo como estão. (Deu. 28:58, 59, NM) Jeová atribuiu ao seu nome grandes consecuções e coisas que inspiram temor. Tôdos os povos deviam louvá-lo, mas, seu santo nome é respeitado como reverendo e inspirando temor apenas pelos homens de boa vontade entre tôdos os povos e nações. — 1 Crô. 17:21; Sal. 99:3; Mal. 1:14.
8. Como se manifestam tal temor e sabedoria, e em que resulta isso, mesmo que tenha de haver sofrimento?
8 O temor de Jeová e a sabedoria de cima mostram-se na obediência aos Seus mandamentos, e isso resulta numa felicidade que não pode ser tirada. À face da geral transgressão da lei, não somente para com tôda a autoridade constituída na terra, mas principalmente para com a autoridade de Deus, o Criador, as testemunhas de Jeová gostam de cumprir a lei, especialmente para com Êle. Guardarem seus mandamentos não lhes é penoso, mesmo quando há uma colisão entre os mandamentos divinos e os dos homens que desafiam a Deus. Consideram-se felizes quando são obrigadas a sofrer por se apegar ao princípio apostólico: “Precisamos obedecer a Deus como regente antes que aos homens.” (Atos 5:29, NM) Isso sempre produz os melhores resultados e, portanto, os resultados mais felizes.
9, 10. Em que tem prazer este “homem“ que teme a Jeová, e em quais agora, por exemplo?
9 Acêrca do feliz que teme a Jeová, o salmista diz: “Nos seus mandamentos tem muito prazer.” (Sal. 112:1) Êle estuda e determina quais dos mandamentos nas profecias de Jeová se aplicam a este “tempo do fim” e depois tem prazer em cumpri-los. Por esta razão tôdas as nações do mundo vêem hoje as testemunhas de Jeová obedecer ao mandamento de Jeová dado por intermédio do seu Filho, Cristo Jesus: “Estas boas novas do reino serão pregadas em tôda a terra habitada, com o intuito de dar testemunho a tôdas as nações, e então virá o fim consumado.” (Mat. 24:14, NM) O restante dos israelitas espirituais que temem a Jeová sabe que em breve serão membros da “noiva” cêlestial de Cristo. De modo que entendem o espírito das profecias de Jeová e agora têm prazer em cumprir o quadro do Apocalipse: “O espírito e a noiva continuam a dizer: ‘Vem!’ e quem ouve, diga: ‘Vem!’ E quem tem sede, venha; quem quiser, tome de graça a água da vida.” (Apo. 22:17, NM) Convidam e ajudam cada sedente de boa vontade que deseja a água vitalizadora da verdade do Reino e depois o encorajam e ajudam a dizer a ainda outros: “Vem!”
10 Em feliz obediência, os israelitas espirituais que temem a Jeová agem como vigia e avisam tôda a humanidade acêrca da vindoura espada de execução de Jeová na batalha do Armagedon, que destruirá tôdos os que odeiam, desprezam e desconsideram a Jeová. Guardam em mente a comissão e ordem de Deus para êle: “Filho do homem, eu te constituí por atalaia á casa de Israel; portanto ouve da minha boca a palavra, e da minha parte dá-lhes aviso.” (Eze. 33:1-7; 3:16-21) Zelosamente informam-se sôbre a vontade de Deus, correndo de uma parte para a outra nas páginas da sua Palavra, para que seu conhecimento aumente. Também não deixam de se congregar em tôdas as reuniões arranjadas, mas reunem-se em grupos de estudo, em congregações e em grandes convenções para se animar mùtuamente, e tanto mais quanto vêem aproximar-se o grande dia da luta vitoriosa de Deus. (Dan. 12:4; Heb. 10:25) Portanto, tem contínuo prazer na observância amorosa dos mandamentos de Deus.
A PERMANÊNCIA DA SUA GERAÇÃO
11. Como se torna poderosa na terra a posteridade do homem que teme a Jeová?
11 Os odiadores de Jeová não podem eliminar o homem que teme a Jeová. Ainda mais, a sua casa permanecerá na terra. “A sua posteridade será poderosa na terra; a geração dos retos será abençoada.” (Sal. 112:2) Se considerarmos o homem que teme a Jeová do salmo como pessoa coletiva, composta de tôdos os membros da congregação espiritual ou “corpo” de Cristo, então a posteridade ou descendência do homem são as pessoas de boa vontade, semelhantes a ovelhas, as “outras ovelhas”. O Bom Pastor tem usado este “homem” coletivo para ajuntá-las em um só rebanho. Seu destino eterno reside nesta terra purificada e tôda ela feita um “jardim do Éden” ou “paraíso de delícias”. Permanecerão nela para tôdo o sempre. Tornam-se poderosas nela, porém não automàticamente. Não, mas porque o restante espiritual que teme a Jeová tem-se ‘tornado seu pai por meio das boas novas’. A este restante se pregou as boas novas acêrca do Reino e êle obedece agora à ordem de Jeová de inculcar Suas palavras nesta posteridade dêle. (1 Cor. 4:15, NM; Deu. 6:4-6) Por sua vez, a “posteridade” obedece como filhos à ordem inspirada em Efésios 6:1-4, de ser obediente e cooperativa para com o “homem” que teme a Jeová, que os gerou pelo poder ’destas boas novas do Reino’.
12. Como é abençoada agora a “geração dos retos”?
12 Visto que as duas linhas do Salmo 112:2 são paralelas em pensamento, a “geração dos rectos”, na segunda linha, é a mesma como “sua posteridade” na primeira. Portanto, os retos são os cristãos espirituais que formam o “homem” que teme a Jeová. O restante dêste “homem” ainda na terra é parte da “semente de Abraão” na qual se devem bendizer tôdas as famílias da terra. O restante já se tem tornado um meio de bênção para esta nova geração de “outras ovelhas”. (Sal. 71:18; 145:4) Visto serem uma classe ‘reta’, a posteridade ou geração que geram pode diretamente esperar uma bênção. “Compadece-se o dia tôdo e empresta, e a sua descendencia é abençoada.” (Sal. 37:26) Mas, lembre-se também que a posteridade ou geração dos retos são filhos prospetivos do “Eterno Pai”, Jesus Cristo, o qual é primariamente a semente abraâmica de bênção. (Isa. 9:6) A bênção que suas “outras ovelhas” já estão recebendo consiste em serem desviadas dos seus pecados e adotadas na verdadeira adoração e serviço de Jeová Deus. — Atos 3:25, 26.
13. A que se deve êles serem poderosos, e quanto tempo durará seu poder?
13 Já que num sentido figurativo êles são a posteridade ou geração do homem que teme a Jeová, do Salmo 112, também êles se tornam tementes de Jeová e isto leva à sabedoria e poder. Em vista do grande número dêles agora dentro da sociedade do Novo Mundo, na qual entraram pelas centenas de milhares, já ocupam uma posição forte na terra. Sob a direção do restante espiritual do corpo de Cristo êles fazem uma poderosa obra de testemunho com respeito ao reino de Deus e de expansão da sociedade do Novo Mundo, mas, fazem isso, não pela mera fôrça do seu número, mas pela ajuda do espírito de Jeová. (Zac. 4:6) Sobrevivendo à “guerra do grande dia do Deus Tôdo-Poderoso”, êles continuarão a ser poderosos na “nova terra” do novo mundo para a obra após o Armagedon. Sua posição na terra purificada nunca será abalada, nem mesmo durante o “pouco de tempo” em que Satanás e seus demônios serão soltos do abismo, ao fim do reinado milenário de Cristo. Mantendo a sua integridade em temor a Jeová, durante o “pouco de tempo” da prova, serão abençoados por receberem da mão de Jeová a concessão do direito à eterna felicidade no paraíso terrestre. — Mat. 25:40; Apo. 20:1-3, 7-15.
14. Por que não serão de proveito às nações as suas riquezas no dia da ira de Deus, e que vantagem tem nêste respeito o “homem” que teme a Jeová?
14 Especialmente desde o ano de 1919, a ira de Deus estendeu-se sôbre tôdas as nações pertencentes à organização de Satanás, e ela alcançará o ponto máximo na guerra do Seu grande dia. Naquela guerra, bem-estar e riquezas materiais não beneficiarão as nações, pois elas não têm a justiça de Deus. A única coisa que então produzirá libertação da morte e da destruição por parte das fôrças executoras de Jeová será a Sua justiça. (Pro. 11:4) O “homem” que teme a Jeová a possui, visto que é ‘justificado pela fé em Deus por meio de Jesus Cristo’ e também se ‘empenha em atos justos aos olhos de Deus’. (Rom. 5:1, 9; Apo. 19:8) Êle tem mais do que isso. Salmo 112:3 prossegue, dizendo: “Bem-estar e riquezas há em sua casa; e a sua justiça permanece para sempre.”
15. Que espécie de riquezas e bem-estar tem êle em sua casa?
15 Em sua casa, ou onde êle mora dentro da organização teocrática de Jeová, êle tem bem-estar e riquezas, mas não da espécie que tem asas e voa depressa embora, como as águias que voam para o céu e fora de alcance. (Pro. 23:5) Êle tem as riquezas e o bem-estar provindos da sabedoria, pois a sabedoria divina diz: “Riquezas e honra estão commigo, bens duraveis e justiça.” (Pro. 8:18) Êle tem herança no reino cêlestial junto com Cristo; e que poderia ser mais precioso do que isso? Êle possui o tesouro do ministério ou serviço da Palavra de Deus; e que, na terra, poderia ser mais honroso do que isso? Acumula tesouros no céu por viver e trabalhar para ganhar a aprovação e benção de Deus e o merecimento para receber o cumprimento das promessas de Deus. Êle coloca assim uma base para aquilo que é riqueza no novo mundo. Está “entesourando para si um fundamento sólido para o futuro, afim de que se [apodere] da vida que é realmente vida”. 1 Tim. 6:17-19; Mat. 6:20, 21; Rom. 8:15-17; 2 Cor. 4:1-8.
16. Como é que “sua justiça permanece para sempre”?
16 Mas, o que é mais importante do que bem-estar e riquezas na casa é o seguinte: “A sua justiça permanece para sempre.” Isto significa sua preservação em 1955 e para sempre, a fim de que continue no seu proceder justo. Significa que os resultados dos seus atos justos serão permanentes, não sendo eliminados pelo Armagedon, enquanto que as obras dêste mundo iniquo serão queimadas naquela guerra e seus efeitos completamente obliterados. Por se apegar à justiça, êle mantém a sua integridade para com Jeová, a quem teme, e, por ser preservado para vida no Novo Mundo, preserva-se a justiça na terra, na qual oramos que se faça a vontade de Deus assim como no céu. A terra, como criação de Deus, é corretamente o lugar para a justiça. O proceder dos que desafiam a Jeová desaparecerá e sua iniqüidade desaparecerá da terra. (Pro. 2:21, 22) A posteridade ou geração do “homen” reto que teme a Jeová prosseguirá, como êle, em justiça na terra, para sempre.
17. Como sucedeu no seu caso que “nas trevas raia a luz para o reto”?
17 A classe que hoje constitui o “homem” que teme a Jeová certa vez precisava de esclarecimento e iluminação da sua situação terrestre. Muitos tradutores do Salmo 112 dariam este sentido à sua tradução do versículo 4. Por exemplo, a Versão Brasileira verte-o: “Nas trevas raia luz para o reto; ele é benigno, misericordioso e justo.” Históricamente isso sucedeu com o restante espiritual em 1919. Naquêle tempo jaziam nas trevas da escravidão e opressão debaixo da grande organização de trevas, a Babilônia mística. Haviam sido levados cativos pelas nações dêste mundo, durante os anos da Primeira Guerra Mundial e privados do seu direito de livre e dêstemidamente adorar a Deus, segundo a Sua Palavra. As trevas dos mal-entendidos religiosos e desta condição do cativeiro desapareceram em 1919, quando Jeová Deus lhes surgiu como luz e lhes enviou seu Filho Jesus Cristo para os libertar desta escravidão à Babilônia que matava espiritualmente e os restabêlecer no devido lugar e na liberdade dentro da organização de Deus, como suas testemunhas dêstemidas. O profeta Miquéias tinha sido usado para predizer isso: “Não te alegres, inimiga minha, [Babilônia,] a respeito de mim; quando eu cair, levantar-me-ei; quando me sentar nas trevas, Jehovah será a minha luz. Trarei sobre mim a indignação de Jehovah, porque tenho pecado contra ele; até que ele julgue a minha causa, e execute o juízo a meu favor. Ele me tirará para a luz, e eu verei a sua justiça.” (Miq. 7:8, 9) Outras profecias também anunciaram de antemão tal iluminação da situação terrestre do restante, profecias tais como Isaías 60:1, 2; Salmo 18:8; Jó 33:28 e Salmo 107:10-14.
18. Como vertem outros tradutores esta parte do Salmo 112:4, e que obrigação mostra isso que descansa sobre o restante espiritual?
18 No entanto, conforme o Salmo 112 descreve a vida e ação do “homem” espiritual que teme a Jeová, este versículo pode corretamente ser traduzido do hebraico de outro modo, para mostrar a obrigação que agora descansa sôbre o restante espiritual. Assim, as seguintes são várias traduções do versículo 4, por parte de outros tradutores competentes: “Êle surgiu nas trevas como luz para o reto.” (RoSol) “Para o reto êle brilha com luz, nas trevas.” (Soncino, em inglês) “Para os retos êle surge [como] uma luz nas trevas.” (C. Kautzsch, em alemão) “No meio das trevas êle surge como luz para os corações retos.” (Maredsous, em francês) “Como luz nas trevas êle brilha para os bons.” (Bover-Contera, em espanhol) “Nas trevas êle brilha como luz para os retos.” (Nácar-Colunga, em espanhol) O “homem” que preenche esta descrição está sob a obrigação de fazer conforme Jesus disse: “Vós sois a luz do mundo. . . . De tal modo brilhe a vossa luz diante dos homens, que eles vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mat. 5:14-16) Sendo iluminado pelo Pai cêlestial, êle precisa refletir a iluminação cêlestial para outros por suas obras retas, para que os cegos nas trevas vejam e aprendam a conhecer e temer a Jeová e a glorificá-lo. Que bendito privilégio é iluminar outros e assim rechaçar as fôrças da escuridão!
19. A que outro mandamento divino, que o restante tem agora prazer em obedecer, está isso ligado, e quem se beneficia com sua obediência?
19 Isso está ligado com outro mandamento; dirigido à Sua grande classe de ‘servos’, que a classe que teme a Jeová agora tem prazer em obedecer: “Para dizeres aos que estão em cadeias: Saí; aos que estão em trevas: Mostrai-vos. Eles pastarão nos caminhos, e em todos os altos desnudados haverá o seu pasto.” (Isa. 49:9) Esta ordem profética precisa agora ser cumprida pela classe dos ‘servos’ de Jeová, a classe do “escravo fiel e discreto”, em relação às “outras ovelhas” que ainda estão presas na organização de Satanás e mantidas na escuridão da ignorância e do desespero religiosos. Apocalipse 7:9-17 mostra que é dêste modo que se tem de aplicar a profecia de Isaías, nesta era de crescentes trevas no mundo. Por esta ação a classe de ‘servos’ atende à ordem que se aplica á Sião, sua mãe celestial, e, portanto, a êles mesmos, como seus filhos espirituais: “Levanta-te, resplandece; porque é chegada a tua luz, e é nascida sobre ti a glória de Jehovah. Pois eis que as trevas cobrirão a terra, e a escuridão os povos; sobre ti, porém, nascerá Jehovah, sobre ti se verá a sua glória.” (Isa. 60:1, 2) Sim, “sobre ti se verá”, porém somente se os filhos espirituais de Sião se levantarem como luz nas trevas. Somente assim poderão os retos de tôdas as nações sair das trevas do mundo à brilhante organização de luz. As fôrças das trevas odeiam a luz e tentam escapar das suas exposições por suprimir os portadores da luz. Mas, os amantes da luz da verdade do Reino mostram-se semelhantes a ovelhas por vir à luz e fazer o bem, mesmo ao mais pequenino dos irmãos espirituais de Cristo.
20. Por ser “benigno, misericordioso e justo”, com quem se parece o restante, e para com quem precisa mostrar estas qualidades?
20 Esta obra corajosa de iluminar as “outras ovelhas”, que cegamente andam tropeçando nas trevas do mundo, concorda bem com o resto do Salmo 112:4. “Elle é benigno, misericordioso e justo.” Quão parecido a Jeová é êle nisso! Pois o versículo 4 do salmo precedente diz: “Benigno e misericordioso é Jehovah.” E o próprio Jeová, ao declarar seu nome a Moisés no Monte Sinai, na Arábia, disse: “Jehovah, Jehovah, Deus misericordioso e clemente.” (Êxo. 34:6) O homem que o teme copia-o nestas qualidades por exercê-las para com outros. Precisamos exercer estas qualidades para com outros, assim como o Pai cêlestial fez para conosco: “Concordemente, precisais ser completos, assim como vosso Pai cêlestial é completo.” “Continue a tornar-vos compassivos, assim como vosso Pai é compassivo.” (Mat. 5:48; Luc. 6:36, NM) Aquêle que teme a Jeová o pode copiar e mostrar bem estas qualidades por se esforçar a iluminar as “outras ovelhas” em trevas e trazê-las à organização teocrática de luz. Entretanto, precisa também ser benigno e misericordioso para com seus próprios irmãos dentro da sociedade do Novo Mundo, para que todos êles ali possam dar-se bem em paz, harmonia, pureza e auxílio mútuo. — Efé 4:1-3.
21. Até que ponto é “bom” aquêle que teme a Jeová, de que modo significa isso benção para sua “posteridade” ou “geração”?
21 Jeová Deus é o único realmente bom em si mesmo, sendo êle a bondade personificada. A bondade de qualquer das suas criaturas, inclusive do próprio Jesus Cristo, tem de ser tôda copiada de Jeová Deus. O próprio Jesus diz isso, ao rejeitar o título de “Bom Mestre”, dizendo: “Porque me chamas bom? ninguém é bom senão só um, que é Deus.” (Luc. 18:18, 19) Tanto quanto o que teme a Jeová o copiar na bondade e generosidade, torna-se bom semelhante a êle. “Bom é o homem — benigno e que empresta.” (Sal. 112:5, Young, em inglês) “O bom homem é gentil e dá.” (Fenton, em inglês) O próprio Jeová é benigno, gentil nos tratos, imerecidamente bondoso, e por isso êle dá aos habitantes da terra, a pessoas iníquas e boas, a pessoas justas e injustas. Êle é o Auxiliador dos pobres e necessitados. O “homem” que o teme faz questão de imitá-lo nêste sentido. Dá generosamente das suas dádivas espirituais, não esperando recompensa material; e faz isso de modo gentil, não tentando embaraçar a ninguém, nem ameaçando, repreendendo ou falando em têrmos abusivos, nem mesmo aos que recusam as boas novas do Reino, pregadas altruistamente a êles. Dá generosamente das melhores coisas que tem para oferecer, a mensagem do Reino que salva a vida. Este proceder só pode significar benção para sua posteridade ou geração, pois é por meio destas “boas novas” excêlentes que êle gera sua posteridade, mesmo na velhice, por assim dizer. Há muito tempo o salmista declarou o fato: “Fui mancebo, e já sou velho; não vi ainda o justo abandonado, nem a sua descendência mendigando o pão. Compadece-se o dia todo e empresta, e a sua descendência é abençoada.” (Sal. 37:25, 26) Que família feliz êles são dentro da sociedade do Novo Mundo!
22. Segundo o Salmo 112:5, por que deve a sociedade do Novo Mundo ser uma organização bem dirigida?
22 A sociedade do Novo Mundo do “homem” que teme a Jeová, e sua posteridade ou geração, tem de ser uma organização bem dirigida. Devíamos esperar que seja assim, pois o Salmo 112:5 diz dêle: “Dirigirá os seus assuntos com justiça.” (Leeser, em inglês) “Disporá as suas coisas com juízo.” (Al) “Que conduz os seus negócios com justiça.” (TA; Mo) “Manterá seus assuntos com justiça.” (Ro) Quer dizer que êle usa bom juízo na direção dos assuntos e na preservação dos interesses da sociedade do Novo Mundo. Usa discrição na escolha das coisas, e na designação de superintendentes e servos ministeriais junto à congregação das ovelhas de Jeová êle tenta determinar a vontade divina, e sêlecionar e encarregar homens que têm o espírito de Deus, homens com ponto de vista bíblico, homens com senso de justiça, que são progressivos e se interessam em fazer que a organização prospere e aumente para a glória de Jeová. Está alerta quanto às necessidades espirituais da sociedade do Novo Mundo e está sempre ocupado em fazer provisões para ela, a fim de que os membros da Sociedade sejam todos mantidos em boa forma espiritual, equipados para ’pêlejar pela vitória na pêleja correta da fé’, firmes e zelosos para executar as ordens de Jeová com prazer, fazendo unidamente a obra da qual Êle encarrega a organização. Sem parcialidade, o “homem” esforça-se para ajudar, educar e acomodar cada membro de modo igual para ser testemunha ativa de Jeová, um pregador das boas novas do reino estabêlecido de Deus, de casa em casa. — 1 Tim 6:12, NM.
23, 24. (a) Quem tenta abalar o “homem” que teme a Jeová? (b) Mas, pode ser e será êle abalado? Por que sim ou não?
23 No caso duma sociedade assim dirigida, mantida e regulada, que devemos esperar para 1955 e os anos que seguirão? Nossa resposta vem do Salmo 112:6: “Porquanto jamais será abalado, o justo será tido em memória perpétua.” Em 1955 ou em qualquer tempo antes do fim da batalha do Armagedon, aquêle que de modo justo teme a Jeová Deus não pode esperar escapar dos assaltos e perseguições do mundo; “de fato, todos os que desejarem viver com devoção piedosa em associação com Cristo Jesus serão também perseguidos”. (2 Tim. 3:12, NM) Os iníquos dêste mundo tentarão fazê-lo vacilar, tentarão envolvê-lo em conflitos com os governos políticos e levá-lo a tribunais, fazer leis que tornem ilegal que êle e sua posteridade existam, tudo isso a fim de removê-lo fora do caminho e suprimir suas atividades justas e caritativas, causando assim sua morte e destruição espiritual. Mas, até agora os inimigos têm sido incapazes de removê-lo da terra ou do campo de testemunho, e não o poderão fazer nem em 1955, nem em qualquer outro tempo posterior. Êste “homem” israelita espiritual pratica o temor de Jeová, razão pela qual não se lhe permitirá vacilar na sua integridade.
24 Assim como se declarou profèticamente quanto a Jesus Cristo, assim se declara quanto aos seus seguidores: “Tenho posto sempre a Jehovah diante de mim; estando ele á minha direita, não serei abalado.” (Sal. 16:8) Jeová, em quem êle toma refúgio, é sua tôrre alta e sua defesa. Sua esperança e cidadania estão no Monte Sião de cima, onde reina o Rei Jesus Cristo. Jeová e seu Monte Sião nunca poderão ser abalados. Então, com igual certeza, tampouco o poderão ser os adoradores de Jeová. Êle é quem abalará tôdas as coisas engendradas pelo Diabo e feitas pelo homem, os reinos humanos, a terra corruta e os mares iníquos da humanidade, até a sua completa remoção; mas, nunca permitirá que sejam removidos da terra os que o temem. Seu modo de proceder significa destruição para seus odiadores, mas vida no novo mundo para os que o amam. “O caminho de Jehovah é fortaleza para os retos, mas é destruição para os que obram iniquidade. O justo não será jamais abalado, mas os perversos não habitarão a terra.” — Pro. 10:29, 30.
25. Em que sentido será o justo tido em memória perpétua, e por que é isso importante?
25 Eis os bons pensamentos de Jeová para com os justos e retos! Nunca deixa de pensar nêles. Nunca os esquecerá. Sempre viverão para êle, mesmo que signifique que tenha de ressuscitá-los dos mortos. Não é de se admirar que o Salmo 112:6 acrescente: “O justo será tido em memória perpétua.” Ou, expresso de modo mais literal: “O justo virá a servir de lembrança eterna.” (Tr) O homem justo que teme a Jeová será sempre algo para ser lembrado na terra. Para toda a eternidade os habitantes da terra se lembrarão de Jesus Cristo, o homem mais justo que já estêve na terra, cuja justiça na terra, até no meio do mundo de Satanás, produziu a salvação da humanidade. Assim também serão lembrados pelos homens seus seguidores justos, inclusive seu restante de hoje. Mas, o que será muito mais importante do que ser lembrado pela humanidade no novo mundo é ser lembrado por Jeová Deus, pois isto significa vida eterna para a classe justa. As anteriores coisas iníquas dêste mundo serão destruídas e esquecidas, e nunca serão lembradas com agrado, mas a justiça nunca será esquecida. Jeová sempre se lembrará dos justos e cuidará de que gozem a vida em sua plenitude, para sempre. Que preciosos pensamentos bíblicos êstes! Oferecem-nos a base para as melhores perspectivas para todos os que temem a Jeová durante 1955 e depois.
[Notas de Rodapé]
a The Twenty-four Books of the Holy Scriptures”, de Isaac Leeser. (1853)
b A New Translation of The Bible”, de James Moffatt.(1922)