Fazei amigos para vós mesmos
“Também, eu vos digo: Fazei amigos para vós mesmos por meio das riquezas injustas, de modo que, quando tais falharem, eles vos recebam nos lugares eternos de habitação.” — Luc. 16:9.
1. Onde se pode encontrar o conselho fidedigno sôbre fazer amigos, e com que resultado?
A BÍBLIA Sagrada é o único livro que diz como se pode fazer a espécie correta de amigos e como conservá-los. Um número considerável de livros do mundo têm expresso conselhos sobre como fazer amigos; mas os conselhos destes livros sobre ganhar amigos não têm ajudado as pessoas a conseguir a felicidade que buscam. Só por buscá-la no Livro, que é a Autoridade sobre como fazer amigos, é que podemos encontrar a genuína felicidade que se adquire mediante a espécie correta de amigos.
2. O que disse Jesus acêrca de amizade, e que benefícios resultam do exemplo que êle deu?
2 Visto não ter sido outro senão o próprio Jesus Cristo, o filho de Deus, que dissesse: “Fazei amigos para vós mesmos”, podemos ter certeza de que se trata de um assunto vital. Foi apropriado que o próprio Jesus estabelecesse o exemplo quanto à amizade: “Ninguém tem maior amor do que este, de entregar alguém sua alma a favor de seus amigos.” (João 15:13) Tendo entregado a sua vida humana perfeita como sacrifício redentor em benefício de todos os que lhe obedecem, Jesus tornou possível que estes viessem a estar numa condição amistosa com seu Pai no céu, cujo nome exclusivo é Jeová. Por dar assim a sua vida, Jesus comprovou a sua amizade leal a Jeová Deus e também comprova a sua amizade a todos os que têm a mesma devoção leal a seu Pai celestial.
3, 4. (a) Quais são as qualidades necessárias de um verdadeiro amigo, e em que ponto falhou Judas? (b) Que exemplo mostra que existe amigo “que se apega mais que um irmão”?
3 O que é um amigo de verdade? Pelo exemplo de Jesus nós vemos que um amigo precisa ser leal, que nunca deve permitir que o egoísmo e a ganância minem a lealdade. Judas Iscariotes foi um que permitiu que a ganância minasse a lealdade. Quando viu a oportunidade de ganhar dinheiro, ele se voltou contra o seu melhor amigo, o Senhor Jesus, entregando-o às mãos dos seus inimigos por trinta moedas de grata e fazendo isto mediante um ato hipócrita de amizade: “Dirigindo-se diretamente a Jesus, disse: ‘Bom dia, Rabi!’ e beijou-o mui ternamente. . . . Então eles avançaram e deitaram mão em Jesus, e o tomaram em custódia.” (Mat. 26:49, 50) Que falso amigo! O amor do dinheiro o separou do seu melhor amigo e colocou Jesus nas mãos dos que queriam a sua morte. É como a Bíblia diz: “Existem companheiros dispostos a quebrar-se em pedaços, mas existe amigo que se apega mais que um irmão.” — Pro. 18:24.
4 Um verdadeiro amigo, portanto, se apega mais intimamente do que um irmão e é constante em sua lealdade e amizade. Não é ardoroso e amistoso num dia e frio e arredio no outro; assim como Provérbios 17:17 (ALA) diz: “Em todo tempo ama o amigo e na angústia se faz o irmão.” O amigo de verdade vem em socorro do companheiro que está em angústia. Neste sentido, podemos aprender muito acerca da amizade mediante o exemplo de Jônatas e de Davi. As qualidades do amor, da lealdade, do altruísmo e de outras coisas que compõem a verdadeira amizade são todas encontradas nestes exemplos notáveis: “A alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou, como à sua própria alma. Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma. Despojou-se Jônatas da capa que vestia e a deu a Davi, como também a armadura, inclusive a espada, o arco, e o cinto.” (1 Sam. 18:1, 3, 4, ALA) Mais tarde, depois da morte de Jônatas, na batalha do monte Gilboa, Davi lamentou profundamente a morte do seu amigo e disse: “Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; tu eras amabilíssimo para comigo! Excepcional era o teu amor, ultrapassando o amor de mulheres.” (2 Sam. 1:26, ALA) Estes exemplos tornam claro que “existe amigo que se apega mais que um irmão”.
5, 6. Qual deve ser a base para qualquer amizade fidedigna, e que exemplo demonstra isto?
5 Mas então, o que foi que tornou possível esta amizade notável? O amor mútuo, a devoção e a lealdade a Jeová Deus! Por isso se disse: “Nenhuma amizade em base pagã pode rivalizar-se com as qualidades demonstradas por Jônatas e Davi: ‘O melhor que a Grécia e Roma têm para demonstrar em matéria de amizade, parece tênue ao lado desta.’”a O altruísmo e a lealdade demonstrados por Jônatas surgiram de ele colocar a Jeová Deus e a Sua vontade em primeiro lugar. Sendo filho de Saul, Jônatas era o herdeiro do trono. Porém, quando Jeová desfavoreceu a Saul e o substituiu por Davi, contornando Jônatas, o herdeiro natural do trono Jônatas não odiou a Davi, considerando-o como um rival que devesse ser eliminado, assim como fez Saul. Mas, reconhecendo que o favor de Jeová estava com Davi, Jônatas se submeteu teocràticamente aos desígnios divinos. A notável amizade entre Davi e Jônatas só foi possível por ambos terem colocado a lealdade a Jeová em primeiro lugar. É verdade, portanto: Sem primeiramente amar e ser leal a Jeová Deus, a base de qualquer amizade humana fica alicerçada em solo arenoso.
6 Davi teve também experiências com falsos amigos. Aitofel; o astuto conselheiro de Davi, foi um dos “companheiros dispostos a quebrar-se em pedaços”. (2 Sam. 15:12; Sal. 41:9; 55:12-14.) Os amigos de Davi que se tornaram desleais deixaram de amar e de se devotar exclusivamente a Jeová, o autêntico Rei de Israel. Por outro lado, por ter estas mesmas qualidades, Rute, a moabita, demonstrou amizade leal a Noemi. “Rute se apegou a ela.” (Rute 1:14, ALA) A devoção inquebrantável a Jeová Deus é a base fundamental de toda amizade duradoura e fidedigna.
A SELEÇÃO DOS VERDADEIROS AMIGOS DA PESSOA
7. (a) O que devia ser capaz de fazer a espécie correta de amigos? (b) Que êrro cometeu Josafá referente a amizade, e com que conseqüências?
7 A espécie correta de amigo, portanto deve ser a que anima o cristão a ser leal ao Deus Altíssimo. Só os que amam a Jeová podem fazer isto. Aprendamos uma lição do erro de Josafá, rei de Judá. Este rei, a quem Jeová tinha estendido a sua amizade, cometeu o erro de se associar com um que não era amigo de Deus, com Acabe, o rei de Israel. Este rei ímpio pediu a Josafá para se aliar com ele, a fim de recuperarem Ramote-Gileade. Josafá concordou. Embora os profetas de Baal tivessem predito o êxito do empreendimento, Micaías, o então único profeta de Jeová, predisse a morte de Acabe. Na batalha, Acabe se disfarçou; mas ele tinha proposto que o rei de Judá usasse vestes reais, tornando-se assim um alvo para todas as armas. No auge da luta, Josafá, com suas vestes reais, viu que os guerreiros sírios se voltavam contra ele, pensando que se tratasse do rei de Israel. “Mas Jehoshaphat gritou: Jehovah o soccorreu, e Deus levou-os a se apartarem delle.” (2 Crô. 18:31, VB) Acabe, porém, cumpriu a sua sentença de acordo com as palavras do profeta de Jeová; um homem esticou inocentemente o seu arco e atirou uma flecha no rei de Israel, matando-o. Quando o rei de Judá regressou a Jerusalém, o vidente Jeú, o filho de Hanani, disse ao Rei Josafá: “Deves tu soccorrer aos iniquos e amar os que aborrecem a Jehovah? por isso veiu sobre ti grande irada parte de Jehovah.” — 2 Crô. 19:2, VB.
8, 9. Como pode o cristão beneficiar-se pelo êrro de Josafá, e por que deveria o desfavor de Deus insurgir-se contra falsas amizades?
8 Josafá cometeu um grande êrro, cultivando amizade e ajudando alguém que odiava a Jeová Deus. Na escolha dos amigos, será bom que o cristão tenha em mente as palavras do profeta: ‘Deves amar os que aborrecem a Jeová?’ Quanto o servo de Deus precisa vigiar contra amizades incorretas! Quanto a se havemos de ser favorecidos ou sofrer a indignação de Deus, depende em grande parte da espécie de amizade que fazemos. Não deveríamos ficar surpresos pelo fato de o Deus Altíssimo considerar culpado qualquer dos seus servos que se associe com pessoas que êle desaprova. Não podemos associar-nos com os que Deus não aprova e ainda sermos seus amigos.
9 A influência corrutora dos maus amigos é algo que expulsa alguém do campo da fidedignidade, pois invariàvelmente ela produz resultados adversos: “Aquêle que andar com pessoas sábias, tornar-se-á sábio, mas aquêle que tiver tratos com os estúpidos, ver-se-á em apuros.” (Pro. 13:20) Se não fôsse a intervenção de Jeová, os tratos de Josafá com o estúpido Acabe talvez lhe tivessem custado a vida.
10. Que exemplo estabeleceu Davi para o servo de Deus?
10 Além da lição que aprendemos do êrro de Josafá, podemos beneficiar-nos também do bom exemplo de Davi, que disse: “Não me tenho sentado com homens de falsidade, e não me associo com os que dissimulam o que são. Tenho odiado a congregação dos malfeitores, e não me assento com os iníquos. Lavarei as minhas mãos na própria inocência, e marcharei ao redor do teu altar, ó Jeová.” (Sal. 26:4-6) Davi fala como se estivesse no banco dos réus, dando testemunho de sua vida particular para provar a sua inocência com relação a amizades. Êle declara a sua inocência quanto a se associar com os que não amam a Deus e os seus mandamentos justos. Que todos os verdadeiros adoradores do Deus Altíssimo, Jeová, possam afirmar inocência similar quanto às suas amizades!
A SELEÇÃO DO SENHOR CORRETO COMO AMIGO
11. (a) Além de amizades pessoais contra que outras amizades impróprias precisamos ter cuidado? Como estabeleceu Jesus o exemplo correto? (b) Por que é tolice o cristão tornar-se amigo do mundo?
11 Precisamos ter cuidado não só na seleção de amigos individuais como também no evitar amizades impróprias com grupos, clubes e organizações que não nos estimulem à adoração de Jeová, mas à adotar a escravidão ao deus dêste mundo, Satanás o Diabo. (2 Cor. 4:4) Por isso Jesus repeliu o plano democrático para constituí-lo regente político local. (João 6:15) Na realidade, Jesus não só rejeitou a regência local, mas também a regência mundial sôbre a organização de Satanás! O Diabo “mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a sua glória, e disse-lhe: ‘Tôdas estas coisas te darei se te prostrares e me fizeres um ato de adoração.’” (Mat. 4:8, 9) Jesus rejeitou tôdas estas ofertas mundanas, pois êle colocou a amizade de Deus acima de tôdas as coisas. Para aceitar a oferta do Diabo, Jesus teria que se tornar inimigo de Deus. Se cultivarmos a amizade do mundo, invocaremos a inimizade de Jeová. A regra divina é inflexível: “Não sabeis que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Qualquer, portanto, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tia. 4:4) O mundo iníquo está condenado à destruição no Armagedon e os amigos dêle serão também destruídos. (1 João 2:15-17) Segundo predito no cântico profético da vitória de Baraque e Débora: “Pereçam todos os teus inimigos, ó Jeová, e que todos os que te amam sejam como o sol, quando se levanta no seu esplendor.” — Juí. 5:31.
12, 13. (a) Por que não são as riquezas a espécie de amigos que os cristãos devem fazer? (b) Que escolha há referente a senhores, e por que nenhum cristão pode ser escravo de dois senhores?
12 Tampouco são as riquezas a espécie de amigos que os cristãos devem fazer para si. Ao discutir o assunto de se fazer a espécie correta de amigos, Jesus disse: “Fazei amigos para vós mesmos por meio das riquezas injustas.” Embora as riquezas possam ser usadas como ajuda para se fazer amigos, elas não devem ser consideradas como se fôssem os únicos amigos do homem, pois Jesus explicou: “Nenhum servo doméstico pode ser escravo de dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis ser escravos de Deus e das riquezas.” — Luc. 16:9, 13.
13 Jesus estabeleceu assim uma regra fundamental: Ninguém pode servir a dois senhores. Êles, segundo se entende, estão em oposição um ao outro, um sendo bom e o outro mau. Jesus mostrou que, se uma pessoa adere a um dêstes, ela desprezará o outro, amará um e desprezará o outro. O contraste entre os dois é tão grande que não se pode ser por ambos. Jeová Deus é o principal Senhor; é o principal Dono de tôdas as criaturas, tendo êste direito por tê-las criado. E se quisermos ser seus amigos, temos de servi-lo lealmente, rendendo-lhe a nossa devoção exclusiva, dedicando nossa vida a êle, dando tudo no seu serviço e nos tornando seguidores do seu amado Filho, Jesus Cristo. Além disso, Jeová não permite que seus servos o ministrem parte do tempo e que sirvam o inimigo que êle odeia na parte restante do tempo. Jesus disse isso à congregação de Laodicéia da seguinte maneira: “Conheço os teus feitos, que não estás nem frio nem quente. Eu gostaria que fôsses frio ou quente. Portanto, visto que estás môrno, e nem frio nem quente, eu te vomitarei da minha bôca.” (Apo. 3:15, 16) Os que não são frios nem quentes, são vomitados, rejeitados como coisa asquerosa. O cristão, portanto, ao buscar a amizade de Deus e de seu Filho, não pode estar dividido no coração entre Jeová e o senhor opositor, Satanás, o Diabo, “o deus dêste sistema de coisas”.
14. (a) Quanto à amizade, em que falhou o rico Jovem potentado? (b) Por que é tão importante o uso correto das riquezas?
14 Jesus tornou claro que o que deseja a amizade de Deus não pode ser escravo das riquezas mundanas e, portanto, escravo do falso senhor. Não devemos ser como o jovem potentado que, embora desejasse ser amigo de Deus, não queria desprender-se de sua escravidão a êste mundo. Jesus disse-lhe que vendesse seus pertences e desse aos pobres de Jeová Deus e que ‘teria um tesouro no céu, e que viesse e fôsse seu seguidor’. (Mat. 19:21) Ao dizer isto ao jovem potentado, Jesus aplicava a regra: Ninguém pode servir a dois senhores. Tratava-se de adoração exclusiva a Jeová Deus. Daria o rico potentado a Jeová o que lhe pertencia ou preferiria a escravidão às riquezas? Êle decidiu errôneamente e perdeu o tesouro de ser amigo de Deus. As riquezas são úteis, e o uso correto delas, segundo Jesus, é para fazer-nos amigos de Deus e do seu Filho. Sabendo disto, o servo de Deus nunca permitirá que as riquezas se tornem senhor dêle, mas êle será senhor delas e as usará no ministério de Jeová Deus. De outro modo, se as riquezas se tornarem nosso senhor por fazermos delas nossas amigas, entraremos em inimizade com Jeová Deus, pois nos teríamos tornado amigos dêste mundo e escravos do nefando inimigo, o deus dêste mundo.
15. (a) Quem são os verdadeiros amigos que devemos fazer, e por que não há ódio associado com esta escravidão? (b) Como provou Jesus a sua amizade para com os que lhe obedecem, e o que não foi anulado com isso?
15 Os verdadeiros amigos dos que buscam de fato a vida eterna são o principal Senhor, Jeová Deus, e seu Filho “a quem nomeou herdeiro de tôdas as coisas”. (Heb. 1:2) Ao se tornar um escravo de Deus e de Jesus Cristo, a pessoa não se coloca numa posição odiosa, em que venha a ser oprimida, calcada aos pés e mantida em ignorância quanto aos propósitos do seu mestre. Não, mas por se tornar escravo leal e obediente de Deus e do seu Filho, a pessoa se torna amiga dêles. É edificante refletir sôbre as palavras de Jesus aos seus seguidores leais: “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.” (João 15:14, 15, ALA) Dessemelhante da costumeira relação fria entre escravo e senhor, os que seguem a Jesus, embora sejam escravos, são também amigos. Jesus Cristo provou a sua amizade por entregar a sua alma “a favor de seus amigos”. (João 15:13) O preço que Jesus pagou foi o seu próprio sangue precioso; assim, a sua amizade não anula o fato de os cristãos serem escravos de Deus e de Jesus Cristo. Se quiserem manter a relação amigável de escravo para senhor, os cristãos precisam ter o cuidado de não se ligarem amigàvelmente com êste mundo e seu senhor satânico, o Diabo. Ninguém pode servir a dois senhores.
16. Que parábola narrou Jesus referente a um administrador, e o que frisou Jesus?
16 Como podemos ser amigos de Jeová e de seu filho, e por que é isto urgente? No livro de Lucas, no capítulo dezesseis, Jesus narra uma parábola acêrca de um servo, um administrador que ia ser mandado embora e que mostrou sabedoria prática por fazer amigos com as riquezas. O administrador da parábola de Jesus não recebia um salário como é costume atualmente. Quando fôsse despedido do seu trabalho êle teria que mendigar ou fazer trabalho manual, tal como cavar. Não sendo forte para cavar e não querendo mendigar, o administrador reduziu vários débitos que pessoas deviam para o seu senhor. Quando êle perdeu o emprêgo, teve pessoas que o recebiam de bom grado em suas casas; pois tornara-se amigo delas por meio das riquezas. Não precisava então ganhar a vida de um modo nefando, quer na picareta quer mediante a humilhação de pedir. Teve boa visão do futuro e agiu com sabedoria prática, usando a riqueza ou bens materiais para fazer amigos. Do mesmo modo, Jesus diz que os cristãos devem agir com sabedoria prática similar: “Também, eu vos digo: Fazei amigos para vós mesmos por meio das riquezas injustas, de modo que, quando tais falharem, êles vos recebam nos lugares eternos de habitação.” — Luc. 16:9.
17. (a) O que possuem Jeová e Jesus Cristo, e a que falham muitas pessoas em dar consideração? (b) Em contraste com a incerteza das riquezas e da vida neste mundo, que conhecimento concernente às promessas de Deus deve impelir-nos a seguir o curso da sabedoria prática?
17 Jeová Deus e Jesus Cristo são os únicos donos dos “lugares eternos de habitação”. Êles receberão nestes “lugares eternos de habitação” sòmente os seus amigos. Hoje em dia, no tempo em que muitas pessoas andam profundamente preocupadas e perturbadas pela falta de habitação, pelo alto custo dos aluguéis e dos impostos prediais, elas não estão propensas a pensar sôbre a questão de obter uma habitação eterna no nôvo mundo de justiça de Deus. Não só é êste um nôvo mundo em que “habitará a justiça”, mas será também um mundo no qual Deus assegura que: “Não haverá mais morte, nem haverá mais lamento, nem grito, nem dor. As coisas anteriores já passaram.” (2 Ped. 3:13; Apo. 21:4) Isto é o que Deus prometeu na sua Palavra. Crê o leitor nisto? A palavra de Jeová nunca falha, conforme Josué disse aos israelitas: “Sabeis em vossos corações e em vossas almas que não tem falhado nenhuma de tôdas as boas cousas que Jehovah vosso Deus falou a vosso respeito; todas vos sobrevieram, nenhuma dellas falhou.” (Jos. 23:14, VB) Tendo a infalível promessa de um justo nôvo mundo, por que então buscar um lugar de habitação permanente neste mundo? Seria uma tentativa fútil, pois não só as riquezas podem desaparecer da noite para o dia, como também a própria vida é do mesmo modo incerta. Portanto, o curso da sabedoria prática é o uso de nossas possessões materiais de um modo em que elas nos tornem amigos do Edificador de tôdas as coisas e de Jesus Cristo, seu Filho, que disse aos seus seguidores: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fôra, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar.” (João 14:2, ALA) Por isso, quando as riquezas falharem, podemos estar certos de uma amorosa acolhida nos “lugares eternos de habitação” do nôvo mundo.
18. Por que não compra o dinheiro os dons de Deus, e quem pode ser amigo de Deus?
18 Significa isto que Deus aceita peitas ou que podemos pagar para escapulir da ira de Deus? Não, em absoluto. Ananias e Safira pensaram que podiam comprar o favor de Deus para terem boa reputação. Não compreenderam que dar dinheiro para adquirir algo com propósito egoísta não podia ser um ato amistoso para com Deus. Mais tarde, Simão, ex-praticador de artes mágicas, pensou que podia comprar com dinheiro o favor de Deus. Êle descobriu que era o contrário, segundo Pedro lhe disse: “Pereça contigo a tua prata, pois pensaste, por meio do dinheiro, obter posse da dádiva gratuita de Deus.” (Atos 8:20) Não há dinheiro que compre os dons de Deus; se assim fôsse, os ricos seriam os favorecidos, podendo mandar reservar lugares no nôvo mundo de Deus. Mas Deus não é mercenário; não é parcial. Qualquer um pode tornar-se amigo de Deus e do seu Filho, muito embora as suas possessões materiais sejam pequenas e insignificantes.
19. (a) Como então se podem usar o dinheiro ou os bens materiais para ganhar a amizade de Deus? (b) Qual é o uso correto dos recursos da pessoa?
19 Como, então, podemos usar as riquezas ou bens materiais para fazer amizade com Deus? Não para subornar a Deus, mas para glorificá-lo! O mundo inteiro pertence a Deus, e Jeová diz: “Minha é a prata, meu é o ouro.” “Pois são meus todos os animais do bosque, e as alimárias aos milhares sôbre as montanhas.” (Ageu 2:8; Sal. 50:10, ALA) Por isso, não podemos enriquecer a Deus materialmente, mas podemos usar os nossos recursos para glorificá-lo, contando a outros os seus propósitos, dando-lhe devoção exclusiva e amando-o lealmente. Quando animamos outras pessoas a estudar a Bíblia, quando lhes trazemos ajudas para o estudo bíblico, quando falamos com elas e as ajudamos a entender os propósitos de Deus e as promessas do novo mundo justo — estamos usando os nossos recursos para glorificar a Deus.
20. Por que é urgente que se faça amigo de Deus agora, e com quem devemos associar-nos?
20 Por usarmos os nossos recursos para glorificar a Deus, nós estamos ajuntando tesouro no céu e fazendo amigos daqueles que jamais nos esquecerão, que jamais nos abandonarão e que podem dar-nos a dádiva da vida eterna sob o reino dos céus. A questão de tornar-nos amigos de Deus e do seu Filho é muito urgente em vista de o mundo estar agora no seu “tempo do fim” e em breve ir desaparecer na guerra do Armagedon. Êste é o tempo para se demonstrar que somos amigos de Deus. Êste é o tempo de conseguir tôda a ajuda que pudermos para ganhar a amizade de Deus. É por isso que precisamos associar-nos regularmente com os que amam a Deus e lhe obedecem, os que Jesus chamou de “meus amigos”. (Luc. 12:4) Mediante a associação com a sociedade do Nôvo Mundo das testemunhas de Jeová, milhares de pessoas estão aprendendo o proceder a seguir para fazer amigos ‘por meio das riquezas injustas, de modo que, quando tais falharem, êles as recebam nos lugares eternos de habitação’. — Luc. 16:9.
[Nota(s) de rodapé]
a Enciclopédia de Religião e Éticas, em inglês, de Hastings, Vol. VI, pág. 132.