Procurando a via de acesso à fonte da vida
“Decretou as épocas designadas e os limites fixos da morada dos homens, para buscarem a Deus, se tateassem por êle e realmente o achassem.” — Atos 17:26, 27.
1. (a) Desde o fracasso de Adão, o que ficam imaginando as pessoas tementes a Deus? (b) Por que Jeová tem parecido estar tão distante delas?
DESDE que nossos primeiros pais foram expulsos do jardim de Deus para o deserto inacabado, a via de acesso à grande Fonte da vida tem captado os pensamentos de homens e mulheres tementes a Deus. Como se aproximar de nôvo de seu grandioso Criador e usufruir com êle a íntima relação originalmente usufruída por Adão tem sido questão de capital importância para os que possuem mente reverente. Tais pessoas compreenderam, de alguma forma, a verdade que foi mais tarde expressa por um dos profetas de Deus: “Tu [Jeová] és puro demais de olhos para veres o que é mau; e não és capaz de contemplar a dificuldade.” A lembrança daqueles querubins postados à entrada oriental do Éden, com “a lâmina flamejante duma espada” continuaria por muito tempo qual lembrete ao homem de que apenas criaturas purgadas e purificadas podem aproximar-se dele com segurança. Moisés mais tarde relembrou isto ao povo de Israel, quando declarou “Jeová, teu Deus, é fogo consumidor, um Deus que exige devoção exclusiva.” As imperfeições e a impureza do homem decaído o tornaram passível do fogo destrutivo do justo juízo de morte, de Jeová. Como poderia êle jamais achegar-se às “conflagrações de longa duração” do santo Soberano do Universo? — Hab. 1:13; Gên. 3:24; Deu. 4:24; Isa. 33:14.
2. O que tem feito Jeová a respeito do afastamento do homem para com êle?
2 O homem, entregue a seus próprios engenhos, jamais poderia descobrir uma aceitável via de acesso ao Criador. Felizmente, não ficou entregue a si mesmo. Jeová demonstrou sua grande compaixão por suas criaturas em posição desvantajosa no sentido de que profetizou sôbre o final triunfo da justiça e, ao mesmo tempo, manteve aberto um meio de comunicações dos humanos com êle próprio. No Éden houvera o “querubim cobridor” que sem dúvida tinha alguma responsabilidade na questão de proteger e promover os interêsses da adoração pura na terra. Deus então continuou a usar intermediários angélicos, oferecendo ampla evidência de que “faz os seus anjos espíritos e os seus servidores públicos, chama de fogo”. — Gên. 3:15; Eze. 28:14; Heb. 1:7.
3. Que exemplos temos da provisão de Jeová para a comunicação com os humanos imperfeitos que o buscam?
3 Por exemplo, foi pela mão de um anjo que lhe apareceu na sarça ardente que Moisés recebeu a comissão de ser o regente e libertador de Israel. E, na ocasião em que Gideão recebeu a designação divina qual libertador e juiz, o mensageiro angélico fêz que descesse fogo e consumisse de forma milagrosa o sacrifício oferecido. O mensageiro angélico que apareceu aos pais de Sansão para anunciar-lhes o nascimento de um filho muitíssimo incomum, depois de anunciar a boa-nova, subiu na chama do altar em que Manoá e a espôsa ofereciam um holocausto a Jeová. Lá atrás, nos dias de Ló, foram anjos que serviram quais preservadores daquele homem piedoso e suas filhas, quando a destruição chamejante sobreveio às cidades do Distrito. Êstes são casos da provisão de Deus para que piedosos humanos se comunicassem com êle.
4. De que várias formas tem Jeová empregado mensageiros angélicos para os que amam a justiça?
4 O registro acurado da Bíblia revela que os anjos ministram de várias formas as necessidades do homem e a adoração de Deus. Transmitiram e ensinaram as palavras de Deus aos humanos (Luc. 1:19); aproximaram-se da presença de Deus em favor dos humanos (Mat. 18:10); mantiveram estrita vigilância sôbre os interêsses divinos aqui na terra, relatando os acontecimentos ao Regente Soberano. (Dan. 10:12-14; Zac. 1:10) E, em visão, apareceram a favorecidas criaturas humanas, sob símbolo compacto de quatro criaturas viventes ou em suas incontáveis miríades, congregados no céu dos céus perante o Rei da eternidade, adorando-o com peanes de agradecimentos. (Dan. 7:10; Rev. 4:6-8) Podemos ser muitíssimo gratos a Jeová de que o gênero humano não tenha sido privado por completo de comunicações com êle.
5. Como foi que Jeová mostrou sua aprovação a um sistema patriarcal justo entre os homens na terra?
5 O papel vital dos anjos em ligar o homem a Deus, ao passo que também protegiam o homem pecaminoso da exposição direta à absoluta justiça de Deus, foi sem dúvida inculcada em Jacó quando teve o privilégio de contemplar, em seu sonho, grande escada que ia da terra ao céu, subindo e descendo os anjos nela. Jacó era apenas um duma série de fiéis patriarcas ou chefes de família aos quais Jeová comunicou sua vontade e seu propósito mediante ministros angélicos. Deveras, isto mesmo demonstra a sanção de Jeová àquele antigo sistema patriarcal mediante o qual os homens deveriam espalhar-se em seus grupos familiares e povoar a terra inteira. Sob aquêle sistema, o pai duma família ou tribo se tornava seu príncipe e sacerdote, sendo responsável pelo devido ajuste aos princípios de regência justa e de adoração limpa de Jeová. Como príncipe e sacerdote, todo chefe de família digno assumiria liderança em dispensar a justiça, padronizada segundo os justos tratos de Deus, em manter a adoração limpa, em oferecer sacrifícios em favor da família, e, de forma geral, em servir qual representante de Deus perante a família e mediar perante Deus em favor dela.
6. Quais são algumas das idéias básicas relacionadas com a palavra hebraica que é traduzida “sacerdote”?
6 A palavra hebraica kohén, da qual se traduz a nossa palavra “sacerdote”, tem a sua derivação duvidosa. Para certo perito, kohén, inclui a idéia de “efetuar o serviço de, ou agir como mediador para, outrem”. A palavra significa “sacerdote” e, em alguns contextos, um “lugar-tenente; principal ministro ou autoridade”. (2 Sam. 8:18; 1 Crô. 18:17) Uma palavra árabe relacionada significa “aproximar-se, achegar-se, ter acesso íntimo a”. Uma palavra babilônica relacionada tem o significado de “homenagem votiva ou ofertante à Deidade”. Outra autoridade declara que a palavra “sacerdote ou presidente era título amiúde conferido aos príncipes e reis, a algo ou alguém consagrado à Deidade”. Noé, Sem, Abraão, Jacó, Jó e Anrão, são apenas alguns daqueles primitivos patriarcas que presidiram fielmente as suas respectivas famílias e, ao mesmo tempo, demonstraram solicitude pelos interêsses da adoração pura, mas a Bíblia não os chama pelo nome “sacerdote”, kohén (hebraico) ou hieréus (grego).
INTRUSOS E USURPADORES
7. Indiquem alguns dos modos pelos quais Ninrode agia contrário à vontade de Jeová.
7 Houve, porém, aquêles que grandemente degradaram o cargo de chefe religioso patriarcal e abusaram dêle, e que se demonstraram verdadeiramente indignos de representar o Criador santo e amoroso. Usaram tal cargo para seu próprio engrandecimento pessoal, e para deixar atrás de si o que pensavam ser imperecíveis monumentos de sua própria fama pessoal. Ninrode se destaca qual exemplo primitivo de tais pessoas que seguiram a orientação do Diabo e se esforçaram de desviar de Deus para si mesmas a adoração e o serviço de suas concriaturas. Parece que êle não era primogênito, e, assim, mui provàvelmente, usurpou a autoridade e a posição que pertenciam de direito aos filhos mais velhos de Cuxe. Seu desprêzo pelo arranjo patriarcal pode ser depreendido de invadir e subjugar êle as famílias e tribos vizinhas, e de congregar os homens em organizações citadinas compactas e fàcilmente controláveis. — Gên. 10:7-12.
8. Que fatos a respeito da Assíria e Babilónia indicam o exemplo dado por Ninrode?
8 Escarnecendo do propósito de Deus para o homem, Ninrode instituiu uma ditadura religioso-política, tendo a si mesmo qual chefe de estado. Relativo à realização de suas ambições e as de seus sucessores, dispomos da seguinte nota histórica: “A teoria do ‘direito divino dos reis’ era rìgidamente adotada na Babilônia e na Assíria. Quando os monarcas falam sôbre si mesmos como nomeados por êste ou por aquêle deus para serem regentes do país, não se tratava de simples frase feita. O rei era o vigário da deidade na terra, seu representante, que usufruía o favor divino e que era admitido na confidência dos deuses. Nos dias primitivos, as funções sacerdotais estavam indissolùvelmente ligadas à realeza. Os reis mais antigos da Assíria se chamam ‘sacerdotes de Assur’.”
9. Como é que a história do Egito comprova que não era praticada a devida regência patriarcal?
9 O proceder de Ninrode se tornou o padrão para os homens ambiciosos em todas aquelas famílias que mais tarde emigraram em tôdas as direções a partir de Babilônia quando Jeová confundiu a linguagem dos construtores da tôrre. (Gên. 11:5-8) Sôbre os faraós, lemos: “O Rei permanecia no Egito como o único representante entre os deuses e os homens. Até mesmo quando se desenvolveu o sacerdócio, as ofertas eram feitas de contínuo aos deuses em favor da humanidade, os sacerdotes não eram os mediadores, pois êles meramente representavam o Rei. . . . Os sacerdotes ofereciam sacrifícios, aproximavam-se dos deuses, mediavam entre o homem e o deus ùnicamente em nome do Rei”a
10, 11. Pode-se notar o exemplo de Ninrode em outros países?
10 Quanto ao antigo império dos incas, no país agora conhecido como Peru, os peritos apontam evidências que mostram que esta linhagem de regentes substituiu um anterior sistema de crença que abrangia a idéia de um Ser supremo, Criador de tôdas as coisas. O nôvo sistema “baseava-se no interêsse especial da família real, e orientava-se principalmente para o apoio dê suas pretensões e autoridade. Por meio dêle, investiram-se dum poder mais firme e mais extensivo que o da maioria das poderosas aristocracias do Oriente’.b “O sacerdócio era uma hierarquia complexa, que era encabeçada pelo imperador inca, que era tão divino que apenas sua irmã era suficientemente sagrada para ser sua espôsa. As principais posições sob o imperador eram mantidas pelos membros da família real inca.”c
11 A história da Índia indica a mesma deterioração dos arranjos patriarcais, pois, ao descrever a casta dominante, certo historiador registra que “apenas êles se habilitam a superintender as observâncias religiosas, e, sem êles, não poderia ser mantida a relação entre o homem e os deuses. Desde seu nascimento, o brâmane é um ser de santidade superior; destina-se a fins mais elevados que os demais homens, e a diferença entre êle e aquêles têm de se manifestar em todos os seus atos e hábitos por tôda a vida. Êle é o senhor natural de tôdas as classes.”d
12. Que se constituíram os regentes egoístas?
12 Assim, notamos como através da terra as criaturas humanas egoístas estabeleceram-se quais obstáculos ao invés de quais mediadores entre Deus e o homem, e declararam que apenas por meio de sua intercessão e a seu bel-prazer poderiam os homens chegar a obter o favor do céu. Por manipulação de misterioso poder religioso, conseguiram estabelecer e manter opressiva regência sôbre seu próximo. Os livros de História estão cheios do registro das crueldades e das misérias acumuladas sôbre os súditos escravizados de tais autocratas que se mascararam de ministros da justiça.
FIÉIS PATRIARCAS
13. Expliquem se Noé satisfez os requisitos de Deus quanto aos sacerdotes patriarcais.
13 Por comparação, quão revigorante é voltar-nos para o registro dos fiéis patriarcas que se desincumbiram de suas responsabilidades para a honra de Deus e para bênção dos homens! Considere Noé, por exemplo. Ao nascer, foi profetizado a seu respeito que êle traria confôrto à família, e os eventos subseqüentes confirmaram tal profecia. Era alguém que buscava a Deus, tanto assim que obteve grande favor aos olhos de Jeová. Mostrou-se ansioso de alcançar a justiça de Deus, lidou de forma inculpe com o próximo, em contraste com a perversa forma de agir de Ninrode, e andou com Deus em humildade. Era pregador da justiça a seus contemporâneos, dando assim evidência de profunda solicitude quanto ao bem-estar da humanidade. Embora ignorado e ridicularizado pela maioria, foi abençoado em ver sua própria família agir segundo o ensino que lhe transmitira e sobreviver junto com êle à catástrofe global. Saindo da arca de sobrevivência, exerceu de forma fiel a função sacerdotal por dirigir a adoração e oferecer sacrifício grato a Jeová para si mesmo e sua família. — 2 Ped. 2:5; Gên. 8:20.
14. Quais são alguns dos fatos a respeito de Abraão que mostram estar êle ansioso de cumprir a vontade de Jeová quanto aos chefes de famíla?
14 A história de Abraão o revela qual notável chefe de família, tendo aguçado senso de suas responsabilidades religiosas, muito embora não fôsse o primogênito, especialmente desde o momento em que, tendo morrido seu pai Terá, conduziu sua família para a terra de que lhe falara Deus. Quando Jeová confirmou-lhe o pacto pelo qual sua prole possuiria a terra de sua peregrinação, convidou-se Abraão a desempenhar deveres sacerdotais, colocando em ordem os sacríficios mortos. (Gên. 15:9-18) Novamente, quando tinha criado um filho e herdeiro promissor em sua velhice, e então recebeu a ordem de sacrificar aquêle filho único, vemo-lo em ação qual sacerdote familiar. Durante tôdas as suas viagens, levantou altares para a adoração de Jeová, invocando pùblicamente o santo nome de seu Deus, de modo que os povos então em Canaã chegassem a ouvir falar a respeito do verdadeiro Deus. Também ensinou fielmente a sua família a reverenciar e a amar o Deus Soberano. Lembre-se, também, de como exerceu a função de mediador quando suplicava a Jeová a favor de possíveis habitantes justos da perversa cidade de Sodoma, próxima a Gomorra. — Gên. 12:8; 13:18; 18:19, 22-32.
15. Que espécie de sacerdote era Melquisedeque?
15 A seguir encontramos o registro de Melquisedeque. Eis aqui uma pessoa a respeito da qual a Bíblia não fornece genealogia, nem qualquer relato da duração da vida dêle ou a época de sua morte. Mas, é o primeiro na Bíblia a ser chamado “sacerdote” especìficamente, “sacerdote do Deus Altíssimo”, do que podemos concluir que mantinha lealmente no reino de Salém a adoração do verdadeiro Deus, conservando-se à parte das práticas religiosas imundas e degradantes dos cananeus pagãos por tôda a volta. Êle foi encontrar e abençoar o vitorioso Abraão quando êste voltava da libertação de Ló. Não existe nenhuma dúvida de que foi orientado por Jeová para fazer isso, e, indicando que Abraão também entendia dêsse modo a situação, êsse patriarca entregou ao sacerdote-rei de Salém generosa parte, um décimo, de todos os despojos que tomara do derrotado conluio de reis do norte. — Gên. 14:18-20.
16, 17. O que era agradável a Jeová quanto ao proceder de Isaque e de Jacó?
16 Isaque e Jacó se apegaram ambos tenazmente ao ensino de Abraão, cada um em sua própria geração demonstrando lealdade à sua ‘unção’ da parte de Deus, à sua comissão de ter certa parte no preparo e na criação de uma descendência ou santa nação que eventualmente herdaria a terra prometida. Eram contìnuamente orientados e protegidos por Jeová como Seus representantes especiais. A respeito dêles, a Bíblia menciona como Jeová mantinha seus olhos fixos nêles para o seu bem: “A ninguém permitia que os oprimisse; antes, por amor dêles, repreendeu a reis, dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.” (Sal. 105:14, 15, ALA) Êles, por sua vez, aderiram estritamente à vontade de Deus para êles, a saber, que permanecessem na terra quais residentes temporários, em contraste com os gananciosos e materialistas posseiros de Canaã. Presidiam suas famílias e promoviam nelas a adoração verdadeira. Onde quer que fôssem, apresentavam um reflexo altamente elogiável do Deus a que adoravam.
17 No início de sua varonilidade, descreve-se Jacó como “homem inculpe, que habita em tendas”. (Gên. 25:27) Que êle, embora não fôsse o primogênito, tinha alta consideração para com a bênção e o favor de Jeová e, ao mesmo tempo, discernia a indiferença completa de seu irmão Esaú em tais questões, pode ser entendido da pechincha que fêz para possuir a primogenitura. O proveito material não avultava tanto em sua mente como os preciosos privilégios e responsabilidades que de direito caberiam ao herdeiro do fiel Isaque. A profunda apreciação de Jacó por todo o cuidado protetor que Jeová lançara em volta dêle durante tôdas as suas épocas de dificuldade o moveram a votar dedicar um décimo de sua renda regularmente ao serviço da verdadeira adoração. (Gên. 28:22) Não eram nada insignificantes, entre os pronunciamentos especiais de Deus por meio dêste representante fiel, as bênçãos dadas a seus filhos pouco antes de sua morte. — Gên. 49:1-28.
18. Como foi que Rúben se desqualificou dos privilégios da primogenitura, e com que resultado?
18 Segundo o costume patriarcal, seu primogênito, Rúben, deveria ter sido aquêle que herdaria a primogenitura em Israel. Não obstante, Rúben desqualificou-se ao cometer fornicação com a concubina de seu próprio pai, a mãe de alguns de seus irmãos. Assim, mostrou completa desconsideração para com as relações sagradas bem dentro da família de seu pai. Por conseguinte, não era digno de oferecer a liderança apropriada qual possuidor da primogenitura. (Gên. 49:4) Assim, a porção dupla da primogenitura coube mais tarde a José, a regência coube a Judá, e o sacerdócio à casa de Levi. Até mesmo quando os descendentes de Rúben — Datã e Abirã — esforçaram-se no tempo de Moisés a asseverar o direito perdido de regência, Jeová agiu prontamente para manter a palavra dada mediante Jacó. Tais rubenitas pagaram com suas vidas a ousadia de desafiar a prerrogativa de Jeová de degradar aquêles que desagradam a êle e exaltar aquêles que lhe trazem prazer. — Números, cap. 16.
19. O que podemos concluir a respeito de Jó, com base no registro de suas experiências?
19 Como alguém cuja paciência e piedade foram verdadeiramente postas à prova por uma combinação de calamidades que o deixaram sem filhos, sem amigos e sofrendo as dores excruciantes da enfermidade, Jó reluz como outro verdadeiro adorador de Deus. Para a família e os conhecidos, recomendou a dignidade de seu Deus, jamais o acusando de tolice em permitir os terríveis golpes sofridos por Jó. Diferente dos infiéis sacerdotes dos tempos antigos e modernos, não acusou Deus de errar em permitir a perversidade. Até mesmo em seu anterior estado próspero, sempre tinha presente a condição de seus filhos perante Deus, oferecendo com diligência sacrifícios em favor dêles, pois talvez, como êle mesmo disse, “meus filhos tenham pecado e tenham amaldiçoado a Deus em seu coração”. (Jó 1:5) Quando submetido às calúnias de seus oponentes, sustentou a justiça e o nome de Jeová. Por fim, quando Jó foi curado e liberto de tôdas as suas dificuldades, as vidas de seus críticos de língua afiada dependeram da oração dêle para a aceitação dos sacrifícios de seu arrependimento perante Deus. O último fim de Jó certamente mostra que êle agradara a Jeová em seu serviço qual sacerdote e chefe de família. — Jó 42:8, 12.
20. Forneçam os fatos da vida de Moisés que provem ter sido êle um fiel promotor dos propósitos de Deus.
20 Na idade avançada de oitenta anos, Moisés foi comissionado pelo anjo de Jeová a ser profeta, libertador, regente, mediador e sacerdote para a nação de Israel. (Sal. 99:6) Sua primeira designação foi liderar aquela nação típica para fora da escravidão do Egito. Como mediador entre seus teimosos co-israelitas e Jeová, êle teve de intervir, vez após vez, para desviar os golpes devastadores que Jeová contemplava dar a um povo desobediente e ingrato. (Exo. 32:10-14; Núm. 14:11-19) Em tal posição, também mediou o pacto de Deus com a nação enquanto não se fizera nenhuma outra provisão para um sacerdócio nacional. Como mensageiro fidedigno, transmitiu o inteiro conselho de Deus ao povo, e insistiu que êste obedecesse aos requisitos divinos. Gastou-se voluntàriamente no trabalho de administrar a justiça em seus enormes acampamentos. Era zeloso na defesa da adoração correta e pronto a agir contra aquêles que a obstruíam. Com tôda a sua responsabilidade e os privilégios dados por Deus que usufruía, não havia nem sequer um indício de ambição egoísta no registro a respeito dêle. Ainda pôde ser chamado “sem comparação, o mais manso de todos os homens que se achavam sôbre a superfície do solo”. — Êxo. 18:17, 18; 32:32; Núm. 12:3.
21. Que escolha podia fazer Moisés, e que escolha correta fêz?
21 Moisés, seja lembrado, fôra educado em toda a sabedoria do Egito, na côrte do Faraó. Tivera a oportunidade de observar as ordens sacerdotais daquele país com todos os seus planos para controlar o povo e se enriquecer, ao passo que sempre sustentavam o regente opressivo como sendo o favorito dos deuses. Muito embora a estrada da ambição pessoal lhe pudesse trazer riqueza e poder no Egito, preferiu identificar-se com o povo de Jeová e aceitar os vitupérios que tinham de ser lançados sôbre um povo cujo Deus não lhes provera sequer um país dêles próprios. Pouco compreendiam os zombadores egípcios o que estava em reserva para êles e para seu orgulhoso país. — Heb. 11:24-26.
22. Embora Jeová continuasse a comunicar-se com os que amavam a justiça, por meio dos anjos, que perguntas exigiam respostas, e que esperança havia de acesso a Deus?
22 Até à época de Moisés, o favor da comunicação com o Criador pela ajuda de mensageiros angélicos se limitara a apenas algumas famílias piedosas. Ao passo que isto servia para manter viva a crença num grande e beneficente Deus, todavia, havia muitíssimas perguntas sem ser respondidas. Como poderiam os homens imperfeitos reconciliar-se com seu puro Criador? Será que seria alguma vez posta de lado a barreira entre êles e Deus, que os anjos perfeitos e os patriarcas leais, porém imperfeitos, não conseguiram remover? Como seria removida a escravidão ao pecado e à morte? Será que as gerações do homem continuariam apenas, como a erva, a brotar e a perdurar por curto tempo, daí morrendo? Os próprios chefes de família fiéis devem ter amiúde pensado em tais perguntas, ao contemplarem o céu noturno e compreenderem parte da imensidão da criação de Deus. Não poderiam senão esperar pacientemente até que Jeová revelasse seus propósitos a êles, passo por passo. Êle dera a seus servos aviso antecipado do grande Dilúvio, da destruição da terra de Sodoma e da segura libertação da terra do Egito. Tinham realmente um Deus que podia cumprir Sua palavra e a cumpriria mesmo. Por certo, isso constituía base suficiente para esperarem que, no devido tempo, Êle lhes revelasse a via de acesso à vida e à paz com Êle!
[Nota(s) de rodapé]
a Religion of Babylonia and Assyria, de M. Jastrow, p. 374.
b Ancient Religions (Ed. 1750), editada por V. Ferm, págs. 37, 293.
c Harper’s New Monthly Magazine, junho de 1853, “Ancient Peru — Its People and Its Monuments.”
d History of Religion, Allan Menzies, p. 337.
[Foto na página 717]
Num sonho, mostrou-se a Jacó que os anjos têm parte nas comunicações de Deus com o homem.
[Foto na página 720]
Noé liderou sua família na adoraçâo.