Algo melhor do que a confirmação
OS FILHOS de famílias católicas romanas, por ocasião de sua confirmação, ajoelham-se junto à balaustrada do altar de sua igreja. O bispo passa ao longo da fila destes jovens e põe uma mistura de óleo de oliva e bálsamo nas suas testas, na forma duma cruz, ao passo que repete uma fórmula prescrita pela tradição. Esta cerimônia é considerada como “sacramento, no qual o Espírito Santo é dado aos já batizados, a fim de torná-los cristãos fortes e perfeitos e soldados de Jesus Cristo”. — The Catholic Encyclopedia, de 1908, Vol. IV, p. 215.
A confirmação é também praticada de diversos modos pela Igreja Ortodoxa Grega, pela Igreja Anglicana, pela Igreja Luterana e por diversas outras. Embora as igrejas protestantes, que retiveram uma forma desta cerimônia, não considerem a confirmação como sacramento, consideram-na como rito durante o qual a pessoa renova e confirma as promessas feitas por outros, por ocasião de seu batismo.
Foram os seus filhos confirmados ou crismados? Devem ser confirmados? Muitos pais sinceros, desejando ver seus filhos fortes na fé, incentivaram-nos a ser confirmados. Mais tarde, porém, um número considerável deles ficou desapontado, dando-se conta de que a confirmação e a instrução religiosa que a precede não tornaram seus filhos cristãos fortes. Os pais têm visto amiúde seus filhos confirmados perder interesse, e, com o tempo, até mesmo parar de freqüentar os ofícios religiosos.
Em tais casos, a confirmação evidentemente fracassou no seu objetivo pretendido, e, na opinião de alguns, foi até mesmo prejudicial. Por exemplo, Vergote, dignitário eclesiástico na Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, observou: “O batismo de crianças e especialmente a sua confirmação têm tido um efeito desastroso e marcante sobre a sua consciência. . . . Já antes que estas crianças tenham tido tempo de pensar na sua fé, nós pedimos que façam uma declaração solene de fé.”
Visto que os resultados deste costume admitidamente não são os desejados, surge a pergunta: Existe algo melhor do que a confirmação, algo que realmente ajude os filhos a ter fé forte?
Decididamente é necessário que haja instrução. Paulo, apóstolo do Senhor Jesus Cristo, escreveu: “A fé, pois, vem pelo ouvir, e o que se ouve é a palavra de Cristo.” (Rom. 10:17, New American Bible) Tal fé é uma proteção neste mundo moralmente corruto. Mas onde e quando devem os filhos ouvir as coisas que os habilitarão a ter fé forte?
Segundo as Escrituras Sagradas, o lar é o primeiro lugar para se instruir os filhos a respeito do Criador. A lei de Deus aos israelitas mandava que os pais dessem tal instrução e que deviam fazer isso em toda oportunidade. Mandou-se-lhes: “Toma ao coração estas palavras que hoje te ordeno. Inculca-as nos teus filhos. Fala delas em casa e fora, quer estejas ocupado, quer estejas descansando.” — Deu. 6:6, 7, NAB.
Note que se exigia instrução parental embora os israelitas tivessem um santuário para a adoração. O santuário em Israel não era apenas um local para se oferecerem sacrifícios, mas também um centro de instrução na Lei de Deus. Isto se dava especialmente cada ano sabático durante a festividade das barracas. Nesta ocasião, lia-se a Lei inteira a todo o Israel — homens, mulheres e crianças. (Deu. 31:10-13) Esta leitura era de grande valor para familiarizar os filhos com o que Deus exigia daqueles que queriam a Sua aprovação e bênção. Mas não isentava os pais da responsabilidade de instruírem seus filhos. A instrução disponível no santuário tinha de ser suplementada pelo ensino diário no lar.
De modo similar, os pais cristãos, embora se reúnam regularmente com seus filhos para ouvir a Palavra de Deus considerada nas reuniões da congregação, têm a obrigação de suplementar este ensino. O apóstolo Paulo aconselhou: “Vós, pais, não estejais irritando os vossos filhos, mas prossegui em criá-los na disciplina e no conselho de autoridade de Jeová.” (Efé. 6:4) Provê tal instrução aos seus filhos? Eles precisam dela, para poderem lidar com bom êxito com os problemas diários da vida.
Isto foi bem reconhecido por certa mulher temente a Deus, que vivia no primeiro século E. C., Eunice, mãe de Timóteo. Em resultado da instrução que dava, Timóteo conhecia as Escrituras “desde a infância”. (2 Tim. 3:15) Os esforços dela foram ricamente abençoados ao ver seu filho tornar-se um jovem de notável fé. Duas das cartas inspiradas, na Bíblia, são dirigidas a ele. Ele se gastava voluntariamente a favor dos outros. Numa das suas cartas a Timóteo, o apóstolo Paulo escreveu: “Eu me recordo da fé que há em ti sem qualquer hipocrisia, e que houve primeiro em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, mas, estou confiante, que há também em ti.” — 2 Tim. 1:5.
Quais os pais cristãos que não gostariam de ver seus filhos refletir uma fé assim? Mas isto não vem automaticamente. É obrigatório o ensino regular das Escrituras Sagradas no lar. Ao passo que a confirmação e a instrução religiosa que a precede falharam vez após vez em produzir cristãos fortes, a instrução bíblica regular, dada pelos pais, tem repetidas vezes contribuído enormemente para se alcançar este objetivo. Isto é de se esperar, pois a instrução parental no caminho da justiça está em harmonia com a ordem expressa de Deus.
Por outro lado, mesmo os que advogam a confirmação reconhecem que a cerimônia é na maior parte uma questão de tradição e realmente não pode ser apoiada pelas Escrituras. A Enciclopédia Católica, de 1908 (Vol. IV, p. 217, em inglês) declara: “O Sacramento da Confirmação é um exemplo notável do desenvolvimento da doutrina e dos ritos na Igreja. . . . não devemos esperar encontrar ali [nas Escrituras Sagradas] uma descrição exata da cerimônia, conforme é realizada atualmente, nem uma solução completa das diversas questões teológicas que surgiram desde então.”
Naturalmente, para os pais poderem ajudar os filhos a ter uma fé baseada na Palavra de Deus, eles mesmos precisam estar bem familiarizados com o conteúdo dela. Sente-se preparado para cuidar desta responsabilidade dada por Deus? Se for pai, ou mãe, que gostaria de melhorar a educação bíblica disponível aos seus filhos, as testemunhas de Jeová terão prazer em ajudá-lo a estudar as Escrituras no retiro de seu próprio lar, sem qualquer despesa. Toda a sua família pode participar neste estudo. Milhares de pais têm sido ajudados mediante tais estudos a aumentar suficientemente em conhecimento para fazerem um bom trabalho de ensinar as verdades da Bíblia aos seus próprios filhos. Se estiver interessado em fazer isso, pergunte às testemunhas de Jeová sobre o seu arranjo de estudo bíblico domiciliar, da próxima vez que o visitarem, ou escreva à editora desta revista, pedindo que se envie alguém para demonstrar-lhe como se realiza tal consideração familiar da Bíblia.