Levar o lugar santo à condição correta
“Até duas mil e trezentas noitinhas e manhãs; e o lugar santo certamente será levado à sua condição correta.” — Dan. 8:14.
1. Após séculos de existência da cristandade, em que sentido é ela desapontadora, e perto do fim de que período se encontra ela?
AO PASSO que o tempo avança rapidamente, são cada vez mais as pessoas que se convencem de que a cristandade não é o lugar ou o santuário da adoração pura do único Deus vivente e verdadeiro. O lugar de Sua adoração devia ser santo, e a cristandade está longe de ser isso. Depois de dezesseis séculos de existência, poderia esperar-se algo melhor do que a sua condição ímpia, pois ela afirma adorar este Deus verdadeiro, o Criador do céu e da terra. Depois de todas aquelas perturbações religiosas que ocorreram, é agora evidente que a cristandade não foi ‘levada à sua condição correta’ ou ‘restabelecida ao seu estado legítimo’. (Revised Standard Version) É evidente que a cristandade se encontra no seu “tempo do fim” e este está chegando ao término. — Dan. 12:4.
2. Para sabermos o cumprimento de que profecia de Daniel teremos de procurar em outra parte, em vez de na cristandade?
2 É necessário que procuremos em outra parte, em vez de na cristandade, para saber onde o “lugar santo” ou “santuário” do Deus Altíssimo foi “levado à sua condição correta” ou “justificado”. — Dan. 8:14; Trinitária.
3. Onde se encontra o centro da teocracia, e que boa definição do termo “teocracia” nos fornece certa enciclopédia?
3 Segundo as Escrituras Sagradas, o “santuário” de Deus é seu templo de adoração. É seu “palácio”, segundo outro significado da palavra usada nas Escrituras para “templo” (heikhál, em Hebraico). (Mal. 3:1; Sal. 45:15) É nele que ele reina sobre o seu povo dedicado. Para este é o Deus Governante ou Teocrata. É dali que exerce a regência ou o governo teocrático. É o centro de sua teocracia. Uma boa definição deste termo governamental “teocracia” é fornecida pela Cyclopœdia de M’Clintock e Strong, Volume 10, página 317, que diz: “Forma de governo tal como prevalecia entre os antigos judeus, na qual Jeová, o Deus do universo, era reconhecido diretamente como seu governante civil supremo e cujas leis eram tomadas como os estatutos do reino. Este princípio é estabelecido repetidas vezes no código mosaico e vigorava continuamente depois disso.”
4. Portanto que perguntas surgem quanto ao “lugar santo” ou ‘santuário” de Jeová, e por que se interessam nas respostas as pessoas que se sentem perturbadas quanto às questões religiosas?
4 Em vista do precedente, de que modo precisaria o “lugar santo” ou “santuário” de Jeová Deus ser “levado à sua condição correta”? Quando ocorreria isso ou quando ocorreu? Isto é algo que influi na adoração verdadeira, na religião correta, e todos os que se sentem perturbados com todos os distúrbios religiosos e a confusão e desilusão de hoje em dia têm bons motivos para estarem interessados nas respostas a estas perguntas.
5. Nos últimos anos de que potência mundial obteve Daniel a visão, e em que circunstâncias?
5 Quem foi usado para trazer esta questão à nossa atenção foi o antigo profeta Daniel. Isto foi há tanto tempo quanto no sexto século antes de nossa Era Comum, ou mais de vinte e cinco séculos atrás. Daniel encontrava-se então no exílio em Babilônia e estava à serviço do Rei Nabonido, pai de Belsazar, que agia como co-regente. O Império Babilônico, Terceira Potência Mundial da história bíblica, estava então nos seus últimos anos, pois Daniel prossegue dizendo: “No terceiro ano do reino de Belsazar, o rei, apareceu-me uma visão, a mim, Daniel, depois daquela que me apareceu no início.” — Dan. 8:1.
O “LUGAR SANTO” OU “SANTUÁRIO”
6. Antes de Daniel ser levado ao exílio, onde adorava o seu Deus, e perdeu Deus o seu verdadeiro templo com o que aconteceu onze anos depois?
6 Antes de ter sido levado ao exílio no ano 617 A. E. C., Daniel havia adorado seu Deus Jeová no templo em Jerusalém. Mas, cerca de onze anos depois, em 607 A. E. C., o Rei Nabucodonosor, avô de Belsazar, havia destruído a cidade de Jerusalém e seu templo construído pelo Rei Salomão. Aquele templo glorioso realmente não havia sido moradia do Deus de Daniel, Jeová, mas havia sido representativo dela. Por isso, na destruição do templo de Jerusalém pelos babilônios, em 607 A. E. C., a verdadeira moradia ou o Palácio de Deus realmente não foi destruído. — 1 Reis 8:27; Atos 7:48; 17:24.
7. O que representava aquele templo em Jerusalém e o sacrifício de quem se apresentou no Santíssimo dele?
7 Aquele templo terrestre não representava nem tipificava a congregação cristã estabelecida 639 anos depois, na cidade reconstruída de Jerusalém, no dia de Pentecostes de 33 E. C. Não, mas representava ou tipificava o templo celestial ou palácio de Jeová, no qual ele reina de modo supremo acima dos querubins vivos que o assistem. Conforme se declara belamente no Salmo 99:1: “O próprio Jeová se tornou rei. Agitem-se os povos. Ele está sentado sobre os querubins. Estremeça a terra.” Foi ali, no Santíssimo do templo de Jeová, que Jesus Cristo apresentou o seu sacrifício depois de subir ao céu.
8, 9. (a) Quem entrava no Santíssimo do templo terreno, e para fazer o quê? (b) O que diz Hebreus 9:1, 24-28 sobre os serviços prestados por Jesus Cristo como Sumo Sacerdote espiritual?
8 Na antiga Jerusalém, antes de sua destruição pelos babilônios, o sumo sacerdote judaico apresentava o sangue dos sacrifícios do Dia da Expiação cada ano em 10 de tisri, aspergindo o sangue diante do propiciatório de ouro sobre o qual havia esculpido dois querubins de ouro, acima dos quais aparecia a luz Xequiná, para representar a presença invisível de Jeová ali. (Êxo. 25:17-22; Lev. 16:11-17; Núm. 7:89; 1 Sam. 4:4; 2 Sam. 6:2) Por outro lado, Jesus Cristo não era sacerdote levita da família de Arão e não entrava no Santíssimo do templo mundano, terreno, em Jerusalém. Por isso lemos sobre o seu serviço como Sumo Sacerdote espiritual de Jeová:
9 “Cristo entrou, não num lugar santo feito por mãos, que é uma cópia da realidade, mas no próprio céu, para aparecer agora por nós perante a pessoa de Deus. . . . Mas agora ele se manifestou uma vez para sempre, na terminação dos sistemas de coisas, para remover o pecado por intermédio do sacrifício de si mesmo. . . . assim também foi oferecido o Cristo uma vez para sempre, para levar os pecados de muitos.” — Heb. 9:1, 24-28.
10. Quando empreendeu Jesus na terra seu proceder sacrificial, e semelhante a que antigo sacerdote tornou-se ele?
10 Na terra, Jesus depôs o seu perfeito sacrifício humano, adotando este proceder de auto-sacrifício na ocasião em que foi batizado em água por João Batista, em 29 E. C. O espírito de Deus desceu ali sobre Jesus, gerando-o para a vida espiritual como Filho espiritual de Deus. Ao mesmo tempo, aquele espírito ungiu-o como Sumo Sacerdote espiritual e Rei espiritual à semelhança do Rei Melquisedeque da antiga cidade de Salém.
11. (a) Em que nova relação entrou então Jesus e por meio de que foi representado o estado em que ele andava então? (b) Então, o que o separava da vida espiritual nos céus?
11 Daquele tempo em diante, João Batista falava do ungido Jesus como sendo “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”, e também como sendo “o Filho de Deus”. (João 1:29-51; Mat. 3:13-17) Por causa desta sua nova relação espiritual com Jeová Deus no céu, Jesus Cristo andava como que naquele estado espiritual representado pelo primeiro compartimento do templo, chamado O Santo, embora ainda cumprisse seu proceder sacrificial na terra. A carne perfeita de Jesus, igual à cortina ou ao véu que separava o Santo do Santíssimo do templo, era o que o separava durante a sua vida humana na carne daquela vida espiritual nos céus invisíveis onde se encontra Deus pessoalmente. Ele atravessou este “véu” ao morrer como homem e ser ressuscitado como espírito.
12. À maneira de quem se tornou Jesus Cristo sumo sacerdote, e o que representava a cortina interna do templo?
12 Sobre isso se escreveu aos hebreus cristianizados, os descendentes naturais do patriarca Abraão: “Desta maneira Deus, quando se propôs demonstrar mais abundantemente aos herdeiros da promessa [feita a Abraão] a imutabilidade do seu conselho, interveio com um juramento [para apoiar a promessa], a fim de que, por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, nós, os que fugimos para o refúgio, tenhamos forte encorajamento para nos apegar à esperança que se nos apresenta. Temos esta esperança como âncora para a alma, tanto segura como firme, e ela penetra até o interior da cortina, onde um precursor entrou a nosso favor, Jesus, que se tornou sumo sacerdote para sempre à maneira de Melquisedeque.” (Heb. 6:17-20) “Portanto, irmãos, visto que temos denodo para com o caminho de entrada no lugar santo, pelo sangue de Jesus que ele inaugurou para nós como caminho novo e vivente através da cortina, isto é, sua carne, e visto que temos um grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos.” — Heb. 10:19-22.
13. Segundo o testemunho de 1 Pedro 3:18, que espécie de ressurreição teve Jesus, e quem deve participar com ele nesta espécie de ressurreição?
13 O apóstolo Pedro atesta que Jesus Cristo foi ressuscitado como criatura espiritual por ter deposto sua vida humana em sacrifício, a fim de passar pela “cortina, isto é, sua carne”, escrevendo: “Ora, até mesmo Cristo morreu uma vez para sempre quanto aos pecados, um justo pelos injustos, a fim de conduzir-vos a Deus, sendo morto na carne, mas vivificado no espírito.” (1 Ped. 3:18) De modo que deixou sua carne para sempre para trás e ascendeu ao céu com o “sangue”, quer dizer, com o valor de seu perfeito sacrifício humano. Ali, como Sumo Sacerdote, apresentou este mérito resgatador perante a pessoa de Deus, portanto, no Santíssimo antitípico. Todos os seguidores dedicados e batizados de suas pisadas, os gerados pelo espírito de Deus e ungidos com espírito de Deus, têm a esperança de compartilhar na ressurreição de Jesus e participar com ele nos céus espirituais como herdeiros de Deus e co-herdeiros de Jesus Cristo. — Rom. 8:14-17.
14. (a) Onde são representados como andando os seguidores ungidos das pisadas de Cristo? (b) Por que podem ser chamados de “exército” e também de “lugar estabelecido do seu santuário”?
14 Estes cristãos gerados pelo espírito, enquanto ainda na terra, em carne, servem como sub-sacerdotes naquela condição espiritual prefigurada pelo primeiro compartimento, O Santo, do templo. (1 Ped. 2:5-9) Desta maneira, embora ainda na terra, servem a Jeová Deus no seu ‘lugar santo” ou “santuário”. Visto que estes sub-sacerdotes espirituais somarão por fim 144.000, podem ser chamados de “exército” e também de “povo constituído dos santos”. Visto que Jeová Deus chama esta terra de seu “escabelo”, tais 144.000 poderiam ser chamados de ‘lugar estabelecido do seu santuário”. Pelo menos o representam, porque são os súditos e representantes terrestres da Teocracia de Jeová.a Também, enquanto estão na carne, no escabelo de Deus, são representados como estando no pátio interno do templo destinado aos sacerdotes, onde estava situado o altar dos sacrifícios. — Dan. 8:11, 24.
DEITADO ABAIXO O LUGAR DO SEU SANTUÁRIO
15, 16. (a) Em que estão interessados os do restante ungido e outros estudantes da Bíblia quanto à visão de Daniel, e que dois animais viu ele? (b) O que fez um animal ao outro, e o que aconteceu com o vencedor?
15 Atualmente, depois de mais de dezenove séculos de escolha destes 144.000 co-herdeiros teocráticos de Jesus Cristo, existe na terra apenas um restante destes herdeiros do reino celestial de Deus. Estes cristãos ungidos, junto com todos os outros estudantes da Bíblia, estão interessados em examinar de novo a visão que o profeta Daniel teve durante aqueles dias finais da Potência Mundial Babilônica. Ele conta em Daniel 8:2-6 como um carneiro de dois chifres é atacado por um bode peludo de um só chifre entre os olhos. Daniel 8:7, 8, prossegue:
16 “E eu o vi atingir o carneiro, e começou a mostrar amargura para com ele, e passou a golpear o carneiro e a quebrar-lhe os dois chifres, e mostrou-se não haver poder no carneiro para se manter de pé diante dele. De modo que o lançou por terra e o pisoteou, e o carneiro não mostrou ter alguém que o livrasse da sua mão. E o bode dos caprídeos, da sua parte, assumiu ares de grandeza, em extremo; mas, assim que se tornou forte, foi quebrado o grande chifre, e passaram a subir de modo proeminente quatro em lugar dele, em direção aos quatro ventos dos céus.”
17. Para que tempo se reserva a visão, e o que disse o anjo quanto a que representavam os chifres do carneiro e depois os chifres que se desenvolveram daquele do bode?
17 Nem Daniel, nem nós somos deixados a adivinhar o significado desta visão. Daniel foi informado por meios angélicos: “Entende, ó filho do homem, que a visão é para o tempo do fim. . . . Eis que te faço saber o que ocorrerá na parte final da verberação, porque é para o tempo designado do fim. O carneiro que viste, tendo dois chifres, representa os reis da Média e da Pérsia. E o bode peludo representa o rei da Grécia; e quanto ao chifre grande que havia entre os seus olhos, este representa o primeiro rei. E que este foi quebrado, de modo que por fim se ergueram quatro em seu lugar, haverá quatro reinos que se erguerão de sua nação, mas não com o seu poder.” — Dan. 8:15-22.
18. Após a queda de que potência mundial se aplica a visão, quem eram os chifres simbólicos do “carneiro” e quem era o único chifre simbólico do “bode”?
18 Portanto, esta profecia começa a aplicar-se depois de Dario, o Medo, e Ciro, o Persa, terem causado a queda de Babilônia, no outono do ano 539 A. E. C. e se estabelecer o Império Medo-Persa como Quarta Potência Mundial da história bíblica. Este Império, que chegou a ter o tamanho do de Babilônia, para o leste, para o oeste e para o sul, continuou na dominação mundial de 539 a 331 A. E. C. (Dan. 5:1-6:28; 11:1, 2) A Grécia, sob a liderança de Alexandre, o rei macedônio, terminou a conquista do Império Persa no ano 331 A. E. C. De modo que aquele chifre grande entre os olhos do bode peludo representava este “primeiro rei”, Alexandre Magno. Foi assim que o Império Grego, que se expandiu rapidamente para o leste até o rio Indo, da Índia, ascendeu à posição da Quinta Potência Mundial da história bíblica.
19. Como foi quebrado o “chifre grande”, e, em seu lugar, quem se tornaram os simbólicos quatro chifres?
19 A morte por malária, na cidade de Babilônia, no ano 323 A. E. C., acabou cedo com o império de Alexandre. Assim, o “chifre grande” foi quebrado no auge de seu poderio imperial. Finalmente, depois de anos de manobras da parte dos generais militares de Alexandre, vieram à existência quatro reinos helênicos, nenhum deles, naturalmente, com o “poder” de Alexandre. De modo que por volta do ano 301 A. E. C., o General Ptolomeu Lago reinava sobre o Egito e a Palestina; o General Seleuco Nicátor reinava sobre a Mesopotâmia e a Síria; o General Cassandro dominava a Macedônia e a Grécia, e o General Lisímaco dominava a Trácia européia e a Ásia Menor. Falando-se simbolicamente, em lugar do único chifre grande surgiram quatro “chifres” menores, provando a profecia bíblica como verdadeira e infalível. — Dan. 11:3, 4.
20. (a) Em que período ainda não havia entrado o cumprimento da visão? (b) O que se desenvolveu de um dos quatro chifres, e com que êxito agiu?
20 Entretanto, o cumprimento da profecia não avançara então para o “tempo do fim”, a “parte final da verberação”. (Dan. 8:17, 19) Que previsão da história do mundo mostra a seguir a visão de Daniel? Escrevendo sobre os quatro chifres de reinos helênicos, Daniel diz: “E de um deles saiu outro chifre, um pequeno, e este se tornava muito maior para o sul, e para o nascente, e para o Ornato. E tornava-se cada vez maior até atingir o exército dos céus, de modo que fez alguns dos exércitos e algumas das estrelas cair para a terra, e foi pisoteá-los. E assumiu ares de grandeza para com o Príncipe do exército, e foi-lhe tirado o sacrifício contínuo e foi deitado abaixo o lugar estabelecido do seu santuário. E aos poucos foi entregue o próprio exército, junto com o sacrifício contínuo, por causa da transgressão; e ele continuou a lançar a verdade por terra, e agiu e foi bem sucedido.” — Dan. 8:9-12.
21. O que disse o anjo sobre as atividades do simbólico chifre pequeno, e como terminaria?
21 Recebemos um indício inspirado do significado desta visão profética, pois, novamente por meios angélicos, Daniel é informado a respeito dos quatro reinos helênicos: “E na parte final do reino deles, completando os transgressores a sua ação, erguer-se-á um rei de semblante feroz e entendendo declarações ambíguas. E seu poder terá de tornar-se grande, mas não pelo seu próprio poder. E causará a ruína dum modo prodigioso, e certamente se mostrará bem sucedido e agirá com eficiência. E realmente arruinará poderosos, também o povo constituído dos santos. E, segundo a sua perspicácia, certamente fará também o engano bem sucedido na sua mão. E no seu coração assumirá ares de grandeza e arruinará a muitos durante a sua despreocupação. E por-se-á de pé contra o Príncipe dos príncipes, mas será destroçado sem mão.
22. O que disse o anjo que Daniel devia fazer, que influiria no entendimento da parte final da visão?
22 O significado desta parte da visão devia ser selado para o nosso entendimento, pois Daniel foi informado: “E a coisa vista a respeito da noitinha e da manhã, que se viu, ela é verdadeira. E tu, da tua parte, mantém em segredo a visão, porque é ainda para muitos dias.” — Dan. 8:23-26.
23. (a) Quem é o “Príncipe do exército” e quem é o “Príncipe dos príncipes”? (b) Historicamente, de que “chifre” simbólico se desenvolveu o ‘chifre pequeno’?
23 Certamente, já passaram agora estes “muitos dias”. Por isso perguntamos: O que revela a história mundial quanto ao cumprimento desta visão profética? O anjo explicou que o “Príncipe do exército” é o “Príncipe dos príncipes”. Este é o Teocrata celestial, Jeová Deus. Ele é o Príncipe entre todos os que se chamam “príncipes” na terra. Nenhum deles pode comparar-se com Ele e manter-se de pé diante Dele. Nem mesmo o simbólico ‘chifre pequeno’, aquele “rei de semblante feroz”, pode fazer isso. Quem é então este feroz poder político? Segundo a história, derivava-se de um dos quatro “chifres” simbólicos, do mais ocidental, a saber, do reino helênico do General Cassandro, da Macedônia e Grécia. Mais tarde, este reino foi absorvido pelo reino do General Lisímaco, rei da Trácia e da Ásia Menor. Isto deixava então apenas três “chifres” simbólicos. Mas no segundo século antes de nossa Era Comum, aqueles domínios helênicos ocidentais foram absorvidos por Roma.
24. (a) Como se tornou Roma a Sexta Potência Mundial da história bíblica? (b) Apesar de sua atuação anticristã, por que não podia o Império Romano ser o simbólico ‘chifre pequeno’?
24 No primeiro século antes de nossa Era Comum, a Roma imperial apossou-se dos domínios helênicos orientais e finalmente dos domínios meridionais. Roma tornou-se assim a Sexta Potência Mundial da história bíblica, no ano 30 A. E. C. Portanto, mostrou ser o Império Romano aquele ‘chifre pequeno’, aquele “rei de semblante feroz”? Não! Pois não continuou a existir até o “tempo designado do fim”. Segundo o que o anjo disse a Daniel, é então que deve ocorrer o cumprimento da profecia. (Dan. 8:19) Naturalmente, o Império Romano perseguiu cruelmente os seguidores de Jesus Cristo, gerados pelo espírito, os quais adoravam e serviam a Jeová no seu “santuário” espiritual. Estes se encontravam na condição espiritual representada pelo Santo do templo terrestre. Diz-se que Roma matou os apóstolos Pedro e Paulo, após o grande incêndio em Roma, pelo qual o Imperador Nero culpou os cristãos. Também, Revelação 1:9 mostra que o Império Romano exilou o apóstolo João para a ilha penal de Patmos. Mas esta perseguição cessou pouco antes da pretensa conversão do Imperador Constantino. Contudo, isto foi dezesseis séculos antes do “tempo do fim”, que começou no fim dos Tempos dos Gentios em 1914 E. C. Até mesmo o Santo Império Romano perdeu o poder muito antes do ano de 1914.
25. (a) Que relação tinha o ‘chifre pequeno’ com o Império Romano, e o que mostrou ser? (b) De que modo era um “rei de semblante feroz”?
25 Então, o que é que a história mostra ser o simbólico ‘chifre pequeno’, aquele “rei de semblante feroz”? É uma ramificação noroeste do Império Romano, a saber, a Britânia, visto que havia províncias romanas no que agora é a Inglaterra até a primeira parte do terceiro século E. C. No decorrer dos séculos seguintes, a Inglaterra veio a ser a sede de um império, o qual, a partir do século dezessete incluía colônias na América do Norte. Até o ano 1763, o Império Britânico havia derrotado a Espanha e a França, ambas as quais eram partes poderosas do Santo Império Romano. A partir de então, o Império Britânico mostrou ser dono dos mares e a Sétima Potência Mundial da profecia bíblica. Mesmo depois de as treze colônias americanas se separarem para estabelecer os Estados Unidos da América, o Império Britânico aumentou ao ponto de abranger um quarto da superfície da terra e um quarto de sua população. A Sétima Potência Mundial obteve poder ainda maior quando os Estados Unidos da América colaboraram com a Grã-Bretanha para formar a Potência Mundial Dupla Anglo-Americana. Tanto econômica como militarmente era deveras um “rei de semblante feroz”.
26. De que modo se tornou o simbólico ‘chifre pequeno’ grande “para o Ornato” surgindo por isso que pergunta quanto a ser o Ornato o local de cumprimento de profecia?
26 No ano de 1917, esta Potência Mundial Dupla Anglo-Americana se tornou “muito maior . . . para o Ornato”. Como? Com a captura de Jerusalém em 9 de dezembro e a vinda da Palestina sob o domínio britânico. No ano de 1920, a Liga das Nações entregou o mandato da Palestina à Grã-Bretanha, o que continuou até 14 de maio de 1948. Nos tempos bíblicos, a Terra da Promessa que Jeová deu ao seu povo escolhido era tão bela que era chamada de Ornato, isto é, da terra inteira. Em Ezequiel 20:6, 15, Jeová a chama de “ornato de todas as terras”. Foi literalmente ali que “foi deitado abaixo o lugar estabelecido do seu santuário” pelo simbólico “chifre, um pequeno”? Para sabermos isso, teremos de examinar os fatos físicos deste “tempo do fim”.
[Nota(s) de rodapé]
a Debaixo de “Teocracia”, a Cyclopœdia de M’Clintock e Strong prossegue dizendo: “Sob a Nova Economia [por causa do Novo Pacto], esta idéia passou na sua importância espiritual para o Messias, como herdeiro da dinastia perpétua de Davi, e Cristo torna-se assim o governante de sua igreja e dos corações de seus membros.”
Veja o artigo “Seu Santuário” (Parte 3), especialmente o subtítulo “2300 dias”, na página 212 do número de 15 de julho de 1933 de The Watchtower. Seguiu-se esta aplicação da profecia de Daniel no livro ‘Seja Feita a Tua Vontade na Terra’, no capítulo 9, Intitulado “Restabelecendo o Santuário na Sua Condição Legítima”. Publicado em português em 1962. Veja também os números da Sentinela de 15 de fevereiro a 1.º de abril de 1960, páginas 121-125, 149-153, 177-181, 212, 213.
[Foto na página 360]
O templo de Salomão não representava a congregação cristã; antes, representava o templo celestial de Deus, em cujo Santíssimo Jesus entrou com o valor do seu sacrifício de resgate.