Mostremo-nos dignos de entrar na nova ordem de Deus
“Visto que aguardais estas coisas, fazei o máximo para serdes finalmente achados por ele sem mancha nem mácula, e em paz.” — 2 Ped. 3:14.
1. O que não podem fazer com a velha ordem aqueles que estão descontentes com ela, mas o que pode fazer Deus?
O DESCONTENTAMENTO com a velha ordem existente de coisas é amplo, em toda a terra. Muitas pessoas de mentalidade radical chamam-na de “as instituições” e protestam contra elas. Muitos querem destruí-las. No entanto, verificam que não há nada de adequado com que substituí-las. Não podem pensar em nada de novo e melhor como substituto. Se destruírem a velha ordem estabelecida, ficariam apenas ruínas. Felizmente, há alguém mais elevado do que o homem, que também não está satisfeito com a velha ordem na terra. Este está habilitado não só a destruir completamente a velha ordem, mas também a substituí-la por uma ordem brilhantemente nova para a humanidade. É o Deus Todo-poderoso, o Criador dos céus e da terra.
2. O que prometeu este Deus Todo-poderoso, que iria fazer a respeito, e onde encontramos escrita a sua promessa?
2 Este mesmo Deus prometeu tanto a eliminação da velha ordem opressiva e mortífera de cima da terra, como o estabelecimento duma nova ordem justa e vitalizadora, que satisfará as necessidades e os desejos legítimos de toda a humanidade. Encontramos a promessa divina desta maravilhosa mudança nos assuntos humanos escrita no Livro do qual Deus é o Autor, a Bíblia Sagrada. Um escritor bíblico do primeiro século referiu-se a esta promessa preciosa quando escreveu as seguintes palavras: “Mas, há novos céus e uma nova terra que aguardamos segundo a sua promessa, e nestes há de morar a justiça.” — 2 Ped. 3:13.
3, 4. (a) Que pergunta surge sobre nós, com respeito àquela promessa divina? (b) O que se passará com a humanidade quando se cumprir nela Revelação 21:3-5?
3 Aqueles que no primeiro século liam essas palavras confiantes do apóstolo cristão Pedro aguardavam deveras ansiosamente os prometidos “novos céus e uma nova terra” da parte dum Deus que não mente. Sua promessa ainda está de pé hoje em dia! Portanto, a questão é: Cremos nela? Se afirmarmos crer, aguardaremos igualmente tais ‘novas’ coisas justas? Deveremos fazer isso, dando crédito ao Deus cuja promessa nunca falha. (Jos. 21:45; 23:14; Tito 1:2) Na realidade, devemos estar muito alegres, porque os “novos céus e uma nova terra” já são bem iminentes! Certamente, precisamos deles mais do que nunca! Essas coisas novas simbolizem a nova ordem justa de Deus. Será realmente algo de ‘novo’. Os homens ainda não viram nada igual. Será inegavelmente uma nova experiência para a humanidade, quando se cumprirem as palavras encontradas perto do fim da Bíblia:
4 “‘E o próprio Deus estará com eles. E enxugará dos seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor, nem dor. As coisas anteriores já passaram.’ E o que estava sentado no trono disse: ‘Eis que faço novas todas as coisas.’ Ele diz também: ‘Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.’” — Rev. 21:3-5.
5. Como se mostram as promessas dos políticos em contraste com as promessas de Deus?
5 Lamentavelmente, a humanidade verificou que as promessas ambiciosas de seus políticos a cata de votos são ocas, vazias, exageradas e irrealizáveis, e não merecem nem fé nem confiança. Em nítido contraste com isso, as promessas do Criador dos “novos céus e uma nova terra” mostrar-se-ão “fiéis e verdadeiras”. Podemos aguardar o que Ele prometeu, sem possibilidade de ficarmos desapontados.
A VELHA ORDEM TERÁ DE CEDER À NOVA
6, 7. O que acreditam muitos religiosamente a respeito da velha ordem, e, que Livro e sua Autoria desconhecem?
6 A velha ordem de coisas já prevalece sobre a terra por milhares de anos. Este tempo já bastou para as pessoas ficarem enojadas e cansadas dela. Inúmeros milhões da humanidade crêem religiosamente que a velha ordem é a sorte do homem, seu destino imutável. Resignam-se a ela em grande desespero. Tais pessoas religiosas não conhecem a Bíblia Sagrada. Não conhecem o Autor divino da Bíblia. O que surpreende é que muitos nem mesmo conhecem o nome dele. Conhecem os nomes pessoais de deuses não-bíblicos, que foram ensinados a adorar, mas não o nome pessoal do Deus da Bíblia. Ainda assim, o nome Dele está no Livro. Para encontrá-lo, precisam apenas tomar uma versão tal como a da Imprensa Bíblica Brasileira, segundo os textos em hebraico e grego, e ler Êxodo (o segundo livro da Bíblia), Êx capítulo seis, versículos dois e três. Ali lerão:
7 “Falou mais Deus a Moisés, e disse-lhe: Eu sou Jeová. Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó como o Deus Todo-Poderoso; mas pelo nome Jeová não lhes fui conhecido.”
8, 9. Qual é o nome do “Altíssimo sobre toda a terra”, e como e por que podemos usar seu nome pessoal?
8 Se não lhes bastar esta ocorrência do nome divino nesta versão da Bíblia, poderão recorrer ao Salmo 83, versículo 18, na versão revista e corrigida de João Ferreira de Almeida, e ali lerão: “Para que saibam que tu, a quem só pertence o nome de JEOVÁ, és o Altíssimo sobre toda a terra.” Encontrá-lo-ão na mesma versão também em Isaías 12:2 e em mais outros dezenas de lugares.
9 De modo que o nome pessoal Daquele que é Deus e “o Altíssimo sobre toda a terra” é Jeová. Nas Escrituras Hebraicas originais, em geral chamadas de Velho Testamento, este nome divino, pessoal, ocorre cerca de sete mil vezes e se acha escrito com quatro consoantes hebraicas. Visto que o próprio nome pessoal de Deus é usado tão freqüentemente nos escritos da Bíblia, estamos hoje autorizados a usar este nome, mas apenas de modo reverente e não para tomá-lo em vão. Podemos assim dar nome ao Deus a quem nos referimos, o Deus da Bíblia. Seu nome pessoal é diferente daquele de seu Filho amado, Jesus, cujo nome significa “Jeová É Salvação”.
10. (a) A promessa de novos céus e uma nova terra por parte de Deus significava o que para a velha ordem de coisas? (b) Embora não tivesse permissão de viver até a entrada das ‘novas’ coisas prometidas, a que exortou Pedro seus leitores?
10 É o Pai celestial, Jeová, quem promete a Nova Ordem composta de “novos céus e uma nova terra”. Assim que Ele mencionou os novos céus e a nova terra, significou que a velha ordem de coisas, que nunca procedeu de Jeová Deus, estava condenada a desaparecer. Não são boas estas notícias? (Veja Hebreus 8:13.) Desde que foi dada a promessa divina, pessoas de verdadeira fé no Dador da promessa têm aguardado ansiosamente que ele introduzisse tal nova ordem justa. O apóstolo Pedro e as congregações de cristãos, aos quais escreveu a sua carta, estavam entre os que olhavam para mais além do presente e aguardavam confiantemente o estabelecimento dos novos “céus” governamentais justos, e da nova “terra” social, justa. Por causa daquilo que o Amo de Pedro, o Senhor Jesus Cristo, lhe dissera, o próprio Pedro não esperava viver para ver este dia bendito na terra. (João 21:18, 19; 2 Ped. 1:13-15) Mas exortou seus leitores a aguardar a entrada da nova ordem justa. A exortação inspirada de Pedro aplica-se a nós hoje, dezenove séculos mais tarde.
ESPERA-SE PRIMEIRO O FIM DA VELHA ORDEM
11. O que precisa ser eliminado primeiro de cima da terra, e como se demonstrou que esta não é uma tarefa grande demais para o Criador?
11 Primeiro, porém, temos de esperar o fim da velha ordem ímpia. Desde pouco depois do dilúvio mundial que envolveu a terra nos dias do profeta Noé, há mais de 4.300 anos atrás, arraigou-se na terra uma velha ordem iníqua. De modo que ela não está disposta a desistir facilmente, sem luta. Luta contra quem? Ora, naturalmente, contra o Autor da Nova Ordem, o Criador dos “novos céus e uma nova terra”. Mas, desarraigar a velha ordem não é tarefa grande demais para o Deus Todo-poderoso. Nos dias de Noé, este Deus mostrou sua capacidade de destruir todo um mundo da humanidade de um só golpe, um só “ato de Deus”, que não era mero acaso. Muito tempo antes, no segundo dia de Sua semana criativa, fez com que houvesse uma divisão entre as águas, de modo que grande massa de água ficou suspensa no espaço, em torno do globo, havendo no espaço intermediário uma expansão atmosférica ou “firmamento”. (Gên. 1:6-8, I. B. B.; Matos Soares) No seu tempo designado, Ele fez com que estas águas suspensas caíssem sobre a terra. Isto produziu um cataclismo global que afogou toda a população humana da terra, exceto as oito almas humanas na arca de Noé. — 1 Ped. 3:20.
12. Por quanto tempo, pelo menos, mostrou Deus que se refreava de trazer o dilúvio, e o que foi destruído pelo dilúvio?
12 Aquele dilúvio global foi uma punição da parte de Jeová Deus. Ele se havia refreado pacientemente de infligir tal punição durante pelo menos 120 anos. (Gên. 6:1-3) O apóstolo Pedro salientou em especial esta auto-restrição da parte de Deus, ao escrever: “Ele não se refreou de punir um mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça, junto com mais sete, quando trouxe um dilúvio sobre um mundo de pessoas ímpias.” Que isto significava uma destruição mundial foi novamente enfatizado pelo apóstolo Pedro, quando acrescentou: “E, por esses meios, o mundo daquele tempo sofreu destruição, ao ser inundado pela água.” — 2 Ped. 2:5; 3:6.
13. Como se comparam o “mundo antigo” e o “mundo” ou sociedade humana atual quando se toma em consideração a longanimidade de Deus?
13 Assim, o “mundo antigo”, a primeira sociedade da humanidade, durou cerca de 1.656 anos após a criação do homem. Quanto ao “mundo” atual, ou a atual sociedade humana, a paciência de Deus durou muito mais, cerca de quarenta e dois séculos, ou desde o “ato de Deus” na confusão da língua dos construtores da torre de Babel. (Gên. 10:8-10; 11:19) O “mundo antigo” dos dias de Noé foi soterrado num túmulo aquoso por ser ‘ímpio’. Havia enchido a terra com violência. Arruinava a terra, não a subjugando para ter beleza paradísica. “A maldade do homem era abundante na terra.” (Gên. 6:5-9, 12, 13) Merecia ser destruído.
14. Por que foram Noé e sua família considerados dignos de sobreviver ao dilúvio?
14 Então, por que foram Noé e sua família considerados dignos de serem poupados no dilúvio e de entrarem no período pós-diluviano? Foi porque Noé liderava sua família em ‘andar com o verdadeiro Deus’, e não com o mundo ímpio. Deus achou Noé justo, “sem defeito entre os seus contemporâneos”. Foi “pregador da justiça”. Teve fé exemplar em Deus. Foi por isso que construiu obedientemente a arca para preservar viva a sua família. — Gên. 6:9 a 7:1; Heb. 11:7.
15, 16. (a) Que lição aprendemos disso com aplicação ao tempo presente? (b) Como predisse Jesus o fim de um mundo em escala global?
15 Não despercebamos a lição dada aqui: É possível que Deus acabe com todo um mundo duma sociedade humana péssima, e, além disso, preserve humanos individuais, aprovados, durante tal fim do mundo. (2 Ped. 2:9, 10) Temos imediatamente à nossa frente o fim de um mundo, que será igualmente global no seu alcance. O próprio filho de Deus, Jesus Cristo, predisse isso, dizendo:
16 “Ademais, assim como ocorreu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem: comiam, bebiam, os homens casavam-se, as mulheres eram dadas em casamento, até aquele dia em que Noé entrou na arca, e chegou o dilúvio e destruiu a todos. . . . Do mesmo modo será naquele dia em que o Filho do homem há de ser revelado.” — Luc. 17:26-30; Mat. 24:37-39.
17, 18. Por que não acatou o “mundo antigo” o aviso de Deus dado por meio de Noé e quando se revelou o julgamento divino?
17 Lá no ano 2370 A. E. C., as pessoas ímpias não acreditavam na evidência diante de seus olhos, de que estava próximo o fim de seu “mundo antigo”. Parecia-lhes improvável, inverossímil, impossível! Aquele homem Noé os advertia sobre um fenômeno natural que era colossal demais para acreditarem nele. Portanto, por que preocupar-se?
18 A vida, até então, havia continuado apenas de forma normal para eles, com comida, bebida e casamentos para produzir a próxima geração. Não pensavam em nenhum dia de ajuste de contas da parte de Deus, por toda a sua maldade, a violência com que enchiam a terra, o modo em que arruinavam a terra e seu proceder egoísta na terra. Terminar Noé a arca e levar para dentro dela espécies básicas de aves e animais não acrescentava para eles nenhum peso ao aviso de Noé. Mostravam completa falta de fé. Por isso se destacavam como condenados à vista de Deus, em contraste com o proceder de fé por parte de Noé, apoiado por obras. Por fim, chegou o décimo sétimo dia do segundo mês lunar (provavelmente bul, que significa “chuva”) do ano 2370 A.E.C. Então revelou-se o julgamento destrutivo do Deus de Noé àquele “mundo de pessoas ímpias”. — Gên. 7:11-17; 2 Ped. 2:5.
19. Se quisermos ser iguais a Noé em sobreviver ao fim de um mundo, que mais se exige, além de apenas desejar escapar da destruição junto com este sistema de coisas?
19 Desejamos hoje ser semelhantes a Noé e sua família em sobreviver ao fim de um mundo e entrar na nova ordem de Deus, para usufruir os “novos céus e uma nova terra”? Para sermos contados dignos de tal privilégio, há mais envolvido do que apenas querer escapar da destruição do “atual sistema iníquo de coisas”. (Gál. 1:4) Temos de ser semelhantes à família de Noé, o “pregador da justiça”, naqueles seus dias antes do dilúvio global. Noé tinha de fazer obras de fé, além de pregar a justiça e dar o aviso da destruição mundial. Deve-se esperar menos de nos, os que agora nos encontramos na “terminação do sistema de coisas”, segundo a descrição profética de Jesus a respeito do período momentoso que passamos desde 1914 E. C.? Não! Não se o antítipo moderno há de ajustar-se ao antigo tipo dos dias de Noé. — Mat. 24:3-39.
20. Ao lembrar-nos do que devemos fazer, que argumento usa Pedro com respeito à capacidade de Deus de lidar com os justos e os injustos?
20 Precisamos fazer o mesmo de que o apóstolo Pedro lembrou os leitores de sua segunda carta aos crentes cristãos. Desenvolvendo um argumento a respeito da execução do julgamento por Deus, em anjos e homens iníquos, Pedro escreveu: “Nem poupou ao mundo antigo, mas salvou Noé, arauto da justiça, junto com outros sete, quando desencadeou o dilúvio sobre o mundo dos ímpios. . . . Se assim procedeu o Senhor, é porque sabe livrar da provação os homens pios e reservar os maus para serem punidos no dia do julgamento, principalmente aqueles que, impelidos por desejos de coisas impuras, correm atrás dos prazeres da carne e desprezem a soberania divina.” — 2 Ped. 2:5-10, Lincoln Ramos.
NÃO É VAGAROSO O PROGRESSO DIVINO EM DIREÇÃO AO DIA DE JULGAMENTO
21. Por que pensa esta geração que a destruição deles está cochilando e que Deus e vagaroso em executar o julgamento?
21 Perto do fim de duzentos anos após o dilúvio nos dias de Noé, os descendentes deste, em geral, começaram a esquecer-se da execução mundial de julgamento por Deus nas pessoas ímpias e impiedosas. Haviam desenvolvido uma sociedade humana em rebelião contra Jeová Deus, o Soberano Universal. A cidade notória chamada Babel (Babilônia) tornou-se símbolo de tal sociedade humana em desafio a Deus. (Gên. 10:8-10) Isto aconteceu milhares de anos atrás. De modo que o atual mundo da humanidade, que desconsidera o Juiz Supremo, que lançou o dilúvio sobre o “mundo antigo”, teve permissão de viver agora já por muito tempo. Foi um longo tempo, mesmo quando medido desde a fundação da cristandade, nos dias do Imperador Constantino, o Grande, no quarto século de nossa Era Comum. Além disso, na nossa própria geração, já decorreram mais de sessenta e um anos desde o começo do “tempo do fim” no ano de 1914 E. C. (Dan. 12:1-4) Por conseguinte, os religiosos hipócritas da cristandade talvez estejam inclinados a pensar que o julgamento de Deus procede vagarosamente em direção à execução e que a sua destruição está cochilando. Pensam que, apesar de sua hipocrisia religiosa para com o Deus da Bíblia, ele não repita sua façanha da destruição de todo um mundo de homens rebeldes.
22. Segundo que modelo dos tratos com povos no passado não poupará Deus o atual mundo da humanidade?
22 Atualmente, da nossa parte, é sábio que tomemos a peito as palavras inspiradas do apóstolo Pedro, que escreveu: “Mas, quanto a eles, o julgamento, desde tempos antigos, não está avançando vagarosamente e a destruição deles não está cochilando.” (2 Ped. 2:3) Segundo toda a evidência vista à luz das Escrituras inspiradas, a hora já está bem avançada. A longanimidade tolerante de Deus está prestes a alcançar seus limites. Com a mesma certeza com que Ele não poupou os anjos que se tornaram desobedientes durante os anos antes do dilúvio, e tão certamente como não poupou o mundo materialista de pessoas ímpias nos dias de Noé, e assim como não poupou as cidades imorais de Sodoma e Gomorra, nos dias de Abraão e de seu sobrinho Ló com a mesma certeza este Deus de normas imutáveis de justiça não poupará o atual mundo de pessoas sem fé e egocêntricas.
23, 24. (a) Por que não devemos concluir que Deus não tenha um tempo marcado neste respeito? (b) O que permitiu nos dias de Noé ser Deus longânime?
23 Só porque este mundo não foi informado pela Bíblia do dia e da hora exatos em que “o Juiz de toda a terra” executará sua sentença de destruição no atual sistema de coisas, não quer dizer que Ele não tenha um tempo marcado. — Gên. 18:25.
24 Não se trata de questões jurídicas que prosseguem vagarosamente na execução da justiça, como nos atuais tribunais. Não é o caso de Deus cochilar na vara de justiça, nem de estar profundamente adormecido quanto a trazer a destruição sobre o “atual sistema iníquo de coisas”. (Gál. 1:4) Seu tempo designado para isso não foi marcado para antes disso, porque Ele é longânime, “vagaroso em irar-se”. (Êxo. 34:6) Todos nós podemos hoje ser felizes de que Deus cronometrou os eventos deste modo! Por quê? Pelo bom motivo de que permitiu que fôssemos salvos. É como nos dias de Noé, quando a concessão de 120 anos por Deus, até o dilúvio, ofereceu a oportunidade de Noé e sua esposa terem três filhos, e de estes crescerem e se casarem com três moças, e depois todos os oito se juntarem na construção da arca e em levar a ela criaturas para a salvação. — Gên. 6:3 a 7:10; Sal. 103:8.
25. Como se aproveitam da longanimidade de Deus os pertencentes à velha ordem, e os que desejam a nova ordem de Deus?
25 O mundo ímpio da atualidade aproveita-se da longanimidade de Deus para usufruir tanto mais os seus prazeres egoístas, na velha ordem corruta. Os que anseiam a nova, ordem justa de Deus aproveitam a Sua ‘vagarosidade em irar-se’ para se arrependerem de suas obras mortíferas e se mostrarem dignos da salvação para a Sua nova ordem. Adotam o ponto de vista estabelecido pelo apóstolo Pedro nas seguintes palavras: “Jeová não é vagaroso com respeito à sua promessa, conforme alguns consideram a vagarosidade, mas ele é paciente convosco, porque não deseja que alguém seja destruído, mas deseja que todos alcancem o arrependimento.” — 2 Pedro 3:9.
26, 27. (a) Com que se relaciona o arrependimento mencionado aqui? (b) Como mostrou Jesus que ele se referia a esta espécie de arrependimento?
26 Já alcançamos o arrependimento? Ao fazermos esta pergunta, não queremos dizer o arrependimento comum de algum erro cometido, tal como quando Jesus se referiu a um ofensor reincidente, dizendo: “Mesmo se pecar contra ti sete vezes por dia e voltar a ti sete vezes, dizendo: ‘Arrependo-me’, tens de perdoar-lhe.” (Luc. 17:4) Antes, o arrependimento mencionado em 2 Pedro 3:9 tem que ver com o proceder da pessoa com respeito ao reino de Deus, o governo no qual Jesus Cristo recebeu o cargo de Rei sobre toda a humanidade.
27 Jesus pensava em tal arrependimento relacionado com o reino messiânico, celestial, de Deus, segundo o registro de Mateus 4:17, onde lemos: “Daquele tempo em diante, Jesus principiou a pregar e a dizer: ‘Arrependei-vos, pois o reino dos céus se tem aproximado.’” (Veja também Marcos 1:14, 15; Mateus 3:1, 2.) Em harmonia com tal registro sobre o arrependimento somos informados de que Jesus Cristo enviou seus doze apóstolos, aos dois, para pregarem assim como ele mesmo fazia: “O reino dos céus se tem aproximado.” Por conseguinte, “partiram assim e pregavam, a fim de que as pessoas se arrependessem”. — Mat. 10:1-15; Mar. 6:7-12.
28. Como indicaram Pedro e Paulo a urgência do arrependimento relacionado com o reino messiânico de Deus?
28 Lá naquele tempo era urgente que os judeus se arrependessem com relação ao reino messiânico. Por isso, Jesus disse-lhes: “A menos que vos arrependais sereis todos igualmente destruídos.” (Luc. 13:1-4) No dia de Pentecostes do ano 33 E.C., o apóstolo Pedro disse a milhares de judeus indagadores: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado no nome de Jesus Cristo, para o perdão de vossos pecados.” (Atos 2:1-8) Mais tarde, Pedro deu conselho similar aos judeus no templo de Jerusalém, segundo Atos 3:19-23. O arrependimento em face do reino messiânico de Deus também foi enfatizado pelo apóstolo Paulo. Por exemplo, em Atenas, na Grécia, depois de declarar “as boas novas de Jesus e a ressurreição”, Paulo disse ao Tribunal do Areópago, na Colina de Marte: “Deus não tem tomado em conta os tempos de tal ignorância, no entanto, agora ele está dizendo à humanidade que todos, em toda a parte, se arrependam. [Por quê?] Porque ele fixou um dia em que se propôs julgar em justiça a terra habitada, por meio dum homem a quem designou, e ele tem fornecido garantia a todos os homens, visto que o ressuscitou dentre os mortos.” — Atos 17:1-31. Veja também Atos 26:20; Romanos 2:4.
29. (a) Portanto, qual e nosso primeiro passo para nos mostrarmos dignos de entrar na nova ordem de Deus? (b) Segundo Pedro, termina o assunto com alcançar-se o arrependimento?
29 Portanto, a questão não deixa margem de dúvida: Nosso primeiro passo para nos mostrarmos dignos de entrar na nova ordem justa de Deus é o do arrependimento, e este é com respeito ao reino messiânico de Deus. É somente por meio do rei designado de Deus para aquele governo, Jesus Cristo, que aquele que se arrepende obtém o perdão de seus pecados por Deus. (Atos 2:38) Deus vindicará a sua soberania universal por meio deste reino messiânico, e os homens precisam arrepender-se de ter estado sob a soberania do grande Adversário de Deus, Satanás, o Diabo Alcançamos todos nós tal arrependimento, em harmonia com o desejo de Deus para conosco? Se pudermos responder Sim, então, segundo o apóstolo Pedro, nos estamos encaminhando para fazer o que precisa ser feito adicionalmente, se quisermos obter a aprovação final de Deus. Podemos aproveitar a sua longanimidade tolerante, que usa para com esta velha ordem iníqua de coisas. Assim podemos certificar-nos de Sua aprovação final. Esta significará salvação para nós.
[Fotos na página 172]
Noé liderava sua família na adoração.
Ele era ‘pregador da justiça’.
Obedeceu em construir a arca.