Lealdade ao pacto matrimonial induz Deus a ter misericórdia
“Vou tomar-te por noiva em justiça, e em juízo, e em benevolência [amor leal], e em misericórdias. E vou tomar-te por noiva em fidelidade; e certamente conhecerás a Jeová.” — Osé. 2:19, 20, e variante da edição de 1971, em inglês.
1. Que perguntas surgem, em nosso século vinte, quanto à ação dum marido para com a esposa culpada de atos de adultério?
UMA esposa infiel, culpada de atos de adultério, tem poucos motivos para esperar misericórdia de seu esposo legítimo. Ela não tem motivo válido para se sentir segura por depender de seus amantes extra-maritais para sustentá-la todo o tempo. Depois de um prolongado período de gratificação sexual, até mesmo amantes apaixonados podem cansar-se de tal adúltera meretrícia e ir em busca de outra carne. Em tal caso, para onde pode ela ir? A lealdade ao seu contrato matrimonial devia levá-la de volta ao seu esposo legítimo. Mas, terá ele misericórdia e aceitará de volta sua esposa adúltera? Quantas vezes acontece algo assim neste mundo impiedoso, em nosso século vinte?
2. Os pensamentos e ações de quem são superiores aos dos homens, e assim, o que fez Ele a favor de Seu povo pactuado em 537 A. E. C.?
2 Todavia, há alguém que diz aos homens: “Os vossos pensamentos não são os meus pensamentos, nem os meus caminhos, os vossos caminhos . . . Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim os meus caminhos são mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, do que os vossos pensamentos.” Quem é este, de tal pensamento e atuação superiores? É Aquele que está alto como o céu acima de nós, homens. Este, o orador das palavras precedentes, identifica-se como sendo Jeová, e ele faz isso por intermédio de seu antigo profeta Isaías, filho de Amoz. (Isa. 55:8, 9; 1:1) Jeová proferiu estas palavras ao predizer o restabelecimento do seu exilado povo pactuado, trazendo-o da terra pagã de Babilônia de volta para a sua terra dada por Deus, no Oriente Médio. Contrário a toda idéia e raciocínio humanos, este Deus de misericórdia produziu tal restabelecimento no ano 537 A. E. C.
3. Este restabelecimento ocorreu relacionado com a solução de que espécie de problema, e como se relacionava com isso o monte Sinai, na Arábia?
3 Este restabelecimento dum povo exilado, na sua pátria distante, depois de esta ter jazido desabitada por setenta anos, ocorreu relacionado com a maneira em que Jeová resolveu o problema marital com que tinha de lidar. Quase mil anos antes, ele se comprometera em casamento com este povo exilado, a antiga nação de Israel. O lugar do casamento foi a região do monte Sinai, na extremidade sudoeste da península arábica. O homem que oficiava entre as partes contratantes do matrimônio foi o profeta Moisés, que atuou como mediador entre Deus e os homens. Como código fundamental de regras para governar a relação marital, Deus proclamou os Dez Mandamentos, cujo primeiro mandamento dizia: “Eu sou Jeová, teu Deus, que te fiz sair da terra do Egito, da casa dos escravos. Não deves ter quaisquer outros deuses em oposição à minha pessoa.” — Êxo. 20:1-3.
4. A quem pertenciam realmente aquelas doze tribos libertadas de Israel e que relação escolheram estabelecer? Como?
4 Quando Jeová libertou as doze tribos de Israel da opressão e detenção injusta no antigo Egito, ele realmente comprou ou remiu esta “esposa” nacional para si mesmo. (Isa. 63:7-9) Ela lhe pertencia de direito. De modo que ele, como Dono Marital, decidiu fazer com esta nação, qual esposa, um contrato matrimonial. Este era o contrato solene baseado no código de leis de Deus e, em geral, é chamado de pacto da Lei mosaica. Os israelitas entraram nesta relação marital para obterem as bênçãos e a segurança decorrentes de terem a Deus por seu Dono Marital. Prometeram lealdade ao seu contrato matrimonial, o pacto da Lei mosaica. Tornaram-se o único povo pactuado de Deus, na terra. Por isso, Jeová disse: ‘Eu mesmo tive a posse marital deles.’ — Jer. 31:31, 32.
5. No meio dum mundo imoral, a que achou a nação de Israel difícil de ficar fiel, e para ilustrar o proceder de quem foi usada Gômer, esposa de Oséias?
5 No meio de um mundo imoral, que se ligara a Baal e a muitos outros deuses falsos, a nação de Israel achou muito difícil permanecer fiel ao seu pacto matrimonial, seu contrato com Jeová, seu Deus e Dono Marital. De modo que a nação, em geral, passou a entregar-se ao adultério espiritual para com Jeová. (Tia. 4:4) Em 997 A. E. C. ocorreu uma divisão no reino de Israel, de doze tribos. O proceder adúltero da parte chamada reino de Israel, de dez tribos, foi ilustrado pela esposa do profeta Oséias, chamada Gômer.
6, 7. (a) Como veio Jeová a ter uma causa Jurídica contra o reino de Israel, de dez tribos? (b) Atrás de quem correu aquele reino de Israel, sem ter êxito, e a quem iria querer voltar?
6 Gômer veio a ser uma “esposa de fornicação”. Ela veio a ter “filhos de fornicação”. (Osé. 1:1-3) Isto ilustrou como o reino de Israel, de dez tribos, celebrou alianças políticas com as nações idólatras. A nação de Israel, como esposa, começou a depender dessas nações pagãs, em vez de do seu Dono Marital, Jeová. O bem-estar econômico que usufruía foi então atribuído àquelas nações mundanas, em vez de a Jeová. Ela passou a adorar os deuses dessas nações e a violar flagrantemente seu pacto matrimonial com seu Redentor e Dono Marital, Jeová. Por causa disso, Ele tinha uma causa jurídica contra este reino espiritualmente adúltero de Israel. Segundo os termos do pacto matrimonial, ele tinha o direito legal e a obrigação de agir contra o Israel apóstata. Ele fez isso, finalmente. Disse-lhe:
7 “Portanto, eis que cerco o teu caminho com uma sebe de espinhos; e vou erguer um muro de pedras contra ela, de modo que não achará as suas próprias sendas. E ela realmente irá no encalço dos seus amantes apaixonados, mas não os alcançará; e certamente os procurará, mas não os achará. E terá de dizer: ‘Quero ir e voltar a meu marido, o primeiro, porque me ia melhor naquele tempo do que agora.’ Mas ela mesma não reconheceu que fui eu quem lhe dera o cereal, e o vinho doce, e o azeite, e que fiz abundar para ela a própria prata, e ouro, que usaram para Baal [ou: que transformaram numa imagem de Baal].” — Osé. 2:6-8, verso marginal da edição de 1971, em inglês.
8. Por isso, a quem decidiu Jeová disciplinar, mas sem anular que decisão sua?
8 Segundo estas palavras, Jeová tomou o propósito de disciplinar o povo do reino de Israel, de dez tribos. Não é que isso teria salvo o domínio real daquela nação, porque Jeová não anularia o que ele disse anteriormente, na profecia de Oséias: “Terei de fazer cessar o domínio real da casa de Israel. E naquele dia terá de acontecer que terei de quebrar o arco de Israel na baixada de Jezreel.” — Osé. 1:4, 5.
9. (a) Quem tiraria proveito da ação disciplinar contra o reino de Israel? (b) Com que acontecimento terminou o pacto matrimonial entre Israel e Jeová?
9 Ainda assim, havia israelitas individuais que podiam tirar proveito deste tratamento disciplinar dado à nação apóstata. Por exemplo, havia sete mil israelitas que não se ajoelharam diante de Baal. (1 Reis 19:18; Rom. 11:1-5) Não despercebamos o seguinte fato: Quando Jeová fez cessar o reino de Israel e deixou que os israelitas sobreviventes fossem deportados para a Assíria, em 740 A. E. C., ele não cancelou seu pacto matrimonial com toda a nação de Israel. Em 607 A. E. C., quando Jeová deixou que Jerusalém fosse destruída e os judeus sobreviventes levados ao exílio, em Babilônia, ele não aboliu o pacto da Lei mosaica, por meio do qual o Israel de doze tribos entrara numa relação marital com ele, qual Marido celestial. A relação de casamento legal entre Jeová e todo o Israel só foi eliminada quando os líderes judaicos entregaram Jesus Cristo à morte, em 33 E. C. — Col. 2:14.
10. Como talharam ao reino de Israel seus “amantes apaixonados”, mas quem podia tirar proveito da ação disciplinar de Jeová?
10 Embora o reino de Israel, de dez tribos, buscasse a ajuda das nações mundanas que haviam sido seus amantes apaixonados, veio o tempo de Jeová ajustar impiedosamente as contas com a nação de Israel. Ela não conseguiu encontrar nenhum de seus ansiosamente procurados “amantes” capaz de ajudá-la. Ela estava como que cercada por uma impenetrável sebe de espinhos, impedindo-lhe procurar ajuda eficiente. Seus ex-amantes mostraram-se incapazes de prover a necessária ajuda a Israel, embora quisessem prestá-la. Depois de três anos de sítio, pelos assírios, a capital de Israel, Samaria, caiu em 740 A. E. C. Os israelitas sobreviventes foram deportados para a terra de seus captores. Aquele reino das dez tribos de Israel nunca foi restabelecido na sua terra dada por Deus. Então, quem podia tirar proveito da ação disciplinar de Jeová? Apenas pessoas individuais dentre os exilados deportados para a Assíria. Essas teriam de refletir no assunto. Teriam de lembrar-se de quão boas as coisas haviam sido, quando seus antepassados serviam a Jeová qual Marido celestial e Deus. Reconhecendo, então, qual era a situação melhor, desviar-se-iam da adoração de Baal e procurariam renovar a relação pactuada com Jeová.
11, 12. Quando se ofereceu nos Israelitas exilados na Assíria a oportunidade de voltar à adoração de Jeová em Jerusalém, e como se deu isso?
11 Quando receberam os israelitas exilados na Assíria a oportunidade de voltar unidos para a adoração de Jeová no lugar que ele designou? Só em 537 A. E. C., sob uma nova potência mundial. Como? Ora, por volta do ano 632 A. E. C., Nínive, capital da Assíria, caiu diante dos babilônios, e a Potência Mundial Babilônica obteve a posição predominante. De modo que as províncias assírias, com seus exilados israelitas, tornaram-se províncias do Império Babilônico. Cerca de vinte e cinco anos depois, executou-se a sentença penal de Jeová no então já renegado reino de Judá. Assim, em 607 A. E. C., ele permitiu que Jerusalém e seu templo de adoração fossem destruídos. Milhares de judeus sobreviventes foram deportados para Babilônia, juntando-se aos exilados israelitas nas antigas províncias assírias.
12 Depois disso, no setuagésimo ano, .Jeová viu que já se administrara disciplina suficiente à sua organização-esposa, inconstante, na terra. Jeová, na sua misericórdia, havia suscitado o predito Ciro, o Persa, para derrubar Babilônia em 539 A. E. C. Pouco depois, em 537 A. E. C., Jeová induziu este Ciro, o Grande, a proclamar o livramento dos israelitas arrependidos, a fim de que voltassem para a sua amada pátria.
13. A luz de Deuteronômio 24:1-4, por que era esta uma misericórdia excecional da parte de Deus para com o seu povo pactuado, que era semelhante a uma esposa?
13 Não era este um ato excecional de misericórdia da parte do Marido celestial para com seu povo pactuado, as doze tribos de Israel? Sim; pois, segundo o pacto da Lei mosaica, não se devia esperar isso. Lemos, na Lei: “Caso um homem tome uma mulher e faça dela sua propriedade, como esposa, então tem de suceder que, se ela não achar favor aos seus olhos por ele ter encontrado alguma coisa indecente da parte dela, então tem de escrever-lhe um certificado de divórcio e pô-lo na mão dela, e tem de despedi-la de sua casa. E ela tem de sair da sua casa, e tem de ir e tornar-se de outro homem. Se este último homem veio a odiá-la e lhe tiver escrito um certificado de divórcio e lho tiver posto na mão, e a tiver despedido da sua casa, ou caso morra o último homem que a tomou por sua esposa, não se permitirá ao primeiro dono dela, que a despediu, tomá-la novamente de volta para se tornar sua esposa depois de ela ter sido aviltada; pois isso é algo detestável perante Jeová e não deves levar ao pecado a terra que Jeová, teu Deus, te dá por herança.” — Deu. 24:1-4.
14. Como disse Jeová, em Jeremias 3:1, que ele tinha motivo para um divórcio permanente de Israel?
14 Nos dias do profeta Jeremias, Jeová enfatizou esta lei aos judeus no reino de Judá, que violavam o pacto. Salientando que ele tinha motivos para se divorciar permanentemente de Israel, Jeová inspirou Jeremias a dizer: “Há um ditado: ‘Se um homem mandasse embora a sua esposa e ela realmente se afastasse dele e se tornasse de outro homem, deveria ele ainda retornar a ela? Não foi decididamente poluída essa terra [de Judá]? ‘E tu mesma cometeste prostituição com muitos companheiros; e deveria haver um retorno a mim?’ é a pronunciação de Jeová.” — Jer. 3:1.
15. Quando e como se deu o rompimento das relações maritais, e como se expressou a misericórdia de Jeová para com judeus individuais?
15 Em vista disso, apenas a misericórdia superlativa de Jeová permitiu que seu pacto matrimonial com todo o Israel continuasse por séculos depois de Jerusalém ter sido destruída em 607 A. E. C. Mas o rompimento veio em 33 E. C., quando a nação rejeitou o Messias Jesus e fez com que fosse morto fora dos muros de Jerusalém. A nação foi naquele tempo divorciada da relação marital com Jeová Deus. É isso corroborado pela história judaica desde então? Sim. Jeová, porém, em misericórdia, permitiu que judeus individuais, que criam no Messias Jesus, renovassem sua relação com ele no novo pacto, o qual foi mediado pelo Messias Jesus.
16. Por que escapará o restante dos israelitas espirituais de ser destruído junto com a cristandade, e quem mais se aproveita da misericórdia de Jeová?
16 A cristandade afirma hoje estar no novo pacto. Contudo, apesar de sua afirmação, apesar do Ano Santo de 1975, da Igreja Católica Romana, a cristandade está condenada à destruição, durante a iminente ‘grande tribulação” deste mundo ímpio. Jeová, porém, na sua misericórdia amorosa, chamou um restante arrependido de israelitas espirituais para fora da cristandade babilônica. Assim escaparão de ser destruídos junto com ela. (Rev. 18:4) Mas, não é só um restante dos israelitas espirituais que saiu dela. Uma “grande multidão’’ de outras pessoas semelhantes a ovelhas aproveita-se da misericórdia ampliada de Jeová, desde o ano de 1935 E. C. Saíram de todas as partes de Babilônia, a Grande, e se juntaram ao restante em dar devoção exclusiva a Jeová. — Rev. 7:9-17; João 10:16.
PENALIDADES PELO ADULTÉRIO ESPIRITUAL
17, 18. (a) Por que se vê a cristandade obrigada a sofrer as maldições de Deus? (b) Num aviso sobre isso o que disse Jeová em Oséias 2:9-13?
17 Visto que afirmam estar numa relação pactuada com o Deus da Bíblia, as organizações religiosas da cristandade têm de sofrer as penalidades por se terem prostituído pela amizade com políticos e militaristas. Lembrem-se eles de que o antigo Israel forçosamente ia sofrer as maldições de Deus, como penalidade pela violação do pacto da Lei mosaica entre si mesmo e Jeová, o Marido celestial de sua organização-esposa. Em aviso disso, Jeová disse ainda mais por meio de Oséias:
18 “‘Por isso retornarei e certamente tirarei meu cereal no seu tempo e meu vinho doce na sua época, e vou arrebatar a minha lã e o meu linho cobrindo a sua nudez. E agora exporei as suas partes pudendas aos olhos de seus amantes apaixonados, e nenhum homem a arrebatará da minha mão. E certamente farei cessar toda a sua exultação, sua festividade, sua lua nova e seu sábado, e toda época festiva sua. E vou desolar sua videira e sua figueira, das quais ela disse: “São um presente que me foi dado pelos meus amantes apaixonados”; e vou constituí-las em floresta e o animal selvático do campo certamente as devorará. E eu vou ajustar contas com ela por todos os dias das imagens de Baal, às quais ela continuou a fazer fumaça sacrificial, quando se ataviava com seu anel e com seu adorno, e quando ia atrás dos seus amantes apaixonados, e era eu quem ela esquecia’, é a pronunciação de Jeová.” — Osé. 2:9-13.
19. Segundo o pacto da Lei, quais eram as obrigações de Jeová para com a nação adúltera?
19 Notemos que Israel se esqueceu de Jeová. Que tratamento merecia por isso? Segundo os avisos claros que deu no seu pacto matrimonial com Israel, ele era obrigado a retirar suas bênçãos materiais por causa da infidelidade a Ele, o Marido celestial. Não tinha nenhuma obrigação de sustentar uma adúltera, uma nação que violou seu pacto e se voltou para a adoração de imagens de Baal, tendo relações adúlteras com amantes mundanos. Jeová podia corretamente expor ao olhar público a infidedignidade e desenfreio moral dessa nação, de modo que até mesmo seus aliados mundanos se voltariam contra ela em desprezo.
20. Como tornaria Jeová a nação adúltera qual mata virgem, e de que modo não conseguiria ninguém arrebatá-la da mão executora de Jeová?
20 Jeová a tornaria qual mata virgem que não oferece nenhuma proteção contra feras, nem segurança. A nação não podia reivindicar ser eximida da punição, só porque descendia dos fiéis patriarcas Abraão, Isaque, Jacó (Israel) e dos doze chefes tribais que eram os filhos de Jacó. As relações carnais com esses homens não valeriam nada nem tinham poder para arrebatar a nação da mão de Jeová, quando ele executasse o julgamento adverso.
21. Apesar de sua descendência natural, no cumprimento de que pacto anterior de Jeová mostrou-se Israel indigno de participar?
21 Isto não significava que Jeová não se lembrava e não se apegava ao pacto que fizera com seu amigo Abraão, lá em 1943 A.E.C. Jeová havia jurado este pacto por si mesmo e ele nunca o romperá, mas o Israel adúltero não se mostrou digno de ser partícipe no cumprimento deste pacto, embora por nascença descendesse de Abraão. Jeová dissera a Abraão, antepassado deles: “Mostra-te uma bênção. E hei de abençoar os que te abençoaram e amaldiçoarei aquele que invocar o mal sobre ti, e todas as famílias do solo certamente abençoarão a si mesmas por meio de ti.” (Gên. 12:2, 3) “Seguramente te abençoarei e seguramente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como os grãos de areia que há à beira do mar; e teu descendente tomará posse do portão dos seus inimigos. E todas as nações da terra hão de abençoar a si mesmas por meio de tua descendência.” — Gên. 22:17, 18.
22. Apesar de deixar que os reinos de Israel e de Judá fossem derrubados, por que preservou Jeová a descendência de Abraão, e o que fez Ele com um restante dela?
22 O principal descendente de Abraão, a saber, o Messias, ainda não havia chegado no tempo da destruição de Samaria, em 740 A. E. C., nem no tempo da destruição de Jerusalém, em 607 A. E. C. No entanto, o Descendente messiânico de Abraão tinha de vir através de sua linhagem natural, carnal. É verdade que Jeová deixou que os inimigos derrubassem o reino de Israel e o reino de Judá, mas, ainda assim, ele tinha de preservar a descendência natural de Abraão. Por quê? Porque daquela linhagem tinha de vir o Messias para a bênção de todas as nações. (Mat. 1:1-3; Gál. 3:8-29) Para este fim, Jeová preservou misericordiosamente um restante de israelitas arrependidos através de todos os setenta anos do exílio, que se seguiram à derrubada do reino de Judá, em Jerusalém. Ele se apegou lealmente ao seu pacto matrimonial com o restante fiel. Daí, suscitou alguém que prefigurou o Messias, a saber, Ciro, conquistador de Babilônia. Por meio deste libertador, Jeová restabeleceu o restante da descendência de Abraão na terra de Judá.
23. A fim de predizer a vindoura reconciliação de si mesmo com o seu povo pactuado, semelhante a uma esposa, o que disse Jeová em Oséias 2:14-16?
23 Portanto, para predizer esta reconciliação entre Si mesmo e seu povo pactuado, semelhante a uma esposa, Jeová inspirou seu profeta Oséias a declarar adicionalmente: “‘Portanto, eis que a induzirei e vou fazê-la ir ao ermo, e vou falar-lhe ao coração. E dali em diante vou dar-lhe seu vinhedo, e a baixada de Acor como entrada à esperança; e ela certamente responderá ali como nos dias de sua mocidade e como no dia em que subiu da terra do Egito. E naquele dia terá de acontecer’, é a pronunciação de Jeová, ‘que me chamarás de Meu esposo [em hebraico: ishi], e não mais me chamarás de Meu dono [baali].’” (Osé. 2:14-16) Ou, citando-se a tradução hebraica de Leeser, em inglês, do versículo dezesseis: “E acontecerá, naquele dia, disse o Senhor, que tu me chamarás de Ishi [meu esposo], e não me chamarás mais de Ba’ali [meu senhor].” — Osé. 2:18; Leeser; Rotherham, em inglês.
24. Como falou Jeová à sua organização-esposa no “ermo” e o que significou dar-lhe ele “seu vinhedo”?
24 Enquanto os israelitas eram exilados na terra de Babilônia, estavam como que no “ermo”. Ali, Jeová misericordiosamente ‘induziu’ o restante arrependido e “falou-lhe ao coração”. Fez isso por meio dos profetas Ezequiel e Daniel. Jeová prometera à sua organização-esposa, disciplinada, “dali em diante”, “dar-lhe seu vinhedo”. Isto significava que a tiraria do “ermo” babilônico e a restabeleceria na terra de Judá e em Jerusalém, por muito tempo desoladas.
25. O que significava para a organização-esposa de Jeová dar-lhe ele “a baixada de Acor como entrada à esperança”?
25 Falando Jeová sobre “a baixada de Acor”, traz à lembrança o seguinte: Depois que os israelitas invasores destruíram a cidade cananéia de Jericó, o ganancioso Acã foi apedrejado até morrer, junto com sua família, por ter violado a ordem de Jeová. Acã causou assim dificuldades a Israel, por sua desobediência egoísta em se apoderar de despojo. O vale em que Acã foi apedrejado foi apropriadamente chamado de “Baixada de Acor”, sendo que o nome “Acor” significa “Perturbação”. (Jos. 7:10-26) Por conseguinte, prometer Jeová dar à sua organização-esposa a “baixada de Acor como entrada à esperança” significava que ela iria ser restabelecida na sua pátria, onde se achava essa baixada.
26. Como respondeu a Jeová a organização-esposa no “ermo”, e como forneceu Ele prova da renovação da relação marital?
26 Então, que dizer dos do restante arrependido da organização-esposa de Jeová? ‘Responderam’ ou corresponderam aos Seus tratos persuasivos e a ele “ falar-lhe ao coração”? A história bíblica responde que sim! Lá nos dias de sua ‘mocidade”, como nação de Israel, esta havia ‘respondido’ ou correspondido de coração. Havia aceito o convite de Jeová, de se tornar sua organização-esposa, por celebrar o pacto da Lei mosaica com Ele. De modo similar, o restante arrependido, na antiga Babilônia, respondeu favoravelmente à renovação dos vínculos maritais entre Israel e seu Marido celestial, Jeová. Em prova da renovação desta relação marital, Jeová usou o Messias típico, Ciro, o Grande, e fez o fiel restante israelita retornar à terra de Judá e a Jerusalém.
27. Que proceder adotou então o restante para com a adoração de Baal, e o que evidenciou a organização-esposa por chamar Jeová de “Meu esposo”?
27 Nunca mais voltou o povo pactuado, restabelecido, de Jeová para a adoração de Baal ou de outras formas de idolatria. Os do restante restabelecido empenharam-se zelosamente em restaurar a adoração do Marido celestial de Israel como seu Deus, na terra que lhes havia dado. Sentiram profunda gratidão e apreço, assim como seus antepassados, quando foram libertos do Egito e das hostes militares deste. O Marido celestial de Israel parecia-lhes mais próximo, mais íntimo. A organização-esposa dirigiu-se espontaneamente a Jeová em termos mais íntimos e afetivos. De modo que a organização o chamou, em sentido espiritual, de “Meu esposo”, em vez de “Meu dono”. Não mais queria sentir-se apenas como ‘propriedade’, como se pertencesse a um amo de escravos. Queria sentir-se como ajudadora dele, assim como a primeira mulher, Eva, se destinava a ser para seu marido, Adão. (Gên. 2:19-24) Quão belo tudo isso era!
28. O que é hoje tão belo como aquela antiga demonstração da misericórdia divina?
28 Belo, também, é o paralelo moderno disso em nosso século vinte. Que efeitos maravilhosos se produzem, mesmo hoje, pela misericórdia de Jeová, a que ele se sente induzido pela sua lealdade ao seu pacto de casamento espiritual! Felizes os que agora recebem a sua misericórdia!