Observando o Mundo
Madeira versus plástico
Ao cortar carnes cruas, alguém talvez presuma que uma tábua de cortar, de plástico, seja mais higiênica do que uma de madeira. Um estudo recente descobriu o contrário. Segundo a Berkeley Wellness Letter, dois microbiologistas da Universidade de Wisconsin, EUA, contaminaram intencionalmente tábuas de madeira e de plástico com bactérias, tal como a salmonela, que provoca intoxicação alimentar. Surpreendentemente, as bactérias multiplicaram-se nas tábuas de plástico, ao passo que morreram ou tornaram-se inofensivas nas tábuas de madeira — em alguns casos dentro de apenas três minutos. Quando contaminadas e guardadas à noite, as tábuas de madeira estavam sem bactérias pela manhã, enquanto as de plástico continham grandes populações de bactérias. As tábuas de madeira velhas revelaram-se mais eficazes do que as novas neste respeito. As tábuas de plástico também se mostraram mais difíceis de lavar do que se esperava, especialmente se a superfície estava arranhada. Independentemente do tipo da tábua, é essencial lavá-la com sabão e água quente depois de se cortarem carnes cruas.
Acidentes domésticos
“Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra que, para cada acidente mortal, ocorrem outros 900 não mortais. Entre esses últimos, cem pessoas são hospitalizadas e pelo menos quatro ficam com seqüelas por toda a vida”, afirma O Estado de S. Paulo. Porém, o jornal informa que “durante as férias, o número de acidentes domésticos envolvendo crianças aumenta em torno de 30% em São Paulo”. Segundo Wilson Maciel, professor da Escola Paulista de Medicina, “as mais prejudicadas são as crianças menores de 5 anos, vítimas de metade dos acidentes no lar, principalmente quando os pais estão ocupados ou ausentes”. O professor acrescenta: “Os pais devem esconder tudo que possa ferir ou mutilar os filhos. O acidente não é um acaso e pode ser evitado, desde que os adultos estejam atentos.”
Mantenha-se ereto
Mantenha uma postura desleixada e suas costas sofrerão. Segundo uma reportagem do International Herald Tribune, a má postura submete a região lombar a uma pressão 15 vezes maior do que a exercida pela postura ereta. Uma postura desleixada também resulta em respiração superficial, o que significa menos oxigênio para nutrir o corpo. Pode esgotar suas energias e causar dores e incômodos, especialmente no pescoço e nas costas. Pode também fazê-lo parecer mais velho, mais gordo e menos confiante do que quando se mantém ereto. A boa postura, diz a reportagem, significa que os lóbulos da orelha, os ombros, o centro do quadril, as rótulas e os tornozelos devem alinhar-se verticalmente. Contudo, não significa uma postura militar, rígida, com joelhos tesos e cabeça e ombros para trás. Isso exerce tensão demasiada sobre a coluna. Os especialistas dizem que a má postura é geralmente um mau hábito que pode ser corrigido.
Acidentes esperando acontecer
“Uma frota de catástrofes flutuantes esperando acontecer” — é assim, segundo o International Environmental Update, que alguns críticos têm chamado os petroleiros do mundo. O boletim informativo alega que “o mundo ainda conta com centenas de petroleiros que estão ficando enferrujados, velhos e estão fora da regulamentação, com tripulações mal treinadas, para transportar seu mais importante combustível”. A vida útil de um grande petroleiro é de cerca de 15 anos. Mas uns 65 % da frota mundial de petroleiros já têm pelo menos esse tempo de existência. Mesmo alguns funcionários da indústria petrolífera admitem que o destino de muitos desses petroleiros obsoletos deveria ser o ferro-velho. Nenhum órgão governamental, pelo que parece, dispõe de autoridade para retirar os navios de circulação. Contudo, o problema pode estar mais em como esses navios são usados do que nos próprios navios. Segundo o boletim, certo especialista em poluição por petróleo declarou: “A vasta maioria dos acidentes com petroleiros é causada por erro humano.”
Estratégias das crianças para lidar com problemas
O que habilita certas crianças a lidar com as pesadas pressões da vida moderna? Para descobrir isso, pesquisadores da Universidade Loyola de Chicago, EUA, realizaram um estudo com 400 crianças, de 9 a 13 anos de idade, de formações bastante variadas. Entre mais ou menos a metade das que regularmente saíam-se bem ao enfrentar situações difíceis, os pesquisadores encontraram três características em comum, diz a revista American Health. Primeiro: estavam dispostas a pedir ajuda, a compartilhar suas preocupações e a buscar o apoio emocional de um adulto — geralmente, mas nem sempre, um dos pais. Segundo: elas tendiam a assumir a responsabilidade por seu comportamento e procuravam influenciar os colegas a evitar o mal. Terceiro: procuravam momentos de tranqüilidade ou recreação para aliviar o estresse. Por outro lado, os pesquisadores encontraram três tendências que reduzem a capacidade infantil de se recuperar de problemas: recorrer a agressão; comportamento autodestrutivo, tal como uso de drogas; e fugir dos problemas em vez de lidar com eles.
Alto índice de recuperação
“O perfil do Brasil mudou nos últimos anos. De rota de [narco]tráfico, o País passou a ser também consumidor e produtor”, explica Arthur Guerra de Andrade, especialista em alcoolismo e farmacodependências. Segundo O Estado de S. Paulo, o consumo de drogas “atinge de 6% a 8% da população”. Além disso, “entre os jovens de 12 a 16 anos, 90% experimentaram álcool pelo menos uma vez”. Andrade acrescenta que “o número de pessoas que apresentam problemas físicos e psíquicos causados pelo álcool aumentou em 50% nos últimos dez anos”. Além disso, “cerca de 25% dos acidentes de trabalho que ocorrem no Brasil estão ligados ao consumo de drogas, principalmente álcool”. Por um lado positivo, no entanto, o Brasil tem “um dos maiores índices mundiais de recuperação — 60% a 80% — de trabalhadores alcoólatras”.
Falta de comunicação
“O casal mediano na Alemanha mal gasta 10 minutos por dia conversando”, relata o jornal alemão Nassauische Neue Presse. Portanto, a maioria dos casais dedicam pouquíssimo tempo a solucionar seus problemas. Ademais, os conselheiros matrimoniais da Alemanha comentam que os casais jovens, em especial, não sabem resolver suas diferenças de opinião. Esta é uma das principais causas da rápida dissolução dos casamentos; dois de cada cinco casamentos se desfazem nos primeiros quatro anos. O jornal cita a conselheira Rosemarie Breindl, que teria dito: “Quase não existem quaisquer modelos de comportamento que demonstrem pelo exemplo como resolver conflitos.” A reportagem acrescenta: “Assim, há uma disposição crescente de livrar-se dos problemas do casamento simplesmente por separar-se.”
Mantenha o trabalho no devido lugar
Úlceras, doenças do coração, exaustão nervosa, faltas ao trabalho e acidentes — são estes o tributo do excesso de estresse, cobrado tanto do empregado como do empregador. Segundo um relatório da Agência Internacional Francesa do Trabalho, o estresse relacionado com o trabalho tornou-se “um dos mais graves problemas de nosso tempo”. Na Europa, as reduções nos quadros de pessoal e as crescentes responsabilidades dos empregados, junto com o desejo de maior produção e de mais lucros, aumentaram de forma marcante o estresse no local de trabalho, observa a revista médica francesa Le Concours Médical, acrescentando que algumas pessoas na França estão até mesmo morrendo por excesso de trabalho. É interessante que vários estudos revelam que a pessoa resiste melhor ao estresse quando cultiva amizades cordiais e afetuosas com os que estão ao seu redor. Os médicos também recomendam relaxar, exercício físico, uma dieta equilibrada e manter o trabalho no devido lugar — reservando-se tempo para a família e para recreação.
Polícia estuda seitas
Policiais de todo o país reuniram-se em Rhode Island, EUA, no início deste ano para uma conferência de três dias sobre um assunto incomum: adoração satânica, seitas e feitiçaria. O jornal Daily News de Nova York relatou que o objetivo do seminário era treinar policiais veteranos para investigar a violência perpetrada por tais seitas. Segundo o jornal, o sargento Edmund Pierce, da Polícia de Warwick, declarou: “O que estamos fazendo é enfocar os crimes que vão de crueldade com animais, profanação e roubo de túmulos, a assaltos, abuso de crianças em rituais e até mesmo assassinato.” O Daily News cita o Dr. Carl Raschke, professor da Universidade de Denver, que teria comentado: “Vejo muitas outras seitas violentas em formação e abuso violento ocorrendo sob o disfarce de crenças ocultas.” Especialistas do seminário também avisaram que grupos hostis, tais como os neonazistas e a Ku Klux Klan, estão usando as armadilhas do ocultismo para atrair membros e exercer maior controle sobre eles.
A volta de um comércio mortal
Apesar de algumas vitórias em anos recentes, os esforços conservacionistas na Índia sofreram um retrocesso causado pelos caçadores clandestinos, informa a revista India Today. Em 1988 havia estimadamente 4.500 tigres vivendo à solta nas selvas da Índia. Em 1992, esse número diminuiu para 1.500. O tigre é vendido por sua pele, seu sangue, seus ossos (usados na medicina popular), suas garras e até mesmo por seus órgãos genitais. Mas o tigre não é a única vítima dos bandos de caçadores clandestinos. Quarenta e oito rinocerontes indianos foram mortos por causa de seu chifre, em 1992, o maior número em décadas. O número de elefantes indianos caiu de 5.000, há dez anos, para cerca de 1.500, atualmente. Segundo relatórios, os guardas florestais têm tanto medo dos caçadores clandestinos de hoje, pesadamente armados, que alguns não usam mais seus uniformes; outros recusam-se terminantemente a fazer seu serviço até que sejam adequadamente equipados para se defenderem.