Capítulo 9
Uma nação que entrou num pacto com Deus
1. As nações atuais são materialistas demais para formar uma organização debaixo dum tratado com quem?
EM ASSUNTOS internacionais, é costumeiro que um estado faça um tratado com outro estado para defesa mútua ou relações pacíficas, intercâmbio cultural ou outras considerações. Vários estados políticos talvez formem uma organização debaixo dum tratado, tal como hoje há a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Organização do Tratado de Varsóvia (ou: Pacto de Varsóvia) ou a Organização do Tratado do Sudeste Asiático (OTSEA). Mas que estado político ou nação está hoje num pacto com Deus? As nações atuais são materialistas demais para formar uma organização de tratado no qual um Ser invisível, celestial, seja partícipe.
2. A que perguntas gostaríamos de ter respostas a respeito duma nação que entrou num pacto com Deus?
2 Antigamente, porém, havia uma nação real, viva, na terra, que entrou num pacto com o Deus Altíssimo do céu. Isto significava a existência dum pacto entre um partícipe terrestre e um partícipe celeste, um partícipe visível e outro invisível. Cada pacto tem uma finalidade declarada. Qual era a finalidade daquele pacto histórico entre uma nação na terra e o único Deus vivente e verdadeiro no céu? Como se fez tal pacto aparentemente desproporcional? Estas são perguntas a que queremos agora respostas.
3. Quem seria o devido para providenciar os termos, o mediador, as condições e o tempo de tal pacto?
3 Sendo todo-sábio e todo-poderoso, o Deus Altíssimo seria o Devido a oferecer ou mesmo propor tal pacto com uma nação de pessoas imperfeitas e pecadoras. Nessas circunstâncias, seria apropriado que Ele declarasse o propósito do pacto e ditasse seus termos, designando um mediador entre Si e os homens. Apresentaria as condições nas quais o pacto vigoraria e escolheria também o tempo da celebração de tal pacto ou aliança. O tempo fixado por Deus com muita antecedência foi o século dezesseis antes de nossa Era Comum (ou A. E. C.).
4. Ao celebrar um pacto formal sobre sacrifícios com Abraão, que período de tempo predisse Deus para o descendente deste?
4 Deus havia celebrado um pacto formal sobre sacrifícios com o antepassado desta nação inteira, que havia de ser incluída num pacto nacional, no tempo devido. Foi depois de Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, proferir uma bênção sobre o militarmente vitorioso Abraão que Deus fez com Abraão este pacto formal sobre sacrifícios. Ao assegurar fortemente a Abraão que a promessa divina se cumpriria na descendência de Abraão, Deus disse-lhe: “Sabe com certeza que o teu descendente se tornará residente forasteiro numa terra que não é sua, e eles terão de servir-lhes, e estes certamente os atribularão por quatrocentos anos. Mas eu estou julgando a nação à qual servirão, e depois sairão com muitos bens. Quanto a ti, irás em paz para os teus antepassados; serás enterrado numa boa velhice. Na quarta geração, porém, voltarão para cá, porque ainda não se completou o erro dos amorreus.” — Gênesis 15:13-16.
5. O longo tempo que havia de passar antes de o descendente de Abraão ocupar a Terra da Promessa permitiria a ocorrência de quê?
5 Assim, a posse desta terra pela descendência natural de Abraão foi adiada em mais de quatrocentos anos. Este longo período permitiria que a descendência natural, escolhida, de Abraão aumentasse para ser um povo de muitos membros, bastante numeroso para desalojar os ocupantes amorreus da terra de Canaã, os quais iam de mal a pior no “erro” de seu proceder pagão. Embora a descendência natural de Abraão aumentasse para ser um povo muito grande numa terra estrangeira fora de Canaã, Deus lhe reservaria esta terra até que o “erro” dos habitantes da terra prometida se tornasse tão grave, que eles merecessem ser expurgados do país. Jeová Deus garantiu então com um pacto formal que ele daria este território à descendência natural de Abraão quando o tempo fosse certo para isso.
“Naquele dia Jeová concluiu um pacto com Abraão, dizendo: ‘À tua descendência hei de dar esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio, o rio Eufrates: os queneus, e os quenizeus, e os cadmoneus, e os hititas, e os perizeus, e os refains, e os amorreus, e os cananeus, e os girgaseus, e os jebuseus.’” — Gênesis 15:18-21.
6. Anularia o pacto nacional a Promessa Abraâmica? E para que fim serviria com respeito aos descendentes de Abraão?
6 Em contraste com este pacto divino com apenas um homem, Abraão, o pacto que Deus tinha em mente seria com uma grande nação de descendentes de Abraão através da linhagem escolhida. Este pacto nacional seria acrescentado à Promessa Abraâmica, a qual ficou validada quando Abraão cruzou o rio Eufrates, ao norte, e entrou no território incluído dentro das fronteiras especificadas pelo pacto formal de Deus com Abraão, sobre sacrifício. (Gênesis 12:1-7) A celebração do pacto com a nação dos descendentes de Abraão não anulou a Promessa Abraâmica, mas ele apenas lhe foi acrescentado. Isto era sábio, porque nem todos os descendentes carnais de Abraão mostrar-se-iam aptos para participar na Promessa Abraâmica quanto ao seu cumprimento para a bênção de todas as nações e famílias do solo. Por isso, o pacto nacional acrescentado serviria bem como ajuda ou meio de preparar os dignos para acolherem e seguirem lealmente o verdadeiro Messias, o “descendente” prometido da “mulher” celestial de Deus, quando Deus o enviasse e ungisse.
7. Por que motivos não celebraria Deus o pacto com os descendentes de Abraão antes do fim daqueles quatrocentos anos?
7 A celebração deste pacto nacional, adicional, só ocorreria depois de passarem mais de quatrocentos anos após Deus ter celebrado este pacto com Abraão sobre sacrifício, visto que Abraão, naquele tempo, não tinha descendente nenhum de sua então estéril esposa Sara. Além disso, Deus não faria um pacto com os descendentes de Abraão enquanto estivessem em servidão e fossem atribulados por uma nação estrangeira. Especialmente não quando a celebração do pacto exigia o tipo de sacrifício que era detestável e abominável para a nação que os atribulava e escravizava. (Êxodo 8:25-27) Só depois de Deus ter julgado adversamente a nação opressora e liberto seu povo, tornando-o livre para entrar num pacto com Ele, estabeleceria Deus um pacto com eles. Isto se daria no fim dos preditos “quatrocentos anos”. Notamos assim que Jeová Deus marcou seus próprios períodos para o cumprimento de seu “propósito eterno” em conexão com o seu Ungido, o Messias.
8, 9. (a) Que período começou quando Isaque foi desmamado, e por quê? (b) Para que era tempo o fim daquele período, no que se referia à descendência natural de Abraão?
8 Vinte e cinco anos depois de Abraão entrar na Terra da Promessa, ou à idade de cem anos, tornou-se pai de seu único filho de sua esposa legítima, Sara, o que se deu, naturalmente, por milagre divino. Isto ocorreu no país que ainda não pertencia nem a Abraão, nem ao seu filho Isaque. Foi quando Isaque foi desmamado que a tribulação começou para o “descendente” natural por meio de quem viria o Messias. Isto aconteceu quando o meio-irmão de Isaque, Ismael, de dezenove anos, caçoou desrespeitosamente do recém-desmamado Isaque. Tal conduta que indicava ciúme podia constituir-se em ameaça para a vida do herdeiro de Abraão, Isaque, dado por Deus. — Gênesis 16:11, 12.
9 Segundo as medidas de tempo, este começo da atribulação da “descendência” de Abraão numa terra que não era sua ocorreu quando Abraão tinha cento e cinco anos de idade e Isaque tinha cinco anos. Isto se deu no ano 1913 A. E. C. (Gênesis 21:1-9; Gálatas 4:29) Concordemente, os “quatrocentos anos” de atribulação da “descendência” natural de Abraão terminariam em 1513 A. E. C. Este seria o ano em que a descendência de Abraão sairia da terra da nação opressora e começaria a voltar para a terra de seus antepassados, a Terra da Promessa. Este foi o tempo devido para Deus celebrar o pacto nacional com a “descendência” de Abraão, a fim de introduzi-los na Terra da Promessa qual nação num pacto válido com Ele. O tempo para isso, no fim dos quatrocentos anos, também era quatrocentos e trinta anos depois de Abraão ter cruzado o rio Eufrates e ter entrado em vigor a Promessa Abraâmica. — Êxodo 12:40-42; Gálatas 3:17-19.
CELEBRAÇÃO DUM PACTO NACIONAL
10. Até que ponto cresceu a descendência natural de Abraão no Egito, mas, finalmente, sob que condições?
10 Desde quando o neto de Abraão, Jacó, se mudou com sua família para fora da terra de Canaã, e até o fim dos quatrocentos anos, os descendentes de Jacó, as doze tribos de Israel, encontravam-se na terra do Egito camítico (não do Egito arábico, como hoje). Conforme predito por Jeová Deus sobreviera à “descendência” natural de Abraão a atribulação e ela se tornara então muito severa. O objetivo dela era exterminar o povo do amigo de Deus, Abraão. Apesar disso, este havia aumentado até se tornar semelhante às estrelas dos céus e aos grãos de areia à beira do mar, inúmero, conforme Deus prometera. Por fim, puderam convocar “seiscentos mil varões vigorosos a pé”, aptos para o serviço militar. (Êxodo 12:37) Não, Deus não se esquecera de seu pacto com seu amigo Abraão. Ele manteve também o tempo marcado que anunciou. Por isso, Ele estava pronto para a devida ação no devido tempo.
11. A quem suscitou Deus para ser líder de Israel e como tentou este mostrar-se líder?
11 Quem seria então o líder visível deles? Deus não escolheu o maioral da tribo de Judá, como se isto fosse obrigatório por causa da bênção do Reino que Jacó proferira sobre Judá. (Gênesis 49:10; 1 Crônicas 5:1, 2) Antes, o Deus Altíssimo, com seu direito inerente de escolha, selecionou um homem apto da tribo de Levi, Moisés, bisneto de Levi. (Êxodo 6:20; Números 26:58, 59) Quarenta anos antes do fim dos quatrocentos anos, Moisés decidiu-se contra viver na corte de Faraó do Egito e lançou a sua sorte com seus irmãos israelitas, oferecendo-se-lhes como seu líder, a fim de guiá-los para fora da escravidão. “Supunha que os seus irmãos compreenderiam que Deus lhes estava dando salvação por sua mão, mas eles não o compreenderam.” Não foi então que Deus enviou Moisés para livrar o povo escravizado. Moisés viu-se obrigado a fugir diante do empenho de Faraó de matá-lo. Refugiou-se na terra de Midiã, casou-se e tornou-se pastor de seu sogro. — Êxodo 2:11 até 3:1; Atos 7:23-29.
12. Quando e onde se tornou Moisés o “ungido” de Jeová, e com que missão?
12 Passaram-se quarenta anos, e Moisés atingiu oitenta anos de idade. Daí, enquanto Moisés pastoreava o rebanho na península de Sinai, o anjo de Deus manifestou-se milagrosamente a Moisés ao sopé do Monte Horebe, cerca de trezentos e vinte quilômetros ao sudeste do atual Canal de Suez. Ali, em Horebe, Jeová Deus como que esclareceu seu nome a Moisés, dizendo: “‘Mostrarei Ser o Que Eu Mostrar Ser.’. . . Isto é o que deves dizer aos filhos de Israel: ‘Mostrarei Ser enviou-me a vós.’” (Êxodo 3:2-14) Deus nomeou assim Moisés como Seu profeta e representante, e Moisés, podia então ser chamado corretamente de “ungido” ou “messias”, assim como seus antepassados Abraão, Isaque e Jacó. (Salmo 105:15; Atos 7:30-35; Hebreus 11:23-26) Jeová indicou que seria no monte Horebe que Ele faria um pacto com o povo de Moisés, porque Jeová disse que Moisés os traria para fora do Egito a este monte, a fim de O servirem ali. — Êxodo 3:12.
13. Como foi Faraó levado ao ponto de mandar que os Israelitas abandonassem o Egito?
13 Por causa da repetida recusa de Faraó, de deixar ir os israelitas, Jeová trouxe uma série de pragas sobre ele e seu povo. A décima e última praga foi a que quebrantou o coração obstinado de Faraó e sua resistência. Esta praga abateu na morte todos os primogênitos das famílias egípcias e de seus animais domésticos. Os israelitas foram poupados à morte de seus primogênitos porque obedeceram a Jeová Deus e celebraram a refeição pascoal, sua primeira, nos seus lares. O anjo de julgamento, de Jeová, observando o sangue do cordeiro pascoal aspergido nas ombreiras e na verga das portas de seus lares, passou-os por alto e a morte não invadiu o círculo familiar. Nasom, pai de Salmom, da tribo de Judá, foi poupado com vida, assim como também Nadabe, primogênito do irmão mais velho de Moisés, Arão. Mas o primogênito de Faraó morreu. Em pesar e às instâncias dos egípcios enlutados, Faraó ordenou que os israelitas incólumes saíssem do país. — Êxodo 5:1 a 12:51.
14. Que períodos terminaram naquele primeiro dia de páscoa e o que ordenou Deus com respeito àquela noite?
14 Esta noite momentosa de Páscoa do ano 1513 A. E. C encerrou simultaneamente vários períodos marcados de tempo. Terminaram os quatrocentos anos de atribulação da descendência natural de Abraão, numa terra que não era sua. Terminaram duzentos e quinze anos de residência no Egito, desde a entrada ali do patriarca Jacó. Terminaram quatrocentos e trinta anos contados desde que Abraão cruzou o rio Eufrates e começou a morar na Terra da Promessa. Não é de se admirar que leiamos: “E a morada dos filhos de Israel que haviam morado no Egito, foi de quatrocentos e trinta anos. E sucedeu, ao fim dos quatrocentos e trinta anos, sim, sucedeu neste mesmo dia que todos os exércitos de Jeová saíram da terra do Egito. É uma noite de observância com respeito a Jeová, por tê-los feito sair da terra do Egito. Com respeito a Jeová, esta noite é uma de observância da parte de todos os filhos de Israel nas suas gerações.” — Êxodo 12:40-42.
15. Como livrou Deus os israelitas dos egípcios perseguidores e o que cantaram então?
15 Como estratagema, Jeová, mediante Moisés, levou seu povo liberto à margem do braço ocidental superior do Mar Vermelho. Pensando que os israelitas estivessem encurralados, Faraó, seus condutores de carros e seus cavaleiros foram no seu alcance e avançaram contra seus escravos escapados. Mas o Deus Todo-poderoso fez com que se abrisse uma passagem e os israelitas passaram de noite através do leito seco do mar para as margens da península de Sinai. Quando se permitiu que os egípcios entrassem no corredor de escape, Deus fez as águas do Mar Vermelho voltar contra eles e afogar tanto a eles como seus cavalos. A palavra de Deus não havia falhado, no sentido de que Ele julgaria aquela nação de opressores da “descendência” natural de Abraão. (Gênesis 15:13, 14) Salvos nas margens do Sinai, as testemunhas do julgamento de Jeová cantaram: “Jeová reinará por tempo indefinido, para todo o sempre. . . . Cantai a Jeová, pois ele ficou grandemente enaltecido. Jogou no mar o cavalo e seu cavaleiro.” — Êxodo 15:1-21.
16. O que propôs Deus ao acampado Israel em Horebe e qual era o propósito disso?
16 Assinalava um dia especial quando os israelitas, no terceiro mês lunar (sivã) depois de partirem do Egito, chegaram ao ermo de Sinai e se acamparam ao sopé do “monte do verdadeiro Deus”, Horebe. Era ali, conforme Jeová dissera a Moisés, que deviam servi-lo. (Êxodo 3:1, 12; 19:1) O profeta Moisés foi então convocado para agir qual mediador entre Deus e o povo acampado. Jeová propôs-se então fazer um pacto entre Si mesmo e o povo, e especificou o propósito do pacto. Ele disse a Moisés, lá no monte Horebe: “Isto é o que deves dizer à casa de Jacó e comunicar aos filhos de Israel: ‘Vós mesmos vistes o que fiz aos egípcios, para vos carregar sobre asas de águias e vos trazer a mim. E agora, se obedecerdes estritamente à minha voz e deveras guardardes meu pacto, então vos haveis de tornar minha propriedade especial dentre todos os outros povos, pois minha é toda a terra. E vós mesmos vos tornareis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa.’” — Êxodo 19:3-6.
17. Que proceder mostra se Jeová impunha o pacto aos israelitas salvos ou não?
17 O Deus Altíssimo não impôs este pacto aos israelitas. Deixou-os escolher à vontade se queriam entrar num pacto com ele ou não, embora os salvasse do Egito e do Mar Vermelho. Tornar-se “propriedade especial” de Jeová? Tornar-se um “reino de sacerdotes e uma nação santa” Dele? Sim, era isto o que os israelitas desejavam então. Portanto, quando Moisés falou aos homens representativos do povo sobre o pacto proposto por Deus, então, conforme lemos, “todo o povo respondeu unanimemente e disse: ‘Tudo o que Jeová falou estamos dispostos a fazer’”. Moisés relatou então a decisão do povo a Jeová, o qual passou a fazer o pacto conforme concordado. — Êxodo 19:7-9.
18. No terceiro dia, o que declarou Deus a Israel?
18 No terceiro dia depois disso, Jeová, por meio de seu anjo no monte Sinai, ali em Horebe, declarou aos israelitas reunidos as Dez Palavras ou Dez Mandamentos. Podemos ler estes mandamentos em Êxodo 20:2-17.
PREDITO UM MEDIADOR MAIOR
19. (a) Por causa do espetáculo, o que pediram os israelitas a Moisés? (b) O que disse Moisés em resposta?
19 O acontecimento foi espetacular! “Ora, todo o povo presenciava os trovões e os lampejos, e o som da buzina e o monte fumegante. Quando o povo chegou a ver isso, então estremeceu e ficou de longe. E começaram a dizer a Moisés: ‘Fala tu conosco, e escutemos; mas não fale Deus conosco, para que não morramos.’” (Êxodo 20:18, 19) A resposta de Deus, concordando com este pedido dos israelitas amedrontados, é apresentada mais plenamente em Deuteronômio 18:14-19. Ali, depois de dizer aos israelitas que Deus não lhes deu magos ou adivinhos como intermediários entre si mesmo e eles, Moisés prosseguiu:
“Mas, quanto a ti, Jeová, teu Deus, não te deu nada disso. Um profeta do teu próprio meio, dos teus irmãos, semelhante a mim, é quem Jeová, teu Deus, te suscitará — a este é que deveis escutar — em resposta a tudo o que pediste a Jeová, teu Deus, em Horebe, no dia da congregação, dizendo: ‘Não me deixes mais ouvir a voz de Jeová, meu Deus, e não me deixes mais ver este grande fogo, para que eu não morra.’ A isso Jeová me disse: ‘Fizeram bem em falar assim. Suscitar-lhes-ei do meio dos seus irmãos um profeta semelhante a ti, e deveras porei as minhas palavras na sua boca e ele certamente lhes falará tudo o que eu lhe mandar. E tem de dar-se que o homem que não escutar as minhas palavras que ele falar em meu nome, deste eu mesmo exigirei uma prestação de contas.’”
20, 21. (a) Era fácil para Israel crer que haveria outro profeta semelhante a Moisés? (b) Em que sentido seria este futuro profeta semelhante a Moisés, e em que escala?
20 Um profeta semelhante a Moisés, com quem Deus falava como que “face a face”? Talvez fosse difícil para os israelitas aceitarem tal idéia, quando o próprio Moisés lhes falou sobre o que Deus dissera. Contudo, foi isto o que o Deus Todo-poderoso disse quanto a quem suscitaria para seu povo. ‘Semelhante a Moisés’ não significaria apenas igual a Moisés. O profeta prometido podia ser semelhante a Moisés e ainda assim ser maior do que Moisés.
21 Desde os profetas israelitas após Moisés e até Malaquias, não houve profeta semelhante a Moisés e nenhum foi maior do que Moisés. (Deuteronômio 34:1-12) Mas que dizer do prometido Ungido, o Messias, que seria “descendente” da “mulher” celestial de Deus? (Gênesis 3:15) Deus falou evidentemente a respeito deste quando, no monte Sinai, falou a Moisés sobre um profeta futuro semelhante a Moisés. Semelhante a Moisés, este “descendente” messiânico seria Mediador entre Deus e os homens, porém, maior do que Moisés. Certamente, os adoradores do único Deus vivente e verdadeiro precisam agora que se faça mais por eles do que se fez pelo antigo Israel, mediante Moisés. Portanto, Moisés prefigurava o Profeta Maior de Jeová que havia de vir.
22. Por que seria o vindouro profeta semelhante a Moisés contrário ao uso de imagens na adoração de Deus?
22 Naquela ocasião, Jeová Deus disse também a Moisés: “Isto é o que deves dizer aos filhos de Israel: ‘Vós mesmos tendes visto que foi desde os céus que falei convosco. Não deveis fazer junto de mim deuses de prata, e não deveis fazer para vós deuses de ouro.’” (Êxodo 20:22, 23) Não se pode negar que esta é uma ordem contra o uso de imagens sem vida, mudas e feitas pelo homem, na adoração do Deus que falou do próprio céu. Salienta fortemente o que Deus disse no segundo dos Dez Mandamentos, conforme declarado em Êxodo 20:4-6. O Profeta messiânico semelhante a Moisés seria contra tal uso de imagens religiosas.
23. Por que é este pacto com Israel comumente chamado Pacto da Lei?
23 Antes da celebração do pacto por meio de seu mediador Moisés, Deus deu-lhe outras leis, em adição aos Dez Mandamentos. Essas são apresentadas em Êxodo, capítulos vinte e um até vinte e três inclusive. Foram escritas num rolo ou “livro”, disponível quando se celebrou formalmente o pacto. Visto que este pacto foi especialmente assinalado por se dar a lei divina a ser guardada pelo povo escolhido de Deus, era um pacto de lei e é comumente chamado de Pacto da Lei. Seu código de leis ou série de leis em forma ordeira é biblicamente chamado de “a Lei”.
24. Quanto tempo após o pacto abraâmico foi feito o pacto da Lei, e ainda é válida a Promessa Abraâmica?
24 Visto que a Lei deste pacto com Israel foi introduzida na forma dos Dez Mandamentos apenas cinqüenta ou cinqüenta e um dias após a noite da Páscoa no Egito, podia-se dizer corretamente que a Lei “veio à existência quatrocentos e trinta anos depois [do pacto abraâmico de 1943 A. E. C.]”. Dar-se a Israel a Lei depois dum intervalo tão longo não invalidava o pacto abraâmico, “de modo a abolir a promessa”. (Gálatas 3:17) A promessa de Deus, de abençoar todas as nações e famílias do solo mediante o “descendente” de Abraão ainda está de pé. Não falhará!
25. Para quem foi feito obrigatório o pacto da Lei, e por se aplicar a ele o quê?
25 Não devemos deixar de notar que o pacto da Lei com Israel foi validado, obrigando solenemente os partícipes do pacto, pela aplicação do sangue de vítimas sacrificiais. O registro em Êxodo 24:6-8 nos diz: “Moisés [como mediador] tomou então metade do sangue e o pôs em tigelas, e metade do sangue aspergiu sobre o altar. Por fim tomou o livro do pacto e o leu aos ouvidos do povo. Disseram então: ‘Tudo o que Jeová falou estamos dispostos a fazer e a ser obedientes.’ Portanto, Moisés tomou o sangue e aspergiu com ele o povo, e disse: ‘Eis o sangue do pacto que Jeová concluiu convosco com respeito a todas estas palavras.’” — Veja também Êxodo 24:3.
26. O que foi representado pela aplicação do sangue ao altar de Deus e pela aspersão do povo com o sangue?
26 O altar que Moisés construiu ao sopé do monte Sinai representava a Jeová Deus, a quem se ofereceram os sacrifícios neste altar. Portanto, pela aplicação da metade do sangue das vítimas animais a este altar, Jeová Deus foi representativamente incluído no pacto e obrigado por ele como partícipe nele. Por outro lado, pela aspersão da outra parte do sangue sacrificial sobre o povo, este também foi incluído no pacto como o outro partícipe deste, e foi solenemente obrigado com isso a cumprir seus termos, que se aplicavam a ele. As duas partes, Deus e a nação de Israel, foram assim unidas pelo sangue num pacto.
27. Em conexão com o estabelecimento do pacto da Lei, o que prova que os israelitas não entraram nele de modo ignorante ou sob compulsão?
27 A nação de Israel não entrou neste pacto de modo ignorante ou sob pressão e compulsão. No dia antes de solenizar-se o pacto com sangue, relataram-se-lhes as palavras e as decisões de Deus e eles as aceitaram. Conforme diz Êxodo 24:3: “Moisés foi então e relatou ao povo todas as palavras de Jeová e todas as decisões judiciais, e todo o povo respondeu de uma só voz e disse: ‘Todas as palavras que Jeová falou estamos dispostos a fazer.’” No dia seguinte, depois de Moisés ler o “livro do pacto” aos ouvidos de todo o povo, este repetiu sua aceitação da Lei de Deus, após o que foi aspergido com o sangue sacrificial. Tornou-se assim obrigatório para a nação inteira de Israel fazer o que Deus havia declarado ao propor o pacto, dizendo: “Agora, se obedecerdes estritamente à minha voz e deveras guardardes meu pacto, então . . .” — Êxodo 19:5, 6.
28. Que parte participante do pacto da Lei foi questionada quanto à lealdade aos termos dele, e o que era necessário para que fosse santa?
28 Podia-se esperar que o Deus Todo-poderoso fosse fiel à Sua parte neste pacto bilateral, porque Ele não muda. (Malaquias 3:6) Eram os israelitas sobre quem havia dúvida. Permaneceriam leais a Deus no cumprimento daquilo para que expressaram sua disposição? Estariam entre os leais que haviam de ser ajuntados a Jeová, em cumprimento do Salmo 50:4, 5: “Ele chama os céus acima e a terra para executar julgamento em seu povo: ‘Ajuntai-me os que me são leais [fiéis], os que concluem meu pacto sobre um sacrifício’”? (NM; Pontifício Instituto Bíblico) Haviam feito este pacto da Lei sobre uma série de sacrifícios, que eram para todo o povo, não individualmente como pessoas, mas como povo inteiro, como nação. Mostrar-se-iam “uma nação santa”? Para isso tinham de manter-se livres deste mundo.
29, 30. (a) Tornou-se Israel um “reino de sacerdotes” só por entrar no pacto da Lei, ou então qual foi o arranjo para os sacerdotes? (b) Em que foram constituídos os varões habilitados das outras famílias da tribo de Levi?
29 Só por entrarem neste pacto com o Deus Altíssimo não eram logo um “reino de sacerdotes”. De modo algum eram então um reino em que cada varão era sacerdote de Deus a favor de todas as outras nações da terra. Ainda não se cumprira para com eles a profecia de Isaías 61:6: “Quanto a vós, sereis chamados de sacerdotes de Jeová; dir-se-á que sois ministros de nosso Deus. Comereis os recursos das nações e na glória delas falareis exultantemente de vós mesmos.” Antes, segundo os termos do pacto da lei, os varões habilitados de apenas uma família em Israel foram constituídos sacerdotes, para servirem a favor de todos os demais da nação. Esta foi a família do irmão mais velho de Moisés, Arão, da tribo de Levi. Ele foi feito sumo sacerdote de Deus e os filhos dele foram feitos subsacerdotes. De modo que constituíam um sacerdócio arônico.
30 Os varões aptos de todos os demais das famílias da tribo de Levi foram constituídos ministros do sacerdócio arônico, para ajudá-los no desempenho dos ofícios religiosos na casa de Deus, ou tenda de reunião, prevista no pacto da Lei. — Êxodo 27:20 até 28:4; Números 3:1-13.
31. Por que não foram os sacerdotes arônicos também feitos reis em Israel?
31 De modo que a tribo de Judá não tinha participação no sacerdócio do antigo Israel, porque desta tribo havia de vir o “líder” messiânico, o chamado “Siló”, a quem “pertencerá a obediência dos povos”. (Gênesis 49:10; 1 Crônicas 5:2) Assim, no antigo Israel, mantinham-se separados o reinado e o sacerdócio. Arão e seus filhos não foram constituídos reis-sacerdotes, sendo assim dessemelhantes de Melquisedeque.
32. Que festividades deviam ser celebradas anualmente por Israel?
32 Segundo o pacto da Lei, todo o povo devia celebrar três festividades nacionais na tenda ou no tabernáculo de adoração, cada ano. “Três vezes no ano todo macho teu deve comparecer perante Jeová, teu Deus, no lugar que ele escolher: na festividade dos pães não fermentados, e na festividade das semanas, e na festividade das barracas, e ninguém deve comparecer perante Jeová de mãos vazias. A dádiva da mão de cada um deve ser proporcional à bênção de Jeová, teu Deus, que ele te tiver dado.” (Deuteronômio 16:16, 17; Êxodo 34:1, 22-24) A festividade dos pães não fermentados era celebrada em conexão com a ceia pascoal, anual, que comemorava a libertação de Israel do Egito. A festividade das semanas era realizada no qüinquagésimo dia, quer dizer, depois de passarem sete semanas a partir de 16 de nisã; e naquele qüinquagésimo (ou pentecostal) dia apresentavam-se a Jeová as primícias da ceifa do trigo. A festividade das barracas (ou: dos tabernáculos) também era chamada de “festividade do recolhimento”, à saída do ano. Estas festividades anuais tinham os seus sacrifícios prescritos a Jeová. — Levítico 23:4-21, 33-43.
33. Quando se celebrava o Dia da Expiação e por que era necessário repetir ano após ano os seus sacrifícios?
33 Cinco dias antes de começar a celebração da festividade das barracas, realizava-se o “dia da expiação” (Iom Quipur) anual, no décimo dia do sétimo mês lunar contado a partir do mês primaveril de nisã ou abibe. Era em 10 de tisri. Neste dia, fazia-se uma expiação pelos pecados de toda a nação em relação pactuada com Jeová, sendo este o único dia do ano em que o sumo sacerdote arônico entrava no Santíssimo da tenda de reunião e aspergia o sangue das vítimas da expiação (um novilho e um bode) perante a arca sagrada do pacto, que continha a Lei escrita de Jeová. (Levítico 23:26-32; 16:2-34) Naturalmente, a morte e o sangue aspergido destas vítimas animais subumanas não podia realmente eliminar os pecados dos homens, aos quais esses animais foram sujeitos. Era pelo próprio motivo de que a morte e o sangue desses animais sacrificados realmente não tiravam os pecados da espécie humana que os sacrifícios do Dia da Expiação tinham de ser repetidos ano após ano.
34. O que mostrava o pacto da Lei que Deus exigia para tirar o pecado humano e por que não podia nenhum israelita oferecer o exigido?
34 Podemos ver o motivo disso. Deus ordenara claramente no pacto da Lei: “Se acontecer um acidente fatal, então terás de dar alma por alma, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, pancada por pancada.” (Êxodo 21:23-25; Deuteronômio 19:21) Em outras palavras, devia haver igual por igual, algo de valor equivalente por algo de valor correspondente. Portanto, uma vida humana não condenada devia ser dada por uma vida humana que passara a estar sob condenação. É por isso que se escreveu no Salmo 49:6-10: “Aqueles que confiam nos seus meios de subsistência e que se jactam da abundância das suas riquezas, nenhum deles pode de modo algum remir até mesmo um irmão, nem dar a Deus um resgate por ele, (e o preço de redenção da alma deles é tão precioso que cessou por tempo indefinido,) que ele ainda assim viva para sempre e não veja a cova. Pois vê que até mesmo os sábios morrem.” Precisa haver um resgate correspondente, e nenhum dos israelitas carregados de pecados podia provê-lo, a fim de remir a vida perfeita perdida por Adão.
35. O que aconteceu ao sacerdócio arônico, e, por isso, donde se devia aguardar o sacrifício resgatador, redentor?
35 O sacerdócio arônico que oferecia apenas sacrifícios animais na casa sagrada de Deus cessou há dezenove séculos atrás, no ano 70 E.C., quando Jerusalém e seu templo foram destruídos pelos exércitos romanos. Não há outra coisa a fazer senão aguardar o Rei messiânico, a respeito de quem Jeová Deus jurou que o faria “sacerdote por tempo indefinido à maneira de Melquisedeque”! (Salmo 110:1-4) Este deve ser o “descendente” da “mulher” celestial de Deus, descendente designado e habilitado por Deus para machucar a cabeça do iníquo, simbolizado por aquela “serpente” no Éden. Se esse não provesse o resgate redentor para toda a humanidade não haveria ajuda para nós humanos, nem perspectiva de vida eterna numa nova ordem justa sob Jeová Deus. Assim, os sacrifícios animais oferecidos no “dia da expiação” de Israel até o primeiro século E. C. tinham de ser representativos; tinham de retratar profeticamente o necessário sacrifício de resgate que havia de ser oferecido pelo Messias, o qual se torna sacerdote melquisedequiano, o Machucador da cabeça da serpente.
36. Do mesmo modo, como devem ser encaradas as festividades realizadas sob o pacto da Lei?
36 A mesma coisa se dá com aquelas festividades anuais que o pacto de Deus impunha ao antigo Israel. Não eram meras ocasiões sem significado para diversão e recreação nacionais. Tinham significado profético. Sendo ocasiões felizes, representavam as futuras provisões felizes que Deus faz para a humanidade. Deus dá a conhecer o significado bendito delas no seu tempo devido, segundo o seu “propósito eterno”.
NAÇÃO COM MARAVILHOSAS OPORTUNIDADES
37. Que oportunidade oferecia o pacto da Lei aos israelitas?
37 No entanto, podia algum israelita obter a vida eterna para si mesmo por guardar perfeitamente a Lei do pacto com Deus, sem violar nem mesmo a mínima parte dela? O pacto da Lei oferecia a cada israelita a oportunidade de provar se era capaz de fazer isso. Em Levítico 18:5 menciona-se esta oportunidade, nas seguintes palavras: “Tendes de guardar os meus estatutos e as minhas decisões judiciais, cumprindo as quais o homem também tem de viver por meio delas. Eu sou Jeová.” Portanto, se algum israelita guardasse imaculadamente a Lei e obtivesse vida eterna por suas próprias obras, não precisaria do benefício dos sacrifícios do pacto da Lei. Tampouco precisaria da bênção da Promessa Abraâmica. (Gênesis 12:3; 22:18) Quem guardasse assim perfeitamente a Lei estabeleceria a sua própria justiça e seu próprio mérito de vida.
38, 39. (a) O que mostra se quaisquer israelitas obtiveram a vida pela guarda perfeita da Lei? (b) Portanto, os serviços sacerdotais de quem são necessários perante Deus?
38 No entanto, até mesmo o profeta Moisés morreu. Mesmo o sumo sacerdote Arão morreu. E morreu todo outro israelita, desde a celebração do pacto da Lei até o desaparecimento do sacerdócio arônico no ano 70 E.C., sim, até o dia de hoje. Mesmo depois de dezenove séculos desde a destruição do templo de Jerusalém, pelos romanos, os israelitas ortodoxos da atualidade passam por uma forma de celebração do Dia da Expiação ou Iom Quipur. Isto em si mesmo já é uma admissão da necessidade que têm da purificação do pecado, sim, de sua incapacidade de guardar perfeitamente a Lei e obter a vida eterna pelas suas próprias obras justas. E se eles não podiam fazer isso sob o pacto da Lei, como é que qualquer outro dos demais de nós, homens imperfeitos, pode fazê-lo?
39 Em vista do que o pacto da Lei evidenciava claramente, todos estamos condenados perante o Deus, cuja atividade é perfeita. (Deuteronômio 32:4) Conforme o profeta Isaías disse mais de setecentos anos depois de se fazer o pacto da Lei com Israel: “Todas as nossas justiças são como um pano sujo.” (Isaías 64:6, Matos Soares; Almeida) Todos precisamos dos serviços do prometido Sacerdote melquisedequiano, que há de ser sacerdote para sempre.
40. O que fez Moisés em 1.º de nisã de 1512 A. E. C. com respeito à adoração de Deus, e o que aconteceu então?
40 Voltemos agora ao ano da celebração daquele pacto entre Jeová Deus e Israel por meio do mediador Moisés. Aquele ano lunar terminou e chegou o 1.º de nisã do ano calendar de 1512 A. E. C. Naquele dia, Moisés obedeceu à ordem de Deus e mandou erigir “o tabernáculo da tenda de reunião”, para que começasse ali a adoração de Deus. Moisés revestiu então seu irmão mais velho Arão e os filhos de Arão das vestes oficiais e ungiu-os com o santo óleo de unção, a fim de servirem como sumo sacerdote e subsacerdotes. “Assim acabou Moisés a obra. E a nuvem começou a cobrir a tenda de reunião e a glória de Jeová encheu o tabernáculo. E Moisés não pôde entrar na tenda de reunião, porque a nuvem residia sobre ela e a glória de Jeová enchia o tabernáculo.” — Êxodo 40:1-35.
41. De que era evidência esta manifestação, e quando se completou a posse do sacerdócio?
41 Esta era a evidência visível de que Jeová havia aceito esta construção para adoração e a havia santificado para Seu propósito. No sétimo dia daquele primeiro mês de nisã (ou abibe), completou-se a posse e a habilitação do sacerdócio arônico, e eles podiam depois supervisionar oficialmente todos os aspectos da adoração divina no tabernáculo sagrado. — Levítico 8:1 a 9:24.
42. Além de ser seu Deus para adoração, o que mais era Jeová então para Israel, sem necessidade de haver um representante visível?
42 Jeová era o Deus a quem a nação de Israel foi mandada adorar e que tinha a obrigação de adorar. Ele não era somente seu Deus. Era também seu Governante régio, seu Rei, a quem deviam submissão e lealdade. A desobediência às Suas leis e aos Seus mandamentos, portanto, seria insubordinação e deslealdade. Confirmando isso, o profeta Moisés, em Deuteronômio 33:5, chama a nação de Israel de Jesurum ou “Reto”, por ter entrado no pacto da Lei, e diz: “E havia um rei em Jesurum, quando os cabeças do povo foram ajuntados, todas as tribos de Israel juntas.” (Tradução inglesa da Sociedade Publicadora Judaica da América) E a nota marginal, editorial, daquele versículo, do falecido Dr. J. H. Hertz, C. H., diz: “Assim começou o Reino de Deus sobre Israel.” (Pentateuch and Haftorahs, Soncino Press, página 910) Jeová era seu invisível Rei celestial. Ele não precisava dum visível rei humano, terrestre, para representá-lo em Israel. — Gênesis 36:31.
43, 44. De que maneira única havia o antigo Israel sido favorecido em comparação com todas as outras nações terrestres, e, por isso, como podiam louvar a Jeová?
43 Quão altamente favorecida era aquela nação composta dos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó (Israel), e que havia sido incluída num pacto com o único Deus vivente e verdadeiro! Eles tinham a adoração verdadeira dele e usufruíam a perspectiva de se tornarem para Ele um “reino de sacerdotes e uma nação santa”.
44 Disse o profeta Amós: “Ouvi esta palavra que Jeová falou a vosso respeito, ó filhos de Israel, concernente à família inteira que fiz subir da terra do Egito, dizendo: ‘Somente a vós vos conheci dentre todas as famílias do solo.’” (Amós 3:1, 2) É exata a comparação expressa pelo salmista num dos salmos de Aleluia, dizendo: “Conta a sua palavra a Jacó, seus regulamentos e suas decisões judiciais a Israel. Ele não fez assim com nenhuma outra nação; e quanto às suas decisões judiciais, não as conheceram. Louvai a Já!”. (Salmo 147:19, 20) A nação favorecida deveras tinha bons motivos para louvar a Jeová por guardar seu pacto. Se faria isso, ou não, se demonstraria então durante o que poderia ser chamado de Era do Pacto da Lei, que então começara.