Para quem há esperança de ressurreição
“E o mar entregou os mortos nele, e a morte e o Hades entregaram os mortos neles, . . . E a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. Este significa a segunda morte, o lago de fogo.” — Rev. 20:13, 14.
1, 2. (a) Que poder tem o grande inimigo do homem, e quem é ele? (b) Por quem será ele reduzido a nada, e mediante que proceder dessa pessoa?
O GRANDE inimigo do homem tem o poder de causar a morte. Agora, ele dentro em breve será reduzido a nada. Esta é uma das coisas maravilhosas que resultarão da morte de Jesus Cristo, há dezenove séculos atrás. Antes disso, Jesus fora o glorioso Filho celeste de Deus, mas humilhou-se sob a poderosa mão do seu Pai celestial. Pôs de lado sua glória celeste e, pelo poder de Deus, nasceu como bebê humano de carne e sangue, como descendente do patriarca Abraão, mediante o Rei Davi de Jerusalém. Tornou-se como um dos filhos de Abraão, por meio duma virgem judia chamada Maria, descendente do Rei Davi. No dia da Páscoa do ano 33 de nossa Era Comum, Jesus morreu. Naquele dia, o cordeiro pascoal era morto pelos judeus, mas nessa ocasião Jesus se deixou matar como cordeiro pelos servos terrestres do Diabo, aquele “que tem os meios de causar a morte”. Da libertação que resulta da morte de Jesus, lemos:
2 “Portanto, visto que as ‘criancinhas’ são partícipes de sangue e carne, ele participou também similarmente das mesmas coisas, para que, pela sua morte, reduzisse a nada aquele que tem os meios de causar a morte, isto é, o Diabo, e para que emancipasse todos os que pelo temor da morte estavam toda a sua vida sujeitos à escravidão. Pois ele realmente não auxilia em nada os anjos, mas auxilia o descendente de Abraão.” — Heb. 2:14-16.
3. Pela sua morte sacrificial, ao que foi Jesus Cristo levado, mas, como foi cumprido para com ele o Salmo 16:10?
3 Assim, para fins sacrificiais, em harmonia com a vontade de Deus, Jesus Cristo foi levado ao Seol ou Hades, a sepultura comum dos humanos que jazem mortos no pó da terra. No entanto, o Deus Todo-poderoso não deixou que o Seol retivesse para sempre o seu Filho fiel e destarte permitisse que a carne dele sofresse gradual decomposição no túmulo memorial. No terceiro dia, Deus ressuscitou a Jesus Cristo de entre os mortos e assim cumpriu o Salmo 16:10, conforme escrito pelo Rei Davi. O apóstolo cristão, Paulo, citou do Salmo 16:10 e disse: “Por isso ele diz também em outro salmo: ‘Não permitirás que aquele que te é leal veja a corrupção.’ Pois Davi, por um lado, serviu à vontade expressa de Deus, na sua própria geração e adormeceu na morte, e foi deitado com os seus antepassados e viu a corrução. Por outro lado, aquele a quem Deus levantou não viu a corrução.” — Atos 13:35-37.
4. Por que poderá Jesus Cristo reduzir a nada o mortífero Diabo, e como é que fará isso?
4 O Deus Todo-poderoso levantou a Jesus Cristo do Seol qual pessoa espiritual e imortal, muito mais poderosa que Satanás o Diabo, “aquele que tem os meios de causar a morte”. No devido tempo de Deus, o ressuscitado Jesus Cristo reduzirá a nada este mortífero Diabo. Ele o atará, junto com todos os seus anjos demoníacos e os prenderá num abismo onde não poderão interferir com o reinado milenar de Jesus Cristo como o Rei ungido de Deus.
5. (a) Quando é que isto acontecerá, e, assim, o que fugirá? (b) Que visão do Dia de Juízo será então cumprida?
5 Isto se dará logo depois da batalha do Armagedom, na qual a organização terrestre dos governantes políticos do Diabo será derrotada pelo guerreiro celestial, Jesus Cristo, e seus anjos. (Rev. 19:11 a 20:3) É deste modo que o céu e a terra simbólicos são obrigados a fugir de diante do grande trono branco de julgamento de Deus. Isto dará lugar a “um novo céu e uma nova terra”. (Rev. 20:11; 21:1) Será então que a visão do apóstolo cristão, João, será cumprida: “Eu vi os mortos, os grandes e os pequenos, em pé diante do trono, e abriram-se rolos. Mas outro rolo foi aberto; é o rolo da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas escritas nos rolos, segundo as suas ações. E o mar entregou os mortos nele, e a morte e o Hades entregaram os mortos neles, e foram julgados individualmente segundo as suas ações.” — Rev. 20:12, 13.
6. Por que essa visão não inclui os 144.000 discípulos?
6 Revelação 20:13 diz que “o mar entregou os mortos nele, e a morte e o Hades entregaram os mortos neles”. Isto não inclui os 144.000 seguidores das pisadas de Jesus Cristo, que são mencionados em Hebreus 2:16 como o “descendente de Abraão” por meio do qual todas as nações de nossa terra granjearão uma bênção eterna. (Rev. 7:3-8; 14:1, 3; Gên. 12:3; 22:18) Há dezenove séculos atrás, o Hades ou Seol entregou o morto Jesus Cristo, e estes 144.000 seguidores fiéis, que são seus irmãos espirituais, são feitos à sua semelhança em terem parte no que é chamado de “a primeira ressurreição”.
7, 8. (a) Quando começou a ressurreição deles? (b) Como é que Revelação 20:4-6 representa a ressurreição deles?
7 Segundo indicações da Bíblia sua ressurreição começou no ano 1918 E. C., ou três anos e meio depois de Jesus Cristo ser entronizado e coroado qual Rei celeste, para começar a dominar no meio de seus inimigos. (Sal. 110:1, 2; Heb. 10:12, 13; Rev. 14:13) Por isso, antes de Revelação, capítulo vinte, contar-nos a respeito da entrega dos mortos feita pelo mar e pela morte e pelo Hades, fala-nos da ressurreição dos 144.000 seguidores espirituais de Jesus Cristo, nas seguintes palavras:
8 “Eu vi tronos, e havia os que se assentavam neles, e foi-lhes dado poder para julgar. Sim, vi as almas dos executados com o machado, pelo testemunho que deram de Jesus e, por terem falado a respeito de Deus, e os que não tinham adorado nem a fera nem a imagem dela, e que não tinham recebido a marca na sua testa e na sua mão. E passaram a viver e reinaram com o Cristo por mil anos. (Os demais mortos não passaram a viver até terem terminado os mil anos.)Esta é a primeira ressurreição. Feliz e santo é todo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes a segunda morte [simbolizada pelo lago de fogo] não tem autoridade, mas serão sacerdotes de Deus e do Cristo, e reinarão com ele por mil anos.” — Rev. 20:4-6, 14; 21:8.
“A PRIMEIRA RESSURREIÇÃO”
9. (a) Será que isto significa que os 144.000 co-herdeiros de Cristo jamais irão para o Hades ou Seol? (b) Segundo as palavras de Jesus dirigidas a Pedro, em Mateus 16:18, o que não sobrepujará os 144.000?
9 Quando dizemos que Revelação 20:13 não inclui os 144.000 co-herdeiros de Jesus Cristo, acima mencionados, não queremos dizer que estes 144.000 não vão, ao morrerem, para o Hades ou Seol, ou para a morte no mar, se acontecer de morrerem no mar e seus corpos não serem recuperados para sepultamento em terra seca. A fim de ter parte na “primeira ressurreição”, precisam ser levantados do Hades ou da morte no mar. As palavras de Jesus Cristo nos dão a entender claramente isto quando ele falou a seus doze apóstolos sobre edificar sua igreja ou congregação sobre si mesmo qual rocha fundamental, pois disse: “Sobre esta rocha [petra] construirei a minha congregação, e os portões do Hades não a vencerão.” (Mat. 16:18) E, depois de sua própria ressurreição dentre os mortos, Jesus disse em sua visão ao apóstolo João: “Eu sou o Primeiro e o Último, e o vivente; e fiquei morto, mas, eis que vivo para todo o sempre, e tenho as chaves da morte e do Hades.” “Quem tem ouvido ouça o que o espírito diz às congregações: Aquele que vencer, a segunda morte de modo algum fará dano”, e, assim, será ressuscitado. — Rev. 1:17, 18; 2:11.
10. (a) Com respeito á morte e ao Hades, como é que Jesus Cristo desfaz o seu poder para com os seus 144.000 co-herdeiros? (b) No tocante ao julgamento, como é que Revelação 20:4 representa os 144.000?
10 O ressuscitado Jesus Cristo reduzirá a nada o Diabo “que tem os meios de causar a morte”. Visto que Jesus possui as chaves da morte e do Hades, não permitirá que o Hades sobrepuje sua congregação fiel de 144.000 irmãos espirituais. Depois de sua entronização celeste qual Rei em 1914 E. C., desfaz o poder da morte e do Hades e liberta os membros mortos de sua congregação para tomarem parte na “primeira ressurreição”. Por esta ressurreição invisível, espiritual, os 144.000 unem-se a ele nos céus como seus co-herdeiros para reinarem e serem sacerdotes e juízes junto com ele durante os mil anos em que Satanás, o Diabo, está amarrado no abismo. Não são representados como estando diante do “grande trono branco” para serem julgados. Ao invés, Revelação 20:4 diz que estavam sentados em tronos e “foi-lhes dado poder para julgar”. Assim, a sua morte no Hades não se torna morte infindável, morte interminável, o que é expresso pela frase “a segunda morte”.
11, 12. Como, em João 6:39-54, assegurou Jesus a seus discípulos que a morte e o Hades não os sobrepujariam para sempre?
11 Repetidas vezes, Jesus Cristo assegurou a seus discípulos fiéis que a morte e o Hades não os sobrepujariam para sempre. Como instrumento de Deus para ressuscitar, ele se certificaria que a morte deles em fidelidade a ele não se tornasse eterna. Disse:
12 “Esta é a vontade daquele que me enviou, que eu não perca nada de tudo o que ele me tem dado, mas que eu o ressuscite no último dia. Pois esta é a vontade de meu Pai, que todo aquele que observa o Filho e exerce fé nele tenha vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.” “Ninguém pode vir a mim, a menos que o Pai, que me enviou, o atraia; e eu o ressuscitarei no último dia. . . . A menos que comais a carne do Filho do homem e bebais o seu sangue [por meio da fé], não tendes vida em vós mesmos. Quem se alimenta de minha carne e bebe meu sangue tem vida eterna, e eu o hei de ressuscitar no último dia.” — João 6:39, 40, 44, 53, 54.
13. De que poder deu Jesus um exemplo em relação com seu amigo Lázaro, e como?
13 Até mesmo na terra, Jesus Cristo nos deu exemplos de seu vindouro poder de ressurreição. Trouxe de volta à vida seu prezado amigo Lázaro, que estava então no Seol já pelo quarto dia. Pouco antes disso, Jesus disse à Marta, a irmã de Lázaro: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem exercer fé em mim, ainda que morra, passará a viver; e todo aquele que vive e exerce fé em mim, nunca jamais morrerá.” Depois disso, Jesus fez com que fosse removida a pedra em frente do túmulo memorial e então chamou a Lázaro de volta à vida e para fora do túmulo. Deste modo milagroso, Marta recebeu de volta a seu irmão Lázaro antes do que esperava, pois ela dissera a Jesus: “Sei que ele se levantará na ressurreição, no último dia.” — João 11:24-44.
14. O que aconteceu a Lázaro mais tarde, mas, qual é a nossa expectativa quanto a ele?
14 Naturalmente, Lázaro morreu de novo, presumivelmente como fiel discípulo de Jesus Cristo. Portanto, voltou ao Seol ou Hades. Mas, o Hades não o sobrepujará como membro da fiel congregação cristã, pois não, pôde sobrepujá-lo naquele dia, quando Jesus veio a Betânia para despertá-lo de seu sono de morte já no quarto dia. Apenas que, desta vez, depois de ser levantado do Hades junto com o restante da congregação cristã por Jesus Cristo, quando dominar qual Rei no reino de Deus, Lázaro jamais morrerá de novo. — João 11:26.
15. O que se indica por “primeira ressurreição” no tocante à ressurreição como um todo, e como é que 1 Coríntios 15:20-23 prova isso?
15 Visto que Revelação 20:5, 6 fala da “primeira ressurreição”, indica que há certa ordem que é seguida na ressurreição como um todo. Isto é claramente dito a nós em 1 Coríntios 15:20-23, que nos fala da ressurreição dos 144.000 discípulos que terão uma ressurreição gloriosa, celeste e espiritual. Aqueles versículos citados rezam: “Agora Cristo tem sido levantado dentre os mortos, as primícias dos que adormeceram na morte. Pois, visto que a morte é por intermédio dum homem, também a ressurreição dos mortos é por intermédio dum homem. Porque, assim como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos serão vivificados. Mas, cada um na sua própria categoria: Cristo, as primícias, depois os que pertencem a Cristo durante a sua presença.”
16. Como é que Revelação, capítulo vinte, também indica ordem quanto à ressurreição?
16 Revelação, capítulo vinte, também indica ordem por representar para nós primeiramente o avivamento dos 144.000 co-herdeiros de Jesus Cristo, que se tornam felizes na primeira ressurreição, e, mais tarde, a libertação do mar e do Hades de todos os outros mortos que obtêm a oportunidade de vida eterna na terra.
“UMA RESSURREIÇÃO MELHOR”
17. Em Hebreus 11:35, a quem é aplicada a expressão “ressurreição melhor”?
17 Em Hebreus 11:35 ocorre esta interessante expressão a respeito de pessoas que viveram antes da morte e da ressurreição de Jesus Cristo: “Mulheres receberam os seus mortos pela ressurreição; mas outros homens foram torturados porque não queriam aceitar um livramento por meio de algum resgate, a fim de que pudessem alcançar uma ressurreição melhor.”
18. A respeito das façanhas de quem nos conta Hebreus, capitulo onze, e como mostra que a sua ressurreição será certa?
18 Este versículo se encontra num capítulo que nos fala das façanhas de “tão grande nuvem de testemunhas”, que remontava desde os tempos de João Batista até a primeira testemunha fiel de Jeová, Abel, o irmão mais moço de Caim, filho de Adão e Eva. (Heb. 11:4 a 12:1) A ressurreição destes homens e mulheres da antiguidade, de fé piedosa, é certa, pois o escritor cristão de Hebreus, capítulo onze, prova que criam que ‘Deus era capaz de levantar pessoas até mesmo dentre os mortos’, e, no fim deste capítulo, diz a seus leitores cristãos: “Contudo, embora todos estes recebessem testemunho por intermédio de sua fé, não obtiveram o cumprimento da promessa, visto que Deus previu algo melhor para nós, a fim de que eles não fossem aperfeiçoados à parte de nós.” — Heb. 11:19, 35, 39, 40.
19. De que modo a sua ressurreição não ocorre “à parte de nós” (os 144.000)?
19 Os 144.000 discípulos fiéis de Jesus Cristo irão todos ser “aperfeiçoados” pela ressurreição dentre os mortos, assim como o próprio Jesus Cristo foi. A parte destes cristãos, ou antes que tais cristãos sejam “aperfeiçoados” nos céus, a ressurreição da “nuvem de testemunhas” dos tempos pré-cristãos não poderia ocorrer. Isto se dá porque os 144.000 co-herdeiros fiéis de Jesus Cristo tomam parte na “primeira ressurreição”, ressurreição que é primeira em tempo bem como em qualidade e em importância.
20. (a) Será “ressurreição melhor” em comparação com a dos 144.000? (b) De que modo será “uma ressurreição melhor?
20 Por isso, a “ressurreição melhor” que a antiga “nuvem de testemunhas” terá não será melhor que a ressurreição dos 144.000 herdeiros do reino celeste de Deus. Será melhor que a das pessoas que foram levantadas dentre os mortos pelos profetas Elias e Eliseu. Sim, até mesmo melhor que a ressurreição daqueles a quem Jesus Cristo e seus apóstolos levantaram dentre os mortos.a Como será “melhor”? Porque todos a quem estes servos de Deus levantaram para a vida tiveram de morrer de novo na carne e ir para o Hades ou Seol. Por que isso se deu? Porque ainda não começara a dominar o reino celeste de Deus mediante seu Filho, Jesus Cristo, visto que os “tempos dos gentios” para o domínio da terra não deviam expirar até o ano 1914 E. C. A “ressurreição melhor” da antiga “nuvem de testemunhas” ocorrerá sob o reino celeste de Deus, que agora já foi estabelecido. Quando Jesus Cristo, o Rei celeste, usar as “chaves da morte e do Hades” e trouxer de volta do Hades ou Seol àquelas antigas testemunhas, não precisarão morrer de novo. Por que não?
21. Por que, depois da ressurreição aquelas testemunhas antigas não precisarão morrer de novo?
21 Por manterem seus nomes inscritos no “rolo da vida”, mediante sua contínua fé e obediência piedosas, serão gradualmente soerguidas à perfeição humana. Por fim, lhes será dado o prêmio de vida eterna na perfeição humana sobre a nossa terra transformada num Paraíso. Não serão ‘lançadas no lago de fogo’, que quer dizer, na “segunda morte”. Visto que são pessoas de fé já no início de sua ressurreição, há muito mais razão de fazerem progresso mais fácil em direção à perfeição humana naquele tempo.
22. De que foi assegurado Daniel, em Daniel 12:13, e em que tempo?
22 Por exemplo, houve o profeta Daniel. “No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia”, o anjo de Deus deu a Daniel uma profecia maravilhosa a respeito deste “tempo final”. Concluiu sua profecia por dizer a Daniel: “Quanto a ti, vai até o fim. Tu te repousarás e te levantarás para receber tua parte de herança, no fim dos tempos.” (Dan. 10:1 a 12:13, CBC)b Daniel é, sem dúvida, um dos mencionados em Hebreus 11:33, que “taparam as bocas de leões”. Ele ‘se levantará’ para receber sua herança por uma ressurreição sob o reino de Deus. — Eze. 14:14, 20; 28:3; Mat. 24:15.c
23. (a) Para onde foi Abel ao ser assassinado? (b) O que acontecerá com aqueles cujos túmulos memoriais pereceram antes do Dilúvio ou têm perecido desde o Dilúvio?
23 Quando o primeiro daquela antiga “nuvem de testemunhas”, a saber, Abel, foi morto pelo seu irmão Caim e foi sepultado, desceu ao Seol. Se Abel foi ou não colocado num túmulo memorial, a Bíblia não declara: (Mat. 23:35; Luc. 11:51; Heb. 12:24; Gên. 4:8-11) Sem dúvida, muitos túmulos memoriais foram feitos para os mortos desde os tempos de Abel até o dilúvio mundial dos dias de Noé, mas, na maior parte, tais túmulos memoriais foram varridos pelo dilúvio destrutivo. No entanto, o Deus onisciente, Jeová, sabe e se lembra de todos os que desceram ao Seol ou Hades antes do Dilúvio “tanto de justos [como Abel e Enoque] como de injustos”. Jeová fará com que o Hades ou Seol entregue todos aqueles mortos sob seu reino por Jesus Cristo. O mesmo se dará com respeito às muitas sepulturas e túmulos memoriais que desapareceram desde aquele dilúvio, em 2370 A. E. C. até nossos próprios dias.
GEENA, “O VALE DE HINOM”
24, 25. (a) Jesus falou de alguns homens como indo para que lugar diferente ao morrerem, e o que isso significaria para eles? (b) Em Mateus 23:13-33, quem foi que Jesus especificou que eram tais homens?
24 No ano 33 E. C., quando Jesus falava a respeito do “sangue justo derramado na terra, desde o sangue do justo Abel até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias”, êle falou de homens que então viviam que, ao morrerem, não iriam para o Hades ou Seol, mas sim para outro lugar, a Geena. Por tal razão, isso significaria “ais” para êles. Quem eram tais homens? No capítulo vinte e três de Mateus, Jesus especificou quem eram, dizendo:
25 “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque fechais o reino dos céus diante dos homens; pois, vós mesmos não entrais, nem deixais entrar os que estão em caminho para entrar. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque percorreis o mar e a terra seca para fazer um prosélito, e, quando se torna tal, fazeis dele objeto para a Geena duas vezes mais do que vós mesmos. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque construís os sepulcros dos profetas e decorais os túmulos memoriais dos justos e dizeis: ‘Se nós tivéssemos existido nos dias de nossos antepassados, não teríamos sido parceiros deles no sangue dos profetas.’ Portanto, dais testemunho contra vós mesmos de que sois filhos daqueles que assassinaram os profetas. . . . Serpentes, descendência de víboras, como haveis de fugir do julgamento da Geena?” — Mat. 23:13-15, 29-33.
26. Por que eram tais pessoas objetos para a Geena ou passíveis de seu julgamento, e como foi que Jesus mostrou isto então?
26 Assim, tais pessoas religiosas que eram objetos para a Geena e que eram passíveis do julgamento da Geena eram os não-arrependidos escribas e fariseus judaicos e seus prosélitos. Eram pessoas que não estavam arrependidas e que se recusavam a entrar no reino dos céus. Jesus mostrou isto por dizer a seguir: “Por esta razão, eu vos estou enviando profetas, e sábios, e instrutores públicos. A alguns deles matareis e pendurareis em estacas, e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade; para que venha sobre vós todo o sangue justo derramado na terra, desde o sangue do justo Abel até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem assassinastes entre o santuário e o altar. Deveras, eu vos digo: Todas essas coisas virão sobre esta geração.” — Mat. 23:34-36.
27. Como é que o livro de Atos mostra se alguns de tais passíveis fugiram do julgamento da Geena?
27 Alguns fariseus realmente se arrependeram e deixaram de fechar o reino dos céus, como Saulo de Tarso, que se tornou o apóstolo cristão Paulo. (Atos 7:58; 8:1-3; 9:1-30; 22:1-5; 23:6; Fil. 3:4-6) Também, Atos 2:10; 8:27-39 fala de prosélitos circuncisos, e Atos 6:7 diz: “O número dos discípulos multiplicava-se grandemente em Jerusalém; e uma grande multidão de sacerdotes começou a ser obediente à fé.” Estes abandonaram toda a hipocrisia religiosa e permaneceram fiéis à fé cristã. Assim, fugiram com êxito do julgamento da Geena, ao qual eram passíveis. Provaram que não eram “serpentes, descendência de víboras”, filhos do Diabo qual pai religioso, descendência da “serpente original, que é o Diabo e Satanás”. — João 8:44; Rev. 20:2.
28. Do que é tirada a palavra grega Geena, e qual é a tradução literal da expressão original?
28 Exatamente o que é este lugar chamado Geena ou o que simboliza? A. palavra grega “Geena” é transliteração da expressão hebraica Gei-Hinnom, significando “o vale de Hinom”. Na palavra grega Geena a sílaba “Ge” equivale à palavra hebraica Gai (גיא), que significa “Vale” e a adição “ena” equivale a Hinom, o nome dum homem dos dias do Juiz Josué.
29. O que era a Geena original, e o que assinalava, segundo Josué 15:8; 18:16?
29 Este Vale de Hinom é mencionado primeiramente na Bíblia em Josué 15:8 (ALA), como constituindo a divisa entre os territórios das tribos de Judá e Benjamim, e acha-se associado com Jerusalém: “[A divisa de Judá] sobe pelo vale do filho de Hinom, da banda dos jebuseus do sul, isto é, Jerusalém; e sobe este termo até ao cume do monte que está diante do vale de Hinom [Gei-Hinnom, hebraico; Ge-Ennom, latim] para o ocidente, que está no fim do vale dos refains da banda do norte.” Aqui, a Versão dos Setenta, grega, a chama de Pharanx de Onom, isto é; a Fenda (Cova, Ravina, Barranco) de Onom. O Vale de Hinom é também mencionado em Josué 18:16, em relação com a divisa territorial da tribo de Benjamim.
30. Como foi que a Geena veio a ser usada erroneamente pelos israelitas, e como foi que se tornou inapropriada para tal uso errôneo?
30 O Vale de Hinom, situado para o oeste e o sudoeste da antiga Jerusalém, veio a ser usado erroneamente pelos judeus apóstatas. Em 2 Crônicas 28:3 (ALA), lemos a respeito do Rei Acaz de Jerusalém: “Queimou incenso no vale do filho de Hinom [Gai-benenom, LXX], e queimou a seus próprios filhos no fogo.” (Também, 2 Crô. 33:6; Jer. 7:31, 32; 32:35) O fiel Rei Josias achou bom conspurcar este Vale de Hinom porque fora usado para a adoração idólatra de Baal e para se oferecerem sacrifícios humanos a este falso deus. Em 2 Reis 23:10 (ALA) se fala de Josias: “Também profanou a Tofete, que está no vale dos filhos de Hinom, para que ninguém queimasse a seu filho ou a sua filha como sacrifício a [ao deus falso] Moloque.”d O nome moderno do vale é Wadi el-Rababi.
[Nota(s) de rodapé]
a Veja-se 1 Reis 17:17-24; 2 Reis 4:17-37; 13:20, 21; Mateus 10:8; 9:18-26; Luc. 7:11-15; João 11:38-44; Atos 9:36-41; 20:7-12.
b Daniel 12:2 tem sido aplicado aos cristãos que estavam simplesmente mortos de forma espiritual e que foram despertados de sua condição religiosamente morta depois do ano 1918 E. C. — Compare-se com Revelação 11:7-13.
c Na Versão dos Setenta, grega, de Daniel 12:13, a palavra grega para “levantarás” é anastései, da qual se deriva anástasis, significando “ressurreição”, nas Escrituras Gregas Cristãs.
d Veja-se também Neemias 11:30; Jeremias 19:2, 6. O Vale de Hinom é mencionado treze vezes nas inspiradas Escrituras Hebraicas.