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AnoAjuda ao Entendimento da Bíblia
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Um ano sagrado e um secular
Deus mudou o início do ano para a nação de Israel por ocasião de seu êxodo do Egito, decretando que deveria começar com o mês de abibe (ou nisã) na primavera setentrional. (Êxo. 12:1-14; 23:15) O outono setentrional do ano, contudo, continuou a marcar o início de seu ano secular, ou agrícola. Assim, em Êxodo 23:16, a festividade da colheita, que acontecia no outono setentrional, no mês de etanim, o sétimo mês do calendário sagrado, é mencionada como se situando “à saída do ano”, e, em Êxodo 34:22, como “na volta do ano”. Semelhantemente, os regulamentos sobre os anos de Jubileu mostram que começavam no mês outonal (hem. norte) de etanim. — Lev. 25:8-18.
O historiador judeu, Josefo (do primeiro século E.C.), afirma que o ano sagrado (que começava na primavera setentrional) era usado com relação às observâncias religiosas, mas que o ano secular original (que começava no outono setentrional) continuou a ser usado com relação às vendas e às compras, e a outros assuntos comuns. Este sistema duplo de um ano sagrado e um ano secular é especialmente destacado no período pós-exílico, depois da libertação dos judeus de Babilônia. O primeiro dia de nisã (ou abibe) assinalava o começo do ano sagrado e o primeiro dia de tisri (ou etanim) assinalava o início do ano secular. Em cada caso, o que era o primeiro mês de um calendário tornava-se o sétimo mês do outro. — Veja a tabela em CALENDÁRIO.
Calendário correlato com festividades
Os pontos principais de cada ano eram as três grandes épocas de festividade decretadas por Jeová Deus: A Páscoa e a festividade dos pães não fermentados, que começavam em 14 de nisã, a festividade das semanas ou Pentecostes, em 6 de sivã, e a festividade do recolhimento (precedida pelo dia da expiação) de 15 a 21 de etanim. A festividade dos pães não fermentados coincidia com a colheita da cevada, Pentecostes com a colheita de trigo, e a festividade do recolhimento com a colheita geral, no fim do ano agrícola.
Método de contar a regência dos reis
Nos registros históricos era costume, em Babilônia, contar os anos de regência dum rei como anos completos, a partir de 1.° de nisã. Os meses durante os quais o rei talvez tivesse realmente começado a reger, antes de 1.° de nisã, eram considerados como formando seu ano de ascensão, mas eram historicamente creditados ou contados como pertencendo ao pleno período de anos de regência do rei que o precedera. Se, como indica a tradição judaica, este sistema era seguido em Judá, então, quando a Bíblia fala de tanto o Rei Davi como o Rei Salomão reinarem “quarenta anos”, os reinados abrangem plenos períodos de quarenta anos. — 1 Reis 1:39; 2:1, 10, 11; 11:42.
NA PROFECIA
Na profecia, a palavra “ano” é com frequência usada num sentido especial como equivalendo a 360 dias (doze meses de trinta dias cada um). (Rev. 11:2, 3) Também é chamado de um “tempo” e, ocasionalmente, é representado por um “dia”. — Rev. 12:6, 14; Eze. 4:5, 6.
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Ano SabáticoAjuda ao Entendimento da Bíblia
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ANO SABÁTICO
Contando-se a partir de 1473 A.E.C., o ano em que Israel entrou na Terra Prometida, devia-se celebrar um ano sabático “ao fim de cada sete anos”, realmente, em cada sétimo ano. (Deut. 15:1, 2, 12; compare com Deuteronômio 14:28.) O ano sabático começava, evidentemente, com o toque de trombetas em 10 de etanim (tisri), o Dia da Expiação. No entanto, alguns sustentam que, ao passo que o ano do Jubileu começava com o Dia da Expiação, o ano sabático começava em 1.° de tisri.
Não devia haver nenhum cultivo do solo, nem semeadura ou poda, nem qualquer colheita do que fora cultivado, mas o que crescia por si era deixado no campo, para ser comido pelo dono do campo, bem como por seus escravos, pelos trabalhadores contratados e pelos residentes forasteiros. Tratava-se duma provisão misericordiosa para os pobres e, adicionalmente, para os animais domésticos e os animais selvagens, visto que estes também teriam acesso aos produtos da terra durante o ano sabático. — Lev. 25:1-7.
O ano sabático era chamado de “ano da remissão [shemittáh]”. (Deut. 15:9; 31:10) Nesse ano, a terra gozava de completo repouso ou livramento, permanecendo sem cultivo. (Êxo. 23:11) Devia haver também um repouso ou livramento das dívidas contraídas. (Deut. 15:3) Era uma “remissão para Jeová”, em honra dele. Embora outros considerem isso de forma diferente, há alguns comentaristas que sustentam que as dívidas não eram realmente canceladas, mas, antes, que o credor não devia pressionar um companheiro hebreu a pagar uma dívida, pois naquele ano o lavrador não teria renda; embora o credor pudesse pressionar um estrangeiro a pagar-lhe. (Deut. 15:1-3) Alguns rabinos sustentam o conceito de que as dívidas para empréstimos de caridade, a fim de ajudar um irmão pobre, eram canceladas, mas que as dívidas contraídas em tratos comerciais se colocavam numa categoria diferente. Dizem que, no primeiro século da Era Comum, Hilel instituiu uma norma pela qual o credor podia dirigir-se ao tribunal e garantir que não se anularia a dívida para com ele, por fazer certa declaração.
Incidentalmente, este ano de livramento ou de repouso quanto às pressões para o pagamento de dívidas não se aplicava ao livramento de escravos, muitos dos quais eram escravos por terem contraído dívidas. Antes, o escravo hebreu era liberto no sétimo ano de sua servidão, ou no Jubileu, dependendo do que ocorresse primeiro. — Deut. 15:12; Lev. 25:10, 54.
Era preciso fé para guardar os anos sabáticos como parte do pacto de Jeová com Israel,
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