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PeixesAjuda ao Entendimento da Bíblia
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o campo da história natural, incluindo um conhecimento dos peixes (1 Reis 4:33), as Escrituras não mencionam nem sequer uma espécie de peixe. No entanto, a Lei fazia tuna distinção entre os animais aquáticos puros (limpos) e impuros. Apenas os animais aquáticos que possuíssem barbatanas e escamas eram cerimonialmente limpos (puros) como alimento, isto eliminando criaturas tais como cascudos (bagres), enguias, lampreias, arraias, tubarões e crustáceos, muitos dos quais se alimentam de restos e de matéria em decomposição, e, amiúde, são causa do tifo e do paratifo. (Lev. 11:9-12) Os pescadores israelitas, portanto, tinham de separar os peixes excelentes dos imprestáveis como alimento, ponto sublinhado na ilustração, feita por Jesus, da rede de arrasto. — Mat. 13:47, 48.
O PEIXE QUE ENGOLIU JONAS
Apesar de o próprio Filho de Deus ter testemunhado a favor da veracidade do relato sobre Jonas ter sido engolido por um “grande peixe”, este incidente é citado com freqüência com vistas a desacreditar a confiabilidade do registro das Escrituras. (Mat. 12:40) Naturalmente, é preciso lembrar que a Bíblia simplesmente declara que “Jeová providenciou um grande peixe para engolir Jonas”, não sendo mencionada a espécie do peixe. (Jonas 1:17) Há, definitivamente, criaturas marinhas capazes de engolir um homem, entre as quais o tubarão-branco e o cachalote.
EMPREGO FIGURADO
Nas Escrituras, os homens às vezes são assemelhados a peixes. O congregante comparou homens a peixes do ponto de vista de serem “enlaçados num tempo calamitoso”, como peixes numa rede. (Ecl. 9:12) Jesus Cristo constituiu seus seguidores em pescadores de homens, e assemelhou os justos a peixes excelentes, e os iníquos a peixes imprestáveis, que são jogados fora. — Mar. 1:17; Mat. 13:47-50.
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Pele De FocaAjuda ao Entendimento da Bíblia
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PELE DE FOCA
[táhhash].
Existe considerável incerteza quanto à espécie determinada de pele que foi usada para se fabricar a cobertura exterior do tabernáculo e para se envolver os móveis e utensílios do santuário para serem transportados. Táhhash ou tehhashím (plural) geralmente aparece junto com ‘ohr ou ‘ohróhth (“pele”, “peles”). (Êxo. 25:5; 26:14; 35:7, 23; 36:19; 39:34; Núm. 4:6-14, 25; Eze. 16:10) Os tradutores da Septuaginta parecem ter entendido que o vocábulo hebraico indicava, não um animal, mas uma cor (“azul”, LXX, de Bagster; nota de Núm. 4:6, PIB). No entanto, a opinião quase unânime dos comentaristas judaicos é que táhhash se refere a um animal.
UTILIZÁVEL, EMBORA A FOCA FOSSE CLASSIFICADA COMO ANIMAL IMPURO
Serem as focas evidentemente impuras como alimento não eliminaria, necessariamente, a utilização das peles delas para cobrir o tabernáculo. Por exemplo, ao passo que o leão e a águia eram “impuros” (Lev. 11:13, 27), os querubins celestes vistos por Ezequiel em visão foram representados como tendo quatro faces, incluindo uma de leão e uma de águia. (Eze. 1:5, 10; 10:14) Também, os carrocins de cobre que Salomão fez, para serem utilizados no templo, foram adornados com figuras de leões, e isto, sem dúvida, de acordo com os projetos que foram dados a Davi por inspiração divina. (1 Reis 7:27-29; 1 Crô. 28:11-19) Os israelitas utilizavam animais “impuros”, tais como jumentos, para montarias, sendo até mesmo predito que o Messias cavalgaria para dentro de Jerusalém montado num jumento. (Zac. 9:9; Mat. 21:4, 5) Embora João, o Batizador, tivesse uma missão sagradíssima de ‘ir de antemão na frente de Jeová para aprontar os seus caminhos’, ele usava roupas feitas de pêlos dum animal “impuro”. (Luc. 1:76; Mat. 3:4; Lev. 11:4) Tudo isto tende a indicar que a distinção entre os animais puros e impuros era simplesmente dietética, embora, às vezes, também se referisse aos sacrifícios, e não exigia que os israelitas considerassem os animais “impuros” com repugnância total. (Lev. 11:46, 47) Também estes, como os animais “puros”, foram criados por Deus e, por conseguinte, eram bons, e não repugnantes em si. — Gên. 1:21, 25.
COMO OS ISRAELITAS A OBTINHAM
Se a táhhash da Bíblia deveras designa uma espécie de foca, então talvez surja a pergunta de como era possível aos israelitas obter peles de foca. Ao passo que as focas, em geral, são associadas com as regiões do Ártico e da Antártida, há focas que preferem climas mais tépidos. Hoje em dia, as focas-monges-mediterrânicas ainda habitam parte do mar Mediterrâneo, bem como outras águas mais quentes. Com o passar dos séculos, o homem tem reduzido grandemente a população das focas, e, nos tempos bíblicos, estes animais talvez fossem abundantes no Mediterrâneo e no mar Vermelho. Já em 1832, uma edição em inglês do Dictionary of the Holy Bible (Dicionário da Santa Bíblia; p. 139), de Calmet, observava: “Encontram-se focas em muitas das ilhotas do mar Vermelho, em volta da península do Sinai.”
Os antigos egípcios comercializavam no mar Vermelho e, naturalmente, recebiam mercadorias de muitas das regiões do Mediterrâneo. Assim, os egípcios teriam acesso às peles de focas. Por isso, quando os israelitas partiram do Egito, poderiam ter levado com eles as peles de focas que já possuíam, junto com outras, obtidas dos egípcios, quando estes entregaram nas mãos dos israelitas uma abundância de coisas valiosas. — Êxo. 12:35, 36.
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