Capítulo 2
Ajuda animadora para mantermos nossa decisão
1, 2. (a) Como ilustrou Jesus Cristo a importância de nos apegarmos à decisão de servir a Deus? (b) Por que não é sábio desconsiderar o conselho de Jesus?
“NINGUÉM que tiver posto a mão num arado e olhar para as coisas atrás é bem apto para o reino de Deus.” (Lucas 9:62) Para poder arar com eficiência e fazer os sulcos paralelos, o lavrador precisa manter os olhos num ponto fixo na outra extremidade do campo. Quanto mais importante é mantermos os olhos fixos no alvo da vida! Neste caso, os preciosos dias e anos de nossa vida mostrarão ter um esquema coerente com o objetivo que pretendemos alcançar.
2 As palavras do Filho de Deus, citadas acima, mostram que, depois de termos assumido o compromisso de servir ao nosso Criador, devemos estar decididos a manter a nossa decisão, venha o que vier. O mundo talvez ofereça o que parece ser mais atraente — a busca de prazeres, de popularidade ou de bens materiais. Mas, olharmos com anseio para trás, para quaisquer dessas coisas — ou pior ainda, deixá-las tornar-se o ponto focal da nossa vida — poderá significar a perda do prêmio que procuramos alcançar. Poderá resultar numa vida desperdiçada.
3. Qual é o objetivo básico de nossa fé?
3 “Melhor é o fim posterior dum assunto do que o seu princípio”, diz Eclesiastes 7:8. Portanto, embora seja essencial que demos início ao nosso proceder escolhido, o que realmente vale é o fim. Este é o motivo pelo qual, na Palavra de Deus, se dá tanta ênfase a ser fiel até o fim. (Mateus 24:13) Nossa fé tem por objetivo básico, propósito ou alvo obtermos a salvação ou vida eterna. — 1 Pedro 1:9.
4. (a) Para permanecermos fiéis, que conceito sobre a salvação é importante? (b) O que nos diz 1 Pedro 1:10-12 sobre o interesse dos profetas no arranjo divino para a salvação?
4 O que nos pode ajudar a perseverar como discípulos leais do Filho de Deus? Em primeiro lugar, precisamos entender claramente e sentir profundamente o precioso valor da salvação que procuramos. As palavras inspiradas do apóstolo Pedro, íntimo associado de Jesus Cristo, podem ajudar-nos grandemente neste sentido. Sua admoestação pode ajudar-nos a ver que a nossa salvação final é algo pelo qual de bom grado devemos suportar todas as pressões de oposição, não importa quão severas. É algo pelo qual devemos estar dispostos a trabalhar, a fazer sacrifícios, sim, a morrer, se necessário. (Lucas 14:26-33) Em 1 Pedro 1:10-12, o apóstolo escreve:
“Acerca desta mesma salvação fizeram diligente indagação e cuidadosa pesquisa os profetas que profetizaram a respeito da benignidade imerecida que vos era destinada. Eles investigaram que época específica ou que sorte de época o espírito neles indicava a respeito de Cristo, quando de antemão dava testemunho dos sofrimentos por Cristo e das glórias que os seguiriam. Foi-lhes revelado que não era para eles, mas para vós, que ministravam as coisas que agora vos foram anunciadas por intermédio dos que vos declararam as boas novas com espírito santo enviado desde o céu.”
ASSUNTO DE INTENSO INTERESSE PARA OS PROFETAS
5. O que predisseram os profetas sobre os sofrimentos do Messias?
5 Séculos antes dos dias de Jesus na terra, os profetas hebreus foram inspirados a predizer o sofrimento que sobreviria ao prometido Messias ou Cristo. A profecia de Daniel especificava o tempo da chegada de Cristo e indicava que seria decepado na morte após um ministério de três anos e meio. (Daniel 9:24-27) Da profecia de Isaías aprendemos que o Messias seria rejeitado e se tornaria pedra de tropeço. (Isaías 8:14, 15; 28:16; 53:3) Esta profecia mostrou também que ele levaria as doenças do povo, seria julgado e condenado, mas permaneceria calado diante dos seus acusadores, que cuspiriam nele, que seria contado com os pecadores, traspassado, tendo uma morte sacrificial e levando embora os pecados, a fim de preparar o caminho para muitos obterem uma posição justa perante Deus. (Isaías 50:6; 53:4-12) A profecia de Zacarias indicava que o Messias seria traído por 30 moedas de prata. (Zacarias 11:12) E o profeta Miquéias predisse que o Cristo, o “juiz de Israel”, seria golpeado na face. — Miquéias 5:1.
6. Que pormenores sobre os sofrimentos do Messias são apresentados nos Salmos?
6 Entre as declarações dos Salmos, que se aplicam a Jesus Cristo, estão as seguintes: Ele seria traído por um companheiro íntimo. (Salmo 41:9) Os governantes, apoiados pelos seus súditos, se aglomerariam contra ele. (Salmo 2:1, 2) Os construtores religiosos, judaicos, o rejeitariam. (Salmo 118:22) Testemunhas falsas atestariam contra o Messias. (Salmo 27:12) Chegando ao lugar da execução, oferecer-lhe-iam uma bebida entorpecente. (Salmo 69:21a) Os que o prenderiam a uma estaca atacariam ‘suas mãos e seus pés’ como feras. (Salmo 22:16) Lançar-se-iam sortes sobre a sua vestimenta. (Salmo 22:18) Seus inimigos caçoariam dele com as palavras: “Fiou-se em Jeová. Que Ele o ponha a salvo! Livre-o ele, visto que se agradou dele!” (Salmo 22:8) Tendo muita sede, pediria algo para beber e se lhe ofereceria vinho azedo. (Salmos 22:15; 69:21b) Pouco antes de sua morte, exclamaria: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” — Salmo 22:1.
7. O que revelam as profecias sobre as ‘glórias que se seguiram’ aos sofrimentos de Cristo?
7 Conforme Pedro salienta, os profetas também foram inspirados a falar sobre as ‘glórias que se seguiriam’ ao sofrimento do Messias. Pelo poder majestoso de Deus, este Filho fiel seria ressuscitado dentre os mortos. (Salmo 16:8-10) Ascendendo ao céu, tomaria assento à mão direita de Deus, esperando até que seus inimigos fossem postos por escabelo de seus pés. (Salmo 110:1) Ele ocuparia a posição dum sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque. (Salmo 110:4) Seu Pai, o “Antigo de Dias”, lhe concederia autoridade régia. (Daniel 7:13, 14) Finalmente, viria o tempo em que o ungido de Deus espatifaria todas as nações opostas ao seu governo. (Salmo 2:9) Exerceria, então, domínio sobre toda a terra. — Salmo 72:7, 8; Zacarias 9:9, 10.
8. Como mostraram os profetas intenso interesse no que escreveram, e por que fizeram isso?
8 Sim, as profecias forneciam esplêndidos vislumbres do papel do Messias no arranjo divino de salvação ou livramento do pecado e da morte. Sua fidelidade debaixo de sofrimento, sua morte, ressurreição e ascensão ao céu, como gloriosa pessoa espiritual — tudo isso era necessário para que as pessoas pudessem receber a predita “benignidade imerecida”, inclusive o perdão dos pecados e a total reconciliação com Jeová Deus, como seus filhos. Os próprios profetas não podiam entender plenamente como a salvação viria por meio do Messias. Não obstante, conforme mostra o apóstolo Pedro, estavam intensamente interessados nas coisas que haviam registrado. Examinavam diligentemente as palavras proféticas, estudando repetidas vezes suas próprias profecias, para descobrir o significado do que foram inspirados a escrever. Reconhecendo que havia maravilhosas verdades incluídas nas revelações que receberam, os profetas usavam plenamente suas faculdades mentais no esforço de obter o máximo benefício das predições dadas por Deus. Faziam isso apesar de só ser com a vinda do Messias que as pessoas poderiam receber a predita benignidade imerecida. Não obstante, o que os profetas entendiam bastou para sustentá-los e também os estimulou a querer saber ainda mais. Estavam especialmente interessados em saber quais as condições que existiriam no tempo do aparecimento do Messias, sim, em que “sorte de época” ele passaria pelo predito sofrimento e depois teria o enaltecimento.
9. Quem se beneficiou especialmente com as profecias a respeito do Messias?
9 Conforme Pedro esclareceu, os profetas hebreus passaram a entender que as profecias messiânicas não foram primariamente registradas em benefício deles, mas em benefício dos que realmente viveriam no tempo do aparecimento do Messias. (1 Pedro 1:12) O profeta Daniel admitiu a respeito das revelações recebidas: “Ouvi, mas não pude entender.” (Daniel 12:8) Todavia, os que aceitaram as “boas novas” proclamadas no primeiro século E. C. foram os que tiraram pleno proveito das palavras inspiradas sobre a primeira vinda do Messias. Era para eles que os profetas ministravam na realidade. — Mateus 13:16, 17.
10. Como nos deve afetar o interesse que os profetas hebreus mostraram na salvação, e por quê?
10 Como nos deve afetar, então, saber do intenso interesse dos profetas? Deve induzir-nos a nos examinarmos para ver se temos o mesmo interesse na salvação. É nosso objetivo principal na vida continuarmos como servos aprovados de Jeová Deus e de Jesus Cristo? Estamos mesmo intensamente absortos neste assunto? Temos certamente um bom motivo para estar totalmente absortos em mostrar que somos discípulos leais do Filho de Deus. O Messias veio há séculos. Sua morte sacrificial proveu a própria base para a salvação e tornou certo o cumprimento de cada uma das promessas de Deus. (2 Coríntios 1:20) A passagem do tempo de modo algum enfraquece a certeza do cumprimento das promessas divinas. Antes, confirma que Deus deseja que o máximo número possível obtenha a salvação. (1 Timóteo 2:3, 4; 2 Pedro 3:9) Portanto, podemos aguardar com confiança herdar as bênçãos que o Altíssimo tem em reserva para os fiéis.
POR QUE OS ANJOS ESTÃO INTERESSADOS
11. Segundo 1 Pedro 1:12, quão intenso é o interesse dos anjos no arranjo divino da salvação?
11 O exemplo dos anjos também devia servir para nos animar a fazer o máximo para continuarmos a ter o favor de Deus. Embora não tenham nenhuma necessidade pessoal do arranjo divino de salvação, os anjos fiéis tomam verdadeiro interesse no cumprimento dos grandiosos propósitos de Deus para com a humanidade. O apóstolo Pedro escreveu: “Nestas coisas [que ocupavam a atenção dos profetas hebreus] é que os anjos estão desejosos de olhar de perto.” (1 Pedro 1:12) Sim, antes da vinda de Jesus Cristo à terra, os anjos queriam saber mais sobre os sofrimentos de Cristo, as “glórias que os seguiriam” e o impacto que as “boas novas” causariam na humanidade. O apóstolo Pedro podia dizer que estavam “desejosos de olhar de perto” estes assuntos. No grego original, a expressão “olhar de perto” sugere alguém inclinar-se para examinar um objeto mais de perto. Mas, por que estavam os anjos tão vivamente interessados em fazer um exame cuidadoso da revelação de Jeová Deus a respeito da salvação? Como pessoas espirituais perfeitas, por que deviam estar especialmente interessados nas provisões para homens pecaminosos, terrenos?
12, 13. Como podemos explicar o grande interesse dos anjos na salvação da humanidade?
12 Visto que os anjos não sabem tudo, sem dúvida, aumentam em conhecimento por considerarem detidamente os tratos e as revelações de Deus. O arranjo para a redenção da raça humana certamente lhes proveu um exemplo maravilhoso do amor, da justiça, da misericórdia e da sabedoria de Jeová. Portanto, por se ocuparem com a obtenção de mais entendimento do arranjo de Jeová para salvar a humanidade pecadora, os anjos chegariam a apreciar ainda mais o seu Pai celestial. Aprenderiam algo sobre a sua personalidade e seus modos, que não poderia ser discernido num estudo ou num exame de qualquer outro desenvolvimento no universo. — Veja Efésios 3:8-10.
13 Além disso, os anjos ‘gostam’ da raça humana. (Veja Provérbios 8:22-31.) Querem ver a humanidade reconciliada com o Pai celestial, Jeová. Foi por isso que Jesus Cristo podia dizer: “Surge alegria entre os anjos de Deus por causa de um pecador que se arrepende.” — Lucas 15:10.
14. (a) O que nos deve ajudar a fazer a atitude dos anjos para com a nossa salvação? (b) De que conselho do apóstolo Pedro devemos lembrar-nos para permanecer servos fiéis de Deus?
14 Sim, milhões de anjos alegraram-se quando nós mesmos passamos a arrepender-nos. Estão muitíssimo interessados em ver que mantenhamos a fidelidade até o fim. De fato, eles nos ‘incentivam’. Não permitamos que se obscureça nossa visão da grande hoste celestial que tem profundo interesse e afeição por nós. Certamente, queremos que continue sua alegria a nosso respeito. Isto requer que acatemos a admoestação de Pedro: “Por isso, avigorai as vossas mentes para atividade, mantendo inteiramente os vossos sentidos; fixai vossa esperança na benignidade imerecida que vos há de ser trazida na revelação de Jesus Cristo.” — 1 Pedro 1:13.
AVIGOREMOS A MENTE PARA ATIVIDADE
15. Como devemos entender a admoestação de Pedro de ‘avigorar a mente para atividade’?
15 Que significa para nós ‘avigorarmos a mente para atividade’? A tradução literal das palavras do apóstolo Pedro seria: “Cingi os lombos de vossa mente.” Nos dias dos apóstolos, os homens usavam vestes compridas. Quando alguém trabalhava ou se empenhava em atividade vigorosa, tal como correr, ele puxava a veste para cima, por entre as pernas, e a prendia por meio duma faixa à cintura. “Cingir os lombos” significava preparar-se para atividade. Para nós, ‘cingirmos os lombos da mente’, portanto, significa ter nossas faculdades mentais num estado de preparação para nos desincumbir das nossas obrigações cristãs e para suportar quaisquer provações que nos possam sobrevir.
16. Como podemos mostrar que ‘mantemos inteiramente os nossos sentidos’?
16 Se tivermos nossas faculdades mentais em estado de alerta para continuar no serviço fiel a Deus, certamente ‘manteremos inteiramente os nossos sentidos’. Seremos equilibrados no nosso modo de pensar, habilitados para avaliar corretamente os assuntos. Nossa vida mostrará que controlamos nossas faculdades e não cedemos aos engodos do mundo alheado de Jeová Deus. (1 João 2:16) O que ocupará o primeiro lugar na nossa vida será fazer o que agrada aos olhos de nosso Pai celestial e de seu Filho.
17. (a) Qual é a “benignidade imerecida” que há de ser trazida aos crentes? (b) Como ‘fixamos nossa esperança na benignidade imerecida que nos há de ser trazida na revelação de Jesus Cristo’?
17 Para ‘avigorarmos a mente para atividade e manter inteiramente os nossos sentidos’ temos de ‘fixar nossa esperança na benignidade imerecida que nos há de ser trazida na revelação de Jesus Cristo’. No tempo em que o Senhor Jesus Cristo vier em glória, todos os que têm esperança celestial, que permanecerem seus discípulos devotados, tornar-se-ão participantes da divina benignidade imerecida. (1 Coríntios 1:4-9) Esses discípulos gerados pelo espírito não somente terão alívio revigorante do sofrimento que tiveram às mãos de homens iníquos; mas também os cristãos com esperança dum paraíso terrestre serão preservados vivos através da “grande tribulação” que segue à vinda de Cristo e terão diante de si a perspectiva duma infindável vida terrena. De fato, temos bons motivos para mantermos sempre diante de nós o cumprimento de nossas esperanças cristãs, aguardando com ansiedade sermos beneficiados pelo favor divino. Nossa confiança no cumprimento certo destas esperanças pode estimular-nos a permanecer leais ao nosso Pai celestial e seu Filho. Fixemos bem a vista nas bênçãos que a vinda de Cristo em glória trará aos seus seguidores fiéis. — Mateus 25:31-46.
MOSTREMO-NOS FILHOS OBEDIENTES DE DEUS
18. Como mostramos que somos “filhos obedientes”?
18 Em harmonia com tais esperanças, nossa atitude deve ser a de “filhos obedientes”. O apóstolo Pedro prossegue: “Como filhos obedientes, deixai de ser modelados segundo os desejos que tínheis anteriormente na vossa ignorância.” (1 Pedro 1:14) Nós, como filhos que respeitamos e amamos nosso Pai celestial, devemos querer sujeitar-nos alegremente aos seus requisitos, reconhecendo que é a coisa certa a fazer. Não queremos mais tratar dos nossos assuntos na vida do modo como costumávamos fazer antes de nos tornar discípulos de Jesus Cristo. Na nossa ignorância a respeito das ordens de Deus, talvez nos tenhamos entregue a nossas paixões pecaminosas, egoistamente colocando nossos próprios interesses em primeiro lugar, em prejuízo de outros, ou fazendo nossa vida girar em torno de obter bens materiais, popularidade ou autoridade. Em grande parte, costumávamos harmonizar nossas atitudes, palavras e ações com as dos que nos cercavam. Sabemos agora que tal modo de vida, que não faz caso de Deus, é fútil e sem significado.
19. Conforme ilustrado pela lei mosaica, o que está incluído em sermos “santos”?
19 Para podermos usufruir a riqueza da vida, precisamos imitar a Jeová Deus, que é santo, limpo e puro. Limita-se imitarmos nosso Pai celestial a uma adoração formal? Note o que o apóstolo Pedro diz: “De acordo com o santo que vos chamou, vós, também, tornai-vos santos em toda a vossa conduta.” (1 Pedro 1:15) Daí, ele cita Levítico 19:2, que reza: “Deveis mostrar-vos santos, porque eu, Jeová, vosso Deus, sou santo.” (1 Pedro 1:16) Estas palavras de Levítico aparecem num contexto que delineia o que Jeová Deus requeria dos israelitas tanto na sua adoração formal como nos assuntos cotidianos de sua vida. Estes requisitos de conduta santa incluíam: O devido respeito pelos pais, honestidade, consideração para com o surdo, o cego e outros padecentes, não nutrir ressentimento, mas amar o próximo, refrear-se da calúnia e do falso testemunho, e fazer a justiça. (Levítico 19:3, 9-18) De modo que, realmente, nenhum aspecto da vida fica isento do requisito de ser santo ou puro do ponto de vista de Jeová.
“COMPORTAI-VOS COM TEMOR”
20. De que nos devemos lembrar a respeito do julgamento, e como deve isso afetar a nossa conduta?
20 Outro motivo forte para vivermos à altura de nossa dedicação a Deus é encontrado nas próximas palavras do apóstolo Pedro: “Ademais, se invocais o Pai que julga imparcialmente segundo a obra de cada um, comportai-vos com temor durante o tempo da vossa residência como forasteiros.” (1 Pedro 1:17) Nunca devemos perder de vista que nosso Pai celestial, por meio de seu Filho, nos julgará. Este julgamento não será influenciado pela aparência externa, mas será imparcial, em harmonia com o que realmente somos como pessoas. (Isaías 11:2-4) Portanto, se reconhecermos o Altíssimo como nosso Pai, desejaremos comportar-nos dum modo que ele possa encarar-nos com aprovação, fazendo um julgamento favorável a nosso respeito. Prosseguiremos corretamente em seguir um modo de vida que mostre temor salutar e reverente de Jeová Deus.
21. Como mostramos que encaramos nossa estada neste mundo como um tempo de “residência como forasteiros”?
21 Por outro lado, também, precisamos reconhecer que o mundo e aquilo que tem para oferecer são apenas temporários. Devemos considerar-nos como tendo “residência como forasteiros”. É essencial que nos protejamos contra o apego a qualquer coisa deste mundo como se continuasse para sempre. Até mesmo os palácios, antigamente luxuosos, dos reis da antiga Assíria, Babilônia e Pérsia não mais constituem um lar confortável para alguém; estão em ruínas. Nenhuma obra arquitetônica, nenhum produto da moderna engenharia e tecnologia, nenhuma pintura, nem escultura, nem um único objeto fabricado pelo homem pode continuar inalterado por toda a eternidade. É verdade que temos de viver neste mundo alheado de Deus, não podendo “sair” dele. (1 Coríntios 5:9, 10) Mas, realmente não queremos sentir-nos ‘à vontade’ no atual arranjo das coisas. Não, porque aguardamos algo muito melhor, os vindouros “novos céus e uma nova terra” criados por Deus. (2 Pedro 3:13) Nossa peregrinação pela vida no mundo é um ‘tempo de residência como forasteiros’, e nossas atitudes, palavras e ações devem demonstrar que é assim. — Veja Hebreus 11:13-16.
PAGOU-SE UM PREÇO PRECIOSO
22, 23. Por que devemos sempre sentir-nos endividados para com Jeová Deus e Jesus Cristo?
22 Enfatizando ainda mais a importância de continuarmos a ser servos santos e devotos de Jeová Deus, o apóstolo Pedro escreve: “Pois sabeis que não foi com coisas corrutíveis, com prata ou ouro, que fostes livrados da vossa forma infrutífera de conduta, recebida por tradição de vossos antepassados. Mas foi com sangue precioso, como o de um cordeiro sem mácula nem mancha, sim, o de Cristo.” (1 Pedro 1:18, 19) Remidos da condenação ao pecado e à morte, temos uma obrigação para com Jeová Deus, que fez o arranjo para sermos resgatados. Suponhamos que se tivesse pago uma grande soma de prata ou ouro para nos resgatar da morte. Não nos sentiríamos profundamente endividados com aquele que fez um tão grande sacrifício material a nosso favor?
23 Quanto maior, então, é nossa dívida para com Jeová Deus e Jesus Cristo! O preço resgatador pago foi muito mais valioso do que qualquer tesouro material que pode ser perdido, roubado ou destruído. Seu valor é maior do que toda a prata e ouro encontrados hoje na terra. O sangue precioso do Filho de Deus, sem pecado, foi o valioso preço de resgate pago. Era o sangue vital de alguém que tinha o direito de viver para sempre, e, portanto, de alguém que fez muito mais do que renunciar prematuramente à sua vida, assim como outros homens fizeram por aquilo que acharam ser uma causa nobre. O pagamento deste preço de resgate, conforme diz Pedro, proveu também a base para sermos ‘livrados da nossa forma infrutífera de conduta, recebida por tradição de nossos antepassados’. De que modo?
24. Antes de nos tornarmos discípulos de Jesus Cristo, em que sentido talvez fosse “infrutífera” a nossa conduta?
24 Quando aceitamos o fato de termos sido resgatados ou comprados com o sangue precioso de Jesus Cristo, abandonamos nosso anterior modo de vida. Nossa vida, sem o conhecimento de Jeová Deus ou de seus propósitos, fora “infrutífera”, vã, vazia, por ter girado exclusivamente em torno de conseguir aquilo que não tinha permanência. A maneira em que nos comportávamos talvez até mesmo nos tenha prejudicado mental, física e emocionalmente. Além disso, nossos pais e avós talvez não tenham conhecido as Escrituras Sagradas. Portanto, as normas e os princípios pelos quais geriram seus assuntos na vida talvez não estivessem em harmonia com a vontade divina. Até mesmo podem ter-se empenhado em práticas religiosas que desonravam a Deus. Portanto, até mesmo a “tradição” que talvez tenhamos recebido de nossos antepassados, relativa à conduta, não nos levou a usufruirmos uma vida objetiva. — Veja Mateus 15:3-9.
25. Como podem as palavras de 1 Pedro 1:10-19 ser de forte encorajamento para que permaneçamos fiéis a Jeová Deus e ao nosso Senhor Jesus Cristo?
25 As palavras do apóstolo Pedro, certamente, são de grande encorajamento para que nos apeguemos ao nosso compromisso de servir a Jeová Deus, como discípulos devotos de Jesus Cristo. Nunca devemos esquecer-nos do vivo interesse que os profetas hebreus e os anjos mostraram nas revelações divinas a respeito da salvação. Mantenhamos sempre diante de nós a certeza do julgamento de Deus, o cumprimento de nossa esperança na revelação de Jesus Cristo, a importância de sermos limpos em toda a nossa conduta, porque a santidade de Jeová o requer, e que o período de nossa vida neste mundo é apenas um tempo de residência como forasteiros. Acima de tudo, nunca, nunca mesmo, podemos perder de vista que fomos resgatados com o sangue precioso de Jesus Cristo!
26. Como se comparam as coisas que o mundo pode oferecer com as que podemos obter por servir a Jeová?
26 Quando comparadas com as bênçãos advindas de se servir ao Altíssimo, as coisas ostentosas deste mundo são realmente refugo. (1 Coríntios 7:29-31; Filipenses 3:7, 8) Nenhum montante de dinheiro pode comprar uma consciência limpa, uma vida significativa agora e um futuro permanente de vida feliz. Mas o serviço fiel a Deus traz tais bênçãos. Quão fortes são os motivos que temos para fazer disso a nossa principal preocupação na vida!