Profetizando aquele a quem todos os povos devem obedecer
“Congregai-vos, para que eu vos anuncie o que tem de vos acontecer na conclusão dos dias.” — Gên. 49:1, Tr.
1. Em que tempo estamos, e que antiga profecia vemos cumprir-se?
CREIA ou não, estamos “na conclusão dos dias”. Vemos o cumprimento de uma antiga profecia, que não tem passado despercebida até à organização mundial, as Nações Unidas. Os turistas que visitam a matriz das Nações Unidas à margem ocidental do East River, em Nova Iorque lêem a referida profecia gravada numa parede de mármore:
Forjarão das suas espadas relhas de arado, e das suas lanças, podadeiras: uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.
Não se menciona a fonte de origem desta citação e poucos turistas sabem que fora citada da profecia de Isaías, que está na Bíblia Sagrada. Mas o ponto importante que deve ser notado é que o profeta Isaías disse que isto devia acontecer no fim de um certo período de tempo.
2, 3. (a) Segundo a profecia de Isaías, quando seria o tempo devido para o seu cumprimento? (b) Se a profecia de Isaías estiver cumprindo-se atualmente, em que tempo devemos estar?
2 Citando uma tradução moderna da Bíblia, transcrevemos a profecia inteira, mostrando quando se daria o seu devido cumprimento:
E tem de ocorrer na parte final dos dias que o monte da casa de Jeová ficará firmemente estabelecido acima do cume dos montes, e será certamente elevado acima das colinas, e a ele têm de concorrer todas as nações. E, certamente, irão muitos povos e dirão: “Vinde e subamos ao monte de Jeová, à casa do Deus de Jacó, e ele nos instruirá nos seus caminhos e nós andaremos nas suas veredas.” Pois de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra de Jeová. E ele exercerá certamente o juízo entre as nações e endireitará os assuntos com respeito a muitos povos. E eles terão de forjar as suas espadas em relhas de arado e as suas lanças em podadeiras. Uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra. — Isa. 2:2-4, Tradução do Novo Mundo.
3 Ora, se esta profecia estiver cumprindo-se hoje em dia nas pessoas de muitas nacionalidades que não lutam mais umas com as outras por causa de não aprenderem mais a guerrear, então devemos estar “na parte final dos dias” — isto é, dos dias deste mundo praguejado pela guerra. Por conseguinte, um mundo sem guerra deve estar próximo, segundo exemplificado num povo que se pode observar em toda a terra.
4. Que povo se pode observar por toda a terra atualmente, e que profecia de Isaías obedece ele?
4 Que povo? Segundo a profecia de Isaías, teria de ser o povo que adorasse o Deus cujo nome é mencionado três vezes na referida profecia. Visto que este nome é Jeová, o povo tem de ser as testemunhas de Jeová. Elas certamente exaltam a adoração de Jeová “acima do cume dos montes”, elevando-a “acima das colinas”. Dos quatro cantos da terra, de “todas as nações” e de “muitos povos” vêm multidões à união da adoração de Jeová, o Único Deus vivo e verdadeiro e se tornam suas testemunhas. Obedecem ao mandamento profético registrado em Isaías, capítulo quarenta e três, versículo doze: “‘Vós sois as minhas testemunhas’, é o proferimento de Jeová, ‘e eu sou Deus’”.
5. Segundo o seu Anuário para 1962, o que fez este povo no último ano de serviço na atividade de convidar as pessoas para a adoração de Jeová?
5 Vamos considerar então o Anuário das Testemunhas de Jeová para 1962, publicado em inglês, no índice de países em que elas estão testemunhando e têm congregações organizadas. Ali encontramos 188 países, desde Adem até Zanzibar. Consultando a lista que se estende desde a página 34 até a 41, que contém pormenores sobre a organização e sobre a atividade em cada país, vemos que durante o ano de serviço passado as testemunhas de Jeová tiveram mensalmente uma média de 884.587 trabalhadores no campo, indo às casas do povo, sem considerar raça, cor, nacionalidade, religião e nem condição social, declarando-lhes as boas novas acerca do reino de Jeová, na pessoa do Rei entronizado, Jesus Cristo. Durante o referido ano de serviço, elas gastaram 132.695.540 horas na pregação do reino de Deus em mais de 150 idiomas. Isto foi realmente uma grande quantidade de tempo gasto em convidar as pessoas para a adoração de Jeová.
6. Que Resolução leram milhões de pessoas durante 1958-59, e que decisão importante continha ela?
6 Em 1958, continuando até entrar em 1959, milhões de pessoas em toda a terra leram um panfleto de quatro páginas que as Testemunhas distribuíram em 53 idiomas, num total de 72.348.403 exemplares. Tratava-se de uma Resolução adotada na assembléia internacional no Estádio Ianque e no Campo de Pólo da cidade de Nova Iorque. Na sexta-feira, dia 1.° de agosto de 1958, a referida Resolução foi proposta a uma assistência contada de 194.418 pessoas de 123 países e elas adotaram-na pelo voto audível e com grande aplauso. Notável entre as coisas resolvidas se achava a determinação de continuarem vivendo segundo a profecia de Isaías 2:4, que admitiam estar cumprindo-se nelas.
7. Como têm vivido de acordo com esta profecia até hoje, e o que prova isto?
7 Até hoje, apesar das altercações políticas e religiosas das nações mundanas, as testemunhas de Jeová não se têm unido nos preparativos para a guerra nem levantado espada contra seus irmãos cristãos de outras nações. Não aprendem mais a guerrear. E isto apesar de a sua organização mundial crescer a dezenas de milhares anualmente. Isto vem de Jeová. É prova eloqüente de que estamos “na conclusão dos dias”.
8. Para certificarmos ainda mais disto, para que profeta mencionado em Isaías 2:3 nos voltamos, e que perguntas surgem a seu respeito?
8 Para nos certificarmos ainda mais deste fato, examinemos outra profecia sobre a “conclusão dos dias”. Ela foi proferida por um profeta que é mencionado na profecia de Isaías acima. É apropriado que se mencione aqui o seu nome, pois Isaías 2:3 registra que o povo que atualmente procuraria adorar o verdadeiro Deus, haveria de dizer: “Vinde e subamos ao monte de Jeová, à casa do Deus de Jacó.” Quem é este Jacó cujo Deus é Jeová? O que foi que ele profetizou sobre a “parte final dos dias”?
9. Onde residia este profeta?
9 Jacó veio da região no sudoeste da Ásia conhecida atualmente como Oriente Médio. Residiu vinte anos na Síria, onde se tornou pai de doze filhos. Mas, na ocasião de profetizar referente aos nossos dias, ele residia no Egito, a atual República Árabe Unida. Jacó era filho de Isaque e neto de Abraão. A maior parte de sua vida passou com seu pai e seu avô no país atualmente ocupado pela Jordânia e por Israel. Passou os últimos dezesseis anos de sua vida no Egito com a família, sendo residente estrangeiro.
10, 11. (a) Por que é que todas as famílias da terra devem estar interessadas em Jacó? (b) Com que grupo de profetas estava Jacó associado?
10 Todo o mundo deve estar interessado neste Jacó. Por quê? Por causa do que Deus disse a Jacó numa visão miraculosa. Jacó acabava de deixar seu pai, Isaque, no sul de Berseba e se dirigia à Síria para se casar. Durante a sua jornada, Jacó dormiu num campo perto de Betel (a atual Beitim, na Jordânia). Naquela noite ele teve a sua visão em sonho, vendo uma escada que ia desde a terra até ao céu e em cujo topo Deus falava a Jacó e dizia-lhe:
“Eu sou Jehovah, Deus de teu pae Abrahão, e Deus de Isaac. A terra em que estás deitado, t’a darei a ti e á tua posteridade; a tua posteridade será como o pó da terra, e te dilatarás para o Occidente, e para o Oriente, para o Norte e para o Sul. Por ti e por tua descendencia serão bemditas todas as familias da terra.” — Gên. 28:13, 14, VB.
11 Em face desta promessa divina, todos os que desejarem ser abençoados na terra, sem consideração de raça, terão que ser mediante a “posteridade” ou descendente deste Jacó. Mais tarde Jeová Deus mudou o nome de Jacó para Israel, de modo que, na Bíblia, ele é chamado por ambos os nomes, ora Jacó, ora Israel. Assim como Abraão e Isaque, Jacó também se tornou um profeta de Jeová. No Salmo 105:14, 15 (ALA) fala-se claramente de Jacó como sendo profeta. Depois de se falar da peregrinação de Abraão, de Isaque e de Jacó na Terra Prometida, fala-se de Jeová protegê-los e se diz: “A ninguém permitiu que os oprimisse: antes, por amor deles, repreendeu a reis, dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.”
12. Onde foi que Jacó se mostrou mais efetivo como profeta?
12 Naturalmente; cada vez que Jacó falava aos seus familiares acerca das promessas de Deus feitas em Betel, ele estava agindo como um profeta. Mas, em nenhum caso, o seu ofício de profeta é mais efetivo do que quando se despediu dos seus filhos e netos. Nesta ocasião, em 1712 A. C., estando perto da morte, sentou-se com os pés pendurados ao lado da cama e reuniu os seus doze filhos para dizer-lhes as suas últimas palavras. Isto se deu pouco depois de ele ter abençoado os seus dois netos, Manassés e Efraim, filhos de José, o décimo primeiro filho de Jacó. José era então primeiro-ministro no Egito, o principal servo de Faraó, rei do Egito. — Gên. 48:1-22.
13. Que estilo de expressão usou Jacó na sua última profecia?
13 Quando Jacó proferiu a sua última mensagem aos seus doze filhos, usou o estilo poético dos profetas hebreus pois Jacó era hebreu, assim como o foram Abraão e Isaque. A sua poesia não se revela pelo rimar das palavras finais ou versos. Ela consistia em linhas rítmicas de pensamentos ou idéias paralelas como, por exemplo, falando de si mesmo numa sentença como Jacó e na seguinte como Israel, sendo que ambos os nomes se referem à mesma pessoa. Nesta poesia profética há algo mais do que o chamado verso ímpar, que consiste em versos sem rima nos quais as linhas não terminam com som semelhante. A poesia hebraica expressa-se em linhas que prosseguem paralelamente na mesma direção do pensamento e que expressam idéias semelhantes, mas realmente ampliando o pensamento, a idéia ou o assunto. Lendo a poética profecia do moribundo Jacó, notamos isto.
A PROFECIA DO LEITO DA MORTE
14. Sob que força falou então Jacó, e o que diz Gênesis 49:1, 2 para indicar isto?
14 O quadro do leito da morte no lar egípcio de Jacó, em 1712 A. C., é descrito em Gênesis, capítulo quarenta e nove. Nesta ocasião, o inspirador espírito de Deus desceu sobre Jacó e ele profetizou como testemunha de Jeová. Indicando isto, Gênesis 49:1, 2 (Tr) diz-nos: “Chamou Jacob seus filhos: e disse:
Congregai-vos, para que eu vos annuncie o que tem de acontecer na conclusão dos dias. Ajuntae-vos, e ouvi, filhos de Jacob: e dae ouvidos a Israel vosso pae.”
15. Que características da poesia hebraica notamos nas palavras iniciais de Jacó?
15 Note como (1) a expressão “congregai-vos” paraleliza-se poeticamente com ‘ajuntai-vos’; (2) a expressão “e ouvi” paraleliza-se com ‘para que eu vos anuncie’; (3) a expressão ‘dai ouvidos’ paraleliza-se com “e ouvi”; e (4) a expressão ‘Israel vosso pai’ paraleliza-se com ‘filhos de Jacó’. Através de toda a profecia de Jacó notamos este paralelismo de pensamento ou de expressões relacionadas. Tudo isto serve tanto para ampliar o pensamento, aumentando o seu significado, como para tornar claro o que se quer dizer.
16. A que tempo olhava então Jacó profeticamente?
16 O moribundo patriarca Jacó olhava muito além dos dias dos doze filhos que o escutavam atentamente. Via muito além do tempo em que as famílias dos seus doze filhos formariam as doze tribos unidas numa nação na Terra Prometida da Palestina, uma nação chamada pelo nome do seu patriarca, Jacó ou Israel. Jacó visualizava o tempo da nova nação, uma nação espiritual composta do povo escolhido de Deus, um Israel ou Jacó espiritual.
17, 18. (a) Sobre que fundamentos descansava a inteira nação de Israel? (b) Como é que algo relacionado com isto se prova veraz no Israel espiritual?
17 Jacó, o pai de todos eles, serviu de fundamento para a inteira nação do Israel natural ou do Israel de carne e osso. Os doze filhos de Jacó serviram como fundamentos secundários ou doze colunas descansadas sobre Jacó. A inteira nação de Israel se apoiava fraternalmente nestes doze sustentáculos ou colunas.
18 Algo semelhante á isto acontece com o Israel espiritual, “o Israel de Deus”, segundo o chamou um inspirado membro dele. (Gál. 6:16, ALA) Assim como a nação do antigo Israel era uma grande congregação ou igreja para a adoração do Deus de Jacó, Jeová, assim também o Israel espiritual é uma grande congregação ou igreja para a adoração do mesmo Deus. O Senhor Jesus Cristo é quem se relaciona com o patriarca Jacó, porque é o fundamento desta congregação ou igreja do Israel espiritual. Jesus indicou isto ao dizer a um dos seus doze apóstolos: “Tu és Pedro [Pedra], e sobre esta rocha eu edificarei a minha igreja.” (Mat. 16:18, RS) Edificando esta igreja ou congregação sobre si mesmo, Jesus usa os doze apóstolos, harmonizando-se com os doze filhos de Jacó. Estes são chamados no último livro da Bíblia de “doze apóstolos do Cordeiro” e as doze pedras fundamentais da Nova Jerusalém têm o nome destes doze apóstolos do Cordeiro Jesus Cristo. Mas as portas desta Nova Jerusalém têm inscritos sobre elas os nomes “das doze tribos dos filhos de Israel”. — Apo. 21:12-14, ALA.
19. Quem constituem a classe reinante celestial, e como estão descritos em Apocalipse 7:4-8?
19 A real classe celestial foi simbolizada pela gloriosa Nova Jerusalém. Ela será composta de 144.000 provados e fiéis seguidores do Cordeiro, Jesus Cristo. São selados com o espírito santo de Deus e retêm este selo até ao fim de suas provações terrestres. Apocalipse 7:4-8 refere-se a eles como sendo o Israel espiritual e os prefigura como se fossem constituídos das doze tribos. Os nomes destas tribos são tirados dos filhos e dos netos do patriarca Jacó. Coloca-os na seguinte ordem:
Então ouvi [João, o apóstolo] o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel:
da [1] tribo de Judá foram selados doze mil;
da [2] tribo de Rúben, doze mil;
da [3] tribo de Gade, doze mil;
da [4] tribo de Aser, doze mil;
da [5] tribo de Naftali, doze mil;
da [6] tribo de Manassés, doze mil;
da [7] tribo de Simeão, doze mil;
da [8] tribo de Levi, doze mil;
da [9] tribo de Issacar, doze mil;
da [10] tribo de Zebulom, doze mil;
da [11] tribo de José, doze mil;
da [12] tribo de Benjamim foram selados doze mil. — ALA.
20. (a) O que se nota quanto à ordem da lista dos nomes das tribos, mas que número delas é preservado? (b) O que se deve notar referente a todas as tribos, com que efeito sobre a organização inteira?
20 “Não segue a ordem de nascimento dos filhos do patriarca Jacó ou Israel. Além disso, omitiu-se o nome do quinto filho de Jacó, Dã, e o nome do neto de Jacó, Manassés, tomou o lugar de Dã. Quanto a se Dã foi substituído por Manassés em vista de algo na história de sua tribo, consideraremos mais tarde. De qualquer modo, Apocalipse 7:4-8 mantém o número das doze tribos do Israel espiritual. Os nomes também são de onze filhos de Jacó e um neto, um filho de José. Notamos ainda que cada tribo tem um número igual de membros. De modo que nenhuma tribo é numèricamente maior do que a outra, mas a inteira organização do Israel espiritual é representada em perfeito equilíbrio, cada tribo, em si mesma, frisando mais uma vez o número doze.
21. Ao profetizar, seguiu Jacó a ordem de nascimento dos seus filhos, e como o que podia ele se dirigir a todos eles?
21 Quando o patriarca Jacó profetizou do seu leito da morte, porém, ele não dispôs os seus filhos na ordem em que as quatro mães deram à luz, a saber, a primeira esposa de Jacó, Lia, e a sua escrava ou serva, Zilpa, a segunda esposa de Jacó, Raquel, e a sua serva Bila. Sendo pai de todos eles, Jacó podia chamá-los de “filhos de Jacó” e referir-se a si mesmo como “Israel vosso pai”.
22. Em beneficio de quem realmente estava Jacó profetizando, mas quem mais deve estar interessado hoje em dia?
22 “Jacó reuniu os seus doze filhos para dizer-lhes o que aconteceria a eles ou aos da “conclusão dos dias” que representavam. Isto quer dizer em nossos dias, sendo estes a “conclusão dos dias” do Israel espiritual sobre a terra, antes que um pequeno restante dos 144.000 membros vão para a Nova Jerusalém, para junto do Filho de Deus, o Cordeiro, Jesus Cristo. Portanto, o que Jacó disse aos seus doze filhos há mais de trinta e seis séculos foi realmente em benefício de um pequeno restante do Israel espiritual sobre a terra atualmente, no mais notável período da história humana. E, sendo estes membros da “posteridade” espiritual de Abraão, por meio de quem todas as nações e famílias da terra se abençoarão para sempre, então, todas as pessoas de todas as famílias e nações que estiverem interessadas em ser abençoadas, devem interessar-se em examinar conosco as palavras proferidas por Jacó no leito da morte.
RÚBEN
23. Como foi que o filho primogênito de Jacó recebeu seu nome, e que perguntas surgem quanto à sua posição como primogênito?
23 Falando em paralelismo poético, Jacó profetizou referente a Rúben, o seu primeiro filho com Lia, a sua primeira, mas menos amada esposa síria. Por isso, quando Lia deu à luz, exclamou: “Eis um filho!” e fez desta exclamação o seu nome, Rúben. Este, como primogênito, naturalmente tinha o direito dos primogênitos na família. Como tal, ele tinha direito a duas partes da propriedade do seu pai. A questão era: Será que Rúben desfrutaria então estes direitos? O patriarca Jacó, como chefe da casa, tinha atuado também como sacerdote de Jeová para com toda a sua família, tinha oferecido sacrifícios no altar da família, tinha dirigido orações e dado instruções religiosas. Além disso, como pai, tinha atuado como governador de toda a família, de todos os servos, de todo o gado e de todas as propriedades. O que dizer destes privilégios?
24. Como deveriam proceder as doze famílias depois da morte de Jacó, e que perguntas teriam então as suas palavras de resolver?
24 Ao morrer o pai de todos eles, os doze filhos não deviam separar-se em doze famílias, cada qual seguindo o seu próprio caminho; deviam permanecer juntos como um só povo, como uma nação. Mas quem agiria como sacerdote deste povo ou congregação? Quem seria o governador? Será que estes privilégios, que ordinariamente pertencem ao primogênito, seriam designados a Rúben pela inspiração do espírito de Deus? Ouçamos as palavras de Jacó com pelo menos tanto interesse quanto os seus doze filhos, quando o estavam escutando:
“Ruben, tu és meu primogenito, minha força e as primicias do meu vigor, preeminente em dignidade e preeminente em poder. Fervente como a agua, não tenhas a proeminencia! Porque subiste ao leito de teu pae; então o contaminaste: subiu á minha cama!” — Gên. 49:3, 4, VB.
25, 26. (a) Mediante que expressão frisou Jacó que Rúben era o seu primogênito, e de que devia ele ter-se provado digno? (b) O que significa a expressão “preeminente em dignidade”? E a expressão “preeminente em poder”?
25 Jacó não tivera relações sexuais antes de se casar com a sua primeira esposa. O seu poder de gerar filhos não estava então enfraquecido, embora naquele tempo (1774 A. C.) ele estivesse com oitenta e quatro anos. O seu último filho só nasceu treze anos depois disto. Por isso ele podia dirigir-se ao seu filho primogênito, Rúben, como “minha força e as primicias do meu vigor”. Rúben devia ter sido o melhor filho, merecedor de uma herança duas vezes maior do que qualquer outro dos seus irmãos. (Deu. 21:17) Devia ter suplantado os seus irmãos em todos os sentidos.
26 Rúben naturalmente devia ter sido o “preeminente em dignidade e preeminente em poder”. A expressão “preeminente em dignidade” parece referir-se ao cargo de sacerdote para a nação. A tribo de Rúben devia suprir os homens para o sacerdócio. A expressão “preeminente em poder” pode ter-se referido ao governo ou reinado, quando a nação viesse a ser um reino. A dignidade do sacerdócio de Jeová Deus devia ter sido de Rúben e o poder de governar ou o reino devia estar sobre os seus ombros. O que foi que Jacó profetizou sobre isto? Cumpriu-se a profecia de Jacó?
27. Que desqualificação de Rúben se lembrou Jacó?
27 Jacó relembrou uma desqualificação de Rúben que o atingiu em todos os três privilégios, o de primogênito, o de sacerdote e o de rei. Rúben tinha desmoralizado seu pai. Ele tinha cometido imoralidade incestuosa com a concubina de seu pai, com Bila, a serva da querida esposa de Jacó, Raquel. Isto se deu logo após a morte da querida Raquel, depois de ela dar à luz a Benjamim. O registro bíblico não explica se Rúben, o primogênito, violou a serva Bila para que ela não substituísse Raquel nas afeições de Jacó, tornando-se assim mais favorecida do que Lia, a mãe de Rúben, ou se ele agiu de puro desejo sexual por Bila. Diz-se simplesmente: “E aconteceu que, habitando Israel naquela terra, foi Rúben e se deitou com Bila, concubina de seu pai; e Israel o soube.” A Versão Septuaginta Grega das Escrituras Sagradas acrescenta: “E isto pareceu mal aos seus olhos.” — Gên. 35:22, ALA; LXX (Thomson).
28. (a) Quando foi que o pecado de Rúben o desmascarou, e com que conseqüências? (b) Como tinha agido Rúben, mas como devia ter agido?
28 O primogênito, Rúben, não foi repudiado e tocado de casa por ocasião em que cometeu esta séria ofensa contra seu pai, Jacó, e contra a mãe de seus irmãos consangüíneos, Dã e Naftali. Mas, finalmente, cerca de cinqüenta anos mais tarde, o pecado de Rúben o desmascara, o apanha. (Núm. 32:6, 23) O seu pai moribundo, sob inspiração divina, disse-lhe as conseqüências do seu ato vil. Jacó disse-lhe: “Não tenhas a proeminência!” Assim Rúben foi banido da ‘preeminência em dignidade e da preeminência em poder’ e, também, do direito de um filho primogênito ter duas partes na herança do pai. Por quê? Porque seu ato foi “fervente como a agua”. Ele provou-se instável como água ou rebelde e impetuoso como as águas que arrebentam uma represa ou que se precipitam em torrentes pelos vales. Libertinagem temerária, que não se importa com as conseqüências, não se coaduna com proeminência. Rúben devia ter tido autodomínio. Devia ter demonstrado respeito de filho para com a dignidade de seu pai e para com a honra dos dois filhos de Bila, a concubina de seu pai.
29, 30. (a) Mais tarde, que caso na congregação de Corinto, na Grécia, foi semelhante ao de Rúben? (b) Quem foi que sofreu por causa da imoralidade de Rúben, e como?
29 Rúben profanou o leito conjugal de seu próprio pai. Isto foi algo semelhante ao caso que se deu na congregação cristã de Corinto, na Grécia, muito mais tarde, caso em que o apóstolo Paulo desassociou o professo cristão que tomou a mulher do seu pai e teve relações sexuais com ela. (1 Cor. 5:1-13) Achando desagradável falar diretamente com Rúben a respeito deste seu ato vergonhoso, Jacó encerrou o julgamento, dizendo: “Subiu á minha cama!” Por causa da imoralidade de Rúben, os seus filhos, sim, a sua tribo inteira padeceu. Como se deu isto está declarado em 1 Crônicas 5:1, 2, ALA:
30 “Quanto aos filhos de Rúben, o primogênito de Israel (pois era o primogenito, mas por ter profanado o leito de seu pai, deu-se a sua primogenitura aos filhos de José, filho de Israel; de modo que na genealogia não foi contado como primogênito. Judá, na verdade, foi poderoso entre seus irmãos, e dele veio o príncipe; porém o direito da primogenitura foi de José).”
31, 32. (a) Como não foram proeminentes os descendentes de Rúben, nem se distinguiram em Israel? (b) Que fiasco fizeram eles nos dias do Juiz Baraque e nos dias em que a Assíria levou o Israel setentrional cativo?
31 Os privilégios de Rúben superintender a nação de Israel foram confiscados por causa de ele ter desonrado a sua posição natural de primogênito. Nenhum dos descendentes de Rúben tornou-se juiz profeta ou líder de Israel Quando as coze tribos de Israel se estabeleceram na Terra Prometida, no século quinze A. C., Rúben recebeu o território ao leste do Mar Morto e do Rio Jordão. Mais tarde, quando se deu a batalha das “águas do Megido” para libertar a terra do opressor rei cananeu, Jabim, e do seu general, Sísera, a tribo de Rúben não apoiou o Juiz Baraque nem a profetisa Débora. Por isso, o cântico da vitória de Baraque e Débora fez referência à falha da tribo de Rúben, dizendo: “Entre as facções de Rúben houve grande discussão. Gileade [junto com Rúben] ficou dalém do Jordão.” — Juí. 5:15, 17, ALA.
32 Séculos mais tarde, quando o reino setentrional de Israel foi levado cativo para a Assíria, a tribo de Rúben foi a primeira a ser levada. (1 Crô. 5:26) Deveras, a tribo de Rúben não foi proeminente no meio das demais tribos de Israel.
33. Qual é a posição da tribo de Rúben na visão de Ezequiel sobre a distribuição da terra sob o reine de Deus?
33 Na visão de Ezequiel sobre a divisão da terra, visão essa que prefigura á distribuição da terra no novo mundo sob o reino de Deus, Rúben não tem uma posição junto à “santa contribuição” de terra em que estava o templo de Jeová, a cidade Javé-Schama e o território dos príncipes. Judá aparece logo ao norte da santa contribuição e Rúben é o próximo ao norte de Judá. — Eze. 48:6-22.
34. Portanto, o que não é estranho acerca da visão da selagem dos 144.000, mas o que relembram ali os membros?
34 Não é de se estranhar, portanto, que na visão que João teve da selagem das doze tribos do Israel espiritual, a tribo de Rúben não é mencionada proeminentemente, mas é mencionada em segundo lugar, depois da tribo de Judá. (Apo. 7:5; veja-se a página 748) Assim, os membros dos 144.000 israelitas espirituais relembram como Rúben perdeu os seus preciosos privilégios por não dar bom exemplo de fiel superintendente do povo escolhido de Deus.
35. Uma libertinagem temerária como a de Rúben, que conseqüências traria aos israelitas espirituais, e como foi isto ilustrado no caso de um cristão imoral na congregação de Corinto?
35 Qualquer pessoa dedicada e batizada do Israel espiritual que se tornar libertino temerário e demonstrar instabilidade, precipitando-se no adultério ou na fornicação, está propensa a perder-se por isso. Talvez se arrependa sinceramente de sua imoralidade, mas terá manchado indelevelmente o seu registro. Terá dado mal exemplo para o rebanho de Deus. Semelhante ao homem que profanou o leito conjugal de seu pai na congregação de Corinto, tal pessoa talvez seja excomungada e recuperada mais tarde por causa de uma tristeza piedosa que a leve ao arrependimento. Mas depois de semelhante excomunhão, o homem coríntio não se podia qualificar para a posição exemplar de superintendente da congregação cristã. (2 Cor. 7:9, 10; 2:6-11) Ele não foi um exemplo irrepreensível e salutar para o rebanho de Deus como precisa ser um superintendente. (1 Tim. 3:1-4; Tito 1:5-9) Semelhante à tribo de Rúben, ele não era digno de assumir uma posição de liderança no Israel espiritual.
36. (a) Que espécie de congregação é todos os 144.000? (b) Embora haja uma tribo de Rúben no Israel espiritual, de que não devem abusar os 144.000, e por que não?
36 Assim, segundo a humilhante sentença que o pai moribundo de Rúben pronunciou, o seu caso contém uma lição solene para o pequeno restante dos 144.000 membros do Israel espiritual, que ainda está na terra. Todos os 144.000 compõem a “igreja dos primogênitos arrolados nos céus” e precisam comportar se como tal continuamente. (Heb. 12:23, ALA) Mas por causa de agir temerariamente como Rúben, sem pensar nas conseqüências, alguns podem perder para sempre os privilégios especiais na congregação cristã aqui na terra. Só pela misericórdia de Deus e por submeterem-se à cura espiritual é que não ficam desmoralizados permanentemente e mantidos fora do Israel espiritual. Podemos estar gratos por isso; mas não abusemos da misericórdia de Deus, arriscando-nos. Rúben sofreu as conseqüências. Nós também sofreremos!
SIMEÃO E LEVI
37, 38. (a) Que espécie de irmãos eram Simeão e Levi, e o que significam os seus nomes? (b) Segundo as palavras finais de Jacó, em que tinham cooperado irmãmente?
37 Deixando o filho primogênito, o patriarca Jacó voltou a sua atenção para Simeão, o seu segundo filho, e para Levi, o seu terceiro, todos os dois sendo filhos de Lia, a sua primeira esposa. Profetizando em estilo poético hebraico, o moribundo Jacó disse:
“Simeão e Levi são irmãos; as suas espadas são instrumentos de violência. No seu conselho não entre minha alma, com o seu agrupamento minha glória não se ajunte porque no seu furor mataram homens, e na sua vontade perversa jarretaram touros. Maldito seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura; dividi-los-ei em Jacó, e os espalharei em Israel.” — Gên. 49:5-7, ALA.
38 Estes dois irmãos germanos cooperaram entre si, mas o fizeram para o mal. O nome Simeão significa “Audição”, isto é, ouvir com aquiescência; e o nome de Levi significa “Adesão; Associado”.
39, 40. (a) Em que ocasião especialmente usaram Simeão e Levi as suas armas como instrumentos de matança? (b) Como responderam sobre isto ao pai deles naquela ocasião?
39 A ocasião especial em que as suas espadas foram seus instrumentos de violência foi quando vingaram arbitràriamente a honra de Diná, sua irmã germana. Isto se deu antes de Rúben, seu irmão mais velho, violar Bila, a concubina de seu pai. Quando o acampamento do patriarca Jacó estava perto da cidade de Siquém, na Terra Prometida, a virgindade de Diná foi violada. Isto foi feito pelo filho do príncipe heveu daquela cidade. Os irmãos de Diná planejaram vingar. Insistindo que o violador tinha de circuncidar-se igual aos israelitas antes que pudesse casar-se com Diná, eles fizeram que todos os homens de Siquém fossem circuncidados. Três dias depois da circuncisão, quando os homens mal podiam mover-se por causa da dor, Simeão e Levi agiram.
40 “Dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, tomaram cada um a sua espada, entraram inesperadamente na cidade, e mataram os homens todos. Passaram também ao fio da espada a Hamor [o príncipe] e a seu filho Siquém; tomaram a Diná da casa de Siquém, e saíram.” O saque da cidade e a captura das mulheres e das crianças foram executados pelos outros filhos de Jacó “porque sua irmã fora violada”. Quando Jacó mostrou-se desgostoso com o que tinham feito e repreendeu Simeão e Levi, eles responderam: “Abusaria ele de nossa irmã, como se fosse prostituta?” — Gên. 33:18 a 34:31, ALA.
41. O que tencionavam fazer com José quando ele tinha dezessete anos, e quando foi que o pai deles descobriu isto?
41 Anos mais tarde, quando o irmão consangüíneo deles, José fez dezessete anos de idade, Simeão e Levi quiseram matá-lo porque era o filho favorito do pai. Rúben, o irmão mais velho, não queria matar José, tampouco o queria Judá, o irmão mais nôvo que Simeão e Levi. E os mais novos ainda, os quatro filhos das duas concubinas de Jacó, eram amistosos para com José ou o toleravam. E os mais novos de todos, Issacar e Zebulom, não tinham voz ativa na questão. Assim, quando José foi inspecioná-los perto da cidade de Dotã, aparentemente foram Simeão e Levi quem lideraram a conspiração “contra ele para o matar”. A sugestão de Judá os demoveu do assassinato e Rúben voltou tarde demais para impedir que vendessem José como escravo para o Egito. (Gên. 37:2-36) No tempo devido, quando José foi encontrado vivo no Egito e como primeiro-ministro, Jacó veio a saber como se dera o súbito desaparecimento do seu filho. É provável que Jacó se lembrasse também disto quando falou dos “instrumentos de violência” de Simeão e Levi.
42. Se não fosse o uso dos instrumentos de violência, em que posição estaria Simeão ou então Levi?
42 Deveras, José era o primogênito filho de Raquel, a querida esposa do pai deles, mas nascera anos depois de Simeão e Levi, sendo o décimo primeiro filho de Jacó. Por isso, se não fosse a violência vingativa deles contra os habitantes de Siquém, sem o consentimento de Jacó, eles podiam estar em condição de tomar a liderança em face da falha de Rúben, Simeão tendo a primeira oportunidade e Levi a seguinte. Mas a sentença de Jacó sobre eles mostrou claramente que ambos tinham perdido aquela oportunidade.
43. No último dia de sua vida, como demonstrou Jacó que ele não tinha nem queria ter comunhão com o crime deles?
43 Deste modo, no último dia de sua vida, Jacó se limpou de qualquer participação na violência cometida contra a cidade de Siquém. A violação de sua filha, Diná, não justificava isto. A alma de Jacó, que estava morrendo ali no Egito, não queria nenhuma ligação com o crime de Simeão e Levi. A própria disposição de Jacó era contra unir-se ele com a congregação de pessoas extremamente violentas como aquelas. Antes de morrer, ele declarou que não tinha nenhuma comunhão naquele derramamento de sangue. Simeão e Levi tinham permitido que a ira se apoderasse deles; tinham agido arbitràriamente ao tomar ação vingativa sem consultar o seu pai primeiro. Tinham-no tornado uma morrinha sobre toda a Canaã.
44. O que foi que Jacó amaldiçoou, e o que estava ele determinado a fazer quanto às futuras possibilidades de Simeão e Levi?
44 Ali no seu leito da morte, cerca de cinqüenta anos depois, Jacó não obstante não amaldiçoou Simeão e Levi. Ele amaldiçoou o seu “furor, pois era forte”. Ele amaldiçoou a sua “ira, pois era dura”. Não podia aprová-la, nem mesmo nos seus próprios filhos, nem mesmo quando a derramaram por causa da própria filha dele. Não podia nomear nenhum deles para o cargo de regente. Não baniu nem a eles nem às suas tribos de Israel, lhas haveria de separá-los da sua unidade e cooperação nas obras cruéis da ira e da fúria violenta. Sob inspiração profética Jacó designou-lhes um lugar na terra que Deus tinha prometido a ele e aos seus descendentes. Isto veio a acontecer 239 anos mais tarde, mas Jacó predisse que eles não seriam vizinhos na terra.
45. Em harmonia com a determinação de Jacó, que espécie de porção em Israel foi dada a Simeão e Levi?
45 Profeticamente e como herdeiro da Terra Prometida, ele, ‘dividiu-os em Jacó’, nenhum deles recebendo uma porção sólida, uma porção indivisa. Jacó dividiu os dois irmãos na terra. Assim, não só estavam Simeão e Levi apartados um do outro na terra, mas também ambos estavam divididos em si mesmos. Quando o profeta Moisés abençoou as tribos de Israel pouco antes de elas atravessarem o Rio Jordão para dentro da Terra Prometida, Moisés nem sequer mencionou o nome de Simeão. (Deu. 33:16-23) A tribo de Simeão se localizou em pequenos pedaços de terra aqui e acolá por entre o grande território dado à tribo de Judá. Nenhum destes enclaves circundados pelo território de Judá estava junto â cidade de Jerusalém, que se tornou a capital nacional. Quando as tribos deram cidades dentro dos seus territórios aos levitas, a fim de que servissem como cidades de refúgio para o homicida involuntário, a tribo de Simeão não doou cidade alguma. Quando se designaram quarenta e oito cidades para todos os levitas, inclusive os sacerdotes, as tribos de Judá, de Simeão e de Benjamim doaram só treze destas. Deste modo, os levitas devem ter residido em algumas cidades da tribo de Simeão. — Jos. 20:7-9; 19:1-9; 21:3, 4.
46. Segundo as instruções de Deus a Moisés, com que privilégio foram honrados os levitas, e como foi que isto possibilitou-os a se reunir novamente para o trabalho?
46 Não pela profecia de Jacó, mas pela instrução posterior de Jeová ao profeta levita, Moisés, foi que a tribo de Levi veio a ser honrada com o privilégio do sacerdócio e do ministério no templo de adoração de Jeová. Por isso os levitas não tiveram herança na Terra Prometida, além do mais, visto que Jeová era realmente a herança deles. A herança na Terra Prometida que podia ter sido deles foi dada à tribo de um dos filhos de José; de modo que a nação de Israel ainda tinha doze territórios tribais. Estas doze tribos contribuíram um total de quarenta e oito cidades para os levitas, quando não estivessem servindo no templo de Jeová. Assim, os membros da tribo de Levi estavam mais espalhados do que os da de Simeão, a saber, por todos os cantos da terra de Israel. Só no templo de Jeová era que os levitas se reuniam novamente para o bom trabalho no serviço de Jeová durante as festas regulares designadas e no dia da expiação. Quão notavelmente se comprovaram as palavras de Jacó a Simeão e Levi: “Os espalharei em Israel!”
47, 48. (a) Como se deu isto referente a Simeão e Levi até na visão de Ezequiel sobre a divisão da terra? (b) O que frisa a separação continua destes dois irmãos?
47 Isto aconteceu até na visão profética de Ezequiel sobre a divisão da terra sob o vindouro reino de Deus. Os membros da tribo de Levi estavam localizados na “santa contribuição” em volta do santuário de Jeová. A tribo de Simeão estava separada mais para o sul, logo abaixo da tribo de Benjamim, que se limitava ao sul com a Santa Contribuição. (Eze. 48:8-14, 22, 24) Deste modo, Simeão não estava diretamente ligado com o governo da terra. E na visão de Ezequiel sobre a sede do governo na cidade chamada Javé-Schama (significando “O Próprio Jeová Está Ali”), as entradas de Simeão e de Levi não estão paralelas umas das outras, mas a porta de Simeão é a sétima ao sul ao passo que a de Levi é a terceira ao norte. — Eze. 48:31, 33.
48 Esta constante separação de Simeão e Levi frisa como Deus desaprova que irmãos ou outros ajam juntos numa ação dura e cruel, sob a influência da ira.
49. Como foi que o sacerdote Finéias demonstrou compreensão disto, e de que se provou merecedor?
49 O sacerdote Finéias da tribo de Levi indicou que compreendia isto por causa do modo que ele agiu na planície de Moabe, logo do outro lado do Rio Jordão, antes de entrar na Terra Prometida. Quando os israelitas começaram a ter relações imorais e idólatras com as filhas de Moabe, o Príncipe Zimri da tribo de Simeão trouxe descaradamente uma moça idólatra pagã, a princesa midianita, Cosbi, para o acampamento de Israel e para a sua tenda, a fim de ter prazer sexual com ela. Será que o levita Finéias aprovou isto porque era feito por homem de Simeão? Cooperou ele com Zimri, assim como Levi tinha cooperado com Simeão numa ação amaldiçoada? Não! Mas Finéias irrompeu na tenda do homem de Simeão com uma lança e matou Zimri e a sua amiga pagã. Por causa deste zelo pela adoração de Jeová, Finéias as recebeu as bênçãos de Deus. Demonstrou que, como levita, merecia o sacerdócio. — Núm. 25:1-15.
50, 51. (a) O que não indica a presença da tribo de Levi no Israel espiritual, e por que não? (b) O que nos faz lembrar a profecia de Jacó referente a Simeão e Levi, e como talvez tenham sido culpados neste respeito os membros do Israel espiritual?
50 Na lista das doze tribos do Israel espiritual Simeão é o sétimo e Levi o oitavo. O fato de se designar uma tribo para Levi não significa que os 12.000 desta tribo sejam os sacerdotes de todo o Israel espiritual. Não; mas todos os 144.000 são sacerdotes. Referente a todos os 144.000 está escrito: “Serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele os mil anos.” (Apo. 20:6, ALA) Portanto, o nome de Levi nos deve fazer lembrar de algo diferente de sacerdócio. O nome de Simeão também.
51 O que a profecia de Jacó no seu leito da morte nos relembra com relação a Simeão e Levi é que pesa uma maldição sobre o uso de instrumentos de violência como armas para matar, dando vazão à ira cruel e à fúria violenta. Os que compõem as tribos espirituais de Simeão e de Levi talvez tenham usado tais armas para matar seus semelhantes nos combates militares deste mundo ou até vingando pessoalmente a si mesmos ou defendendo a honra da família. Mas ao se tornarem membros do Israel espiritual, eles esquecem estas práticas amaldiçoadas, sabendo que as “inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissenções, facções” são “obras da carne” e não ‘frutos do espírito’ de Deus. — Gál. 5:19-22, ALA.
52, 53. (a) Qual é a atitude do restante do Israel espiritual que ainda está na terra com referência aos instrumentos de violência? (b) Portanto, que tribos se pode confiantemente permitir que estejam juntas, e por quê?
52 Temos evidência de que, há dezenove séculos atrás, quando os doze fundamentos apostólicos da Nova Jerusalém ainda estavam na terra, os cristãos aplicavam a si mesmos as palavras de Isaías 2:4, que têm sido apropriadas indevidamente pelas Nações Unidas. Do mesmo modo, os que estão hoje na terra que talvez sejam das tribos espirituais de Simeão e de Levi, de fato, há na terra um pequeno restante de todas as doze tribos do Israel espiritual, renunciam o uso de instrumentos de violência e de armas para matar, tentando viver segundo. Isaías 2:4, que diz: “E eles terão de forjar as suas espadas em relhas de arado e as suas lanças em podadeiras. Uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão anais a guerra.” Portanto, os que pertencem às tribos espirituais de Simeão e Levi, têm-se submetido a uma mudança de personalidade. Embora estejam alistados juntos no Israel espiritual, pode-se confiar que trabalhem juntos a salvo, pois agora obedecem a Romanos 12:17-19, ALA
53 “Não torneis a ninguém mal por mal; . . . não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor.”
JUDÁ
54. Por que Judá talvez esperasse ser repreendido por Jacó, mas como foi que o seu caso se resolveu sem lhe trazer vitupério?
54 Sendo o quarto filho de Jacó e sua primeira esposa, Lia, naturalmente Judá seria o seguinte a receber a atenção do seu pai moribundo. Ele também podia estar esperando uma repreensão do seu pai, pois tinha tido um caso sem saber com Tamar, a sua ex-nora. Mas em vez de Judá ter cometido adultério com uma mundana ou prostituta de templo, ele fora induzido astutamente a cumprir algo que tinha negligenciado, a saber, a lei do levirato para com a viúva Tamar. Portanto, neste caso, Judá fez as vezes de seu filho Selá, irmão de Er, o finado marido de Tamar. Assim, os filhos gêmeos de Judá e Tamar não eram filhos de adultério, tampouco são mencionados desonrosamente nas Escrituras, de fato, um deles tornou-se antepassado de Jesus. Quando Boaz, um dos antepassados de Cristo, tomou Rute por sua esposa. O povo disse a Boaz: “Seja a tua casa como a casa de Perez, que Tamar teve de Judá, pela prole que o SENHOR [Jeová] te der desta jovem [Rute].” — Rute 4:12; Gên. 38:630, ALA.
55. O que é que Jacó, sem dúvida, lembrava-se referente a Judá, e pelo que ele disse a Judá, que questão estabeleceu quanto a Israel?
55 Deste modo, o moribundo Jacó não tinha motivos para mencionar este caso contra Judá. Sem dúvida, Jacó se lembrava de como Judá fora contra a matança de José e de como nobremente tinha tentado preservar a vida de Benjamim, irmão de José, chegando até a oferecer-se como escravo no Egito em lugar de Benjamim. (Gên. 37:20; 43:8-10; 44:18-34) Por isso, em poético estilo hebraico de profecia, falou Jacó, estabelecendo finalmente a questão do futuro reinado de Israel, dizendo:
“Judá, teus irmãos te louvarão a tua mão estará sobre a cerviz de teus inimigos; os filhos de teu pai se inclinarão a ti. Judá é leãozinho, da presa subiste, filho meu. Encurva-se, e deita-se como leão, e como leoa; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló e a ele obedecerão os povos. Ele amarrará o seu jumentinho à vide, e o filho da sua jumenta à videira mais excelente; lavará as suas vestes no vinho, e a sua capa em sangue de uvas. Os seus olhos serão cintilantes de vinho, e os dentes brancos de leite. — Gên. 49:8-12, ALA.
56. O que significa o nome Judá, e como fez Jacó uma aplicação a Judá, mostrando ao mesmo tempo um contraste entre seus irmãos e os seus inimigos?
56 Lia glorificou ou louvou a Jeová pelo nascimento do seu quarto filho, chamando-o pelo nome de Judá, que significa “Louvado; [Objeto de] Louvor”. (Gên. 29:35) Jacó deixou este nome mesmo, e ao morrer também fez uma aplicação dele ao seu portador, Judá. Os seus onze irmãos o louvariam tanto pelas suas qualidades como pelos serviços que ele prestaria à nação. Os seus inimigos naturalmente não o louvariam, pelo menos, não de livre vontade, pois as suas mãos estariam sobre a cerviz deles. Na guerra, a vitória seria sua e poria os inimigos para correr ou os subjugaria.
57, 58. (a) Em que sentido os irmãos de Judá se prostrariam perante ele, e por quê? (b) Até a conquista da terra de Canaã, como se demonstrou que a liderança pertencia à tribo de Judá?
57 Quanto ao louvor que seus irmãos lhe renderiam não havia de ser só pela palavra falada, mas também pelo modo em que se conduziriam perante ele. Os seus onze irmãos eram todos filhos do seu pai, mas só cinco além dele mesmo eram filhos de Lia, sua mãe. Não a Rúben, o primogênito, mas era a Judá que seus irmãos se prostrariam. Isto significa que os seus irmãos o reconheceriam como superior, como regente deles. Naquela ocasião, ele e seus irmãos se prostravam perante José, o primeiro-ministro de Faraó, no Egito, onde moravam. Mas, no que tocava aos negócios internos das dez tribos de Israel, os irmãos, inclusive José, prostrar-se-iam perante Judá. Isto, naturalmente, referia-se à tribo de Judá e predizia que o regente a quem toda a nação teria que se prostrar viria de Judá.
58 Mais tarde, em 1 Crônicas 5:2, registra-se belamente a questão, nas seguintes palavras: “Judá, na verdade, foi poderoso entre seus irmãos, e dele veio o principe; porém o direito da primogenitura foi de José.” (ALA) Em harmonia com isto, quando Jeová Deus libertou as doze tribos de Israel do Egito, onde se tornaram escravas depois da morte de José, foi a tribo de Judá que liderou a marcha através do deserto até a Terra Prometida, em Canaã. (Núm. 2:3; 10:12-14) Quando os doze espias foram mandados à Terra Prometida para examiná-la e apresentar um relatório, foi Judá quem produziu a Calebe, um dos dois espias fiéis que sobreviveram para reentrar na Terra Prometida. Calebe foi um braço direito na subjugação da parte da terra sorteada à tribo de Judá. (Núm. 13:6, 30; 14:6-10, 38; Jos. 15:13-20; 14:6-14) Quando fizeram sorteio para a divisão da terra conquistada, Judá foi o primeiro sorteado. (Jos. 15:1) Jeová Deus designou a tribo de Judá para tomar a dianteira na conquista da terra. (Juí. 1:1-8) Naquele tempo, o príncipe da tribo de Judá era Salma, que se tornou trisavô de Davi. (1 Crô. 2:10, 11; Rute 4:20-22; Mat. 1:5, 6) Na Terra Prometida, o território de Judá tomava toda a extensão da praia ocidental do Mar Morto e se estendia para o ocidente em direção do Mar Mediterrâneo.
59. Como foi que a tribo de Judá provou ser como um leãozinho?
59 Assim, a tribo de Judá era como um leão entre os animais selvagens. (Miq. 5:8) Mui apropriadamente, o patriarca Jacó podia dizer: “Judá é leãozinho.” A tribo de Judá proveu a dinastia permanente ou família de reis para a nação de Israel. Davi tornou-se o cabeça desta dinastia, porque Jeová Deus fez com ele um pacto para um reinado eterno na sua família. A princípio a tribo de Judá pode ter sido como um leãozinho, quando o Rei Saul, da tribo de Benjamim, reinou sobre todo o Israel e Davi, o matador do gigante, era oficial no exército do Rei Saul. Mas Deus decidiu contra o reinado contínuo da família de Saul sobre Israel por causa da desobediência voluntária de Saul e, portanto, em 1070 A. C., depois da morte do Rei Is-Bosete, filho de Saul, todas as doze tribos de Israel constituíram a Davi, da tribo de Judá, rei delas.
60, 61. (a) Como foi que Davi comportou-se segundo o nome de sua tribo, e como se relacionou ele com Jesus Cristo? (b) O que devemos aguardar referente a um exame adicional da profecia de Jacó?
60 Deste modo, a profecia de Jacó cumpriu-se em escala maior, isto é, que os irmãos de Judá haveriam de louvá-lo e de se prostrar perante ele. (2 Sam. 4:5 a 5:5) Na maioria das vezes, Davi, que foi provido pela tribo de Judá como líder nacional, comportou-se de maneira laudável. Ele se tornou tipo profético do vindouro Rei a quem todos os povos devem obedecer indivisamente, conforme predito por Jacó. De fato, Davi se tornou um ilustre antepassado do predito Jesus Cristo; e do Rei Davi, Jesus Cristo herdou o direito de reinar sobre Israel. — Luc. 1:26-33.
61 Entretanto, um exame adicional da profecia de Jacó concernente Aquele a quem todos os povos devem obedecer, terá que aguardar a publicação do artigo “Regentes Associados com o ‘Leão da Tribo de Judá’”.
(Veja-se A Sentinela de 1° de janeiro de 1963.)