O matrimônio no paraíso
“Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e colocou-o no paraíso de delicias, para que o cultivasse e guardasse. E da costela, que tinha tirado de Adão, formou o Senhor Deus uma mulher; e a levou a Adão.” — Gên. 2:18, 22, So.
1. Onde começou o matrimônio humano, e onde se cumprirão seu propósito?
O MATRIMÔNIO entre homem e mulher começou no Paraíso. Quando o Paraíso estiver restabelecido nesta terra, sob o reino do Senhor Deus, existirá o matrimônio entre homem e mulher até se cumprir o propósito divino referente a tal união.
2. (a) Como deve ser tratado o matrimônio e por quê? (b) Quando Deus declarou a sua decisão de criar o homem, que pergunta surgiu, e por quê?
2 O matrimônio deve ser tratado corretamente com honradez e respeito. O matrimônio foi um privilégio paradísico para o homem e a mulher. Deu um toque de beleza e de alegria ao paraíso terrestre. A origem do matrimônio humano foi dos mais honrosos e respeitáveis. Seu originador celestial foi o Deus Altíssimo, que nunca faz nada de errado, nem jamais peca. Foi o próprio Criador do homem. Perto do fim do sexto “dia” criativo, este santo e mui enaltecido Criador tomou as medidas para dar existência a sua mais elevada criatura terrestre. “E Deus [no céu] continuou a dizer: ‘Façamos o homem à nossa imagem, segundo nossa semelhança, e que tenham em sujeição os peixes do mar, e as criaturas volantes dos céus, e os animais domésticos, e toda a terra, e todo animal rastejante que se arrasta sobre a terra.’” (Gên. 1:26, NM) Por dizer ao seu agente criativo, seu Filho celestial: “Que TENHAM em sujeição”, Deus indicou ao seu Filho criativo que haveria dois ou mais, nu muitos, homens na terra, os quais teriam as criaturas animais inferiores em sujeição. Como chegariam a existir tais homens? Deus mostrou isso ao seu Filho criador.
3. Donde tirou Deus o material de construção para criar o homem? Como confirma Paulo o registro de Gênesis sobre isso?
3 Donde tirou Deus o material de construção? Ele nos conta isso no Seu Livro, a Bíblia Sagrada: “Então, Jeová Deus passou a formar o homem do pó do chão e a soprar-lhe nas narinas o fôlego de vida, e o homem veio a ser uma alma vivente. Outrossim, Jeová Deus plantou um jardim [parque, paraíso] no Éden, para o oriente, e ali pôs o homem a doem tinha formado.” (Gên. 2:7, 8, NM e variante marginal; também Al, So) Paulo, o apóstolo cristão, confirmou a autoridade inspirada deste registro bíblico existente no segundo capítulo de Gênesis, dizendo: “Assim como está escrito: ‘O primeiro homem, Adão, tornouse alma vivente.’ . . . O primeiro homem é oriundo da terra e feito de pó.” — 1 Cor. 15:45-47, NM; Al, So.
4. Por que é que o homem tem qualidades mentais, morais e emocionais não possuídas pelos macacos ou símios? Por que era correto que o homem exercesse a chefia sobre a sua companheira terrestre?
4 Para começar, Jeová Deus fez apenas uma criatura humana, mas não como experiência. A imagem de quem fez o homem — à imagem dum símio ou macaco? Não; mas, como Deus dissera ao seu Filho criador, “à nossa imagem, segundo nossa semelhança”. (Gên. 1:26, NM) “E Deus passou a criar o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou.” (Gên. 1:27, NM) Foi por isso que o primeiro homem, que era homem perfeito e “filho de Deus”, atinha qualidades mentais, morais e emocionais, não possuídas pelos mais elevados dos animais inferiores. (Luc. 3:38) O mesmo apóstolo Paulo confirmou a autoridade inspirada de Gênesis, capítulo um, que citamos, ao dizer: “O homem não deve cobrir a cabeça por ser ele imagem e glória de Deus.” (l Cor. 11:7, ARA) O primeiro homem, Adão, foi o chefe da família humana. Por isso tinha prioridade, ou precedência, com relação à próxima criatura humana que havia de surgir na terra. Deus, seu Criador e Pai celestial, estava interessado em que seu filho Adão tivesse uma companheira terrestre apropriada para ele. Como lhe forneceu Deus tal companheira?
5. Por que não uniu Deus o homem a uma símia ou macaca? Portanto, como se tornaram ridículos os cientistas sem fé?
5 Deus não escolheu alguma grande símia ou macaca para ser companheira do homem perfeito, Adão. Isto teria feito que seu filho se tornasse bestial e praticasse a bestialidade. O supremo Biólogo, Jeová Deus, sabia que Adão não podia ser cruzado com, uma símia ou macaca, nem mesmo para produzir prole híbrida, para encher a terra com descendentes. É por isso que os cientistas sem fé se tornaram ridículos e fracassaram nos seus esforços experimentais de cruzar um homem ou uma mulher com símios, a fim de produzir prole e provar a sua teoria de que o homem está relacionado com a família dos macacos ou símios antropóides. — Êxo. 22:19; Lev. 18:23-25.
6. Qual foi o resultado do estudo biológico que Adão fez no Éden? E, portanto, como foi provada a habilidade de Deus qual Pai criador?
6 Como Pai, Deus desejava agradar ao seu filho terrestre, Adão. Familiarizou Adão com os animais e com as aves, entregando ao seu filho capaz, Adão, a tarefa de dar nomes a todos os animais e aves. No entanto, Adão não sentiu o mínimo desejo de se juntar a qualquer animal selvagem ou doméstico, nem mesmo ao macaco, para praticar bestialidade com uma criatura sub-humana. Nenhuma delas se parecia ao perfeito homem Adão, o “filho de Deus”. O resultado do estudo biológico dos animais e das aves por parte de Adão é resumido na seguinte declaração, em Gênesis 2:20 (NM): “Mas para, o homem não se achou nenhuma ajudadora como complemento dele.” Que faria Deus; então, já que dissera: “Não é bom para ó homem continuar sozinho. Far-lhe-ei uma ajudadora, como complemento dele”? Seria Deus capaz de produzir uma criatura que agradasse a Adão e que ele, como homem, desejasse, embora nunca tivesse visto tal criatura Como Pai sábio ele sabia como podia satisfazer o seu filho com uma verdadeira companheira. — Gên. 2:18, NM.
7, 8. (a) Como satisfez Jeová Deus a seu filho terrestre com uma verdadeira companheira? (b) Qual foi a reação de Adão quando Deus lhe apresentou a sua futura companheira edênica? Por quê?
7 Ponha-se na situação dum homem normal que está sendo acordado dum sono profundo, tranqüilo, e a quem se apresenta uma virgem perfeitamente bela da mesma família humana como ele, a primeira que já viu! Assim se sentiu Adão. “Portanto, Jeová Deus fez que um sono pesado caísse sobre o homem, e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das costelas e daí fechou a carne sobre seu lugar. E Jeová Deus passou a fazer da costela, que havia tirado do homem, uma mulher, e a trazê-la ao homem.” — Gên. 2:21, 22, NM.
8 Jeová Deus não faz enganos. Como Cientista exato, não erra no juízo. Ele não é péssimo casamenteiro. Qual foi, então, a reação do seu filho humano em vista desta apresentação? Deus explicou a Adão quem era esta criatura feminina e como viera à existência. Adão sabia assim que ela não tinha nenhuma conexão ou relação com os animais e as aves que ele tinha inspecionado e apelidado anteriormente. Ele reconheceu que era, a vontade de seu Pai celestial que aceitasse esta criatura feminina em casamento. Não podia recusar nem recusaria alguém de sua própria carne e osso. Teve grande prazer em aceitá-la como sua esposa e em levá-la para o seu lar como ajudadora e companheira complementar. Estava completamente satisfeita com ela, para a grande felicidade de seu Pai celestial. “Então disse o homem [ish]: ‘Esta é, por fim, osso dos meus ossos, e carne da minha carne. Esta será chamada Mulher [ish.shah’], porque do homem [ish] foi ela tirada.’” — Gên. 2:23, NM.
9. Que espécie de grupos de famílias povoariam o Éden? Como confirmou Jesus Cristo a harmonia inspirada entre o primeiro e o segundo capítulo de Gênesis?
9 Esta é a razão da declaração em Gênesis 1:27 (NM): “Macho e fêmea os criou.” Então, para declarar a regra teocrática que havia de prevalecer ali no Paraíso do Éden, Deus secundou a exclamação poética de Adão por dizer, em Gênesis 2:24 (NM): “É por isso que o homem deixará seu pai e sua mãe e tem de apegar-se à sua esposa, e eles têm de tornar-se uma só carne.” Mais de quatro mil anos depois, Jesus Cristo, Filho celestial de Deus, confirmou a genuinidade inspirada dos capítulos um e dois de Gênesis. Demonstrou que não eram contraditórios, mas que concordavam entre si, pelas suas palavras dirigidas aos homens religiosos que invalidavam a Palavra de Deus pelas suas tradições. Jesus citou ambos os capítulos e disse: “Não tendes lido que o Criador desde o princípio os fez homem e mulher, e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? . . . Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” (Mat. 19:4-6, ARA) Concordemente, o paraíso do Éden havia de ter grupos familiares independentes, embora relacionados.
O PRIMEIRO PREÇO DO MATRIMÔNIO
10. (a) Como explica Paulo a relação entre homem e mulher na sua glória relativa? (b) Por que era a mulher perfeita uma coisa boa para o homem perfeito?
10 Obter uma esposa custou a Adão uma das suas costelas. Visto que esta primeira mulher foi criada do primeiro homem, Adão, que por sua vez fora criado à imagem de Deus, segundo a semelhança de Deus, esta mulher se tornou a glória do homem. O inspirado apóstolo Paulo dá este significado à relação entre homem e mulher, dizendo: “Ele [é] imagem e glória de Deus, mas a mulher é glória do homem. Porque o homem não foi feito da mulher; e, sim, a mulher, do homem; porque também o homem não foi criado por causa da mulher; e, sim, a mulher, por causa do homem.” (1 Cor. 11:7-9, ARA) Uma vez que o homem era a imagem e semelhança terrena de Deus, a mulher, como sua esposa, tinha razões para mostrar profundo respeito pelo seu marido, o homem. Esta seria a melhor maneira de ela refletir a glória do homem, a glória de seu marido. Ela seria assim uma coisa boa para o homem Adão. “Achou alguém uma boa esposa! Ele achou uma coisa boa e obtém a boa vontade de Jeová”, diz Provérbios 18:22 (NM). A mulher era uma coisa boa procedente do Pai celestial; pois está escrito: “Toda boa dádiva e todo presente perfeito vem de cima, pois desce do Pai das luzes celestiais.” — Tia. 1:17, NM.
11. O Éden era lugar para que espécie de matrimônio, e por que é santo o matrimônio?
11 Por esta razão, o paraíso do Éden foi o lugar do matrimônio perfeito, entre o homem perfeito, criado na imagem e semelhança de Deus, e a mulher perfeita, que podia fielmente refletir a glória perfeita do homem, para o louvor de Deus. Visto que se originou do Deus da santidade, o matrimônio é santo. Não é pecaminoso em si mesmo, mas é possível pecar contra ele.
12, 13. Por que podia Deus abençoar o casal humano? Por que era o matrimônio uma dentre todas as coisas que Deus viu que eram boas?
12 Deus, o Criador, propôs de que o matrimônio fosse uma bênção para o homem e a mulher, de que vivessem juntos em paz, cumprindo juntos o propósito perfeito de Jeová Deus. Foi, assim que, depois dei o homem Adão ter aceitado a mulher como sua esposa, seu Criador e Pai celestial os podia abençoar.
13 Sua bênção e sua vontade para com êles acham-se expressas nas seguintes palavras: “Macho e fêmea os criou. Ademais, Deus os abençoou e Deus lhes disse: ‘Sêde frutíferos, e tornai-vos muitos, e enchei. a terra, e subjugai-a, e tende em sujeição os peixes do mar, e as criaturas volantes dos céus, e toda criatura vivente que se arrasta sobre a terra.’” (Gên. 1:27, 28, NM) Deus não podia abençoar algo mau, assim como não podia criar algo pecaminoso e impróprio. Criar ele a mulher perfeita foi uma coisa boa, porque não era bom que o único homem na terra permanecesse o único de sua espécie; e se permanecesse sozinho, não poderia reproduzir a sua própria espécie. Por outro lado, o matrimônio do perfeito homem e da perfeita mulher no Paraíso foi uma coisa boa, porque serviria o propósito bendito do Pai celestial quanto a encher a terra confortavelmente com criaturas humanas perfeitas, transformando toda a terra num paraíso, para ser o lar eterno da raça humana perfeita. O relato bíblico inclui o matrimônio perfeito, no Paraíso, no sexto “dia” criativo, ao dizer: “Depois disso, Deus viu tudo o que tinha feito, e, vê! era muito bom. E houve tarde e houve manhã, dia sexto.” — Gên. 1:31, NM.
14. Proveu Deus algum divórcio futuro para este casal? Qual era a atitude de Adão para com o divórcio no Éden?
14 Esta foi a mais antiga forma de matrimônio na terra, e os principais etnólogos deste século vinte, sem fé, estão procurando em vão algo anterior ou diferente. Quando Jeová Deus casou o homem perfeito e a mulher perfeita no Paraíso, fez Deus provisão para qualquer divórcio posterior deste jovem casal? Não; que razão haveria para isso? Ele lhes apresentou a perspectiva duma união eterna em paz e harmonia, com uma família perfeita e feliz de descendentes para encher um paraíso que envolveria a terra inteira. No seu dia feliz de casamento, Adão não estava pensando em divórcio; nem tinha idéia de tal coisa. Por que desejaria divorciar-se de osso dos seus ossos e carne da sua carne, de alguém que era “uma só carne” com ele, de alguém com quem Deus o tinha juntado? Tanto ele como sua esposa estavam decididos a cumprir o propósito deleitoso deste matrimônio perfeito.
15. De que era uma Ilustração este matrimônio humano? Portanto, o que ilustrou o fato de se tomar uma costeia de Adão para formar a sua esposa?
15 Seu matrimônio indissolúvel foi uma ilustração humana de um matrimônio maior, o de seu Pai celestial com sua companheira celestial, semelhante a uma esposa, a saber, sua organização celestial invisível de santos filhos espirituais. Muito antes da criação do homem e da mulher, Deus tinha criado uma organização celestial de filhos. Estes, do seu ponto de observação celestial, invisível, tinham observado a criação da terra. Jeová Deus referiu-se a estes filhos organizados quando falou a Jó, da terra de Uz, homem que temia a Deus: “Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? . . . Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam?” (Jó 38:4, 7, Al) O fato é que Jeová Deus estava falando ao principal desta organização celestial de filhos quando disse: “Façamos o homem à nossa imagem, segundo nossa semelhança.” (Gên. 1:26, NM) Esta organização inteira de filhos angélicos originou-se de Jeová Deus, pois eles são a sua criação, por meio da sua força ativa ou espírito. Isto é o que foi ilustrado ao tomar ele uma costela do lado de Adão e desenvolvê-la numa esposa para Adão.
16. (a) Como se referiu Deus à sua organização celestial no Éden, e por quê? (b) Por que foi ela comparada a Sara, em Isaías 54:1-6?
16 Deus uniu esta organização angélica celestial a si mesmo com laços indissolúveis como os do matrimônio, de modo que Ele fala desta organização universal celestial de santos anjos como sendo sua esposa. Referiu-se a esta mulher celestial simbólica quando falou à grande Serpente que induziu ao pecado no paraíso do Éden: “Porei inimizade entre ti e a mulher e entre e tua semente e a sua semente. Ele te ferirá na cabeça e tu o ferirás no calcanhar.” (Gên. 3:15, NM) Depois desta promessa, a organização angélica celestial demorou muito em produzir esta Semente prometida, o Cristo ou Messias. Por isso foi. comparada a Sara, esposa do patriarca Abraão, que por muito tempo era estéril, mas que aos noventa anos de idade deu a Abraão o primeiro e único filho deles, Isaac. Falando a esta organização celestial sob a figura de Sara, Jeová Deus assegurou profeticamente à sua “mulher” ou “esposa”, que ela, no tempo devido, daria à luz a Semente prometida, ou o Cristo. Deus disse: “Canta, esteril, que não déste á luz; . . . Pois o teu Creador é teu marido; Jehovah dos exercitos é o seu nome: e o Santo de Israel é o teu redemptor; será chamado o Deus de toda a terra. Porque Jehovah te chamou como a mulher desamparada e angustiada de espirito, sim como a mulher da mocidade, que fora repudiada, diz o teu Deus.” — Isa. 54:1, 5, 6.
17. O que se prefigurou com o fato de Abraão nunca se ter divorciado de Sara? E a que serve isto de modelo?
17 Abraão nunca se divorciou de sua esposa Sara. Ela morreu, ainda sua esposa, trinta e sete anos depois do nascimento de seu único filho Isaac. (Gên. 23:1, 2) Jeová Deus nunca se divorciará de sua fiel organização celestial, sua “esposa” ou “mulher”, representada na terra por Sara. Este é o modelo celestial correto para todos os matrimônios humanos, a começar com o de Adão e Eva no paraíso terrestre. — Gál. 4:26-28.
18. Por que e como teriam sido monógamos os matrimônios no jardim do Éden através da continua fidelidade?
18 O matrimônio de Adão foi monógamo, pois Deus lhe deu apenas uma esposa. Se Adão e Eva tivessem permanecido fiéis no Paraíso e tivessem tido filhos e filhas perfeitas naquele parque edênico, eles teriam seguido o modelo divino. Teriam dado a cada um de seus filhos apenas uma de suas filhas por esposa, cada filha sendo virgem. Estes matrimônios teriam sido indissolúveis. Então, se todas estas pessoas casadas tivessem permanecido fiéis a seu Deus; nenhuma delas teria sofrido a penalidade pelo pecado, que é a morte. Nenhuma dela teria morrido, e o matrimônio de nenhuma delas teria sido dissolvido pela morte. Não teria havido casamentos de viúvos e de viúvas.
19. Que espécie de experiência teria sido o dar à luz filhos no Éden? Até que ponto teria isso continuado?
19 Todos os matrimônios teriam sido frutíferos pela geração de muitos filhos em perfeição. Darem as esposas à luz filhos teria sido uma experiência maravilhosa e alegre, a ser aguardada com prazer e não com temor. Tudo isso teria sido com o objetivo de cumprir o propósito divino de encher a terra com habitantes humanos perfeitos, que cultivassem o paraíso global e cuidassem dele, seu lar eterno. Quando este objetivo tivesse sido alcançado, os casais perfeitos teriam exercido perfeito autocontrole e se teriam abstido de ter mais filhos. Segundo a vontade e o arranjo de Deus, suas faculdades de reprodução também teriam alcançado o limite e teriam deixado de funcionar. No Paraíso, o matrimônio não teria significado nenhuma “tribulação na carne” para os casais, como foi predita pelo apóstolo Paulo para os casados de hoje. — 1 Cor. 7:28.
20. Apesar da situação do casamento humano e dos filhos mortos, qual é ainda o propósito de Deus? O que diz ele ao arquiinimigo deste propósito?
20 O propósito de Deus, de que houvesse uma terra paradísica cheia de homens e mulheres, perfeitos e piedosos, louvando o grande Criador, ainda será cumprido, no Seu tempo designado, apesar da atual situação dos casamentos humanos. Sim, apesar do fato de que bilhões de filhos de matrimônios anteriores, mas agora dissolvidos, jazem mortos no pó ou na lama da terra. O belo propósito concernente a esta terra, revelado por Deus a Adão e Eva no Paraíso, ainda é o mesmo hoje e não é impossível para ele. Ele disse ao arquiinimigo deste propósito: “Jeová dos exércitos jurou, dizendo: ‘Certamente assim como calculei, assim tem de ocorrer; e assim como aconselhei,, isso é o que se dará.’ . . . Pois o próprio Jeová dos exércitos tem aconselhado, e quem o pode anular? E a sua mão é a que está estendida, e quem a fará voltar para trás?” — Isa. 14:24-27, NM.
21. Quantos matrimônios se realizaram no Paraíso, e o que teria sido evitado para a família humana se todos os matrimônios tivessem sido realizados ali?
21 Entretanto, quanta infelicidade marital e quantos fracassos, quanto sofrimento humano, quanto vitupério para o santo nome e palavra de Deus teriam sido poupados à família humana, se todos os casamentos de homens e mulheres se tivessem realizado no Paraíso, não apenas naquele paraíso local no Oriente Médio, mas num paraíso ampliado sobre a terra inteira, sujeita por casais obedientes, justos e perfeitos, bem como por seus filhos santos! Deus fornecera a possibilidade para que todos os casamentos humanos fossem celebrados no jardim ampliado do Éden. Mas, acontece que houve apenas um casamento no paraíso terrestre de há quase seis mil anos atrás.
22. (a) Por que resultou aquele matrimônio no Paraíso em tanta discórdia e infelicidade doméstica? (b) Para com que coisas havia Eva mostrado o devido respeito, e por que tinha isso sido correto?
22 Esta união bendita de Adão e Eva, na sua perfeição, iniciou-se no seu lar perfeito, sob a bênção de Deus. Por que resultou em tanta discórdia e infelicidade doméstica? Porque o homem e sua esposa, embora perfeitos, não cumpriram as suas responsabilidades maritais e não mantiveram entre si a relação correta quando surgiu a sua primeira prova. Um intrometido nos seus assuntos particulares, um pertubador do matrimônio e arruinador da família surgiu na cena, alguém que teve a idéia de usar todo este arranjo divino para a sua própria vantagem egoísta. Tratava-se dum filho espiritual de Deus, que era ambicioso, egotista e rebelde, merecendo o nome de Satanás, o Diabo. Ele não palestrou sobre o assunto como o casal. Não; começou a falar por meio duma serpente, quando Eva estava sozinha, separada de sua cabeça marital, seu marido Adão. Eva disse corretamente à serpente o que seu marido lhe dissera, que Deus tinha proibido que comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ela seguia a palavra e o exemplo de seu marido por não comer daquela árvore. Seu marido ocupava para ela a posição dum profeta de Jeová Deus, e era então um profeta veraz. De modo que ela mostrava respeito pela palavra de Deus, bem como pela chefia de seu marido, por meio de quem se lhe transmitiu a palavra de Deus.
DESRESPEITANDO A CHEFIA NO MATRIMÔNIO
23. O que disse então a serpente, acusando assim Adão e Deus de serem o quê?
23 Mas agora, a serpente (ou quem estava invisivelmente por trás dela) disse a Eva que seu marido era um falso profeta. Disse caluniosamente que Jeová Deus era mentiroso, nada todo-poderoso, nem capaz de impor a penalidade pela violação de sua lei. “A isto, a serpente disse à mulher: ‘[Tanto tu como teu marido] positivamente não morrereis. Pois Deus sabe que no mesmo dia em que comerdes [da árvore proibida], vossos olhos forçosamente serão abertos e forçosamente sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal.’” — Gên. 3:4, 5, NM.
24. Que violação da relação matrimonial cometeu Eva então? Como queria ela usar a sua suposta sabedoria?
24 A Eva começou a agradar a idéia de ser semelhante ao seu Pai celestial, e assim comeu do fruto proibido. Mas, que maneira de se tornar semelhante ao seu Pai, por desobedecer a Ele! Com isso ela rompeu a sua relação marital teocrática; não consultou seu marido na sua capacidade de profeta de Deus. Ela fez como fizeram os seus descendentes, os israelitas, na sua crise, muito tempo depois: “Rejeitaram a palavra de Jehovah, e que sabedoria é essa que elles teem?” (Jer. 8:9) Pior ainda — ia então exercer a sua influência sobre seu marido, para seguir esta sabedoria que achava possuir!
25. (a) Como chegou Adão a enfrentar o seu primeiro problema marital? (b) Podia Adão divorciar-se de Eva, e o que decidia essa questão?
25 Posteriormente, Adão juntou-se a Eva. Não estava diante da mesma mulher que conhecera antes. Estava diante duma mulher que pensava mais de si, mesma do que devia. Ele estava diante duma transgressora, uma mulher que desobedecera a seu Deus e Pai. Ela ofereceu-lhe do fruto proibido, em confirmação de seu próprio pecado. Adão enfrentou então o seu primeiro problema marital! Deus não estava ali para ser perguntado. No entanto, Adão sabia que sua esposa tinha sèriamente pecado e tinha ficado sujeita à pena de morte anunciada por Deus: “No dia em que dela comeres, positivamente morrerás.” (Gên. 2:17, NM) Esta pena de morte podia dissolver o casamento de Adão com a bela Eva. Adão não tinha autoridade para se divorciar de Eva; ela era osso de seus ossos e carne de sua carne. Era “uma só carne” com ele, ligada a ele pelo próprio Deus Jeová.
26, 27. (a) Como poderia Adão ter-se divorciado da transgressão de Eva, e de que responsabilidade se teria assim desincumbido? (b) Segundo a lei de Israel como podia o marido exercer a chefia com autoridade? Como poderia Adão ter continuado a ser o profeta de Deus?
26 Contudo, Adão podia ter-se divorciado ali mesmo da transgressão de Eva, negando-se a comer do fruto proibido que ela lhe oferecia com persuasão. Era verdade que seu Deus e Pai. celestial tinha dito: “É por isso que o homem deixará seu pai e sua mãe e tem de apegar-se à sua esposa.” Mas ele não podia abandonar o seu Deus. A quem amava Adão mais, sua esposa ou seu Deus e Dador da vida? Para tomar a ação correta para com sua esposa, Adão não precisava esperar até a próxima vez em que ouvisse “a voz de Jeová Deus andando no jardim [Paraíso], por volta da parte fresca do dia.” Ele poderia ter mostrado a chefia teocrática no vínculo marital do mesmo modo como posteriormente o marido israelita podia, na nação escolhida de Deus. Os israelitas chegaram a estabelecer relações com Deus por meio dum pacto formal celebrado pelo mediador Moisés, o profeta, ao passo que Adão e Eva estavam em relação direta com Deus, como seus próprios filhos perfeitos, não precisando de mediador. — Gên. 2:24; 3:8, NM.
27 No caso duma mulher israelita, a lei de Deus por meio de Moisés declarava: “O voto duma viuva, ou da divorciada, a saber, tudo pelo que se obrigar [sem ter um marido por cabeça], ser-lhe-á valido. Se ella fez o voto em casa de seu marido, ou com juramento obrigou-se a alguma abstinencia, e o marido o soube, e não lhe disse nada, nem lhe recusou licença; serão validos todos os votos della, e será preciso observar ella toda a abstinencia a que se obrigou a si. mesma. Mas se seu marido os annullou no dia em que os soube, não será valido o que sahiu dos labios dellas no tocante aos votos ou no tocante ao que se obrigou; seu marido as annullou; e Jehovah lhe perdoará a ella. Todo o voto, e todo o juramento com que ella se obriga a alguma abstinencia para affligir a alma, seu marido pôde tornal-o valido, ou pôde annullal-o. Mas se elle os annullar, depois que soube; levará sobre si a iniquidade della.” (Núm. 30:9-13, 7.5) Se Adão tivesse repudiado a transgressão de sua esposa por rejeitar o fruto na sua bela mão, teria continuado como profeta de Jeová para a família humana. Não teria sentido culpa de consciência, procurando cobrir-se com uma cobertura para os lombos, quando Jeová Deus se aproximou deles por volta da viração do dia.
28. Por que não podia Adão comer com consciência tranqüila do fruto que Eva lhe ofereceu?
28 Neste caso não se tratava de a esposa preparar uma refeição e de o marido comer do que se lhe apresenta, sem perguntar nada por causa da consciência. A consciência estava funcionando em Adão, porque ele sabia que fruto estava sendo instado a comer o fruto proibido pelo seu Deus e Criador, o Dono do Paraíso.
29. (a) Como fracassou Adão quanto à sua chefia? (b) Quem foi o mais responsável na transgressão, conforme mostra Paulo?
29 Era uma ocasião em que Adão devia exercer a chefia teocrática na união marital. Mas ele, em vez disso, deixou-se enlaçar, por medo de perder a sua esposa, quando Deus executasse a pena de morte. Ele permitiu que sua esposa lhe ensinasse a desobediência à lei suprema de Deus. Ele acompanhou a sua esposa pecadora, desencaminhada pelo argumento astuto e falso da serpente. Ele confirmou o pecado dela por comer do fruto proibido. Não se manteve à altura de suas obrigações maritais como chefe de casa, para a proteção da família com que devia encher a terra, segundo autorizado. Por isso, ele, como chefe da casa, foi o mais responsável do casal que agora era pecador. Foi, em harmonia com isso que o apóstolo Paulo escreveu: “Não permito que a mulher ensine, ou exerça autoridade sobre o homem, mas que esteja em silêncio. Pois Adão foi formado primeiro, depois Eva. Também, Adão não foi enganado, mas a mulher foi completamente enganada e veio a estar em transgressão.” — 1 Tim. 2:12-14, NM.
30. Sobre quem lançou Deusa maior responsabilidade pelo fracasso deste matrimônio e com que penalidade?
30 Quando Deus proferiu a sentença sobre o casal pecador, êle lançou a responsabilidade principal pela ruína deste matrimônio no Paraíso sobre o rebelde espiritual invisível que se utilizou da serpente. Deus disse à serpente: “Assim o fizeste.” Deus passou então a sentenciar Satanás, o Diabo, à futura destruição sob o calcanhar da Semente da “mulher” ou “esposa” celestial de Deus. — Gên. 3:14, 15.
31, 32. (a) Como se mostra sobre quem Deus lançou maior responsabilidade quanto ao casal? (b) De que modo não refletiu Eva a “glória do homem”? Que penalidade pronunciou Deus contra ela?
31 Mas, quanto ao casal humano, Jeová Deus atribuiu maior responsabilidade ao marido. Foi. ao marido, Adão, que Deus sentenciou a comer dos frutos do solo amaldiçoado, fora do Paraíso, até êle morrer e sé decompor no pó do solo amaldiçoado.
32 A sentença de Deus sobre a mulher, Eva, apenas predisse para ela dores de parto e também a sua subordinação. Ela não brilhara como a “glória do homem”, a glória de seu marido perfeito. Tinha desconsiderado a chefia de seu marido profeta e tinha desconsiderado seu aviso procedente de Deus, tomando a dianteira no pecado segundo a sugestão dum estranho, dum caluniador tanto de Deus como de Seu profeta. Por isso seria agora obrigada a conhecer a chefia de seu marido. Deus disse na sua sentença à mulher, Eva: “E teu anseio será para teu marido, e ele te dominará.” (Gên. 3:16, NM) Daí em diante teve de suportar o domínio dum marido deliberadamente pecador e imperfeito, que não estava mais em relação com Deus, até que ela morreu, isto é, se Adão sobreviveu a ela ao morrer êle à idade de 930 anos.
33. Que medidas tomadas então por Deus puseram fim à vida marital no Paraíso? Qual foi a causa de tudo isso?
33 Assim terminou a vida conjugal naquele Paraíso pacifico do Éden. Tudo por causa do pecado, que é a violação da lei sagrada de Deus. Deus não queria mais que comessem dos frutos edênicos, aos quais os pecadores Adão e Eva não tinham mais direito, e dos quais Adão, talvez sob a influência e sugestão de sua mulher, procuraria comer. “E Jeová continuou, dizendo: ‘Eis que o homem se tornou como um de nós, sabendo o bem e o mal, e agora, a fim de que não estenda a mão e realmente tome também do fruto da árvore da vida, e coma e viva para sempre, —’ Com isso, Jeová Deus expulsou-o do jardim [Paraíso] do Éden para cultivar o solo de que tinha sido tomado. E assim expulsou o homem e postou ao oriente do jardim do Éden os querubins e a lâmina chamejante duma espada que se revolvia continuamente para guardar o caminho para a ‘arvore da vida.” — Gên. 3:22-24, NM.
34. Como se realizará em breve o matrimônio no Paraíso? Que privilégio terão então os casais para com o Originador do matrimônio?
34 A vida marital no Paraíso cessou assim de modo calamitoso, porque o marido e a mulher não mantiveram entre si a relação ordenada por Deus. No entanto, o matrimônio ideal será em breve usufruído num Paraíso, maravilhosamente, para o louvor do grande Originador do matrimônio. Não, isto não se dará pela morte e pela ida ao céu dos que se amam, para estarem juntos num matrimônio celestial. Será por se sobreviver à guerra do Armagedon que não demorará muito. Depois que aquela guerra universal tiver destruído todos os que agora arruínam a terra, o reino de Deus, por meio de Cristo, a Semente de Sua “mulher”, restabelecerá o Paraíso nesta terra e o estenderá sobre todo o planeta. Os casais fiéis que sobreviverem continuarão a sua vida de casados depois do Armagedon, e no Paraíso restabelecido. Os sobreviventes solteiros usufruirão o privilégio de entrar na vida de casados com companheiros teocráticos, e terão a felicidade de criar filhos em condições paradísicas, estando preso Satanás, o Diabo. Todos estes terão o privilégio de vindicar a Jeová Deus por provar que a vida de casado, no Paraíso, pode ser bendita e bem sucedida.