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TártaroAjuda ao Entendimento da Bíblia
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tendo apenas uma perspectiva tenebrosa quanto ao seu destino eterno.
O Tártaro, por conseguinte, não é a mesma coisa que o termo hebraico Seol, ou o grego Hades, ambos os quais se referem à sepultura terrestre comum de toda a humanidade. Isto se torna evidente de que, ao passo que o apóstolo Pedro mostra que Jesus Cristo pregou a estes “espíritos em prisão”, ele também indica que Jesus o fez, não durante os três dias em que se achava sepultado no Hades (Seol), mas depois de ser ressuscitado do Hades. — 1 Ped. 3:18-20.
Semelhantemente, a condição degradada que é representada pelo Tártaro não deve ser confundida com o “abismo” em que Satanás e seus demônios serão por fim lançados no “julgamento do grande dia”. (Rev. 20:1-3; Judas 6) Pelo visto, os anjos desobedientes foram lançados no Tártaro nos “dias de Noé” (1 Ped. 3:20), mas, cerca de 2.000 anos depois, verificamos que eles suplicaram a Jesus que “não lhes ordenasse que se afastassem para o abismo”. — Luc. 8:26-31; veja ABISMO.
A palavra Tártaro também é empregada nas mitologias pagãs pré-cristãs. Na Ilíada de Homero representa-se o mitológico Tártaro como uma prisão subterrânea ‘tão abaixo do Hades quanto a terra é do céu’. Nele eram aprisionados os deuses inferiores, Cronos e outros titãs. Como vimos, o Tártaro da Bíblia não é um lugar, e sim uma condição, e, por conseguinte, não é o mesmo que este Tártaro da mitologia grega. No entanto, é digno de nota que o Tártaro mitológico não era apresentado como um lugar para criaturas humanas, e sim sobre-humanas. De maneira que, neste sentido, existe uma similaridade, uma vez que o Tártaro escriturístico existe, claramente, não para a detenção de almas humanas (compare com Mateus 11:23), mas somente para iníquos espíritos sobre-humanos que são rebeldes contra Deus.
A condição de total degradação, representada pelo Tártaro, é um precursor do abismar que Satanás e seus demônios hão de sofrer antes do início do reinado milenar de Cristo. A isso se seguirá, por sua vez, após o fim dos mil anos, a completa destruição deles na “segunda morte”. — Mat. 25:41; Rev. 20:1-3, 7-10, 14.
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TatuagemAjuda ao Entendimento da Bíblia
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TATUAGEM
Marca ou desenho permanente na pele, feita por se cortar a pele para produzir cicatrizes, ou pela inserção de uma substância corante sob a pele. Proibia-se os israelitas de empenhar-se nesse costume, costume este que era, sem dúvida, comum entre outros povos antigos. (Lev. 19:28) Â guisa de exemplo, houve épocas em que os egípcios tatuavam os nomes ou os símbolos de suas deidades sobre seu peito ou seus braços. Por obedecer à lei de Jeová de não desfigurar o corpo, os israelitas se diferenciariam das outras nações. (Deut. 14:1, 2) A proibição também inculcaria neles o devido respeito pelo corpo humano como uma criação de Deus, a ser usada a fim de honrá-lo. — Sal. 100:3; 139:13-16; Rom. 12:1.
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TeatroAjuda ao Entendimento da Bíblia
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TEATRO
Representações dramáticas, tragédias, comédias, danças, apresentações e espetáculos musicais eram encenados na estrutura a que os gregos davam o nome de théatron. O teatro era amiúde cenário de apresentações imorais, evitadas pelos cristãos fiéis. (Efé. 5:3-5) Mas, também servia como local de assembléia pública para outros fins.
Foi ao teatro de Éfeso que os companheiros de viagem de Paulo foram levados quando Demétrio, o prateiro, provocou um tumulto contra estes missionários cristãos. Embora o apóstolo se dispusesse a comparecer perante o povo congregado no teatro, os discípulos e alguns amigáveis comissários de festas e de jogos o dissuadiram disso. — Atos 19:23-31.
Na Grécia, construíam-se teatros já por volta do século V AEC, e, com o tempo, foram construídos em várias cidades principais. A maioria dos teatros gregos eram edificados num formato semicircular, numa encosta de formação côncava. Os bancos podiam ser de madeira ou de pedra. Corredores os separavam em seções, e eram alinhados em fileiras no declive gradual da colina. No centro havia a orkhéstra (área para dança ou coro), atrás da qual havia um palco elevado, tendo por fundo uma skené, ou cenário integrado na arquitetura do palco.
Em lugares tais como Éfeso, Atenas e Corinto encontraram-se ruínas de teatros. O grande teatro que surgiu das escavações feitas em Éfeso possuía 66 fileiras de bancos, e podia comportar uma assistência de cerca de 25.000 pessoas. A acústica era, e ainda é, tão boa que até mesmo da fileira mais alta se pode ouvir com facilidade uma voz baixa vinda do palco.
O vocábulo grego théatron pode indicar quer um lugar onde se apresenta um espetáculo, quer o próprio “espetáculo teatral”. Paulo escreveu: “Pois, parece-me que Deus tem posto a nós, os apóstolos, por último em exibição, como homens designados à morte, porque nos temos tornado um espetáculo teatral [théatron] para o mundo, e para anjos e para homens.” (1 Cor. 4:9) Paulo fazia assim alusão ao costumeiro evento final das lutas romanas de gladiadores, na arena do anfiteatro, quando certos participantes eram trazidos, despidos e indefesos, sendo sujeitados à carnificina e à morte certa.
Os gregos e os romanos costumeiramente conduziam os criminosos condenados à morte pelo teatro, onde eram submetidos à zombaria pelas multidões congregadas. Paulo escrevia aos cristãos hebreus, referindo-se aparentemente a tal costume. Embora não exista nenhum registro no sentido de que esses cristãos tenham sido submetidos a tal tratamento, eles tinham suportado sofrimentos comparáveis
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