-
AvesAjuda ao Entendimento da Bíblia
-
-
milhares de variedades incluídas nestas “famílias”.
Após o dilúvio global, Noé ofereceu “criaturas voadoras limpas”, junto com animais, como sacrifício. (Gên. 8:18-20) Depois disso, Deus fez a concessão de as aves serem incluídas na dieta do homem, conquanto não se comesse sangue. (Gên. 9:1-4; compare com Levítico 7: 26; 17:13.) A ‘limpeza’ (ou pureza) de certas aves naquele tempo, portanto, relacionava-se evidentemente a algum indício divino de aceitação como sacrifício; o registro bíblico mostra que, no que concerne a serem usadas qual alimento, nenhumas das aves foram designadas “impuras” até a introdução da Lei mosaica. (Lev. 11:13-19, 46, 47; 20:25; Deut. 14:11-20) Os fatores que determinavam que aves eram designadas cerimonialmente “impuras” não são declarados expressamente na Bíblia. Assim, ao passo que a maioria das assim designadas eram aves de rapina ou necrófagas, nem todas elas o eram. (Veja POUPA.) Tal proibição foi levantada depois do estabelecimento do novo pacto, conforme Deus tornou evidente para Pedro mediante uma visão. — Atos 10:9-15.
A identificação das aves especificamente citadas representa um problema difícil, em alguns casos. Os lexicógrafos em geral são guiados pelo significado da raiz do nome, visto que esta é usualmente descritiva, por indicações no contexto, quanto aos hábitos e ao habitat da ave, e pela observação das aves conhecidas como existentes nas terras bíblicas. Em muitos casos, crê-se que os nomes são onomatopéicos, isto é, imitam o som produzido pela ave. Como em português, palavras tais como “piar”, “grasnar”, “cacarejar”, “corvejar” são rapidamente associadas a mochos, patos, galinhas e corvos, assim, semelhantemente, nomes onomatopéicos dados a certas aves, no texto hebraico, ajudam a identificá-las.
-
-
AvestruzAjuda ao Entendimento da Bíblia
-
-
AVESTRUZ
[Heb., bath hayya‘anáh; renaním (plural)].
Entende-se que o primeiro destes nomes hebraicos significa, quer “filha do ganancioso”, quer “filha do solo árido”, termos que podem bem aplicar-se ao avestruz. O segundo nome, considerado como indicando uma “ave de gritos lancinantes”, também se ajusta ao avestruz, cujo rugido é descrito como um “rugido rouco, lamuriento, que tem sido assemelhado ao rugido dum leão”. — The Smithsonian Series (Séries Smithsonianas), Vol. IX, p. 105; compare com Miquéias 1:8.
O avestruz é a maior ave viva conhecida, chegando às vezes a atingir mais de 2 m de altura na coroa da cabeça, e a pesar até 136 kg. A cabeça dele é um tanto pequena e achatada, com olhos enormes, pescoço flexível de 1 m de comprimento, e, assim como as robustas pernas, tanto a cabeça como o pescoço dele são desprovidos de penas. A plumagem do corpo, porém, é abundante, as plumas longas e macias das asas e da cauda sendo muito valorizadas nos tempos antigos e modernos. A plumagem macia, preta e branca do macho se contrasta com a de cor castanho-cinzenta, sem graça, da fêmea. O avestruz é ímpar entre as aves por não ter senão dois dedos em cada pé, um deles sendo dotado de uma unha que se torna poderosa arma quando a ave se vê forçada a defender-se. Sua altura e visão aguçada, contudo, usualmente o habilitam a identificar seus inimigos bem à distância, e então a enorme ave se afasta cautelosamente.
Ao passo que o avestruz se alimenta principalmente de vegetação, é também carnívoro, comendo inclusive cobras, lagartixas e até pequenas aves, em sua dieta indiscriminada. É encontrado na lista das aves ‘impuras’, proibidas pela Lei mosaica. (Lev. 11:13, 16; Deut. 14:12, 15) Conhecido antigamente como “ave- camelo”, o avestruz consegue passar longos períodos sem água, e, por isso, viceja em terras ermas e isoladas. É usado na Bíblia, junto com os chacais e criaturas similares, como representativos da vida desértica (Isa. 43:20), e para representar a desolação desastrosa que se tornou o quinhão de Edom e de Babilônia. (Isa. 13:21; 34:13; Jer. 50:39) Jó, rejeitado e detestado, sentado no meio de cinzas, e chorando lamuriosamente, considerou-se “irmão de chacais” e ‘companheiro das filhas do avestruz’. — Jó 30:29.
CONTRASTADA COM A CEGONHA
Jeová Deus mais tarde trouxe o avestruz à atenção de Jó, e as coisas que Ele indicou ilustram notavelmente algumas das características incomuns dessa ave. (Jó 39:13-18) Em grande contraste com as cegonhas que voam alto, e planam majestosamente, com suas poderosas asas amplas, o avestruz não consegue voar, suas asas não conseguindo sustentar o peso da ave, seu esterno achatado não dispondo da “quilha” ou carena que sustenta os músculos de vôo das aves voadoras. As plumas do avestruz, embora lindas, não possuem sequer os diminutos filamentos ou ganchos das bárbulas que se unem e dão às penas das aves voadoras a resistência ao ar que torna possível o vôo. — V. 13.
Novamente, em contraste com a cegonha, que constrói firmemente seu ninho no topo das árvores (Sal. 104:17), de prédios ou de rochas elevadas, o avestruz simplesmente cava um buraco raso no chão, cercado por um baixo aterro. Ali a fêmea põe os ovos, que pesam cerca de 1,4 kg cada um, e, visto que o avestruz muitas vezes é polígamo (diferente da cegonha, renomada por sua fidelidade a um só cônjuge), é possível que haja um bom número de ovos postos no ninho pelas duas ou três fêmeas. O avestruz aquece os ovos do ninho durante a noite, e a fêmea os incuba durante o dia, mas sabe-se que, quando o sol está muito quente, ela abandona o ninho por certos períodos durante o dia. Em tais ocasiões, embora possuam grossa casca, os ovos ficam vulneráveis a danos ou ao roubo por parte de animais ou pelo homem. — Jó 39:14, 15.
-