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ReiAjuda ao Entendimento da Bíblia
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Restrições régias
As restrições impostas ao rei, no exercício de sua autoridade, eram o seu próprio temor de Deus, a lei de Deus, que ele tinha por obrigação obedecer, e a influência persuasiva dos profetas e dos sacerdotes, bem como da junta consultiva dos anciãos. Exigia- se que ele escrevesse para si mesmo uma cópia da Lei, e a lesse todos os dias de sua vida. (Deut. 17:18, 19) Ele era, como servo especial e representante de Jeová, responsável diante de Jeová. Houve — é triste dizê-lo — muitos reis de Judá que violaram tais restrições e governaram de forma despótica e iníqua. — 1 Sam. 22:12, 13, 17-19; 1 Reis 12:12-16; 2 Crô. 33:9.
Líder religioso
Embora a lei impedisse que o rei fosse sacerdote, ele devia supostamente ser o principal paladino não-sacerdotal da adoração de Jeová. Às vezes, o rei abençoava a nação em nome de Jeová, e representava o povo em oração. (2 Sam. 6:18; 1 Reis 8:14, 22, 54, 55) Além de ser responsável de salvaguardar a vida religiosa do povo das intrusões idólatras, ele dispunha da autoridade para demitir um sumo sacerdote infiel, como fez o Rei Salomão, quando Abiatar, o sumo sacerdote, apoiou a tentativa sediciosa de Adonias de apoderar-se do trono. — 1 Reis 1:7; 2:27.
Esposas e propriedades
O casamento e os costumes familiares dos reis de Judá incluíam a prática de ter uma pluralidade de esposas e concubinas, embora o rei não devesse multiplicar esposas para si mesmo — coisa que Salomão fez, para sua desgraça. (Deut. 17:17; 1 Reis 11:4) As concubinas eram consideradas como sendo bens da coroa, e eram repassadas para o sucessor ao trono, junto com os direitos e as propriedades do rei. Casar-se com uma das concubinas do rei falecido, ou tomá-la, equivalia a fazer de público uma pretensão ao trono. Assim sendo, ter tido Absalão relações sexuais com as concubinas de seu pai, o Rei Davi, e ter Adonias solicitado como esposa a Abisague, enfermeira e companheira de Davi em sua velhice, equivaliam a uma reivindicação do trono. (2 Sam. 16:21, 22; 1 Reis 2:15-17, 22) Tais atos significavam alta-traição.
Além dos bens pessoais do rei, dos despojos de guerra e dos presentes (1 Crô. 18:10), criaram-se outras fontes de renda, tais como impostos especiais sobre os produtos da terra para a mesa real, tributos dos reinos subjugados, pedágios pagos pelos mercadores viajantes que atravessavam o país, empreendimentos comerciais, tais como as frotas de comércio de Salomão, etc. — 1 Reis 4:7, 27, 28; 9:26-28; 10:14, 15.
A INSTABILIDADE DO REINO SETENTRIONAL
No reino setentrional de Israel observava-se o princípio da sucessão hereditária, exceto quando esta sofria a intervenção de assassinatos ou revoltas. A prática da religião falsa manteve o reino setentrional em constante estado de inquietação, que contribuiu para freqüentes assassínios de seus reis, e a usurpação do trono. Apenas duas dinastias duraram mais de duas gerações, as de Onri e de Jeú. Não estando sob o pacto davídico do reino, nenhum dos reis do reino setentrional se sentava no “trono do reinado de Jeová”, como sendo o ungido de Jeová.
REIS GENTIOS E REIS SUBORDINADOS
Os reis babilônios eram oficialmente consagrados como monarcas sobre todo o Império Babilônico por agarrarem a mão da imagem de ouro de Bel-Marduque. Ciro, o Grande, fez isto, de modo a assumir o controle do Império Babilônico sem ter de conquistar todo o império pela ação militar.
Outros reis alcançaram o trono por meio da nomeação de um rei superior, tal como aquele que conquistava o território envolvido. Era um costume freqüente os reis governarem os domínios conquistados através de reis nativos tributários de menor categoria. Por meio deste processo, Herodes, o Grande, tornou-se rei tributário de Roma sobre a Judéia (Mat. 2:1), Herodes Ântipas tornou-se rei sobre a Galiléia e a Peréia (Mat. 14:1), Herodes Agripa I sobre territórios na área da Palestina (Atos 12:1), e Aretas, o rei dos nabateus, foi confirmado por Roma em seu reino tributário. — 2 Cor. 11:32.
Os reis não-israelitas eram menos acessíveis a seus súditos do que aqueles que governavam o povo de Deus. Os reis israelitas evidentemente se misturavam de forma bem livre com seu povo. Os reis gentios eram, amiúde, bem distantes. Penetrar na corte interna do rei persa sem a sua permissão expressa automaticamente tornava tal pessoa passível de morte, a menos que o rei lhe concedesse sua permissão específica por estender-lhe o cetro, como foi feito no caso de Ester. (Ester 4:11, 16) O imperador romano, contudo, estava disponível para a audiência dum recurso apresentado por um cidadão romano, com relação a uma decisão feita por um juiz de menor alçada, mas somente depois de um processo tramitar por muitos oficiais de menor graduação. — Atos 25:11, 12.
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REINO
No emprego bíblico, o termo “reino” pode referir-se a aspectos específicos dum governo real. Pode referir-se ao domínio ou área geográfica sobre a qual se exerce a soberania. O domínio real abrangia assim, não só a capital, mas o inteiro domínio, abarcando quaisquer reinos subordinados ou tributários. — 1 Reis 4:21; Ester 3:6, 8.
“Reino” pode referir-se, de forma geral, a qualquer ou a todos os governos humanos, quer sejam realmente dirigidos, quer não, por um rei. — Esd. 1:2; Mat. 4:8.
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