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ÁguiaAjuda ao Entendimento da Bíblia
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Os cientistas modernos ficam admirados com “o caminho da águia nos céus”, como o fez o escritor de Provérbios 30:19. No número de abril de 1962 da revista Scientific American, Clarence D. Cone Jr. relata a maneira em que a observação do majestoso vôo ascendente, e quase sem esforço das águias, gaviões e abutres “tem ajudado a abrir o caminho para a descoberta dum mecanismo fundamental da meteorologia”. (P. 131) Mostra então o modo como tais grandes aves utilizam plenamente a energia dinâmica das grandes “bolhas” de ar aquecido que flutuam do solo para o alto, devido ao calor do sol, e que são conhecidas como correntes termais, bem como demonstra o modo como as pontas “fendidas” das asas da águia, e de aves similares que realizam o vôo ascendente, são projetadas tão aerodinamicamente de modo a eliminar a “resistência” do ar sobre a asa.
USO FIGURADO
Esta poderosa ave de rapina era um símbolo freqüentemente usado pelos profetas a fim de representar as forças bélicas das nações inimigas em seus ataques súbitos, e não raro, inesperados. (Deut. 28:49-51; Jer. 48:40; 49:22; Osé. 8:1) Tanto os regentes babilônicos como os egípcios foram caracterizados como águias (Eze. 17:3, 7; Dan. 7:3, 4), e é notável que a figura da águia era usada regularmente em cetros, insígnias e estelas reais de muitas nações antigas, inclusive a Assíria, a Pérsia e Roma, assim como tem sido usada nos tempos modernos pela Alemanha, Estados Unidos e outras.
Há alguns que questionam o uso da palavra “águias” em Mateus 24:28 e Lucas 17:37, sustentando que os textos têm de referir-se antes aos abutres, que se juntam em torno dum cadáver. No entanto, embora a águia não seja primariamente necrófaga, como o abutre, às vezes ela se alimenta de tais cadáveres. (Palestine Exploration Quarterly, abril de 1955, p. 9) Assim também a águia, embora seja usualmente uma caçadora solitária, diferente do gregário abutre, ocasionalmente caça em pares, segunda se sabe, e o livro The Animal Kingdom (O Reino Animal, 1954, Frederick Drimmer, Mestre em Artes, editor-chefe, Vol. II, p. 965) relata um caso em que “diversas delas lançaram um ataque em massa contra uma antilocapra”.
Outro texto que muitos peritos consideram como aplicando-se ao abutre, ao invés de à águia, é Miquéias 1:16, que fala de Israel figurada- mente ‘alargar sua calvície como a da águia’. A cabeça da águia possui muitas penas, mesmo a águia-de-cabeça-branca ou águia-calva, da América do Norte, só sendo assim chamada por causa de as penas brancas de sua cabeça lhe darem a aparência de careca, vista à distância. O grifo ou abutre-fusco, comum à Palestina, possui apenas certa penugem branca, macia, na cabeça, e seu pescoço só tem penas esparsas. Caso o texto se aplique a ele, isto indicaria que a palavra nésher possui uma aplicação mais ampla do que apenas à águia. Pode-se notar que o grifo ou abutre-fusco, embora não seja classificado pelos ornitólogos como sendo da mesma “espécie” ou “gênero” que a águia, é contado como sendo da mesma família (Accipitridae ou acipitrídeos). Alguns, contudo, crêem que Miquéias 1:16 se refere à muda de penas que a águia sofre, embora se diga que este é um processo bem gradual e um tanto inconspícuo. Este processo de muda, trazendo certa redução da atividade e da força, e sendo seguido por uma renovação da vida normal, pode bem ser o que o salmista tinha presente ao dizer que a juventude da pessoa ‘se renovava como a duma águia’. (Sal. 103:5) Outros vêem nisto uma referência à vida relativamente longa da águia, sabendo-se de algumas que atingiram os oitenta anos.
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AguilhadaAjuda ao Entendimento da Bíblia
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AGUILHADA
Implemento agrícola que consiste em uma vara de aproximadamente 2,5 m de comprimento, usada mormente para tanger e guiar touros e bois quando se ara. Uma ponta da vara possui um ferrão metálico pontiagudo para aguilhoar o animal, e ampla lâmina semelhante a uma talhadeira, afixada na outra ponta, é usada para retirar lama e barro do arado ou para remover dele raízes e espinhos.
Uma “aguilhada de gado” foi usada por Sangar para matar 600 filisteus. O registro bíblico menciona que, quando os filisteus exerciam o domínio sobre os israelitas, durante o reinado de Saul, não se permitiu que os israelitas tivessem ferreiros; assim, os israelitas eram obrigados a dirigir-se aos filisteus para mandar afiar seus implementos agrícolas, e para afixar suas aguilhadas (aparentemente os ferrões metálicos). — Juí. 3:31; 1 Sam. 13:19-21.
A aguilhada é comparada às palavras do sábio, palavras que movem o ouvinte a prosseguir agindo em harmonia com a sabedoria ouvida. (Ecl. 12:11) A expressão figurada ‘dar pontapés (ou recalcitrar) contra as aguilhadas’ emana da ação de um touro teimoso que resiste às picadas do aguilhão por dar coices contra ele, resultando em ferimentos para si mesmo. A expressão, portanto, indica resistência ou rebelião
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