O Desafio das “Boas Novas”
1. Quais são as melhores novas que se poderia ouvir hoje e por quê?
TODO o mundo gosta de ouvir boas novas. Quão contente fica o marido ao ouvir que a esposa deu à luz sem contratempo ao seu primeiro filho! Quão contentes ficamos, vendo que bons amigos ou que mui amados membros da família, talvez a mãe ou o pai, nos visitarão em breve! Quão contente fica o fazendeiro quando ouve boas novas referente à roça, de que a sementeira começa a brotar! Quão contente fica o homem que, depois de procurar por muitos meses, finalmente arranja um emprego! Mais uma vez terá, então, o dinheiro para suprir as necessidades da vida para si, para sua esposa e filhos. Sim, há muitas coisas que podem ser boas novas para nós, mas de todas as notícias que são boas nenhuma poderia ser melhor do que as “boas novas do reino [de Deus]”, visto que elas têm a esperança de bênçãos de vida e paz eternas para toda a humanidade obediente, num novo mundo. — Mat. 24:14.
2. O que geralmente acompanha o ouvir as boas novas? Ilustre.
2 Mas note que junto com as boas novas muitas vezes vem responsabilidade. Elas apresentam um desafio. Este convoca o recebedor das boas novas a agir, a fazer algo que mostre a sua apreciação pelas boas novas, para que se beneficie cabalmente. A chegada do primogênito é boas novas para o marido e para a mulher, mas, mediante este milagre, eles se tornam pai e mãe. Isto os obriga a ajustar a vida à nova situação e a arcar com a responsabilidade da paternidade. A vinda de convidados significa trabalho para a dona de casa, embora seja trabalho alegre o prover a necessária hospitalidade. O aparecimento das novas plantas na roça do fazendeiro é-lhe um desafio. Requer-lhe o tempo e o cuidado — espantar os passarinhos que possam atacar os brotos novos, capinar as ervas daninhas e regar as novas plantas. Representa trabalho árduo cuidar ele das novas plantas até que cresçam à madureza e, com bom êxito, cheguem à colheita. As boas novas de que conseguiu emprego trazem com elas responsabilidade para, o homem desempregado. Ele tem então um contrato de trabalho ao qual tem de ser leal, para que possa permanecer no trabalho. O seu desafio é: Provar-se-á um bom trabalhador?
3. (a) O que nos dizem as “boas novas” referente ao futuro da terra? (b) Que perguntas fazem atualmente as pessoas sinceras?
3 Assim se dá com as “boas novas do reino”. O ouvir estas boas novas é um desafio — este convoca o ouvinte a fazer alguma coisa que demonstre que ele as aprecia. E que boas novas são? O reino de Deus por Cristo Jesus que destruirá este sistema iníquo de coisas; para acabar com o ódio e a guerra, com a doença e a morte; para restaurar a terra a um paraíso habitado em paz e felicidade por homens e mulheres perfeitos e sadios, e para trazer isto num futuro bem próximo, dentro desta geração. (Vejam-se Daniel 2:44; Salmo 37:10, 11; 46:9; Isaías 9:6, 7; Apocalipse 21:3, 4; Mateus 24:3-14, 32-34.) Sem dúvida o leitor já está um tanto familiarizado com estas boas novas. O fato de estar lendo estas páginas indica o seu interesse nas “boas novas” e pelo propósito de Deus mediante o seu reino. Sem dúvida, é o seu desejo viver sob o melhor dos reinos e desfrutar eternamente as suas bênçãos. Sendo este o seu desejo sincero, então é natural que pergunte: “O que se requererá de mim? Se eu aceitar as boas novas do reino de Deus, como influirão elas agora em minha vida?”
4. Que espécie de procedimento se requer agora dos que desejam ganhar vida sob o reino de Deus e por que isto significa uma mudança?
4 Todos nós podemos concordar que as palavras do apóstolo Paulo em Efésios 5:16 são verdadeiras em nossos dias: “Os dias são maus.” (ALA) Sim, certamente vivemos nos dias mais ímpios do mundo; um mundo de injustiça em que os pensamentos e as ações dos homens são maus. O procedimento dos homens e das nações não glorifica a Deus e não é digno do seu reino. Fomos criados neste mundo, entre suas tradições e costumes, muitos dos quais são contrários aos princípios justos de Deus, e estamos em companhia de pessoas cujo procedimento está longe do padrão que encontramos na Bíblia, a Palavra de Deus. Tudo isto tem seu efeito sobre nós e nosso modo de viver. Também, tendo crescido num mundo dividido, temos advogado diversas lealdades — lealdade à família, à tribo, à raça e à nação — resultando muitas vezes em divisão, ódio, suspeita e falso orgulho, um sentimento de superioridade sobre outros. Mas quando lemos referente ao reino de Deus na Bíblia, descobrimos outra lealdade que se requer dos que ganharão a vida eterna. Trata-se da lealdade a Jeová, o Supremo Dominador do universo, e lealdade ao seu reino sob Cristo Jesus, e descobrimos um novo modo de viver em obediência ao domínio deste reino. Isto requer um proceder diferente do mundo. Requer que se comporte “dum modo digno das boas novas”. — Fil. 1:27.
5. O que significa aceitarmos as “boas novas do reino”?
5 É importante apreciar que são “boas novas” referentes a um reino, o reino de Deus. Um reino é um governo, e, portanto, domina ou governa os que são seus súditos. Assim como os outros governos têm leis para governar seus súditos, assim também o reino de Deus tem leis ou normas para governar o procedimento dos seus súditos. Portanto, a aceitação das “boas novas” significa realmente aceitar a responsabilidade de ser súdito do reino celestial de Deus, de lhe estar submisso e de aceitar humildemente e obedecer aos mandamentos do Dominador Soberano do universo; Jeová Deus. É só assim que podemos ser “considerados dignos do reino de Deus”. — 2 Tes. 1:5; ALA.
6. Por que é isto uma questão mui urgente hoje em dia?
6 É uma questão que requer atenção urgente da parte de todas as pessoas que, vivem na terra. As “boas novas do reino” estão agora sendo pregadas em todo o mundo, — não se pode negar. Isto se dá porque estamos vivendo nos “últimos dias” do presente mundo e o tempo de julgamento final para todos os que vivem na terra está próximo. O que decidirá entre a vida e morte para o leitor é como dá ouvido às “boas novas” e se estiver disposto a obedecer-lhes, harmonizando a sua vida com elas. Em breve Cristo Jesus, o Rei do reino de Deus, junto com os seus santos anjos, tomará “vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus”. — 2 Tes. 1:7-10, ALA.
AS BOAS NOVAS DECLARADAS A ISRAEL
7. Que boas novas foram declaradas à nação de Israel quando estava no Egito?
7 Os israelitas, descendentes de Jacó ou Israel, filho de Isaque, filho de Abraão, residiram por muitos anos na terra do Egito. Ali se tornaram numerosos. Ali, na terra dos Faraós, vieram a ser odiados e perseguidos. Foram reduzidos a um povo escravizado e sofreram muita opressão. Mas no meio de sua aflição vieram-lhes boas novas! É por isso que muitos anos mais tarde se falou deles como um povo “a quem se declarou primeiro as boas novas”. (Heb. 4:6) Jeová Deus, mediante Moisés, seu porta-voz, dirigiu a seguinte mensagem eletrizante aos israelitas: “Far-vos-ei subir da aflição do Egito para a terra do cananeu . . . para uma terra que mana leite e mel.” (Êxo. 3:17, ALA) Que mensagem confortadora! E com que alegria ouviram-na os israelitas! Que alegria também, quando viram mais tarde a miraculosa libertação que Jeová lhes preparou, ao passo que, em favor deles, demonstrava a sua força toda-poderosa mediante as dez pragas e mediante destruir finalmente os egípcios no Mar Vermelho, ao passo que os israelitas, sob o comando de Moisés, andaram em segurança pela terra seca! (Êxodo, capítulos 7 a 15) Quando ainda estava no Egito Moisés recebeu o mandamento adicional de declarar o seguinte ao povo: “Portanto dize aos filhos de Israel: Eu sou o SENHOR [Jeová], e vos tirarei de debaixo das cargas do Egito, vos livrarei da sua servidão e vos resgatarei com braço estendido e com grandes manifestações de julgamento. Tomar-vos-ei por meu povo, e serei vosso Deus; e sabereis que eu sou o SENHOR [Jeová] vosso Deus, que vos tiro de debaixo das cargas do Egito.” (Êxo. 6:6, 7, ALA) Eis a promessa bendita de os israelitas ser postos numa relação especial com Jeová, como seu povo, e isto mui certamente lhes requereria se comportar de modo digno deste grande privilégio.
8. (a) Como demonstrariam os israelitas apreciação pelas boas novas que lhes foram declaradas? (b) Que qualidade demonstrou a nação que resultou na sua libertação do Egito?
8 A apreciação por estas boas novas e pelo privilegio de ter Jeová como Deus deles fez sem dúvida a nação de Israel estar ansiosa e disposta a fazer obedientemente tudo o que Jeová lhe ordenou. A oportunidade de se demonstrar tal obediência veio logo, quando, mediante Moisés, Jeová ordenou o povo a celebrar a Páscoa, quando ainda estava no Egito. Cada família devia reunir-se no seu próprio lar na noite de 14 de nisam (calendário judaico). Deviam matar um cordeiro e espargir seu sangue nas ombreiras da porta. (Êxo. 12:1-23) Depois de receberem as instruções de Moisés, os filhos de Israel “fizeram isso: Como o SENHOR [Jeová] ordenara a Moisés e a Arão, assim fizeram”. (Êxo. 12:28, ALA) A obediência dos israelitas nesta ocasião resultou em que se “passaram” por alto as suas casas, quando o anjo de Jeová feriu todos os primogênitos egípcios. “Naquele mesmo dia tirou o SENHOR [Jeová] os filhos de Israel do Egito, segundo as suas turmas.” — Êxo. 12:51, ALA.
9. (a) O que disse Jeová que se tornaria a nação de Israel? (b) O que isto requereu deles?
9 No terceiro mês, depois de saírem do Egito, os israelitas foram ao Monte Sinai e, ali, outra vez, mediante Moisés como seu porta-voz, Jeová tornou-lhes clara a nova relação em que entrariam como seu povo. “E Moisés subiu ao verdadeiro Deus, e Jeová o chamou do monte, dizendo: ‘Eis o que dirás à casa de Jacó e dirás aos filhos de Israel: “‘Vós mesmos tendes visto o que fiz aos egípcios, para que eu vos carregasse sobre asas de águias e vos chegasse a mim. E agora, se obedecerdes estritamente à minha voz e guardardes realmente meu pacto, então vos tornareis certamente a minha propriedade especial dentre todos os outros ovos, porque toda a terra me pertence. E vós mesmos vos tornareis para mim reino de sacerdotes e nação santa.” Estas são as palavras que deves dizer aos filhos de Israel: Assim, veio Moisés e convocou os homens mais idosos do povo e expôs-lhes todas estas palavras que Jeová lhe ordenara. Depois disso, todo o povo respondeu unanimemente e disse: ‘Tudo o que Jeová tem falado estamos dispostos a fazer.’” — Êxo. 19:3-8.
10. Até que ponto criou Jeová leis que governavam o seu povo?
10 A nação de Israel era extraordinária. A nação inteira, cada homem, mulher e criança, estava sob o arranjo do pacto, geralmente chamado de pacto da lei, tornando-se literalmente por ele uma nação separada ou um povo para Jeová. Deveras, Jeová era Rei deles e exercia o direito de fazer leis que lhes governava a vida de súditos, cobrindo todos os aspectos da vida. As leis dadas por intermédio de Moisés relacionavam-se com adorar eles a Deus, com fazer ofertas e sacrifícios; havia leis concernentes ao comer, concernentes à pureza espiritual e física, concernentes ao comportamento moral; deram-se leis quanto à relação correta no matrimônio, quanto aos deveres de maridos e mulheres, de pais e filhos; havia leis e princípios que orientavam as relações de um para com o outro como próximos, frisando a necessidade de honestidade e justiça, bem como de misericórdia e amor nos tratos de uns com os outros.
11. Que lei referente ao sangue deu Deus a Israel e em que mandamento anterior se baseava esta lei?
11 Algumas destas leis apenas ampliaram princípios ou leis que já tinham sido dados anteriormente e que eram, e ainda são, obrigatórios aos homens descendentes de Adão e Noé. Por exemplo, leis concernentes à santidade do sangue dadas a Israel baseavam-se no mandamento divino que Deus deu a Noé, após o dilúvio, em Gênesis, capítulo 9 (ALA). “Tudo o que se move, e vive, ser-vos-á para alimento; como vos dei a erva verde, tudo vos dou agora. Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis. Certamente requererei o vosso sangue, o sangue da vossa vida; de todo animal o requererei, como também da mão do homem, sim, da mão do próximo de cada um requererei a vida do homem. Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem.” (Gên. 9:3-6, ALA) O motivo de se demonstrar tal respeito no uso de sangue é que o sangue representa a vida ou alma; e visto que a vida é uma dádiva de Deus, ele tem o direito de requerer do homem o respeito pela vida dos outros homens e mulheres e também dos animais. Embora se permitisse ao homem que matasse animais para alimentação, não deveria haver uma matança extravagante de animais por esporte. Por conseguinte, na lei que Deus deu aos israelitas, ele frisou o respeito pela vida, inclusive o respeito pelo sangue, que representa a vida. Ordenou Jeová: “Quanto a qualquer homem da casa de Israel ou a algum residente temporário que estiver residindo por um tempo no vosso meio, que comer qualquer espécie de sangue, eu certamente porei o meu rosto contra a alma que comer o sangue e devoras a cortarei dentre o seu povo. Pois a alma da carne está no sangue, e eu mesmo o tenho posto por vós sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas, porque é o sangue que faz expiação pela alma nele. É por isso que eu disse aos filhos de Israel: ‘Nenhuma alma de vós deve comer sangue e nenhum residente temporário que resida por um tempo no meio de vós deve comer sangue: Quanto a qualquer homem dos filhos de Israel ou a algum residente temporário que estiver residindo como estrangeiro em vosso meio que, ao caçar, apanhar um animal selvagem ou uma ave que se possa comer, neste caso, ele tem de derramar o sangue dele e tem de cobri-lo com pó. Pois a alma de toda sorte de carne é o seu sangue pela alma nele. Conseqüentemente, eu disse aos filhos de Israel: ‘Não comereis o sangue de qualquer sorte de carne, porque a alma de toda sorte de carne é o seu sangue. Todo aquele que o comer será extirpado.’” No sexto dos Dez Mandamentos a santidade da vida foi novamente enfatizada nas seguintes palavras: “Não assassinarás.” — Sal. 17:10-14; Êxo. 20:13.
12. O que foi estabelecido nos Dez Mandamentos que Jeová escreveu em tábuas de pedra?
12 Os Dez Mandamentos estabeleceram dez leis básicas ou normas que governavam os israelitas. Foram escritas pelo próprio Deus, pelo poder do espírito santo, em duas tábuas de pedra e dadas a Moisés no Monte Sinai. Ocuparam apropriadamente lugar de destaque no código de leis dado a Israel, embora permanecessem parte dele. Estabeleceram leis básicas ou princípios, normas de conduta que governavam primeiramente a relação dos israelitas para com Deus e, depois, a relação deles na unidade familiar e entre si. Os primeiros quatro frisaram a necessidade de adorarem de todo o coração e exclusivamente a Jeová como Deus e de obedecerem aos seus mandamentos. O quinto mostrou a necessidade de unidade familiar, de os filhos respeitarem o pai e a mãe; e os cinco restantes se relacionavam com os tratos entre seus semelhantes: não assassinarás, não cometerás adultério, não furtarás, não testificarás falsamente contra teu próximo, não cobiçarás, isto é, não desejarás erroneamente algo que pertence a outrem. — Êxo. 20:1-17.
A NAÇÃO DE ISRAEL PROVEU EXEMPLOS ADMOESTADORES
13, 14. (a) O que resultaria a Israel pela obediência às leis de Deus? (b) Que bênçãos lhes sobrevieram e por que não duraram?
13 A obediência às leis de Jeová traria bênçãos indizíveis aos israelitas. Os seus mandamentos os guiariam a um comportamento sadio que promoveria unidade, boa saúde e felicidade à nação.. Mas, o mais importante de tudo, eles os dirigiriam na adoração correta, no proceder correto que agradaria a Jeová, o Deus deles, e lhes asseguraria o seu favor. A obediência deles os protegeria contra a falsa religião e contra práticas imorais, que os conduziriam ao pecado e à rebelião, e, eventualmente, à rejeição da parte de Deus.
14 Fiel à sua promessa, Deus os conduziu à terra que manava leite e mel. (Êxo. 3:8; Núm. 13:27) Depois de muitas experiências a nação estabeleceu-se na Terra Prometida, em Canaã ou Palestina, e relata-se que no reinado de Salomão havia “paz por todo o derredor. Judá e Israel habitavam confiados, cada um debaixo da sua videira, e debaixo da sua figueira, desde Dã até Berseba, todos os dias de Salomão”. (1 Reis 4:24, 25, ALA) Todavia, as bênçãos não duraram. Várias vezes a desobediência às leis de Deus colheu finalmente a sua recompensa apropriada — serem rejeitados como povo de Deus. Em vez de bênçãos, vieram sobre a nação as maldições que Deus tinha predito para tal desobediência.
15. (a) Sobre que dois mandamentos básicos se baseava a relação de Israel para com Jeová? (b) Por que nenhuma forma hipócrita de adoração enganaria a Jeová?
15 Embora o pacto da lei tivesse os Dez Mandamentos por base, a relação da nação para com Deus baseava-se realmente em dois princípios fundamentais — amor a Deus e amor ao próximo. (Deu. 6:5-9; Lev. 19:18) A fidelidade a estes dois princípios era mui essencial para se permanecer no favor de Deus. Fraqueza ou falha momentânea devida à imperfeição humana, embora trouxesse repreensão e censura, ainda podia ser perdoada, mas quando a nação perdeu seu amor a Deus e não mais o servia de todo o coração, isto só podia conduzi-la ao desastre. (1 Crô. 28:9; Pro. 4:23) Nenhuma forma hipócrita de adoração o podia enganar, pois Jeová é um Deus que ‘vê o coração’ e que ‘esquadrinha o coração’ dos homens. O coração de grande parte do povo de Israel desviou-se do amor a mo e ao próximo para o amor de apenas eles mesmos, e Jeová discerniu isto. Ele podia ver a prática de atos iníquos, primeiramente às ocultas e depois abertamente, à luz do dia, ao passo que o coração do povo se endurecia na má conduta. — 1 Sam. 16:7; Jer. 17:10.
16. (a) Como veio a calamidade sobre aquela nação? (b) Como explicou o profeta Jeremias a causa disto?
16 Os israelitas entraram na Terra Prometida em 1473 A. C. e a terra foi finalmente subjugada nos dias do Rei Davi, cujo reinado de quarenta anos terminou em 1037 A. C. Quarenta anos mais tarde a nação foi dividida em duas por causa de ciúmes e rivalidades, de modo que, depois da morte do Rei Salomão, em 997 A. C., a nação original de Israel foi dividida em dois reinos, o reino das dez tribos de Israel ao norte, com a capital em Samaria, e o reino das duas tribos de Judá ao sul, com a capital em Jerusalém. O reino setentrional das dez tribos foi destruído pelos assírios em 740 A. C. e então; em 607 A. C., o reino de Judá foi destruído pelos babilônios. Não muito antes do fim do reino de Judá, Jeremias disse-lhes as seguintes palavras: “Porque deveras adverti a vossos pais no dia em que os tirei da terra do Egito, até ao dia de hoje, testemunhando desde cedo cada dia, dizendo: Dai ouvidos à minha voz. Mas não atenderam nem inclinaram os seus ouvidos, antes andaram cada um segundo a dureza do seu coração maligno; pelo que fiz cair sobre eles todas as ameaças desta aliança, a qual lhes ordenei que cumprissem, mas não cumpriram. Disse-me ainda o SENHOR [Jeová]: Uma conspiração se achou entre os homens de Judá, entre os habitantes de Jerusalém. Tornaram às maldades de seus primeiros pais, que recusaram ouvir as minhas palavras; andaram eles após .outros deuses para os servir; a casa de Israel e a casa de Judá violaram a minha aliança que eu fizera com seus pais. Portanto assim diz o SENHOR [Jeová]: Eis que trarei mal sobre eles, de que não poderão escapar; clamarão a mim, porém não os ouvirei.” — Jer. 11:7-11, ALA. Compare-se com Deuteronômio 6:12-15 e 28:15, 45-47.
17. Que restauração temporária receberam os israelitas?
17 Jeová, na sua grande misericórdia e em cumprimento da sua promessa e propósito, restaurou um restante da nação, trazendo-os de Babilônia de volta à Terra Prometida, depois de um período de setenta anos de desolação. Mais uma vez as boas novas desta libertação chegaram ao povo de Israel, quando estava em condição cativa. O restante do Israel natural voltou a Palestina para que a adoração de Jeová pudesse ser restaurada ali, embora não fossem restaurados como nação independente, como reino separado.
18. Provou-se a nação de Israel ‘digna das novas’ que lhe foram proclamadas?
18 Provou-se a nação de Israel por fim ‘digna das boas novas’ que lhe tinham sido pregadas por Moisés no Egito? Cumpriram a promessa que os pais deles fizeram de cumprir tudo o que Jeová lhes ordenara e de ser realmente o seu povo, fazendo a vontade Dele? O Registro inspirado responde Não! A completa indignidade deles como nação foi claramente vista na atitude que demonstraram para com Jesus, o Messias prometido, a quem rejeitaram e fizeram que fosse pendurado numa estaca. Pouco antes de sua morte Jesus pronunciou julgamento sobre a nação, quando disse: “Jerusalém, Jerusalém! que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que que a vossa casa vos ficará deserta.” — Mat. 23:37, 38; Luc. 23:18-25; Atos 2:23, ALA.
19 (a) Que grande privilégio desfrutaram os israelitas quando eram fiéis? (b) Quando Deus rejeitou finalmente aquela nação, significou isto o fim dos tratos de Deus coma humanidade?
19 Os israelitas tinham desfrutado o alto privilégio de ser uma nação de testemunhas de Jeová. (Isa. 43:10-12) Não que eles tivessem recebido o mandamento de pregar referente a Jeová a todas as outras nações da terra; mas eles tinham sido separados para servir e adorar exclusivamente a Jeová. Mediante as obras maravilhosas que Jeová fez a favor deles e mediante a prática da verdadeira adoração quando eram fiéis, Jeová fez um grande nome para si mesmo. Mas eles só podiam continuar como suas testemunhas se se apegassem à verdadeira adoração e se honrassem o pacto feito com eles, obedecendo aos mandamentos divinos. Isto falharam de fazer. Por isso Jeová extirpou o Israel natural. O arranjo do pacto da lei feito com eles terminou, sendo cumprido em Jesus, e a sua lei cravada na estaca de tortura. (Col. 2:14) Mas isto não acabou com todos os tratos de Deus com os homens. Pois, com Cristo Jesus como Mediador, um novo sistema de pacto foi inaugurado, não com o Israel natural, mas com a nação que produz os frutos corretos, cujo procedimento seria digno de um reino celestial de Deus com Cristo como Rei. — Heb. 8:6; Mat. 21:43.