Jeová faz abundar a plena força
“Os que esperam em Jeová recuperarão o poder. Subirão com asas como águias. Correrão e não se cansarão; andarão e não se fadigarão.” — Isaías 40:31.
1. Que drama se considera aqui, e onde se acha registrado com precisão?
Entre os muitos dramas poderosos registrados na Palavra de Jeová se encontra o relativo a Sansão. Com o passar das eras, os emocionantes eventos da vida cheia de ação de Sansão têm cativado a atenção de jovens e idosos. O caso de Sansão e Dalila se tornou um dos grandes “romances” da História, e tem sido contado e recontado em forma de música e de peças teatrais, com variada exatidão. Não obstante, é no livro bíblico de Juízes, capítulos 13 a 16, que lemos em fiel pormenor a história da vida real do homem mais forte da história humana. E, ao lermos este relato emocionante, podemos perguntar a nós mesmos: Qual foi a fonte da grande força de Sansão? Como podemos tirar proveito, atualmente, desta história da vida real?
2. Por que foi escrito o drama, e que lição transmite?
2 Falando de eventos históricos no antigo Israel, Romanos 15:4 nos assegura: “Porque todas as coisas escritas outrora foram escritas para a nossa instrução, para que, por intermédio da nossa perseverança e por intermédio do consolo das Escrituras, tivéssemos esperança.” E tendo esperança em Deus, compreenderemos, como o fez Sansão, que o segredo da verdadeira força se encontra somente em Jeová: “Ao cansado ele dá poder; e ao que não tem energia dinâmica faz abundar a plena forca.” — Isa. 40:29.
DEVOÇÃO EXCLUSIVA
3. Como são apropriados os significados do nome de Sansão?
3 O nome Sansão é geralmente traduzido como significando “Ensolarado; Semelhante ao sol; Homem do sol”, mas outros lhe atribuem o significado de “Desolador; Destruidor”. Ambos os significados são muitíssimo apropriados. Durante o juizado de vinte anos de Sansão em Israel, provavelmente pouco antes do início do reinado de Saul em 1117 A. E. C., ele mostrou devoção exclusiva a Jeová, tanto como um salvador “semelhante ao sol” em Israel como devastador desolador dos filisteus opressores. (Juí. 13:5; 16:30) A sua obra era irênica, no sentido de que trouxe revigorante libertação a Israel, e polêmica, em sua execução dos juízos de Deus contra seus inimigos.
4. Que norma pode ser observada no ministério terrestre de Jesus?
4 Esta norma duma obra irênica e polêmica pode ser também observada no ministério devotado de Jesus Cristo, enquanto estava na terra. Aos mansos, Jesus declarou: “Vinde a mim, todos os que estais labutando e que estais sobrecarregados, e eu vos reanimarei.” E realmente fez isto! Mas, aos iníquos opressores religiosos do povo, bradou: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque vos assemelhais a sepulcros caiados, que por fora, deveras, parecem belos, mas que por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda sorte de impureza. Do mesmo modo, vós também, deveras, pareceis por fora justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e do que é contra a lei. . . . Serpentes, descendência de víboras, como haveis de fugir do julgamento da Geena?” — Mat. 11:28; 23:27-33.
5. Que grupo organizou Jesus na terra, e com que fim?
5 O Senhor Jesus Cristo deu início a uma poderosa obra de testemunho do Reino. Para este mesmo fim, organizou a congregação cristã na terra como um “escravo fiel e discreto”, composto de testemunhas devotadas e ungidas, e serve até estes dias como o designado do Mestre para dar a “seus domésticos . . . o seu alimento [espiritual] no tempo apropriado”. (Mat. 24:45) Esta organização “escrava” de cristãos verdadeiros e devotados, especialmente o restante dela nos tempos modernos, foi bem representada pelo Sansão da antiguidade. Como assim?
6, 7. (a) Que instrução deu Jeová à mãe de Sansão, e o que envolvia isto? (b) Que exigência similar impôs Jeová aos cristãos verdadeiros, e em que ambiente cresceram estes?
6 Jeová instruiu a mãe de Sansão, muito antes desta gravidez divinamente arranjada, que a criança que nasceria deveria ser devotada como nazireu desde o nascimento, e “até o dia de sua morte”. (Juí. 13:2-7) Isto exigia que Sansão praticasse a abstinência, que usasse cabelos compridos e que se refreasse de se contaminar por tocar num cadáver. (Núm. 6:1-21) Semelhantemente, quando a “mulher” de Jeová, há muito tempo estéril — sua organização celeste e universal — por fim deu à luz filhos espirituais, exigiu-se desta classe “escrava” a devoção exclusiva.
7 O Mestre, Jesus Cristo, declarou que na “terminação do sistema de coisas” designaria este “escravo” devotado a cuidar de “todos os seus bens”, seus interesses do Reino na terra. (Mat. 24:47) Mas, falou também duma organização falsificada de cristãos apóstatas — “joio” — semeada pelo Diabo, e disse que tentaria sufocar os cristãos verdadeiros, idênticos ao trigo. Vê-se que foi exatamente isto que surgiu com a criação dos sistemas religiosos católico e protestante da cristandade, os quais substituíram os ensinos bíblicos de Cristo pelas filosofias pagãs da antiga Babilônia, Grécia e Roma. Este sistema tem invadido o domínio da adoração pura de Deus, da mesma forma que os filisteus invadiram o domínio do povo de Deus nos dias de Sansão. — Mat. 13:24-30.
8. O que é representado por estar com Sansão o espírito de Jeová?
8 Mas, os cristãos do tipo “trigo” da classe do “escravo fiel e discreto” também cresciam no decorrer dos séculos. Estes eram como o jovem Sansão, a respeito de quem o registro diz: “Jeová continuou a abençoá-lo.” Então, quando Sansão se tornou adulto, “o espírito de Jeová começou a impeli-lo”. (Juí. 13:24, 25) Similarmente, nos tempos modernos, Jeová começou a reunir e organizar os cristãos do tipo “trigo” sob seu Mestre, Cristo Jesus, como o “escravo fiel e discreto” para que sua vontade fosse feita na terra no “tempo do fim”. Depois de provar estes cristãos quanto à sua lealdade à verdade bíblica fundamental, colocou Seu espírito sobre eles, impelindo-os a fazer uma obra de testemunho que envolve uma contenda espiritual idêntica à de Sansão contra a organização perversa, idêntica aos filisteus, dos cristãos falsos.
9. Que tempo se aproximava, e o que estava à frente para a classe de “Sansão”?
9 Aproximava-se rapidamente o tempo em que o “Filho do homem”, Jesus Cristo, ajuntaria todos os anárquicos, lançando-os fora de seu reino, para a destruição deles, e quando os justos viriam a ‘brilhar tão claramente como o sol, no reino de seu Pai’. (Mat. 13:36-43) Em preparação para isto, a classe de “Sansão” tinha um trabalho a fazer!
“CONTRA OS FILISTEUS”
10. (a) Por que mostrou Sansão interesse na mulher timnita? (b) Como foi que isto teve o seu cumprimento moderno?
10 As primeiras façanhas de Sansão foram feitas em relação a “certa mulher em Timna, das filhas dos filisteus”. Quando a pediu em casamento, os pais dele corretamente protestaram. O quê! Casar-se com uma cananéia — uma mulher que estava sob a maldição de destruição dada por Deus? Mas, não era realmente o casamento que Sansão tinha presente. Antes, “isso provinha de Jeová, pois procurava uma oportunidade contra os filisteus”. (Juí. 14:1-4; Deu. 7:3, 4) E parece ter vindo “de Jeová” que, nos anos de 1879 a 1919, os cristãos do tipo “trigo” se misturassem livremente nos sistemas eclesiásticos paganistas da cristandade, tendo em vista encontrar e libertar pessoas sinceras engodadas neles. Era semelhante a andar Elias no meio dos adoradores de Baal nos seus dias, a fim de achar oportunidade de vindicar o nome de Jeová. (1 Reis 18:17-40) A Torre de Vigia de 1894, páginas 140-141, advogou que se fizesse isso. E assim como os pais de Sansão finalmente foram com ele a Timna, assim Jeová e seus santos anjos parecem ter dado apoio ao “escravo fiel e discreto” moderno em tal obra de testemunho.
11. O que é representado pelo “leão novo jubado”, e como?
11 O que aconteceu em seguida? “Quando [Sansão] chegou às vinhas de Timna, eis que um leão novo jubado bramiu ao encontrá-lo.” (Juí. 14:5) No simbolismo bíblico, o leão é usado para representar a justiça, bem como a coragem. (Eze. 1:10; Rev. 4:6, 7; 5:5) Aqui o “leão novo” parece representar o protestantismo, que em seus primórdios bradou intrepidamente contra alguns dos abusos perpetrados pelo catolicismo, em nome do Cristianismo. Por exemplo, houve as noventa e cinco teses que Lutero cravou na porta da igreja de Wittenberg em 1517 E. C., descritas por The Encyclopedia Britannicaa como “noventa e cinco golpes de marreta dirigidos contra o abuso eclesiástico mais flagrante da era . . . a venda de indulgências”. Não obstante, o protestantismo deixou de limpar doutrinalmente a casa, continuando a apegar-se a muitos falsos ensinos babilônicos que tinham sido adotados pelo catolicismo no Cristianismo apóstata. Continuou espreitando em vinhas que lhe agradavam, chegando até o território “filisteu”.
12, 13. Que paralelo moderno existe da contenda de Sansão com o leão? Dêem um exemplo.
12 Desde o tempo em que a revista A Torre de Vigia começou a ser publicada, em 1879, o “escravo fiel e discreto” impelido pelo espírito, mostrou-se franco em seu apoio à verdade bíblica. Isto era demais para o clero do protestantismo, que criou suficiente coragem para lançar-se fora de seus “esconderijos” da doutrina falsa e rugir vigorosamente contra as testemunhas de Jeová, até mesmo advogando a queima de suas publicações bíblicas. Mas, em que condição ficou este “leão” protestante? “O espírito de Jeová se tornou operante sobre [Sansão], de modo que o despedaçou em dois, assim como alguém despedaça em dois um cabrito, e não havia nada em sua mão.” (Juí. 14:6) Antes da Primeira Guerra Mundial, o triunfo do “escravo” de Jeová sobre o protestantismo foi igualmente decisivo. Isto se deu pelo espírito de Deus.
13 Um exemplo convincente disto foi a série de debates realizados em 1903 entre o presidente da Torre de Vigia (dos EUA) daquele tempo, C. T. Russell, e certo clérigo de Pittsburgh, o Dr. E. L. Eaton. Em resultado, não só muitos membros da congregação do Dr. Eaton o abandonaram, tornando-se testemunhas de Jeová, mas vários clérigos reconheceram a correção da posição de A Torre de Vigia nas questões fundamentais. Depois do último debate, durante o qual o irmão Russell mostrou claramente que o “tormento eterno” é antibíblico, um de tais clérigos lhe disse: “Estou contente de vê-lo virar a mangueira de água para o inferno e extinguir o fogo.”
14. Como foi revigorado Sansão, e como se cumpriu isto atualmente?
14 A contenda espiritual a favor da verdade e da justiça de Deus sempre tem trazido grande alegria à classe do Sansão moderno. Fazer a vontade de Deus é alimento para eles, e, em especial, sua participação em vindicar o nome de Jeová contra Seus inimigos. (João 4:34) Sansão, ao retornar e passar pelo covil do leão, “voltou-se para olhar a carcaça do leão, e havia ali um enxame de abelhas no cadáver do leão, e mel. Assim, raspou-o nas palmas das mãos e saiu andando, comendo à medida que andava”. (Juí. 14:8, 9) Até o dia de hoje, a classe de Sansão obtém doce sustento à medida que reflete no uso que Jeová faz dela na contenda teocrática, até mesmo ao ponto de expor e matar o “leão” protestante com sua Palavra da verdade. — Efé. 6:17; Sal. 77:11, 12.
15, 16. (a) O que aconteceu em relação com o enigma de Sansão? (b) O que isto prefigurou?
15 Esta mesma ‘doçura’ tornou-se o ponto em foco na primeira prova de força de Sansão com os filisteus. Surgiu por meio de Sansão propor o enigma: “Do comedor saiu algo para se comer, e do forte saiu algo doce.” Incapazes de achar a resposta no tempo prescrito, os filisteus sorrateiramente a obtiveram com ardil por meio da esposa de Sansão. Assim, responderam-lhe corretamente: “O que é mais doce do que o mel, e o que é mais forte do que um leão?” Sansão pagou sua dívida quanto a este enigma da forma que os filisteus mereciam, matando trinta deles e entregando suas vestes aos “contadores do enigma”. — Juí. 14:10-20.
16 Durante os anos 1879-1919, os fanáticos religiosos da cristandade não podiam imaginar o segredo da força do pequeno grupo de devotadas testemunhas de Jeová. Não podiam avaliar a “doçura” que o “escravo” de Deus encontra em fazer Sua vontade, nem podiam entender como Deus faz abundar a plena força mediante seu espírito. A matança e a exposição espirituais dos falsos carolas religiosos continuou. E os clérigos que persistiram em sua oposição a classe de Sansão receberam, por assim dizer, vestes “filistéias” adicionais, identificando-os como aderentes “até o âmago” da religião falsa. A justa ira de “Sansão” “continuou acesa”, atingindo um clímax na publicação, em 1917, do livro polêmico O Mistério Consumado, em inglês.
17. O que representam as proezas adicionais de Sansão?
17 O que dizer das proezas adicionais de Sansão? Houve a sua consecução sobre-humana de capturar trezentos chacais e os enviar com tochas entre as caudas — para queimar o cereal não ceifado, os molhos ceifados, as vinhas e os olivais dos filisteus. Semelhantemente, na atividade anterior à Primeira Guerra Mundial, por parte do “escravo” de Jeová, as supostas provisões “espirituais” das religiões da cristandade foram horrivelmente queimadas. Mostrou-se que eram inúteis, “pegando fogo” e sendo queimadas — devoradas por milhões de ardorosos tratados, folhetos e livros. Dias, de fome, “fome . . . de ouvir as palavras de Jeová”, vieram sobre a cristandade. (Amós 8:11) Na força de Jeová, a classe de Sansão prosseguiu “ferindo” e expondo os falsos carolas religiosos, “empilhando pernas sobre coxas com grande matança”. Era tempo de agressiva contenda espiritual. — Juí. 15:1-8.
18, 19. O que é prefigurado por (a) Sansão se refugiar no penhasco de Etã (b) matar ele os filisteus com a queixada? (c) ser revigorado em En-Hacoré?
18 Ficando sob pressão inimiga, Sansão refugiou-se no penhasco de Etã. Similarmente, a classe hodierna de Sansão acha seu refúgio e consolo em Jeová, ‘a rocha da salvação’. (Sal. 89:26; 144:1, 2) Em Etã, acovardados companheiros israelitas, de Judá, tentaram engodar Sansão e entregá-lo ao inimigo. Mas, quando pensaram que o tinham amarrado, “o espírito de Jeová se tornou operante sobre ele”, de modo que arrebentou suas amarras, e, apossando-se de “uma úmida queixada dum jumento”, abateu a mil filisteus. Por milagre de Jeová, aquela frágil queixada suportou esmagar mil duros crânios filisteus! Nos tempos modernos, Jeová tem semelhantemente sustentado e dado poder a suas testemunhas, à medida que usam mansamente suas queixadas para falar contra os falsos carolas religiosos, e para trazer conforto aos mansos. — Isa. 61:1, 2; 50:4.
19 Precisando de refrigério, Sansão então invocou a Jeová, e Deus fez que brotasse milagrosa fonte de água. Assim, o lugar veio a ser chamado de “En-Hacoré [‘A Fonte do Clamador’], que está em Lei até o dia de hoje”. De forma semelhante, Jeová tem feito provisão abundante e que jamais falha, atualmente, por meio de A Sentinela e outros compêndios bíblicos, bem como pelas reuniões congregacionais, de modo que suas testemunhas, sempre ‘cônscias de sua necessidade espiritual’, possam ser constantemente estimuladas para mais luta teocrática. Fazemos bem em sempre beber a fundo desta provisão. — Juí. 15:9-19; Mat. 5:3, 6; Isa. 41:17, 18.
DE GAZA A HEBROM
20. Que feito realizou Sansão em Gaza, e pelo poder de quem?
20 Certa vez Sansão foi a Gaza, cidade filistéia, e se hospedou durante a noite na casa duma prostituta. Será que fez isso com propósito imoral? Não, pois novamente “procurava uma oportunidade contra os filisteus”. Estes o cercaram então e esperaram no portão da cidade. Gaza era famosa por suas muralhas maciças, um desafio nos anos posteriores para os conquistadores, até mesmo tais como Alexandre Magno. Quão ponderosas devem ter sido as umbreiras do portão! Mas, que estupendo milagre! Sansão “levantou-se à meia-noite e apoderou-se das portas do portão da cidade e das duas umbreiras e as arrancou junto com a tranca e as colocou sobre seus ombros e foi levando-as até o cume do monte que está defronte a Hebrom”. (Juí. 16:1-3) Foram ao todo cerca de sessenta e cinco quilômetros — saindo do território inimigo até um pico em Judá, a terra do louvor de Jeová! Somente o poder sustentador de Jeová podia fortalecer Sansão para um feito tão colossal assim!
21. Como foi que o clero esperou enlaçar o “escravo” de Deus, mas, com o que não contara?
21 Este golpe humilhante no orgulho filisteu tem um paralelo moderno. Desde seu primeiro ano de publicação, em 1879, A Torre de Vigia de Sião,b o periódico oficial do “escravo fiel e discreto”, proclamou coerentemente o ano de 1914 como a data para o fim dos “tempos dos gentios” e o estabelecimento do reino de Deus por Cristo. (Luc. 21:24, Al) ‘Fiquemos na espreita até 1914’, declararam os fanáticos religiosos filisteus, ‘e quando as previsões destes “estudantes da Bíblia” se provarem erradas, nós os enlaçaremos!’ Mas, não contaram com a determinação de Jeová de cumprir as profecias que há muito fizera registrar na sua Palavra. — Isa. 46:9-11.
22. O que aconteceu em 1914, e como foi que certo jornal de Nova Iorque comentou sobre isto?
22 Bem na hora, no outono (hemisfério norte) de 1914, “o reino de nosso Deus” às mãos de seu Cristo começou a dominar nos céus. Como visível evidência disto, “as nações ficaram furiosas” em sua primeira guerra mundial, e outras tristezas que marcavam “a terminação do sistema de coisas” começaram a afligir a humanidade. (Rev. 11:18) Foi exatamente como o espírito de Jeová movera seu “escravo” devotado a avisar de antemão. Destacado jornal de Nova Iorque, EUA, The World reconheceu isto num longo artigo de destaque em seu exemplar de 30 de agosto de 1914, que incluía o seguinte:
O horrível irrompimento da guerra na Europa tem cumprido uma profecia extraordinária. No último quarto de século, por meio de pregadores e pela imprensa, os “Estudantes Internacionais da Bíblia” [testemunhas de Jeová] . . . têm proclamado ao mundo que o Dia da Ira profetizado na Bíblia amanheceria em 1914. “Olhem bem para 1914!” — tem sido o brado de centenas de evangelistas viajantes que, representando este estranho credo, tem subido e descido o país, enunciando a doutrina de que “está próximo o Reino de Deus”. . . . E em 1914 vem a guerra, a guerra que todos temiam, mas que todos achavam que não podia realmente acontecer.
23. Como foi vindicada a classe de Sansão, e com que louvor para Jeová?
23 No poder de Jeová, o “escravo fiel e discreto” assim arrancou o portão do inimigo, semelhante a uma armadilha, com umbreiras e tudo, e o levou para o alto, para a terra do louvor de Jeová. Na verdade, a classe de Sansão foi vindicada em seu apoio à Palavra profética de Jeová, e, até estes dias, Jeová é louvado cada vez mais, à medida que a evidência continua a acumular-se de que seu reino por Cristo foi deveras estabelecido em 1914, e veio para ficar! — Rev. 12:10, 12.
SANSÃO E DALILA
24. O que representava o cabelo comprido de Sansão?
24 Lembre-se de que Sansão era nazireu. Sua força divinamente provida dependia de continuar inabalavelmente devotado a Jeová, e seu cabelo comprido era símbolo disto. Sua força repousava no que tal cabelo não tosquiado representava. Da mesma forma, a força do “escravo” hodierno de Jeová repousa em sua inabalável devoção a Jeová. Assim como o “cabelo comprido . . . é uma desonra” para o homem, assim a classe de Sansão tem de continuar a sofrer os vitupérios do mundo, destemidamente e sem transigência, ao manter integridade a Deus. — 1 Cor. 11:14.
25, 26. (a) Quem era Dalila, e a quem prefigurou? (b) Como é que esta classe tentou influenciar Sansão, mas com que resultado?
25 “E aconteceu depois disso que veio a amar uma mulher no vale da torrente de Soreque, e o nome dela era Dalila.” (Juí. 16:4) Quem era Dalila? Seu nome significa “Debilitante”, e parece que ela era israelita. A história moderna das testemunhas de Jeová revela uma classe gerada pelo espírito semelhante a Dalila. Estes se ofenderam por não serem levados imediatamente para o reino celeste em 1914, e diminuíram de zelo. Durante os anos de 1917-1918, tentaram apoderar-se do controle da Sociedade Torre de Vigia (dos EUA) e forçar uma transigência atenuante com os filisteus modernos. Embora não tivessem verdadeiro amor pela classe devotada de Sansão, a classe de Sansão deveras expressou genuíno amor para com estes associados cujas ‘lâmpadas estavam prestes a apagar-se’. (Mat. 25:8) Tentavam recuperar a estes. Aproveitando-se disto, a classe de Dalila usou uma série de diferentes meios na tentativa de atar a classe de Sansão com os laços da transigência, de modo que pudesse ser entregue aos fanáticos religiosos da cristandade.
26 Estes que anteriormente o amavam queriam que o devotado “Sansão” amainasse as declarações polêmicas contra a religião falsa. Desejavam que os “Estudantes da Bíblia” tementes a Deus entrassem no cordão do sentimento patriótico quanto à Primeira Guerra Mundial, que era então apoiada ardentemente pelos fanáticos religiosos da cristandade, de ambos os lados da luta. Não obstante, “Sansão” não se tornou presa imediata dos agrados de “Dalila”. Em seu exemplar de 15 de abril de 1917, A Torre de Vigia declarou inequivocamente: “Não há meio-termo para o cristão. Ele pode ser fiel ao Senhor apenas se seguir um proceder, a saber, a recusa de se empenhar na guerra.”
27. Como ficou em perigo a integridade da classe de Sansão, e em que laço finalmente caiu?
27 Os esforços do “escravo” de Deus para acomodar estes rebeldes que o “amavam” podem ser comparados a permitir Sansão que Dalila tecesse as tranças de seu cabelo — tão preciosas em símbolo de sua devoção — com um fio de urdir. A integridade ficou em perigo! E assim como Sansão dormiu sobre os traiçoeiros joelhos de Dalila, assim a atitude conciliatória da classe de Sansão para com os debilitantes apóstatas finalmente trouxe o enfraquecimento, e o começo de transigência. Que a testemunha dedicada caiu exatamente num laço assim em 1918 é demonstrado por um artigo que foi publicado em A Torre de Vigia de 1.° de junho daquele ano. Este foi publicado em apoio ao “dia da oração e súplica” proclamado pelo presidente dos Estados Unidos para 30 de maio de 1918, declarando: “Que sejam dados louvor e ações de graça a Deus pelo prometido resultado glorioso da guerra . . . e o tornar o mundo seguro para o povo comum.”
28, 29. (a) Qual foi o resultado da transigência do “escravo”? (b) Que perguntas, portanto, são feitas?
28 A transigência mundana resultou na perda do espírito de Jeová. O cabelo da classe de Sansão foi tosquiado de modo simbólico, e seu “poder continuou a sair” deles. Os fanáticos religiosos filisteus tiveram êxito em se apoderar do “escravo” de Deus. Eles furaram seus olhos de discernimento da vontade de Deus, e fizeram dele “um moedor na casa de prisão” em território filisteu. Por curta temporada, cessou o testemunho intrépido do “escravo” a favor do reino de Deus. A pressão religiosa também causou o encarceramento, sob acusações falsas, do segundo presidente da Torre de Vigia e de sete outros irmãos responsáveis, para termos de um máximo de oitenta anos cada um. O inimigo causou o fechamento da sede da Sociedade em Brooklyn, Nova Iorque. Durante estes dias mais obscuros da prisão de “Sansão”, contudo, A Torre de Vigia continuou a ser publicada de Pittsburgh, Pensilvânia, EUA, espalhando, ainda que vagamente, um raio de conforto e esperança. — Juí. 16:5-21.
29 Será que Jeová deixaria seu “escravo” nesta condição encarcerada? Atinaria a classe de Sansão com a razão de sua má situação? Será que Jeová de novo daria poder a seu servo para a ação teocrática? O artigo seguinte responderá.
[Nota(s) de rodapé]
a Volume 17, sob “Lutero”.
b Agora A Sentinela.