Retornando para Jeová
1. (a) O que fez que brilhasse a face de Moisés, com que resultados? (b) Como foi que Paulo mostrou a verdadeira causa da dificuldade?
“QUANDO há um retorno para Jeová, é retirado o véu.” Assim escreveu o apóstolo Paulo ao considerar a glória superior do novo pacto em comparação com o pacto da lei feito com Israel por meio de Moisés qual mediador. Quando Moisés desceu do Monte Sinai, com as duas tábuas do Testemunho, sua face brilhava, de modo que as pessoas ficaram com medo de se aproximar dele. Por isso, teve de colocar um véu sobre a face. Conforme Paulo explicou, porém, a dificuldade realmente residia com os próprios israelitas. Seus corações e suas mentes não tinham a atitude correta. “Suas percepções mentais estavam obtusas. . . . De fato, até o dia de hoje, sempre que se lê Moisés, há um véu deitado sobre os seus corações.” Seus corações e suas mentes não se voltavam, em devoção amorosa, para Jeová. Antes, endureceram os corações em obstinação, como Jeová disse a respeito deles: “Eles sempre se perdem em seus corações, e eles mesmos não chegaram a conhecer os meus caminhos.” — 2 Cor. 3:12-16; Êxo. 34:29-35; Heb. 3:10.
2. (a) Pode o mundo jactar-se a respeito de Israel, neste sentido? (b) Como se manifesta a causa básica da dificuldade?
2 Falando do mundo em geral, Paulo continua no mesmo tom, quando diz que as “boas novas que declaramos estão de fato veladas . . . entre os que perecem, entre os quais o deus deste sistema de coisas tem cegado as mentes dos incrédulos, para que não penetre o brilho da iluminação das gloriosas boas novas a respeito do Cristo”. (2 Cor. 4:3, 4) Conforme disse Isaías: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, seguíamos cada qual nosso caminho.” (Isa. 53:6, CBC) Eis aí o problema. Gostamos do nosso próprio caminho. Eis aí a causa básica do passo em falso dado por ambos os filhos na ilustração do filho pródigo que acabamos de considerar. O filho mais jovem queria uma vida de satisfação própria. O filho mais velho queria seguir seu próprio caminho de orgulho, ao ponto de resistir aos desejos do pai.
3. Como podemos evitar estes passos em falso, levando a que pergunta?
3 A única coisa que nos salvará destes passos em falso, em virtude de querermos nosso próprio caminho é o retorno sincero de nosso coração para Jeová. Isto não é fácil. Significa proceder contrário ao espírito e o caminho do mundo e de nossa carne decaída. Tem Jeová feito algo, nos anos recentes, para ajudar aos que desejam retornar. para ele, ou a outros que tateiam em busca dele!
4. (a) A que provisão misericordiosa aponta a profecia de Malaquias? (b) Que expressão final é feita neste sentido?
4 Voltando à profecia de Malaquias, lembrar-se-á de que, nos dois últimos capítulos de Malaquias, vimos a evidência de que Jeová deveras proveria, misericordiosamente, o incentivo necessário para ajudar as pessoas em necessidade espiritual. Isto se vê cumprido atualmente no grupo de pessoas dedicadas a quem Jeová tem abençoado ricamente e a quem ele fez que se destacassem nitidamente, sendo bem conhecidas em toda a terra como suas testemunhas. Naquela recapitulação de Malaquias, capítulos três e quatro, contudo, não pausamos para observar as palavras finais da profecia, em que Jeová diz: “Eis que vos envio Elias, o profeta, antes da vinda do grande e temível dia de Jeová. E ele terá de converter o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos aos pais; a fim de que eu não venha e fira a terra, devotando-a à destruição.” — Mal. 4:5, 6.
CUMPRIMENTO EM MINIATURA
5. Que expressões, feitas por quem, fornecem a chave quanto ao cumprimento em miniatura?
5 Estas palavras nos falam duma obra de fazer retornar os corações, e, por isso, estão bem em linha com nossa pesquisa. No cumprimento, como devem ser entendidas, e a quem se refere a expressão “Elias, o profeta”? Como guia, temos primeiramente de ver se ocorreu qualquer cumprimento no primeiro advento de Cristo. Conforme já observado, muitas profecias tiveram então um cumprimento em miniatura, dando um padrão em pequena escala ou visão antecipada do cumprimento principal nestes dias do segundo advento. Esta profecia de Malaquias não é exceção. A anjo Gabriel, quando falava ao sacerdote judeu, Zacarias, que ele se tornaria pai dum filho, predisse dele que “retornará muitos dos filhos de Israel a Jeová, seu Deus. Também, irá diante dele com o espírito e o poder de Elias, para retornar os corações dos pais aos filhos e os desobedientes à sabedoria prática, dos justos, a fim de aprontar para Jeová um povo preparado”. O filho de Zacarias se tornou João Batista. O próprio Jesus disse a respeito de João: “Este é ‘Elias que está destinado a vir’.” Como foi que João executou esta obra de fazer voltar os corações? — Luc. 1:16, 17; Mat. 11:14; 17:10-13.
6. (a) Por que eram necessárias a mensagem e a obra de João Batista? (b) De que modos se fez que os corações retornassem?
6 A mensagem de João Batista era direta: “Arrependei-vos, pois o reino dos céus se tem aproximado.” Era urgente. Era época de impendente julgamento daquela geração, conforme disse João: “O machado já está pôsto à raiz das árvores.” Também, o representante do reino dos céus, Jesus Cristo, estava prestes a ser anunciado. O povo precisava ser preparado. Precisava cair em si. Seus líderes religiosos ‘invalidaram a palavra de Deus’ pela sua tradição, e seus corações se haviam removido para longe dele. Assim, seus corações careciam retornar. João deu “sabedoria prática” quando deu conselho sadio aos que vieram a ele, inclusive coletores de impostos e soldados, e até mesmo os fariseus e saduceus. A sua obra era educativa, e teve êxito. Proveu o incentivo necessário. Ele ‘aprontou para Jeová um povo preparado’, com os corações voltados, em prontidão, para se tornarem filhos de Deus, como israelitas espirituais. Seus corações também retornaram a seus pais, os patriarcas, prontos a exercer fé como a de Abraão, Conforme disse Paulo: “Os que aderem à fé é que são filhos de Abraão.” — Mat. 3:2, 7-12; 15:1-9; Luc. 3:10-14; João 1:35-40; Gál. 3:7.
CUMPRIMENTO PRINCIPAL
7. Como sabemos que João não cumpriu completamente o quadro?
7 O cumprimento principal desta profecia de Malaquias ocorre quando o Senhor Jesus volta no poder e na glória do reino. Jesus se referiu a este advento do Filho do homem no poder do reino, ligando-o à visão da transfiguração, dada na presença de Pedro, Tiago e João, quando num monte alto. (Mar. 9:1-8; Mat. 17:1-9) Elias figurou nessa visão, indicando que haveria um cumprimento futuro e maior de Malaquias 4:5, 6. Visto que tal visão foi dada depois da morte de João Batista, é evidente que o próprio João não cumpriu completamente o quadro.
8. Quem é identificado como sendo o moderno “Elias, o profeta”?
8 Quem, então, é o moderno “Elias, o profeta”, a quem se confiou o soar do aviso do “grande e temível dia de Jeová”, também, a obra de fazer retornar os corações? Jesus indicou a resposta na profecia já mencionada, quando falou do “escravo fiel e discreto” que dispensa o espiritual “alimento no tempo apropriado”, e quem, por conseguinte, foi designado pelo Senhor “sobre todos os seus bens”. (Mat. 24:45-47) Esta classe escrava, fiel, o restante ungido, sobressai com destaque, atualmente. Semelhante a Elias e João Batista, declarou audazmente os julgamentos de Deus contra toda adoração falsa até que os inimigos interromperam os assuntos, em 1918. No entanto, em 1919, houve o reavivamento da obra de fazer as pessoas retornarem para Deus e de declarar a vindoura destruição, primeiro de “Babilônia, a Grande”, daí, do sistema político visível de Satanás, no Armagedom. — Rev. 18:21; 19:11-16.
9. Por que é trazido ao quadro outro profeta, e quem é?
9 Esta moderna classe de Elias tem feito assim uma obra de fazer retornar os corações. Já rebuscamos a obra preliminar feita a favor das “outras ovelhas” até 1935, inclusive aquelas determinadas “ovelhas” representadas pelo filho pródigo, que desperdiçara as oportunidades iniciais de servir a Jeová. O que tem sido feito desde então? A fim de avaliar isto, temos de ser cuidadosos em examinar o padrão profético de Elias na sua inteireza. Isto traz ao quadro outro profeta, embora isto não indique nenhuma falta ou falha da parte de Elias. Quando comissionava Elias a ungir certas pessoas, a fim de executarem Seus julgamentos contra a adoração de Baal, disse Deus: “Eliseu . . . [ungirás] como profeta em teu lugar.” Elias fez isso prontamente e, como resultado, Eliseu deixou imediatamente o que fazia e “seguiu Elias, para o servir”. Teve assim a vantagem de muitos anos de treinamento sob a direção de Elias. — 1 Reis 19:15-18, 21, CBC.
10. Qual foi o último milagre de Elias, resultando em que, e como se cumpriu?
10 Lembra-se do último milagre de Elias? Foi a divisão das águas do Rio Jordão, por ferir a elas com seu manto oficial, habilitando a ele bem como a Eliseu a passarem para a banda leste em terra seca. (2 Reis 2:8) Como resultado, as águas abaixo da divisão fluíram para o Mar Morto, sem vida, mas as águas acima daquele lugar foram retidas. Similarmente acontece coma classe de Elias, hoje em dia. “As águas . . . significam povos, e multidões, e nações, e línguas.” (Rev. 17:15) Previra-se por muitos anos uma classe terrestre de pessoas, e os membros dela apareciam em números crescentes, mas não foi senão em 1935 que a divisão real das águas simbólicas e a obra de ajuntamento das “outras ovelhas” começou a ocorrer, conforme já mencionado. Os reunidos foram restringidos do proceder degradante que leva à destruição. Jeová usou a classe de Elias para começar esta divisão das águas simbólicas. Teve um bom início, e foi levada à frente pela classe de Eliseu.
11. (a) Por meio de que milagre foram separados os dois profetas? (b) Como e quando se cumpriu isto?
11 Lembra-se do primeiro milagre de Eliseu? Foi o mesmo que o último de Elias, usando o manto oficial que caíra de Elias para o mesmo fim, habilitando Eliseu a cruzar de novo o leito do rio a pé enxuto. Somente que agora estava sozinho, exceto que Jeová o apoiava. No ínterim destes dois milagres, ocorreu outro, notável, quando Elias ascendeu em direção aos céus num vendaval, depois de ser separado de Eliseu por um carro de guerra e cavalos ardentes. Isso representou profèticamente o fim da obra feita pela classe de Elias e a continuação da mesma obra, apenas intensificada, por parte da classe de Eliseu. Os eventos históricos que ocorreram no ano de guerra de 1942 assinalaram o cumprimento desta passagem. Pouco antes desse tempo, no meio da Segunda Guerra Mundial, parecia que a obra de testemunho talvez se estivesse aproximando do fim. As perspectivas eram muito incertas. Em 8 de janeiro de 1942, o presidente da Sociedade Torre de Vigia, J. F. Rutherford, morreu. Será que a obra parou? — 2 Reis 2:11-14.
12. O que mostra que a classe de Eliseu reconhecia sua comissão?
12 Pelo contrário, a classe de Eliseu, composta dos membros remanescentes do restante ungido, imediatamente continuou a mesma obra de dividir as águas simbólicas, assim como Eliseu fizera de forma literal. A mesma Sociedade Torre de Vigia foi usada como agência editora, mas com presidente recém-eleito. No mesmo número de A Sentinela que anunciou a morte do Presidente Rutherford, apareceu o artigo principal, intitulado “Reunião Final”, baseado em Jeremias 16:16, falando duma caçada e pescaria intensiva em busca dos que talvez ainda fossem recuperados. Em fins do verão de 1942 (hemisfério norte), um congresso de três dias foi realizado pelas testemunhas de Jeová em Cleveland, Ohio, E. U. A., com programa repetido em muitas cidades de outros países. O tema principal se baseou em Isaías, capítulos 59 e 60, instando com o povo de Deus: “Levanta-te . . . resplandece”, resultando em um grande rebanho de pessoas virem à luz, “voando exatamente como uma nuvem”. (Isa. 60:1-3, 8; Rev. 7:9) Não havia dúvida disso! A classe de Eliseu reconhecia sua comissão e não perdia tempo!
EDUCATIVA A OBRA DA “CLASSE DE ELISEU”
13. (a) De que natureza foram os milagres de Eliseu, e quem tirou proveito deles? (b) Que obra similar foi lançada em 1942, e como se tem desenvolvido?
13 Nos vinte anos ou mais desde então, esta mesma classe ungida tem avançado com incansável vigor, auxiliada por números sempre crescentes de “outras ovelhas”, inclusive muitos da classe do “filho pródigo”. Isto se deve ao espírito de Jeová que descansa sobre eles, como descansava sobre Eliseu, que pediu a Elias a porção do primogênito, de “duas partes no teu espírito”. (2 Reis 2:9) Lá naquele tempo, isto foi concedido manifestamente a Eliseu, pois a Bíblia registra dezesseis milagres a favor de Eliseu, comparando-se com os oito de Elias. Muitos dos milagres de Eliseu foram de cura e de restauração, trazendo proveito especialmente aos “filhos dos profetas”, tais como a cura dum suprimento de água ruim, também certa sopa envenenada, além do aumento milagroso das reservas de alimento. Houve a ressurreição do filho da sunamita, e a cura da lepra de Naamã. (2 Reis 2:15-6:23) O grupo de profetas fiéis prosperou sob o ministério de Eliseu. Correspondentemente, após o congresso de 1942 em Cleveland, os responsáveis na sede em Brooklyn decidiram abrir uma escola para treinar missionários que serviriam em todo o mundo, na pregação e no ensino, e na obra de ajuntamento das “outras ovelhas”, inclusive daqueles semelhantes ao filho pródigo. Esta escola missionária foi inaugurada em 1.° de fevereiro de 1943, e desde então foi ampliada, habilitando os assim equipados a prestar excelentes serviços na edificação da organização das testemunhas de Jeová em muitos países, também, a iniciar a obra em lugares virgens. O interesse na classe do “filho pródigo” foi então demonstrado pela publicação de dois artigos: “O Filho Pródigo em Necessidade”, e “A Volta do Filho Pródigo ao Lar”, nos números de 1 e 15 de novembro de 1943 de A Sentinela, em inglês (agosto e setembro de 1944, em português). No ano seguinte, uma campanha de testemunho de um mês foi realizada através da terra em outubro de 1944, intitulada “Período de Testemunho do ‘Filho Pródigo’”
14, 15. (a) Que programa adicional começou em 1942, e como tem progredido? (b) Em 1959, que novo curso de treinamento foi iniciado?
14 Adicionalmente, iniciou-se em 1942 um programa pelo qual poderia ser desenvolvido em cada congregação das testemunhas de Jeová, em todo o mundo, um curso de treinamento no nosso ministério cristão. Em 1943, foram anunciados planos, na assembléia “Chamada à Ação”, para o estabelecimento duma Escola do Ministério Teocrático em toda congregação. Todos foram convidados a assistir a ela e a se tornarem mais plenamente equipados e habilitados, embora apenas os estudantes varões dessem discursos da tribuna. Mas, em 1958, fizeram-se arranjos para que todos os estudantes tomassem parte ativa, tanto os homens como as mulheres. As últimas, porém, não proferem discursos, mas demonstram como transmitir a mensagem do Reino de forma eficaz, sob todas as circunstâncias. — 1 Tim. 2:11, 12.
15 Outra modalidade nova da obra de Eliseu foi introduzida em 1959. Um curso de quatro semanas foi preparado para o treino dos superintendentes de congregação, a ser realizado em todos os países em que a Sociedade Torre de vigia estabeleceu uma sucursal com suas próprias acomodações. Os superintendentes são convidados a assistir gratuitamente à escola.
16. (a) Como toda esta obra tem beneficiado a classe do “filho pródigo”? (b) Como foi que A Sentinela (em inglês) de 1.° de maio de 1937 mostrou que alguns talvez não estavam trabalhando para melhorar seu ministério?
16 Esboçamos apenas brevemente a obra educativa executada, mas tenha presente que, ao passo que se trata de rica bênção para as próprias testemunhas de Jeová, não parou nisso. Por certo que não. É principalmente um meio para um fim. Torna possível realizar um ministério mais eficaz e extensivo a favor de todos os que estão em necessidade, inclusive a classe do “filho pródigo”. Quanto às testemunhas de Jeová, podem e por certo devem mostrar apreciação por tirar proveito destes meios para aprimorarem seu ministério. Não seria triste se, por alguma razão indigna ou insuficiente, alguém recusasse usar estes meios, destarte possivelmente permitindo um espírito de ressentimento se desenvolver, similar ao demonstrado pelo irmão mais velho na ilustração de Jesus? (Luc. 15:25-30) Por sincera e humildemente fazer o esforço de usar tais meios, podemos mostrar verdadeiro amor ao próximo, não excluindo os da classe do “filho pródigo”. Não desejaríamos mostrar ‘falta de zelo’ e sofrer as conseqüências, conforme indicado na página 130 de A Sentinela (em inglês), de 1.° de maio de 1937, sob o cabeçalho “Servo de Companhia”, que reza: “A proclamação da mensagem do reino é toda-importante agora. É o dever dos ungidos votar quanto a quem será o servo de companhia; mas ‘cortadores de lenha e tiradores de água’ (Jos. 9:21-27) podem servir. (Deu. 16:12-15; 29:11) Quando não houver ninguém na companhia que for capaz de ocupar os lugares dos servos de companhia ou das comissões de serviço, e houver jonadabes que tenham habilidade e zelo, permita-se que os jonadabes sejam colocados na comissão de serviço e dê-se-lhes oportunidade de servir. A obra não deve ficar para trás porque alguns da companhia não têm zelo. O evangelho tem de ser proclamado agora. — Mat. 24:14.
17. (a) Que proceder errado talvez tenham seguido alguns dentre o restante, bem como dentre as outras ovelhas? (b) Contudo, como têm demonstrado verdadeiro arrependimento?
17 Muitas pessoas, até mesmo dentre o restante dos co-herdeiros de Cristo, bem como dentre a classe das “outras ovelhas”, em algum tempo de sua vida, seguiram proceder semelhante ao do filho pródigo. Depois de se dedicarem a Jeová, deixaram a casa de seu Pai, e algumas delas até fizeram coisas que exigiram sua desassociação da congregação. Estas foram desassociadas, mas, desde então, demonstram verdadeiro arrependimento e retornam à congregação de Jeová Deus e reconhecem tanto a ela como a seu Pai celestial o erro de seu caminho. Arrependem-se e mudam de proceder. Algumas delas talvez chegaram a viver em fornicação ou adultério, mas manifestam agora o espírito do filho pródigo quando retornou para a casa do Pai; demonstram a correta condição de coração, oram a seu Pai para lhes perdoar e retornam e pedem que se lhes permita ser escravos na organização de Jeová. Aqueles que demonstram verdadeiro arrependimento, como o filho pródigo, regozijam-se de novo por terem sido readmitidos na congregação. Agora demonstram disposição humilde e, junto com os que permaneceram na casa de seu Pai, proclamam de novo as boas novas do reino de Deus.
18. Depois dum período em que a pessoa se prova Inculpe, depois da desassociação e readmissão, que oportunidades de serviço talvez lhe sejam abertas?
18 Os que receberam o perdão de seu Pai e que humildemente se provaram bons escravos, depois de retornarem de sua condição imunda, desassociada, talvez, com o tempo, até mesmo se provem despenseiros apropriados na casa de seu Pai. Por longo período de tempo, vivem com a mancha de vitupério que trouxeram ao seu próprio registro pessoal, causando más impressões também às pessoas de fora. Se, por causa de conduta imaculada da pessoa, desde que foi readmitida, a congregação veio a considerá-la bom exemplo, então, se tal pessoa, que certa vez foi desassociada mas que agora retornou e mostrou humildade, provou seu amor à Palavra e à obra de Jeová por dez anos, depois da readmissão, estaria em harmonia com a parábola do filho pródigo se tal pessoa fosse usada como dirigente de estudo de livro de congregação e se lhe permitisse proferir discursos públicos. Mais tarde, poderá até ser privilegiada a servir numa posição maior na organização de Jeová. Se, depois de sua readmissão, a pessoa provou ser exemplo para o rebanho de Deus, durante dez anos de serviço fiel, e se a comissão congregacional achar que tal pessoa poderá receber maior privilégio de serviço, por que não concedê-lo a ela? Se demonstra que agora irá permanecer na casa de seu Pai para sempre, e que é leal em sua devoção aos interesses de tal casa, pareceria que se poderia confiar seguramente de novo a tal pessoa maior responsabilidade na congregação do povo de Jeová.
19, 20. (a) Que parte desempenham em nosso ministério a Palavra e o espírito de Deus? (b) Que dois aspectos é importante que apreciemos?
19 Atualmente, como nunca, antes, a própria Palavra de Deus é o foco do programa educativo que engloba todas as modalidades que acabamos de mencionar. Mais do que tudo, a Palavra de Deus é o meio de fazer voltar os corações. Paulo tinha isso presente ao considerar os benefícios superiores do novo pacto e do seu ministério. Anunciando os termos do novo pacto, disse Jeová: “Porei a minha lei dentro deles e no seu coração a escreverei.” (Jer. 31:33) De forma similar, Paulo disse aos em Corinto: “Vois sois demonstrados ser carta de Cristo, escrita por nós, como ministros, inscrita, não com tinta, mas com espírito dum Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas carnais, nos corações.” Sim, “Jeová é o Espírito”, e quando nos voltamos para ele e permitimos que Seu espírito tenha livre curso em nossos corações, por nos apegarmos à sua Palavra, então, podemos, ‘com rostos desvelados refletir como espelhos a glória de Jeová’. Assim, podemos ser usados por ele no grandioso privilégio de ajudarmos outros a se voltarem para ele, ou retornarem para ele. E não se esqueça de que “aquele que fizer um pecador voltar do erro do seu caminho salvará a sua alma da morte e cobrirá uma multidão de pecados”. — 2 Cor. 3:3, 17, 18; Tia. 5:20.
20 Em conclusão, consideremos brevemente, para nosso encorajamento, uma ilustração que mostra ambos os aspectos, que os corações ainda podem ser transformados e se voltar para Jeová, e que Ele mesmo tem grande coração amoroso para com todos os que são verdadeiramente seus filhos e que se voltam para ele.
ILUSTRAÇÃO
21. Como e por que os dez.meio-irmãos de José manifestaram uma atitude ruim?
21 Nossa ilustração se encontra no bem-conhecido drama de Jacó e seus doze filhos, registrado em Gênesis, capítulos 37 a 45. Dois destes filhos, José e Benjamim, eram especialmente queridos de Jacó, sendo filhos de sua esposa amada, Raquel. Por causa de José ter sido notòriamente favorecido por seu pai, também por causa de seus sonhos, dados por Deus, seus dez meio-irmãos o odiavam amargamente e tinham extrema inveja dele, até mesmo planejando matá-lo. Ao invés, contudo, venderam-no como escravo para ser levado ao Egito. Tomaram sua veste comprida, ensoparamna de sangue e mostraram-na ao pai deles, que concluiu que seu rapaz fora devorado por um animal selvagem. Certamente demonstravam terrível atitude ruim de coração, tanto para com José como para com seu pai. — Gên. 37:2-36.
22, 23. Como foi que a sua atitude de coração foi submetida a uma prova escrutinadora, e com que resultado?
22 Passaram-se os anos. Debaixo da direção de Deus, José se tornou o administrador de alimentos no Egito. Depois de assolar a predita fome por toda a terra, Jacó teve de enviar seus filhos ao Egito duas vezes, para comprarem cereais. José reconheceu seus irmãos, mas eles não o reconheceram. Na primeira ocasião, aconteceu que os dez filhos revelaram ter sua consciência aflita por causa de José. Mas, será que havia real transformação do coração? Na segunda ocasião, a situação foi arranjada de tal jeito por José que foi imposta a seus irmãos severa prova. Fêz-se que parecesse que Benjamim roubara o cálice sagrado de prata de José! José, ainda não reconhecido, exigiu rigidamente que Benjamim fosse retido como seu escravo. Os outros podiam voltar para casa. Neste ponto Judá, com o apoio evidente de seus irmãos, fez um dos apelos mais emocionantes e espontâneos que já foi feito e, observe bem, a um ouvinte aparentemente duro e hostil! Judá esforçou-se grandemente de explicar de forma exata quanto Benjamim significava para seu pai. Concluiu dizendo que ele próprio deveria tornar-se escravo de José, de modo que o jovem Benjamim pudesse voltar para casa com seus irmãos. Expressou, então, aquele clamor arrebatador que veio de dentro de seu coração: “Como poderia eu apresentar-me diante de meu pai, se o menino não for comigo? Oh, eu não poderia suportar a dor que sobreviria a meu pai!” — Gên. 44:34, CBC.
23 Não havia a menor sombra de dúvida quanto à transformação de seu coração! José ficou grandemente comovido e chorou alto, ao se revelar a seus irmãos. Mas, examinemos a outra parte do drama, onde Jacó esperava em casa.
24. Como foi que Jacó reagiu às novas a respeito de José, e o que provou isto da parte dele?
24 Podemos imaginar o velho pai esperando ansiosamente e pensando o que acontecera, ao passarem os dias e as semanas. Será que veria de novo ao seu amado Benjamim? Será que iria perdê-lo, bem como a José? Por fim, foi-lhe dito que seus filhos foram avistados ao longe e logo chegariam. Ele esperava em sua tenda. Podemos imaginar a cena. Saúda a seus filhos, um de cada vez, mas mantém o jovem Benjamim ao seu lado. Mas, o que é isto que dizem? Aquele homem, responsável no Egito, não era outro senão José? Impossível! Ora, se isto fosse assim, José pelo menos teria enviado uma mensagem a ele, há muito tempo. Assim pensava, provavelmente. No entanto, seus filhos instaram com ele a que fosse e visse o que haviam trazido. Bem, não poderia recusar fazer isto. Com o coração abatido, saiu e examinou todos os gêneros alimentícios e outros suprimentos, para não se dizer nada de toda a prata e vestimentas dadas a Benjamim. Mas, quando viu a carruagem enviada especialmente para leválo ao Egito, isso foi a conta! Era tão luxuosa e confortável. Eis aí a prova! Não se tratava apenas dum elo visível, era o meio visível de transporte para levá-lo ao seu José, há muito perdido. Segurando o lado da carruagem, e tomado de convicção e profundo sentimento, exclamou: “Basta! . . . José, meu filho, vive ainda. Eu irei e o verei antes de morrer.” — Gên. 45:25-28, CBC.
25. (a) O que revelam estas coisas a respeito de Jeová? (b) Como podemos mostrar que somos verdadeiramente seus filhos? (c) Que proceder ainda está aberto para os que se desviaram?
25 Jacó se sentia exatamente como o pai na ilustração de Jesus, que se regozijou com seu filho que “estava morto, mas agora está vivo, e estava perdido, mas foi achado”. (Luc. 15:32) José, por certo, não se desviara como o filho pródigo, mas a coisa principal aqui frisada é o profundo amor paternal demonstrado em ambos os casos. Quanto Àquele que fez que estas coisas fossem representadas e registradas em sua Palavra, por certo, o seu próprio coração de amor tem de ser muito maior e mais profundo do que os dos que simplesmente serviram como ilustrações! Se formos verdadeiramente seus filhos, desejaremos ‘refletir . . . a glória de Jeová’ e mostrar estas mesmas qualidades de amor, paciência e misericórdia, e usar toda ocasião a fim de imitarmos nosso Pai no céu. (2 Cor. 3:18) Mas, se nos tivermos desviado, por certo não podemos deixar de retornar para Ele e responder ao apelo e ao incentivo que Ele tão bondosamente proveu! Não concorda o leitor? Não seria ótimo se pudesse ser dito a seu respeito, conforme Pedro escreveu, que “éréis como ovelhas, perdendo-vos; mas agora voltastes para o pastor e superintendente das vossas almas”? — 1 Ped. 2:25.
[Foto na página 114]
Judá roga a favor de Benjamim.