Capítulo 4
Permanece o templo enquanto se faz as nações tremer
1. Quanto tempo se passara até então, depois de os judeus terem agido segundo a profecia precedente de Ageu, e que festividade se completava em Jerusalém?
AINDA não havia bem passado um mês lunar desde que os judeus agiram segundo a profecia precedente de Ageu, a saber, no dia 24 do sexto mês (elul) do segundo ano do reinado de Dario I (Histaspes), rei da Pérsia, ou em 520 A.E.C. A Festividade das Barracas (ou: dos Tabernáculos), de sete dias, havia começado no dia 15 do mês seguinte, o sétimo mês, tisri, e já se havia atingido o sétimo dia, que era o dia 21 de tisri. No dia seguinte, 22 de tisri, haveria uma assembléia solene de todos os celebrantes em Jerusalém. Todas as vinte e quatro divisões (ou: turmas) do sacerdócio arônico eram esperadas nesta Festividade das Barracas, na capital.É de interesse notar que foi durante a celebração da Festividade das Barracas que o Rei Salomão, filho de Davi, inaugurou o templo da adoração de Jeová que acabava de terminar. — 1 Reis 8:62-66; 6:37, 38; 2 Crônicas 7:7-10.
2. Que outro nome tinha a Festividade das Barracas e quais eram as suas particularidades?
2 Esta festividade do sétimo mês, cinco dias depois do Dia da Expiação, também foi chamada de Festividade do Recolhimento. Em vista do recolhimento dos produtos agrícolas do solo, ordenou-se aos israelitas: “Tendes de alegrar-vos perante Jeová, vosso Deus, por sete dias. E tendes de celebrá-la como festividade para Jeová, por sete dias no ano. Deveis celebrá-la no sétimo mês, como estatuto por tempo indefinido nas vossas gerações. É nas barracas que deveis morar por sete dias. Todos os naturais de Israel devem morar nas barracas, para que as vossas gerações saibam que foi nas barracas que fiz os filhos de Israel morar quando os fiz sair da terra do Egito. Eu sou Jeová, vosso Deus.” — Levítico 23:33-43; Números 29:12-38; Deuteronômio 16:13-17.
3, 4. (a) Com que se podiam alegrar aqueles judeus durante esta Festividade do Recolhimento e como se comparavam as suas moradias com a de Jeová? (b) Por que era a ocasião apropriada para uma mensagem animadora da parte de Jeová e como começava esta mensagem?
3 Temos poucos motivos para crer que os israelitas repatriados tivessem uma grande colheita em 520 A. E .C., em vista do que o profeta Ageu disse na sua primeira profecia. (Ageu 1:5, 6, 9-11; 2:16, 17) Mas o que recolheram aos seus celeiros se devia à misericórdia e longanimidade de Jeová. Por isso, eles tinham bons motivos para se alegrar com Jeová, seu Deus, durante os sete dias da Festividade do Recolhimento. E ao morarem em barracas temporárias durante a festividade, dentro de Jerusalém e em volta dela, não tinham casas apaineladas, com bons telhados, para si mesmos, assim como Jeová tampouco tinha uma casa para a sua adoração em Jerusalém. Já haviam então feito grande parte do trabalho preliminar para começar novamente a reconstrução do templo. Precisavam de mais encorajamento. Visto que o dia 21 de tisri ainda era um dia festivo, Jerusalém estava cheia de adoradores de Jeová, incluindo o governador de Judá e todo o sacerdócio, e era uma boa ocasião para se lhes transmitir uma mensagem inspirada. Jeová cuidou de que fosse transmitida, conforme lemos a seguir:
4 “No sétimo mês [tisri ou etanim], no vigésimo primeiro dia do mês, veio a haver a palavra de Jeová por intermédio de Ageu, o profeta, dizendo: ‘Dize, por favor, a Zorobabel, filho de Sealtiel, governador de Judá, e a Josué, filho de Jeozadaque, o sumo sacerdote, e aos remanescentes do povo, dizendo: “Quem resta entre vós que viu esta casa na sua glória anterior? E como a vedes agora? Não é, em comparação com aquela, como nada aos vossos olhos?”’” — Ageu 2:1-3.
5. (a) A forma de interrogar usada por Jeová indicava o que a respeito dos presentes nesta ocasião? (b) Em vista da comparação feita, qual era realmente a grande questão?
5 Tudo o que os assim interrogados podiam ver, no máximo, era o alicerce do templo, a fundação que havia sido lançada dezesseis anos antes, lá em 636 A. E .C. (Esdras 3:8-13) A forma de interrogação indica que havia alguns muito idosos ali que haviam sido deportados para Babilônia e que haviam visto o templo construído por Salomão antes de ser destruído pelos babilônios em 607 A. E .C., mais de oitenta e sete anos antes. Podiam lembrar-se de quão suntuoso era aquele templo de Salomão, divinamente projetado. Só estes podiam fazer uma plena comparação dele com o que viam agora. O que agora tinham diante de seus olhos no antigo local do templo não era nada em comparação. Então, o que se podia esperar com respeito a um templo que tinha um início tão humilde e modesto? Portanto, valeria a pena que estes israelitas tementes a Deus prosseguissem com a reconstrução do templo? Mas, visto que o templo havia de ser a casa de Jeová, à grande questão era: Podia Jeová dos exércitos criar do nada algo impressionante, algo adequado?
6. Sobre quem recata realmente a questão da reconstrução do Templo, e, portanto, quem o construiria realmente, e como?
6 A questão estava realmente nas mãos de Deus, que devia ser adorado na casa planejada. Era da Sua vontade que a casa fosse reconstruída para a sua glória e para a promoção dos interesses espirituais da nação de Israel? Visto que era da Sua vontade, então, os construtores fariam a Sua vontade e a Sua obra. Teriam assim a Sua aprovação e Seu apoio e sustento, não importando quem ou quantos fossem contra eles. De fato, seria Ele quem construiria a casa, usando construtores israelitas. Isto era todo-importante, assim como Salomão declarou no Salmo 127:1, onde observou: “A menos que o próprio Jeová construa a casa, é fútil que seus construtores trabalhem arduamente nela. A menos que o próprio Jeová guarde a cidade, é fútil que o guarda se mantenha alerta.”
7. (a) Quem se preocupava mais com a reconstrução daquela casa, e por quê? (b) O que disse Jeová então por meio de Ageu, para que não fossem temerosos por causa dos inimigos?
7 Visto que o assunto tratava da adoração pura do único Deus vivente e verdadeiro, o próprio Jeová estava envolvido como sendo este Deus. Era Ele quem faria a construção. Em vista disso, não precisavam enfraquecer por medo do número extraordinário dos inimigos. Foi por isso que inspirou seu profeta Ageu a dizer: “‘Mas agora, sê forte, ó Zorobabel’, é a pronunciação de Jeová, ‘e se forte, ó Josué, filho de Jeozadaque, o sumo sacerdote’. ‘E sede fortes, todos vós, povo da terra’, é a pronunciação de Jeová, ‘e trabalhai’. ‘Pois eu estou convosco’, é a pronunciação de Jeová dos exércitos. ‘Lembrai-vos da coisa que concluí convosco quando saístes do Egito e quando meu espírito estava posto entre vós. Não tenhais medo.’” — Ageu 2:4, 5.
8. Em que respeito tinham de ser fortes aqueles construtores do templo e que coisa similar se aplicava no caso do apóstolo Paulo, em Corinto?
8 Os deste restante israelita, encarregados da reconstrução do templo, tinham de ser fortes na fé. Mostrariam esta fé pela sua obra na construção do templo. Afinal, por que não? Pois Jeová dos exércitos estava com eles. Conforme o apóstolo cristão, judeu, Paulo disse mais tarde à congregação em Roma, na Itália: “Que diremos, então, quanto a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8:31) Tal garantia divina é muito fortalecedora, conforme este mesmo Paulo pôde verificar ao fazer a obra de Deus na cidade grega de Corinto, no primeiro século E. C. A narrativa nos Atos dos Apóstolos nos conta a respeito disso: “Ademais, o Senhor disse de noite a Paulo, por intermédio duma visão: ‘Não temas, mas persiste em falar e em não ficar calado, porque eu estou contigo e nenhum homem te assaltará para fazer-te dano; porque tenho muito povo nesta cidade.’” Mostrou Paulo ter fé e agiu conforme mandado? O relato diz: “Destarte, demorou ali um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus.” — Atos 18:9-11.
9. (a) Do mesmo modo, em que qualidade deviam ser fortes aqueles construtores do templo, e sob a liderança de quem? (b) O que celebrara Deus com os antepassados deles, de que se deviam lembrar então, e por que nesta ocasião?
9 Do mesmo modo, também os do restante repatriado dos israelitas precisavam ser fortes na sua confiança no Deus Todo-poderoso e fazer a obra Dele. Os principais encarregados entre eles, o Governador Zorobabel e o Sumo Sacerdote Josué, tinham a responsabilidade de tomar a dianteira, e os demais israelitas os acompanhariam e trabalhariam com eles. Deviam lembrar-se do pacto que Jeová celebrara com seus antepassados, quando Ele os guiou para fora do Egito. Era muito apropriado que Ageu lhes lembrasse isso, porque durante a sua viagem de quarenta anos, do Egito para a Terra da Promessa, os antepassados deles haviam morado em tendas ou em barracas, e agora, o restante israelita em Jerusalém celebrava a Festividade das Barracas em lembrança daquilo pelo qual seus antecessores tinham passado. Seus antecessores haviam encontrado inimigos ao longo do caminho; mas Jeová livrara seu povo e cumprira seu pacto, levando-os à Terra da Promessa. O mesmo Deus de libertação estava com os do restante israelita na Festividade das Barracas ali em Jerusalém. Não deviam ter medo.
PREVISTA UMA GLÓRIA MAIOR
10, 11. (a) Por que não deviam desanimar os construtores do templo com o aspecto comparativo das coisas? (b) O que disse então Jeová por meio de Ageu, para aumentar as expectativas deles?
10 Os do restante israelita não deviam ficar desanimados por ser aquilo que então começaram como nada em comparação com o mundialmente famoso templo magnífico de Salomão. Talvez não esperassem nada de especial ou digno de nota em resultado de seus esforços na construção do templo. Mas Jeová via algo simplesmente extraordinário em resultado dos seus trabalhos de fé. Portanto, a fim de estimulá-los, para animá-los com as maiores expectativas, Jeová explicou então por que não deviam ter medo, mas ser fortes na fé e trabalhar, dizendo por meio do profeta Ageu:
11 “Pois assim disse Jeová dos exércitos: ‘Mais uma vez — dentro em pouco — e eu farei tremer os céus, e a terra, e o mar, e o solo seco.’ ‘E vou fazer tremer todas as nações, e terão de entrar as coisas desejáveis de todas as nações; e eu vou encher esta casa de glória’, disse Jeová dos exércitos.” — Ageu 2:6, 7.
12. O que permaneceria, apesar do abalo universal, e a quem se indicou como retornando a Jeová?
12 Não era esta uma perspectiva emocionante para os daquele restante israelita com respeito à casa de adoração que eles estavam para construir? O próprio Jeová dos exércitos apresentava-lhes esta perspectiva, e por isso se cumpriria com certeza. Haveria um abalo universal. Ele o causaria. Tanto as coisas elevadas como as baixas, com respeito à sua terra, seriam feitas tremer — para fora de seu lugar, se não também para a sua destruição! Mas, durante todo este abalo, uma coisa forçosamente permaneceria de pé — aquela casa que o restante israelita construiu! Isto significava que a adoração pura de Jeová perduraria, assim como Sua casa perduraria. Ele encheria de glória a sua casa de adoração, porque entrariam nela as coisas desejáveis de todas as nações. Estas coisas desejáveis seriam levadas para lá por todos os dentre todas as nações, que se haviam voltado para a Sua adoração. Esta casa de adoração divina se tornaria a casa mais importante e mais famosa na terra. Não só seria Jeová adorado ali pelos israelitas naturais, mas também por povos não-judaicos de todas as nações!
13. O que se assegurava assim aos trabalhadores esta vez a respeito da sua construção do templo, e para fazerem o que havia assim incentivo?
13 Isto assegurou aos deste restante israelita que esta vez completariam a construção do templo de Jeová em Jerusalém. Não importaria quais os eventos que abalassem o mundo em volta deles, atingir-se-ia gloriosamente este objetivo. Que todo o resto do mundo ficasse perturbado, amedrontado e preocupado com o tremor e o abalo que o desalojou, mas a obra da construção da casa de adoração de Jeová teria de prosseguir — para a sua terminação gloriosa! E então haveria a jubilosa inauguração dela! (Deuteronômio 20:5 ) Jeová dos exércitos havia dado sua palavra neste sentido, e por isso tinha de acontecer! Avante, então, com a obra, com a força Dele! Havia todos os motivos para se trabalhar!
14, 15. A expressão “mais uma vez” relaciona-se com que, onde e quando?‘
14 No entanto, quando se daria isso? Jeová dos exércitos disse: “Mais uma vez — dentro em pouco — e eu farei tremer os céus, e a terra, e o mar, e o solo seco.” (Ageu 2:6) “Mais uma vez” — em relação com que acontecimento precedente? Quando foi, antes disso, que ele fez tremer as coisas? Deve ter sido lá no sul, no monte Sinai, no terceiro mês lunar (sivã) do ano do êxodo dos israelitas do Egito, o ano 1513 A. E .C. No primeiro dia daquele mês (sivã), eles se acamparam diante do monte Sinai, monte no qual Jeová, por meio de seu anjo, havia aparecido ao profeta Moisés pela manifestação milagrosa do espinheiro ardente que não se queimou. O que aconteceu no terceiro dia de estarem acampados ali? Leiamos a narrativa em Êxodo 19:16-19:
15 “E no terceiro dia, quando amanheceu, sucedeu que começou a haver trovões e relâmpagos, e uma pesada nuvem sobre o monte e um som muito forte de buzina, de modo que todo o povo no acampamento começou a tremer. Moisés levou então o povo para fora do acampamento ao encontro do verdadeiro Deus, e foram postar-se ao sopé do monte. E todo o monte Sinai fumegava devido ao fato de Jeová ter descido sobre ele em fogo; e sua fumaça ascendia como a fumaça dum forno de calcinação e todo o monte tremia muitíssimo. Quando o som da buzina ficou cada vez mais alto, Moisés começou a falar e o verdadeiro Deus começou a responder-lhe com uma voz.”
16, 17. (a) Que aviso se deu então depois de se dar o quê? (b) Que pedido fizeram os israelitas então a respeito de ouvirem Deus ralar-lhes diretamente?
16 Daí, depois de dar instruções para que os israelitas se cuidassem e mantivessem uma distância respeitável do monte, para não tocarem nele, Jeová, por meio de seu anjo, proclamou os Dez Mandamentos de cima do monte Sinai. (Êxodo 19:20 a 20:17) Depois desta expressão divina, quis o povo israelita ouvir a voz diretamente de Jeová mais outra vez? Moisés nos diz sobre isso:
17 “Ora, todo o povo presenciava os trovões e os lampejos, e o som da buzina e o monte fumegando. Quando o povo chegou a ver isso, então estremeceu e ficou de longe. E começaram a dizer a Moisés: ‘Fala tu conosco, e escutemos; mas não fale Deus conosco, para que não morramos.’ Portanto, Moisés disse ao povo: ‘Não tenhais medo, porque o verdadeiro Deus veio para por-vos à prova e para que o temor dele continue diante das vossas faces, para que não pequeis.’ E o povo ficou de longe; Moisés, porém, aproximou-se da densa nuvem escura, onde estava o verdadeiro Deus.” — Êxodo 20:18-21.
18. (a) Quando se referiu Moisés, mais tarde, a estes acontecimentos no monte Sinai e o que disse Davi sobre isso no Salmo 68? (b) Que relação havia entre este abalo e a construção e inauguração do tabernáculo sagrado?
18 Nos discursos de despedida à geração mais nova de israelitas, quase quarenta anos depois, o profeta Moisés referiu-se a estas experiências junto ao monte Sinai. (Deuteronômio 4:9-14; 18:15-19) Até mesmo o salmista Davi foi inspirado a falar sobre isto num cântico melodioso, dizendo: “Ó Deus, quando saíste diante de teu povo, quando marchaste através do deserto . . . a própria terra tremeu, também o próprio céu gotejou por causa de Deus; este Sinai tremeu por causa de Deus, o Deus de Israel.” (Salmo 68:7, 8, NM, Al; ALA) Este abalo de todo o monte foi algo inesquecível. É também interessante notar que este abalo do monte Sinai ocorreu nove meses antes de os israelitas terem terminado de fazer a tenda sagrada de reunião, o tabernáculo. Depois disso, a inauguração deste santo tabernáculo se deu no primeiro dia do primeiro mês lunar (nisã) do ano seguinte, 15l2 A. E .C. Assim, o tremor e abalo precedeu ao início da adoração de Jeová neste tabernáculo erigido no ermo de Sinai. — Êxodo 39:42 a 40:37.
19. Segundo Ageu 2:6, Jeová causaria novamente um tremor, mas esta vez de quê?
19 Segundo a declaração de Jeová em Ageu 2:6, ele se propôs a fazer a terra tremer ou ser abalada outra vez, fazendo-se também tremer os céus, o mar e o solo seco. Quando? “Mais uma vez — dentro em pouco”, disse Ele.
20. Quanto ao literal templo reconstruído em Jerusalém, durante que período teria de ocorrer este tremor em cumprimento primário de Ageu 2:6-9?
20 Foi no dia 21 de tisri do ano 520 A. E . C,. que ele disse isso. A reconstrução do templo só acabou no terceiro dia do décimo segundo mês lunar (3 de adar) do sexto ano (515 A. E .C.) do reinado do persa Dario I. Isto foi mais de quatro anos e quatro meses lunares depois da profecia de Jeová em Ageu 2:6-9. Depois disso viria a inauguração do templo reconstruído. A seguir, Jeová cumpriria a sua palavra e encheria esta casa sagrada de glória. (Esdras 4:24; 6:14, 15) De modo que fazerem-se tremer e abalarem-se as coisas para cumprir sua profecia relacionada com o templo literal reconstruído em Jerusalém teria de ocorrer durante este período (520-515 A. E .C.), como cumprimento primário da profecia. Os registros da história teriam de mostrar como se cumpriu a profecia nos assuntos internacionais daquele tempo específico. Foi deveras um tempo de bastante perturbação para o Império Persa.
21. Por que devemos estar hoje interessados num cumprimento maior da profecia de Ageu 2:6-9?
21 Entretanto, devemos lembrar-nos de que o templo reconstruído em Jerusalém era típico. Era uma representação em pequena escala do templo maior de Jeová, de seu templo espiritual, onde seu povo dedicado o adora hoje em dia. De modo que o cumprimento maior e final de Ageu 2:6-9 é o cumprimento em que devemos estar hoje interessados.
A CERTEZA DUM CUMPRIMENTO MODERNO
22. Desde que ano são instáveis as nações modernas, e que pergunta surge?
22 Todas as pessoas informadas concordarão prontamente que desde o décimo quarto ano de nosso século vinte algo de extraordinário tem acontecido às nações. A Primeira Guerra Mundial, que começou em 1914 E.C., desencadeou uma série de eventos que têm abalado todas as nações atuais. Todos os seus esforços de se estabilizarem continuam a fracassar, mesmo apesar da ajuda da organização das Nações Unidas em prol de paz e segurança mundiais. Qual é o significado de tudo isso? O que resultará disso? Os prognosticadores políticos e os historiadores do mundo não têm nenhuma resposta fidedigna. Mas, não há nenhuma resposta?
23. A resposta a ela está contida em que mensagem do sexto século A. E. C.?
23 A resposta está contida nas palavras que ressoam para nós desde a Jerusalém do sexto século antes de nossa Era Comum: “Assim disse Jeová dos exércitos: ‘Mais uma vez — dentro em pouco — e eu farei tremer os céus, e a terra, e o mar, e o solo seco.’ ‘E vou fazer tremer todas as nações, e terão de entrar as coisas desejáveis de todas as nações; e eu vou encher esta casa de glória’, disse Jeová dos exércitos.” — Ageu 2:6, 7.
24. Que perguntas surgem quanto à aplicação destas palavras proféticas?
24 No entanto, como sabemos que estas palavras emocionantes transmitidas a nós pelo profeta de Jeová, Ageu, não se aplicaram apenas lá no tempo do profeta ou “pouco” depois? Que certeza podemos ter de que estas mesmas palavras têm uma aplicação moderna em nossos próprios dias?
25. (a) Que citação feita mais tarde ao povo da mesma raça nos indica a resposta a elas? (b) Por que precisava aquele povo ter cuidado em vista duma catástrofe iminente?
25 Sabemos isso porque muito tempo depois da profecia de Ageu, de fato, cerca de 580 anos depois, estas palavras proféticas foram citadas sob inspiração divina e receberam uma aplicação futura, no fim do atual sistema internacional de coisas. Assim como se deu com as palavras proféticas de Ageu, esta citação de suas palavras foi feita a hebreus, descendentes do patriarca Abraão, o hebreu, só que estes últimos hebreus se haviam tornado cristãos, no primeiro século de nossa Era Comum. (Gênesis 14:13; Hebreus 1:1, 2; 2:16) A citação da profecia de Ageu foi-lhes feita cerca de dez anos antes da destruição de Jerusalém e de seu templo reconstruído, pelos romanos, no ano 70 E.C. Por conseguinte, estava iminente uma grande mudança, e os hebreus cristianizados tinham de ter cuidado de que não sofressem danos e perdas junto com os hebreus incrédulos que ainda se apegavam à Jerusalém terrestre e seu templo material.
26. O que disse o escritor àqueles hebreus cristianizados com referência a Esaú, para que evitassem uma perda?
26 Dizendo aos hebreus cristianizados como podiam evitar uma perda irremediável por seguirem o proceder certo com o devido apreço de valores espirituais, o escritor inspirado disse-lhes: “Empenhai-vos pela paz com todos e pela santificação sem a qual nenhum homem verá o Senhor, vigiando cuidadosamente para que ninguém seja privado da benignidade imerecida de Deus; para que nenhuma raiz venenosa, brotando, cause dificuldade e para que muitos não sejam aviltados por ela; para que não haja fornicador, nem alguém que não estime as coisas sagradas, igual a Esaú, que em troca de uma só refeição renunciou aos seus direitos de primogênito. Porque sabeis que também depois, quando quis herdar a bênção, ele foi rejeitado, porque, embora buscasse seriamente uma mudança de pensamento [de seu pai Isaque], com lágrimas, não achou lugar para ela [em Isaque].” — Hebreus 12:14-17.
27. (a) Por que era a situação daqueles hebreus cristianizados mais séria do que a de seus antepassados junto ao monte Sinai? (b) Como podiam evitar ser semelhantes a Esaú?
27 Para aqueles hebreus cristianizados, as coisas haviam mudado enormemente desde que se tornaram seguidores do Messias, Jesus, descendente do Rei Davi e do patriarca Abraão. Aqueles hebreus enfrentavam uma série maior e mais séria de circunstâncias do que seus antepassados, quando estes foram levados ao monte Sinai pelo profeta Moisés, em 1513 A. E .C. Coisas maiores estavam em jogo e podiam ser perdidas permanentemente, com os perdedores sofrendo finalmente a destruição. Assim como o patriarca Isaque, filho de Abraão, negou-se a se arrepender, apesar das lágrimas de seu filho materialista Esaú, assim Jeová Deus não se arrependeria, se estes hebreus cristianizados perdessem seu apreço pela benignidade imerecida Dele para com eles, por meio do Senhor Jesus Cristo. Em vez de serem iguais a Esaú, que deu pouco valor às oportunidades espirituais que se lhe abriam como neto de Abraão, deviam evitar a profanação, mostrando pleno apreço das coisas sagradas e apegando-se a estas. Foi por isso que o escritor inspirado prosseguiu, dizendo a estes hebreus cristianizados, que já haviam sido introduzidos num novo pacto mediante Jesus Cristo:
28. Segundo o escritor, a que não se haviam chegado aqueles hebreus cristianizados?
28 “Pois, [quer dizer: Em vista do que acabei de dizer nas sentenças precedentes,] não vos chegastes ao que pode ser apalpado [tal como o monte Sinai] e que tenha sido incendiado com fogo, e a uma nuvem escura, e a densa escuridão, e a uma tempestade, e ao clangor de trombeta, e à voz de palavras, sendo que, ao ouvi-la, imploraram que não se lhes acrescentasse nenhuma palavra. Pois o mandado não lhes era suportável: ‘E, se algum animal tocar no monte, terá de ser apedrejado.’ Também, tão terrível era o espetáculo, que Moisés [o mediador] disse: ‘Estou atemorizado e tremendo.’
29. Mas a que se haviam chegado aqueles hebreus cristianizados, bem como a que série de circunstâncias?
29 “Mas, vós vos chegastes a um Monte Sião e a uma cidade do Deus vivente, a Jerusalém celestial, e a miríades de anjos [não apenas àqueles anjos lá no monte Sinai], em assembléia geral, e à congregação dos primogênitos [filhos primogênitos cristãos de Deus, maiores do que o primogênito de Isaque, Esaú] que foram alistados nos céus [não no registro da família terrestre de Isaque], e a Deus, o Juiz de todos [não a um anjo representativo de Deus, como no monte Sinai], e às vidas espirituais dos justos que foram aperfeiçoados [não a pecadores condenados como os hebreus no monte Sinai], e a Jesus, o mediador dum novo pacto [melhor do que o pacto da lei mediado por Moisés], e ao sangue de aspersão, que fala melhor do que o sangue de Abel [sendo o sangue de Jesus Cristo].” — Hebreus 12:18-24; Gálatas 3:19; Atos 7:37, 38
30. Portanto, o que podemos agora reconhecer melhor a respeito da situação daqueles hebreus cristianizados?
30 Quando consideramos todas estas coisas maiores às quais os hebreus cristianizados se chegaram, podemos avaliar que estavam numa situação mais séria do que seus antepassados hebreus diante do monte Sinai, da Arábia, no ano 1513 A.E.C. Tinham mais a perder. Era possível sofrerem a destruição eterna por se tornarem semelhantes ao primogênito de Isaque, Esaú, e perderem seu apreço das coisas sagradas relacionadas com os filhos primogênitos espirituais de Deus, alistados nos céus.
31. O mesmo se aplica a quem, hoje em dia, e, por isso, que devem estes estar ansiosos de fazer?
31 O mesmo se aplica hoje aos que afirmam ser cristãos, quer sejam judeus convertidos, quer gentios convertidos. Devemos reconhecer quem é que nos fala — Deus — por meio de sua Palavra inspirada, a Bíblia sagrada. Portanto, devemos estar ansiosos de ouvir as coisas adicionais que ele nos disse por meio do Mediador Jesus Cristo e seus discípulos, inspirados para escrever escrituras sagradas. Não devemos deixar de apreciar plenamente estas coisas da mais alta importância. Não devemos escusar-nos de escutar e de prestar-lhes atenção. Por isso, o escritor inspirado prossegue dizendo aos hebreus cristãos:
32. Portanto, o que passou a dizer o escritor a respeito de não se escusar?
32 “Cuidai de que não vos escuseis [eximais] daquele que está falando. Porque, se não escaparam aqueles que se escusaram daquele que dava aviso divino na terra, muito menos ainda nós, se nos desviarmos daquele que fala desde os céus. Naquele tempo, a sua voz abalou a terra [mas não fez em pedaços o monte Sinai], mas agora ele tem prometido, dizendo: ‘Ainda mais uma vez porei em comoção não só a terra, mas também o céu.’”
33. Onde fez Deus tal promessa e por que a citou então o escritor como apropriada?
33 Onde fez Jeová Deus tal promessa? Ora, na profecia de Ageu, capítulo dois, versículo seis, dada na antiga Jerusalém, nas seguintes palavras: “Pois assim disse Jeová dos exércitos: ‘Mais uma vez — dentro em pouco — e eu farei tremer os céus, é a terra, e o mar, e o solo seco.’” Mas esta promessa divina não se cumpriu completamente “dentro em pouco” depois de ser proferida pelo profeta Ageu. É por isso que o escritor que escreveu aos hebreus cristianizados faz o seguinte comentário inspirado adicional sobre esta promessa divina, a respeito de fazer tremer os céus, bem como a terra:
34. Como comentou o escritor a sua citação de Ageu 2:6?
34 “Ora, a expressão ‘ainda mais uma vez’ indica a remoção das coisas abaladas como coisas feitas, a fim de que permaneçam as coisas não abaladas. Em vista disso, sendo que havemos de receber um reino que não pode ser abalado, continuemos [dessemelhantes de Esaú] a ter benignidade imerecida, por intermédio da qual podemos prestar a Deus serviço sagrado aceitável, com temor piedoso e com espanto reverente. Porque o nosso Deus é também um fogo consumidor [tão destrutivo como o fogo com que foi incendiado o monte Sinai].” — Hebreus 12:25-29.
35. A que tempo aplica o escritor a expressão “ainda mais uma vez”, e, por isso, o que deve estar perto quanto as coisas feitas, abaláveis?
35 Notamos isso? O escritor que escreveu aos hebreus cristianizados aplica a expressão divina, “ainda mais uma vez”, ao futuro e explica que a única coisa inabalável é o reino a ser recebido pelos cristãos que prestam serviço sagrado a Deus de maneira aceitável. Também, que a remoção de todas as coisas feitas, que são abaladas, deixará lugar para este reino, um governo que ficará e que permanecerá em operação. As abaláveis coisas feitas ainda não foram removidas, embora talvez já tenham sido postas em comoção e estejam tremendo e sendo abaladas. É evidente, pois, segundo a interpretação dada às coisas pelas inspiradas Escrituras sagradas, que a profecia de Ageu 2:6, 7, tem uma aplicação moderna no século vinte e que o cumprimento total da profecia ainda está à nossa frente, mas está muito próximo!
COMO?
36. Que pergunta surge então a respeito do cumprimento moderno de Ageu 2:6, 7 no século vinte?
36 Os literais céus, terra, mar e solo seco não serão removidos, num perecerão. Isto certamente não aconteceu no primeiro cumprimento em pequena escala da profecia nos dias de Ageu ou pouco depois. Então, como se realiza a promessa divina no cumprimento moderno no século vinte? “Pois assim disse Jeová dos exércitos: ‘Mais uma vez — dentro em pouco — e eu farei tremer os céus, e a terra, e o mar, e o solo seco.’ ‘E vou fazer tremer todas as nações, e terão de entrar as coisas desejáveis de todas as nações; e eu vou encher esta casa de glória’, disse Jeová dos exércitos.” — Ageu 2:6, 7.
37. A que leva o tremor de todas as coisas mencionadas e o que tem de acontecer às coisas que se opõem a isso e o estorvam?
37 Quem não vê que tremerem e serem abaladas todas as coisas mencionadas resulta na glorificação do Templo de Jeová Deus? Isto significa o embelezamento e o enaltecimento da adoração pura do único Deus vivente e verdadeiro, não numa casa literal de adoração na terra, mas no seu verdadeiro Templo, a saber, o domínio em que Ele é adorado com espírito e verdade, dentro da estrutura de seu arranjo especial. (João 4:21-24) Jeová precisa receber seu lugar legítimo de adoração em todo o universo vivente. Tudo o que se tenha oposto à sua adoração legítima e pura e que a tenha estorvado precisa ser removido da existência. Segundo o escritor inspirado, em Hebreus 12:26, 27, tremerem e serem abaladas todas estas coisas significa a remoção delas, sendo abaladas até ficar em pedaços.
38. No que se refere ao abalo ou ao tremor, que dizer das coisas as quais se chegaram os cristãos ungidos (Hebreus 12:22, 23)?
38 A “cidade do Deus vivente, a Jerusalém celestial”, não será abalada, nem removida. Nem tampouco será seu lugar celestial, o “Monte Sião”. Nem as santas “miríades de anjos, em assembléia geral”, nem a “congregação dos primogênitos que foram alistados nos céus”, nem as “vidas espirituais dos justos que foram aperfeiçoados”. (Hebreus 12:22, 23) Estas coisas às quais se chegaram os cristãos dedicados, batizados e ungidos não são coisas perecíveis. Não estão associadas com nenhum templo típico e material aqui na terra, nem dependem dele, assim como foram os templos construídos na Jerusalém terrestre pelo Rei Salomão e pelo Governador Zorobabel e o Sumo Sacerdote Josué, filho de Jeozadaque. Estas coisas imperecíveis têm que ver com o templo maior de Jeová, seu templo espiritual, que é o único templo que o pode conter no seu Santíssimo (o próprio céu). (1 Reis 8:27; Isaías 66:1; Atos 7:48-50; 17:24, 25; Hebreus 9:23, 24) Estas coisas imperecíveis e irremovíveis têm que ver também com o “reino que não pode ser abalado”, de Jeová. — Hebreus 12:28.
39. Portanto, são literais ou simbólicos os “céus” que se fazem tremer e por quê?
39 Então, quais são os “céus” que serão abalados, sacudidos e removidos? Jeová, o grande Abalador, Sacudidor e Removedor nos esclarece a resposta. No maravilhoso livro de “sinais”, Revelação (Apocalipse), que Ele deu ao apóstolo hebreu-cristão João, Ele nos fornece um quadro simbólico da remoção destes céus. Inspirou o apóstolo João a escrever em Revelação 20:11: “E eu vi um grande trono branco e o que estava sentado nele. De diante dele fugiam a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.” Este céu fugitivo foi substituído; pois, em Revelação 21:1, 2, João prossegue: “E vi um novo céu e uma nova terra; pois o céu anterior e a terra anterior tinham passado, e o mar já não é. Vi também a cidade santa, a Nova Jerusalém, descendo do céu, da parte de Deus, e preparada como noiva adornada para seu marido.” Assim como aqui a “cidade santa, a Nova Jerusalém”, é sinal que representa a “noiva, a esposa do Cordeiro” (Revelação 21:9), assim os ‘céus anteriores’, os ‘céus’ que fugiram de diante de Deus, no seu grande trono branco, são também “sinal” ou símbolo.
40, 41. O que diz Revelação 12:3-5, 7-12, para nos fornecer um indício do significado dos “céus”?
40 “Sinal” de quê? Evidentemente, de alguma organização celestial, invisível, espiritual, que tem dominado a humanidade. Revelação, capítulo doze, nos fornece a chave para isso. Diz ali: “E viu-se outro sinal no céu, e eis um grande dragão cor de fogo, com sete cabeças e dez chifres, e nas suas cabeças sete diademas; e a sua cauda puxa um terço das estrelas do céu, e as lançou para baixo à terra. . . . E irrompeu uma guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam com o dragão, e o dragão e os seus anjos batalhavam, mas ele não prevaleceu, nem se achou mais lugar para eles no céu. Assim foi lançado para baixo o grande dragão, a serpente original, o chamado Diabo e Satanás, que está desencaminhando toda a terra habitada; ele foi lançado para baixo, à terra, e os seus anjos foram lançados para baixo junto com ele. E ouvi uma voz alta no céu dizer:
41 “‘Agora se realizou a salvação, e o poder, e o reino de nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo, porque foi lançado para baixo o acusador dos nossos irmãos, o qual os acusa dia e noite perante o nosso Deus! E eles o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do seu testemunho, e não amaram as suas almas, nem mesmo ao encararem a morte. Por esta razão, regozijai-vos, ó céus, e vós os que neles residis! Ai da terra e do mar, porque desceu a vós o Diabo, tendo grande ira, sabendo que ele tem um curto período de tempo.’” — Revelação 12:3-5, 7-12.
42. Esta narrativa mostra que os “céus” são representativos de quê?
42 Em vista desta narrativa em linguagem simbólica pode-se ver claramente que os “céus” simbólicos representam a organização espiritual, invisível, de Satanás, o Diabo, e dos anjos demoníacos debaixo dele. Com estes anjos demoníacos, iníquos, Satanás, o Diabo, tem desencaminhado “toda a terra habitada”. Jesus Cristo chamou-o de “governante” do mundo da humanidade. (João 12:31; 14:30; 16:11) O apóstolo cristão Paulo o identifica como o “deus deste sistema de coisas”, que cega as mentes dos incrédulos. Paulo fala dele também como sendo “o governante da autoridade do ar, o espírito que agora opera nos filhos da desobediência”. (2 Coríntios 4:4; Efésios 2:2) O apóstolo João traz à atenção a influência que Satanás exerce sobre o mundo da humanidade, dizendo: “[Nós cristãos] sabemos que nos originamos de Deus, mas o mundo inteiro jaz no poder do iníquo.” (1 João 5:19) Satanás e seus anjos demoníacos são os mencionados em Efésios 6:12 como as “forças espirituais iníquas nos lugares celestiais”. São os céus invisíveis que agora dominam a humanidade perversa.
43. O que se pode dizer a respeito de estes “céus” já terem começado a tremer?
43 Graças ao Deus Todo-poderoso, que não se trata de “céus” permanentes sobre a raça humana. Dentro em breve, depois da vindoura “grande tribulação” sobre toda a humanidade, estes “céus” terão de fugir de diante da face de Jeová Deus, sentado no seu “grande trono branco”. (Revelação 20:11) De modo que são “céus” removíveis. São os céus que podem ser abalados até ficar completamente destruídos. Seu abalo já começou. Quando? Depois do nascimento do reino messiânico de Deus, nos céus, ao terminarem os “tempos dos gentios” ou “tempos designados das nações”, em meados do segundo semestre do ano de 1914 E.C. Naquela ocasião, o entronizado Jesus Cristo, atuando como o Miguel celestial, o “grande príncipe” que se ergue a favor do povo de Deus, começou a travar guerra contra Satanás, o Diabo, e sua organização demoníaca. Em conseqüência disso, aquelas forças espirituais iníquas foram sacudidas para fora de sua posição celestial e feitas cair para a vizinhança de nossa terra.
44. Em que resulta serem os “céus” sacudidos para fora de seus contatos em cima, e quando terminará o abalo?
44 Seu vexame por terem sido sacudidas para fora de seus anteriores contatos celestiais tem resultado em crescente “ai” para a humanidade e também em perseguição do povo dedicado e batizado de Jeová, os israelitas espirituais, aqui na terra. (Revelação 12:5-13, 17; Daniel 12:1) Mas, com este rebaixamento não acabou o abalo deles. O derradeiro abalo até o fim terá de vir depois da “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon, e terá de causar sua queda num abismo carcerário, onde ficarão detidos durante os mil anos do reinado ininterrupto de Cristo sobre a humanidade remida. De modo que estes “céus” iníquos desaparecerão agora e darão lugar aos “novos céus”, nos quais a justiça há de morar para sempre. — 2 Pedro 3:7-13; Revelação 20:1-3.
45. Que assuntos foram afetados por este abalo inicial de tais “céus” e onde, e o que se deve dizer a respeito do abalo e da remoção de nossa terra literal?
45 Este rebaixamento e a restrição dos céus demoníacos à vizinhança da terra, por um “curto período de tempo”, até serem lançados no “abismo”, têm afetado enormemente os assuntos da humanidade na terra, desde 1914 E.C. Mas como cumpre Jeová Deus a sua promessa de fazer tremer, de abalar ou por em comoção tanto a “terra” como os “céus”? (Ageu 2:6; Hebreus 12:26) Pois bem, assim como os “céus” a serem abalados não são os céus literais, visíveis, acima da humanidade, assim também a “terra” contrastada com estes céus não é a terra literal sob os pés do homem. Referente à terra literal e sua permanência, o Salmo 104:5 fala a respeito da criação de Deus e diz: “Ele fundou a terra sobre os seus lugares estabelecidos; não será abalada, por tempo indefinido ou para todo o sempre.” Em harmonia com isto, nosso literal globo terrestre não será abalado e sacudido com o objetivo de ser removido.
46. Então, qual é a “terra” que é feita tremer e removida e quando veio a existir?
46 É lógico, pois, que é a “terra” simbólica que Jeová prometeu fazer tremer e por em comoção, visando a sua remoção. Assim como os “céus” relacionados com ela são compostos de criaturas vivas, inteligentes (os demônios espirituais sob Satanás, o Diabo), assim também a “terra” simbólica é composta de criaturas vivas, inteligentes, a saber, a sociedade humana que jaz sob o poder do iníquo, Satanás, o Diabo. Esta sociedade humana, ímpia, veio à existência algum tempo depois do dilúvio dos dias de Noé e inclui agora praticamente todo o mundo da humanidade. (Revelação 12:9; 1 João 5:19) Esta “terra” simbólica e os “céus” associados, por cima dela, constituem “os céus e a terra que agora existem” e que, segundo a palavra de Deus, “estão sendo guardados para o fogo e estão sendo reservados para o dia do julgamento e da destruição dos homens ímpios”, conforme nos diz 2 Pedro 3:7. Antes de o Soberano Senhor Jeová destruir esta “terra” simbólica como por um fogo consumidor, como se faz que ela seja abalada, sacudida e posta em comoção?
FAZER A “TERRA” TREMER
47. Como começou Deus a abalar a “terra” simbólica?
47 Ele começa a fazer isso por reivindicar sua soberania sobre a moradia da sociedade humana, a saber, a terra literal. Faz isso dum modo como nunca fez antes. A sociedade humana egoísta e egocêntrica afirma ser dona da terra e ter o direito de fazer com ela e com os mares o que bem entende. Assim não se faz caso do Criador da terra e isto é tanto errado como míope. O Soberano Senhor Jeová deixou que este conceito e sua aplicação prevalecessem ininterruptamente e incontestados até o fim dos Tempos dos Gentios ou “tempos designados das nações” em 1914 E.C. Daí, ele deu vida à sua própria reivindicação legítima por fazer nascer seu reino messiânico nos céus. Este governo celestial invisível, representado em Revelação 12:5 como “varão” ou “filho” da “mulher” de Deus, foi designado a “pastorear todas as nações com vara de ferro”. Fazer Jeová valer assim a sua soberania universal abalou a “terra” simbólica, a sociedade humana ímpia, sacudindo-a de seu longo estado inerte, acomodado, em que Jeová Deus lhe permitiu tratar a terra literal como se fosse dela, e usá-la mal, como se não tivesse de prestar contas a ninguém.
48. Como seria a simbólica “terra” não-espiritual abalada pela ação invisível, celestial, do Soberano Universal Jeová?
48 No entanto, como seria a sociedade humana, terrestre, abalada ou sacudida por esta ação celestial, invisível, do Soberano Universal, se a sociedade humana não se apercebesse disso? Como seria isto sentido pela sociedade humana não-espiritual, sentindo-se abalada? Isto se daria por ele fazer com que fosse avisada de que os Tempos dos Gentios, “os tempos designados das nações”, haviam terminado em 1914, ano em que começou a Primeira Guerra Mundial. Terminou então a sua longa dominação do mundo, porque se podia então dizer ao Soberano Senhor Jeová: “Agradecemos-te, Jeová Deus, o Todo-poderoso, aquele que é e que era, porque assumiste o teu grande poder e começaste a reinar. Mas as nações ficaram furiosas, e veio teu próprio furor.” (Revelação 11:17, 18) o aviso desta mudança universal do status quo (o “estado em que” se achavam as coisas) foi dado à sociedade humana, terrestre, pelos embaixadores, na terra, do então já reinante Soberano, Jeová Deus, o Todo-poderoso.
49. Quem são estes “embaixadores” que dão o aviso e por que é sua missão agora mais urgente do que nunca?
49 Quem são estes “embaixadores”? São os cristãos dedicados, batizados e ungidos com espírito, que são descritos pelas palavras do apóstolo Paulo na sua segunda carta aos Coríntios, capítulo cinco, versículos dezenove e vinte: “Deus, por meio de Cristo, estava reconciliando o mundo consigo mesmo, não lhes imputando as suas falhas, e ele nos encarregou da palavra da reconciliação. Somos, portanto, embaixadores, substituindo a Cristo, como se Deus instasse por nosso intermédio. Rogamos, como substitutos de Cristo ‘Sede reconciliados com Deus.’” Agora que Jeová Deus, o Todo-poderoso, havia assumido o seu grande poder e havia começado a reinar por meio do seu recém-nascido reino messiânico, nos céus, era mais urgente do que nunca que a sociedade humana, terrestre, fosse reconciliada com Deus. Era iminente a remoção completa de todo o sistema mundial de coisas, e havia começado seu “tempo do fim”. (Daniel 12:4) A questão é: Quem escapará de ser destruído junto com ele?
50. Como reagiu a “terra” simbólica ao aviso dado a ela pelos embaixadores do Reino?
50 Como reagiu a “terra” simbólica, a sociedade humana atribulada pela guerra, ao aviso que lhe foi dado pelos “embaixadores” do reino estabelecido de Deus às mãos de Seu Cristo? Sossegou a terra, numa reação pacífica ao convite de se reconciliar com o recém-nascido reino de Jeová por Cristo? A história daqueles anos da Primeira Guerra Mundial responde que não! A “terra” dilacerada pela guerra ficou tremendo, sendo abalada e posta em comoção por tal aviso. Conforme predisse Revelação 11:18: “As nações ficaram furiosas”, quer dizer, contra os embaixadores do Reino. Tentaram usar as condições globais de guerra para suprimir estes embaixadores do Reino. Recorreram até mesmo à perseguição violenta, em alguns casos até mesmo à morte dos embaixadores. Esta foi a experiência dos cristãos dedicados, batizados e ungidos, então conhecidos como Estudantes Internacionais da Bíblia, mas hoje conhecidos como testemunhas cristãs de Jeová.
51. (a) O que se pode dizer mais sobre os embaixadores do Reino darem este aviso e o efeito disso? (b) De que modo é a causa disso exatamente como diz Hebreus 12:26?
51 Nas páginas da história está escrito o registro vergonhoso da atuação da “terra” simbólica ao passo que tremia e era abalada, ficando cheia de comoção violenta em hostilidade aos embaixadores do Reino de Jeová. O aviso dos embaixadores fiéis do Soberano Senhor Jeová continua a ser dado por eles até hoje, em escala cada vez maior, e a “terra” simbólica ainda está sendo feita tremer e é abalada, posta em comoção, pelo aviso e seu significado desafiador. Em prova de que este aviso diz a verdade, vemos cumprirem-se as coisas que Jesus Cristo disse que assinalariam este “tempo do fim”: “Haverá grandes terremotos, e, num lugar após outro, pestilências e escassez de víveres; e haverá vistas aterrorizantes e grandes sinais do céu.” (Lucas 21:11) Mas em sentido simbólico, foi exatamente assim como Hebreus 12:26 disse a respeito da presença de Jeová no monte Sinai, quando deu os Dez Mandamentos: “Naquele tempo, a sua voz abalou a terra.” Nos dias atuais, a transmissão da mensagem de Sua Palavra escrita por meio dos embaixadores de seu Reino tem abalado a “terra” simbólica.
52. O que é representado pelo “mar” e pelo “solo seco” que também são abalados?
52 Todos os elementos da sociedade humana, na terra, foram feitos tremer e foram abalados. É assim como disse o Soberano Senhor Jeová: “Mais uma vez — dentro em pouco — e eu farei tremer os céus, e a terra, e o mar, e o solo seco.” (Ageu 2:6) Na crosta superior de nosso globo terrestre há o mar e o solo seco; o mar está constantemente em movimento e o solo seco é estável, com exceção de terremotos locais. Visto que a profecia de Ageu 2:6 tem significado simbólico, como no caso dos “céus e a terra”, o “mar” simbólico seria aquela parte da sociedade humana que é instável, desassossegada, como que lançando de si “algas e lama”, revolta, desejosa de mudanças radicais, continuamente batendo contra o “solo seco”. (Isaías 57:20) Em contraste, o “solo seco” simbólico seria a parte da sociedade humana que é acomodada, estável e conservadora, procurando manter o status quo, aposta às mudanças radicais.
53. Como se mostra se estes dois elementos da sociedade humana foram abalados ou não?
53 Contudo, ambos estes elementos da sociedade humana querem que o globo terrestre seja governado por homens em vez de por Deus, o Soberano Senhor Jeová. Por isso, também são abalados pelo aviso que lhes é dado pelos embaixadores espirituais, anunciando que os “tempos designados das nações” já expiraram e que o reino de Jeová, por Cristo, já governa nos céus, aproximando-se rapidamente o tempo da remoção completa de todo este sistema terrestre de coisas, numa grande tribulação, tal como a humanidade nunca antes sofreu. (Mateus 24:3-22; Marcos 13:4-20) Mostrando que estão sendo abalados pela mensagem da Palavra de Deus, ambos estes elementos da sociedade humana, o conservador e o radical, ficaram ‘furiosos’ com os proclamadores da mensagem divina, os embaixadores do Reino.