“Efetua plenamente o teu ministério”
1. Como deve ser considerado o ministério do cristão?
DEUS jamais deixou o seu povo sem nada a fazer. Sempre o pôs a trabalhar, e visto que isto provém como comissão da parte dele, pode ser corretamente chamado de obra ministerial, pois tem a natureza de serviço prestado a ele. Tal obra, por conseguinte, jamais deve ser considerada como sendo de somenos importância, mas deve ser tida como mordomia. É grande privilégio e traz muita felicidade, mas, também significa grande responsabilidade. Isto não nos deve impedir, pois Deus bem sabe as nossas imperfeições e fraquezas, e em sua bondade imerecida fez ampla provisão a nosso favor.
2. As cartas de Paulo a Timóteo mostram que espírito, e indicam que alicerce para o ministério?
2 Idéias como estas passavam pela mente do apóstolo Paulo, evidentemente, quando ele escreveu a Timóteo, como se acha em suas duas cartas que são parte das Escrituras Sagradas. Toda a página bafeja o espírito de ardorosa exortação e encorajamento, junto com oportunos avisos. Por exemplo, ele escreveu: “Eu te mando solenemente . . . prega a palavra, ocupa-te nisso urgentemente, em época favorável, em época dificultosa, repreende, adverte, exorta, com toda a longanimidade e [arte de] ensino.” Daí, depois de avisar que muitos “desviarão os seus ouvidos da verdade”, conclui: “Tu, porém, mantém os teus sentidos em todas as coisas, sofre o mal, faze [a] obra dum evangelizador, efetua plenamente o teu ministério.” Notem, contudo, que antes destas palavras verificamos uma referência ao que indica o alicerce essencial para se cumprir tal ministério. Qual é? Paulo disse a Timóteo: “Desde a infância tens conhecido os escritos sagrados, que te podem fazer sábio para a salvação.” Acrescentou, então: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, a fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamente equipado para toda boa obra.” — 2 Tim. 4:1-5; 3:15-17.
3. Como sobressaem de modo distinto as testemunhas de Jeová, e será que isso dá a entender de qualquer modo que elas sejam sobre-humanas?
3 Nunca é demais destacarmos a necessidade de nos apegarmos à Palavra de Deus em todo o nosso ministério, tanto dentro da Sua organização, como fora, ao pregarmos e darmos testemunho a outras pessoas. Estas coisas são o que diferenciam as testemunhas de Jeová das igrejas da cristandade. Não consideramos as tradições, os credos, ou nossas próprias idéias. Em todos os nossos arranjos, ao se dirigir as reuniões, em questões de disciplina e controle, e nas finanças, também naquilo que ensinamos e em nossos métodos de ensino, tudo tem base bíblica. Se for feita qualquer alteração, deve-se isto ao melhor entendimento das escrituras relacionadas ao assunto. A Bíblia, a Palavra de Deus, é o alicerce essencial para o ministério bem sucedido. Primeiro de tudo, tem de haver correto entendimento das Escrituras, apoiado por esforço sincero e determinado de pôr tais coisas em prática, tanto em nossa vida, como em ajudar outras pessoas que são receptivas à palavra da verdade. Não diga que está além de seu alcance. Muitas milhares de testemunhas de Jeová, em todo o mundo, cumprem tais requisitos, e nenhuma pretende nem por um momento ser sobre-humana. Aprenderam a usar e a confiar nas provisões de Jeová, apegando-se a ele em oração e apegando-se à sua Palavra e organização, que são os principais canais do seu espírito santo. — Fil. 4:13.
O MINISTÉRIO INTERNO
4. Como foi o ministério da classe do santuário bem ilustrado na época de Davi e de Salomão?
4 Quando pensamos na congregação cristã, assemelhada a um “templo santo para Jeová . . . lugar para Deus habitar por espírito”, e que todas as pessoas semelhantes a ovelhas são convidadas a prestar a Deus serviço sagrado em íntima associação com o restante daquela classe do santuário ainda sobre a terra, somos ajudados a imaginar a seriedade e o escopo da obra ministerial que tem de ser feita dentro da organização de Deus. Isto é bem ilustrado, em apenas um aspecto, pelo que aconteceu quando Davi fazia intensos preparativos para a construção do templo literal e seus serviços. Fez pormenorizadas designações do serviço levítico, inclusive “quatro mil louvadores de Jeová com os instrumentos que Davi disse: ‘Fiz para lhe dar louvor.”‘ Foram plenamente postos em vigor pelo filho de Davi, Salomão, que fez provisões de serviços regulares no templo, inclusive “os levitas em seus postos de dever, para louvar e para ministrar em frente aos sacerdotes, como rotina diária”. Tal serviço ministerial havia de ser realizado em íntima união, tanto em palavra como em ação. — Efé. 2:21, 22; 1 Crô. 23:5; 2 Crô. 8:14.
5. Que ilustração adicional fez Paulo quanto ao ministério?
5 Ao abordar a necessidade de similar exigência no tocante ao templo espiritual, o apóstolo, em sua carta aos efésios, usa a ilustração do corpo humano. Primeiro, relata como Cristo, depois de subir para o alto, “deu dádivas [em] homens”, inclusive apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e instrutores, “visando o treinamento dos santos para a obra ministerial, para a edificação do corpo do Cristo”. De início, a congregação cristã e seus membros são mencionados como estando na infância, como sendo bebês, mas, o objetivo inteiro é crescer e progredir à madureza, tanto coletiva como individualmente. Como isto é feito, sob Cristo, a Cabeça, é mui apropriadamente descrito por Paulo nas seguintes palavras: “Todo o corpo, por ser harmoniosamente conjuntado e feito cooperar por toda junta que dá o necessário, segundo o funcionamento de cada membro respectivo, na devida medida, produz o desenvolvimento do corpo para a edificação de si mesmo em amor.” — Efé. 4:8-16.
6. Como se vê que a ilustração do corpo humano se aplica hoje?
6 Torna-se claro que o apóstolo tem presente aqui a obra ministerial a ser feita dentro da organização de Deus, “a edificação de si mesmo”. O mesmo princípio e os mesmos métodos de administração se aplicam atualmente, como se deu com a primitiva igreja ou congregação. No corpo humano, as juntas, pequenas e grandes, constituem os principais elos responsáveis pelo funcionamento suave e harmonioso do inteiro corpo. Semelhantemente, na sociedade do Novo Mundo das testemunhas de Jeová como um todo, no seu corpo governante, bem como em cada uma de suas congregações, a principal responsabilidade da boa cooperação recai nos servos designados, as “dádivas [em] homens”. Eles são as juntas. — Efé. 4:8.
7. Desempenhar “cada membro respectivo” a sua parte serve para que encorajamento?
7 O apóstolo, porém, não pára aí. Como fator adicional, menciona o trabalho ou “funcionamento de cada membro respectivo, na devida medida”. (Efé. 4:16) Isto abrange a todos, homens e mulheres, não importa quão jovens e imaturos, nem importa quão idosos e débeis. Não diga que não faz diferença a sua pessoa. Isso não é verdade. Em realidade, logo que chegar a ter contato com as testemunhas de Jeová, não poderá deixar de ser um meio de encorajamento, se fizer bom progresso. É muitíssimo encorajador, para todos os demais, ver alguém responder bem num estudo bíblico domiciliar, ou ver novas faces em nossas reuniões, presentes não apenas uma vez, mas que chegam regularmente, e é evidência da bênção e do espírito de Jeová sobre o nosso ministério. É também muito edificante ver os que se vêem acossados pela idade avançada ou debilidade se esforçarem, com grande custo para si mesmos, a assistir às reuniões e ter alguma parte, mesmo que pequena, em testemunhar a outrem. Como se dá com o corpo humano, o menor dos membros desempenha a sua parte, na devida medida. Talvez não nos demos conta disso quando tudo corre bem, mas, logo que algo começa a ir mal com até mesmo o menor dos membros, digamos, um artelho com unha encravada, e logo nos damos conta disso! É bom encararmos a realidade de que cada um de nós pode ter alguma parte, na devida medida, no ministério a ser efetuado dentro da organização de Deus, ou da congregação local a que pertencermos, “para a edificação de si mesmo em amor”. Há tanta coisa a ser feita e sempre há maior progresso a ser alcançado. Em ambas as ilustrações, sublinha-se o crescimento: “O desenvolvimento do corpo”, e “desenvolve-se num templo santo para Jeová”. — Efé. 4:16; 2:21.
O MINISTÉRIO EXTERNO
8. Como são os cristãos biblicamente mencionados como portadores de luz?
8 Intimamente relacionado com o quadro de um santo templo, a Bíblia também fala da congregação cristã dos 144.000 herdeiros do Reino como “sacerdócio santo”. O apóstolo Pedro os une, quando escreve: “Vós mesmos também, como pedras viventes, estais sendo edificados como casa espiritual, tendo por objetivo um sacerdócio santo.” Para que fim serviria este sacerdócio? Responde o apóstolo: “Vós sois ‘raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo para propriedade especial, para que divulgueis as excelências’ daquele que vos chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz.” O próprio Jesus mencionou com proeminência os seus verdadeiros seguidores como sendo portadores de luz. Disse: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. . . . deixai brilhar a vossa luz perante os homens, para que vejam as vossas obras excelentes e dêem glória ao vosso Pai, que está nos céus.” Isto tem íntima ligação com o glorioso quadro na profecia de Isaías, cumprido em nossos dias, quando se diz à Sião, a organização de Deus, como cidade sobre a montanha: “Levanta-te, sê radiosa”! E com que resultado? “As nações se encaminharão à tua luz, e os reis ao brilho de tua aurora. Levanta os olhos e olha à tua volta: todo mundo se reúne para vir a ti.” Isto, por sua vez, concorda exatamente com a declaração inspirada a respeito de a ‘administração [de Deus] de ajuntar (ou reunir) novamente todas as coisas no Cristo’. — 1 Ped. 2:5, 9; Mat. 5:14-16; Isa. 60:1-4, CBC; Efé. 1:10.
9. Que argumento usou Paulo a respeito do novo pacto e de seu ministério?
9 Observe agora como Paulo considera sermos portadores de luz como parte de nosso ministério. Ao escrever aos coríntios, diz que Deus “deveras nos qualificou adequadamente para sermos ministros dum novo pacto”. Daí, contrasta este novo pacto, feito com a congregação cristã mediante Cristo qual mediador, com o antigo pacto da Lei, feito com a nação de Israel, mediante Moisés qual mediador. Mostra que a “administração do espírito” sob o novo pacto é mais gloriosa em todo o aspecto em comparação com a glória do “código que administra a morte . . . gravado com letras em pedras”. Quando Moisés desceu de Sinai com duas tábuas do Testemunho, sua face brilhava, “de modo que os filhos de Israel não podiam fitar atentamente os olhos no rosto de Moisés”. Mas, Paulo explica depois que a real dificuldade consistia em os próprios filhos de Israel. “Suas percepções mentais estavam obtusas. . . . De fato, até o dia de hoje, sempre que se lê Moisés, há um véu deitado sobre os seus corações. Mas”, continua ele, “quando há um retorno a Jeová [em submissão e devoção de coração pleno], é retirado o véu”. Daí, referindo-se ao ministério concedido aos que estão no novo pacto, ou em íntima associação com este, como se dá com as “outras ovelhas”, o apóstolo diz que ‘todos nós, com rostos desvelados refletimos como espelhos a glória de Jeová’. — 2 Cor. 3:6-8, 14-18; Êxo. 34:29-35; Heb. 9:15.
10. De que modo podemos ‘refletir como espelhos a glória de Jeová’?
10 Talvez fique imaginando como é que criaturas fracas e mortais possam refletir a glória de Jeová, visto que homem algum pode ver-lhe a face e viver. (Êxo. 33:20; compare também com 1 Timóteo 6:16) Bem, além da glória pessoal de Jeová, há também a glória magnificente de seu propósito, centralizado em seu reino, sob o Filho amado. Tal reino a verdade central da Bíblia, e as verdades intimamente relacionadas — estas compõem as “coisas magníficas de Deus” que começaram a ser proclamadas pelos que haviam recebido o derramamento do espírito santo no dia de Pentecostes, destarte iniciando seu ministério externo. (Atos 2:11) De acordo com isso, Paulo diz no tocante a “este ministério”, que não estamos “adulterando a palavra de Deus, mas, por tornar manifesta a verdade, [estamos] recomendando-nos a toda consciência humana à vista de Deus”. — 2 Cor. 4:1, 2.
11. O que podemos esperar quanto aos resultados e aos frutos de nosso ministério?
11 Sim, essa é a nossa comissão, tornar manifesta a verdade. Não nos desanimamos quando descobrimos que Satanás, “o deus deste sistema de coisas tem cegado as mentes dos incrédulos”, estando por isso a sua mente e seu coração pesadamente velados. Mas, nem todos são descrentes. Muitas, muitas pessoas ainda são mantidas involuntàriamente em cativeiro por parte de Satanás. Estão “gemendo e clamando por todas as coisas detestáveis que são feitas” no sistema de coisas de Satanás, e faz parte de nossa comissão “pregar livramento aos cativos e recuperação da vista aos cegos”. — 2 Cor. 4:4; Eze. 9:4; Luc. 4:18.
12. Como é que hoje em dia Deus faz a luz brilhar da escuridão?
12 Quão feliz é a nossa comissão e que tremenda responsabilidade, especialmente neste dia do estabelecimento do Reino! Disse Jesus, em sua profecia sobre o término deste sistema de coisas: “Estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” (Mat. 24:14) Todas as promessas e profecias de Deus têm de ser e serão cumpridas, sem exceção. Às vezes, cumprem-se literalmente e às vezes de modo figurado ou espiritual. É isto o que frisa Paulo ao citar o primeiro mandamento registrado: “Da escuridão brilhe a luz.” Isto cumpriu-se literalmente. Daí, mostra como o mesmo se dá em sentido espiritual, ao acrescentar: “E ele tem brilhado sobre os nossos corações, para iluminá-los com o glorioso conhecimento de Deus pelo rosto de Cristo.” — 2 Cor. 4:6.
13. Por que Deus comissiona criaturas imperfeitas para tal ministério?
13 Quando olhamos para nós mesmos, talvez achemos bem que, quais espelhos, deixamos muito a desejar. Mas, para nosso consolo e para mostrar que não devemos confiar na força ou sabedoria humanas ao executar nossa comissão, Paulo explica que “temos este tesouro [do ministério] em vasos de barro, para que o poder além do normal seja o de Deus e não o de nós mesmos”. Deus faz provisão mediante a qual podemos prestar serviço aceitável, embora imperfeito. No entanto, isso não nos desculpa a não nos mantermos, quais espelhos, em condição tão limpa e boa quanto pudermos. — 2 Cor. 4:7; veja também 1 Coríntios 1:26-31.
ESSENCIAL A UNIDADE
14. Que tipo de união é vista no mundo, motivada por quais razões?
14 Em tudo no nosso ministério a unidade é essencial. É verdade que, no mundo, amiúde se apresenta uma frente unida, quer por um partido político, quer em época de guerra. No mundo religioso, também, fazem-se esforços neste sentido, embora, em comparação, pareçam lentos e desajeitados. Em geral, porém, não é verdade que o motivo que impele a frente unida é amiúde o temor, o temor do inimigo comum? Logo que o perigo passe, então, com demasiada freqüência, surgem de novo as velhas facções. A união motivada por tal razão está sujeita a romper e desmoronar. Não é o amor que os ajunta; mas, é o amor, amor semelhante ao de Deus, a única coisa que pode produzir e preservar indefinidamente a união real e genuína. Vejamos como isto opera entre os que são ajuntados sob a administração de Cristo.
15. Que passos iniciais são necessários para se alcançar a união com Deus?
15 A união de qualquer grupo de pessoas tem de começar com o indivíduo. Neste caso, preocupamo-nos com os cristãos, ou os que se tornam cristãos. De modo a tornar-se tal, o primeiro passo vital é alcançar a união com Deus. Amiúde isto é considerado experiência emocional, repentina conversão. Mas, a verdadeira união exige alicerce mais sólido. Para alcançar a união com Deus a pessoa tem de vir a conhecer a mente de Deus sobre todos os assuntos que corretamente lhe digam respeito. Essa é uma das principais razões por que Deus nos dá sua Palavra, a Bíblia. Ela exprime a mente e a vontade do Supremo. Ao estudarmo-la e entendermo-la, nossas mentes ficam influenciadas pelos pensamentos corretos e, por sua vez, somos movidos a praticar obras corretas, as que “Deus preparou de antemão para andarmos nelas”. — Efé. 2:10.
16. Como está envolvido o coração, levando a que frutos abençoados?
16 Mas, o coração, bem como a mente, está envolvido. Ao aprendermos e aumentarmos em conhecimento, assim também deve crescer nossa apreciação por Deus, a Fonte de todo o conhecimento e toda a sabedoria. Nosso coração é atraído a ele em gratidão e adoração, conduzindo-nos a dar o passo da dedicação e do batismo, o que resulta em relação pessoal e unificada com Jeová. De modo a manter tal relação e unidade de idéias, precisamos continuar a estudar a sua Palavra. Esta é constante necessidade. Conforme belamente expresso nos Salmos: “Feliz é o homem . . . [cujo] deleite está na lei de Jeová, e na sua lei lê em voz baixa, dia e noite.” Com que resultado? “Ele se tornará certamente como árvore plantada junto a correntes de água, que dá o seu próprio fruto na sua estação, e cuja folhagem não murcha, e tudo o que ele fizer será bem sucedido.” Que bênção mais rica do que essa poderia desejar? — Sal. 1:1-3.
17. Tendo-se em vista todo o sofrimento envolvido, como poderia Jesus dizer que se deleitava em fazer a vontade de Deus?
17 Confirmando isto, lemos também nos Salmos a palavra profética aplicada a Jesus na ocasião de seu batismo, quando disse: “Em fazer a tua vontade, ó meu Deus, tenho-me deleitado, e a tua lei está no meu íntimo.” (Sal. 40:8; veja-se Hebreus 10:5-7) Como podia Jesus dizer que deleitava-se em fazer a vontade de Deus, quando sabia, por escrituras tais como a de Isaías, capítulo 53, que seu proceder dedicado atrairia o sofrimento e o vitupério mais agudos, ser desprezado e traspassado e esmagado em ‘derramar a alma até a própria morte’ (Isa. 53:3, 5, 12) Foi por causa de a Palavra e a lei de seu Pai estarem no seu íntimo. Por meio deste conhecimento perfeito e memória da Palavra de Deus, conhecia a mente do Pai em todas estas coisas, e isto o guiou e susteve no decorrer de tudo. Sabia que sua morte era “preciosa aos olhos de Jeová”, de modo que pôde dizer, como predito: “A ti [Jeová] oferecerei o sacrifício de ação de graças . . . Meus votos, eu os pagarei a Jeová.” Jesus é o exemplo perfeito de quem está em união com Jeová. — Sal. 116:15-18; veja também João 5:19, 30.
18. Que pontos são especialmente destacados no conselho dado às esposas?
18 Há também a questão da união familiar a considerar, pois a sociedade do Novo Mundo é composta de famílias, em grande parte. A chave disso acha-se nas palavras dirigidas diretamente ao marido, o chefe de família. Isto é interessante. Vem no conselho pormenorizado dado por Paulo tanto às esposas como aos maridos. Mencionamos primeiro as esposas, assim como Paulo bem como Pedro o fizeram, ao darem conselho pormenorizado. (Efé. 5:22-33; 1 Ped. 3:1-7) Em cada caso, destacam a necessidade de as esposas se sujeitarem aos maridos, assina como, sem dúvida, a “congregação está sujeita ao Cristo” em tudo. Isto é manifestado pela “vestimenta incorrutível dum espírito quieto e brando”. Isto é essencial à união familiar. Afinal de contas, no caso do primeiro casal humano, não foi a esposa quem primeiro agiu errado e deu o golpe inicial contra a união familiar, pela sua mostra de independência? — Efé. 5:24; 1 Ped. 3:4.
19. Qual é a principal responsabilidade que recai sobre os maridos, conduzindo a que resultados?
19 Mas, a chave do problema não foi dada às esposas. Lançando a responsabilidade primàriamente sobre os maridos, Paulo lhes diz: “Maridos, continuai a amar as vossas esposas, assim como também o Cristo amou a congregação e se entregou por ela.” (Efé. 5:25) Apreciar plenamente e aprender como aplicar este amor semelhante ao de Cristo, em todo o seu ardor, sua pureza e completo altruísmo genuínos, é trabalho por toda a vida. É motivo adicional para manter-se em íntimo contato com o Registro Sagrado, com todas as informações que tem sobre o assunto. Ao aprender o marido cada vez mais como demonstrar tal amor, assim a esposa, como parte da sujeição de esposa, aprende como corresponder; no mesmo grau, e edifica-se assim entre eles a união que é fonte mútua de vigor, de paz e de grande felicidade. Por sua vez, os filhos são criados na mesma atmosfera e pelos mesmos princípios, o que resulta em uma família feliz e unida que é crédito para a sociedade do Novo Mundo, e, acima de tudo, para Jeová. A situação difere muito, por certo, na família dividida, mas, ainda assim o pai dedicado, quer seja o marido ou a esposa, deve ter por alvo a união familiar de modo coerente com os princípios bíblicos, buscando a orientação de Deus e deixando a ele os resultados finais.
20. Por que é importante que os servos ‘se humilhem como uma criancinha’ e por causa de que perigos?
20 Voltemos agora nossa atenção para os servos designados na congregação, que correspondem às juntas do corpo humano. O que às vezes é difícil tais servos compreender é que a união e a humildade andam de mãos dadas. Por que é difícil? Por causa de entrar em cena a questão de posição. O “querubim ungido” possuía maravilhosa posição “na montanha santa de Deus”, tendo supervisão “no Éden, o jardim de Deus”, mas, não estava contente. Planejou subir cada vez mais alto e, na época de Babilônia, ‘tornar-se semelhante ao Altíssimo’. (Eze. 28:13-15; Isa. 14:14) Os doze discípulos de Jesus, quando estavam com ele, estavam, mui prontos a preocupar-se com a questão de posição, às vezes isto se tornando “disputa acalorada”, mesmo antes de chegarem a receber qualquer posição. Como é a natureza humana! Jesus lhes disse que tinham de ‘humilhar-se como uma criancinha’. Às vezes, a mulher entra em cena, como no caso da “mãe dos filhos de Zebedeu”, que pediu ao Senhor posições especiais para os filhos dela. Assim, pareceria apropriado atentarem os servos, suas esposas e todos os demais para o conselho de Pedro: “Todos vós, porém, cingi-vos de humildade mental uns para com os outros, porque Deus se opõe aos soberbos, mas dá benignidade imerecida aos humildes.” — Luc. 22:24; Mat. 18:1-4; 20:20-28; 1 Ped. 5:5; veja-se João 13:14, 15.
21. Como aplica Paulo a ilustração de se plantar e regar aos servos?
21 Paulo, também, deu excelente conselho aos servos ministeriais e à congregação em Corinto, onde havia “ciúme e rixa”. Lembrou-lhes que os servos de maior responsabilidade que trabalham como que no plantio e na rega espirituais, não são nada sem Deus, quem realmente é o único que pode fazer a congregação, como a planta, crescer e ter aumento. Não podemos fazer com que alguém entenda a verdade e creia nela. É só conforme ‘o Senhor concede a cada um’ se tornar crente e unir-se às fileiras cristãs. Destacando a união, acrescenta: “Quem planta e quem rega é um só.” Por quê? Por que trata-se de uma só operação; “somos colaboradores de Deus”. Isso não nos livra da responsabilidade pessoal, contudo, pois “cada um receberá a sua própria recompensa, segundo o seu próprio labor”. — 1 Cor. 3:3-9.
22. (a) Por que foi que Israel falhou a Jeová? Que ilustração Ele lhes deu? (b) Como foi que Jeová aplicou a ilustração?
22 Conforme aprendemos da Palavra de Deus, o que é confirmado pela realidade e pela experiência, a vontade e o propósito do Supremo hão de ter êxito. Ele promete êxito à pessoa que permanecer em união com ele, por apegar-se à sua Palavra. (Sal. 1:1-3) Também promete êxito à inteira companhia de crentes que são ajuntados em união com Cristo, neste “pleno limite dos tempos designados”. (Efé. 1:10) A nação carnal de Israel preferiu seguir seu caminho no espírito de independência, e Jeová lhe disse que seus pensamentos e seus caminhos eram muito mais altos, em realidade, bem diferentes, dos próprios pensamentos e idéias deles. Israel falhou a Jeová, mas, significou isso que fracassaria o propósito de Jeová? Ele deu a ilustração da chuva e da neve que procedem dos céus e que não retornam (como vapor) até que primeiro saturem a terra e a façam produzir ‘semente para o semeador e pão ao que come’. Aplicando a ilustração, Jeová diz com ênfase: “Assim a minha palavra, que sai da minha boca, se provará ser. Não retornará para mim sem resultados, mas, certamente que fará aquilo em que tenho deleite, e obterá êxito certo naquilo para o que a enviei.” Com que propósito enviou Deus a sua palavra, assegurando-lhe “êxito certo”? Falando agora do Israel espiritual, a congregação cristã, junto com os seus companheiros semelhantes a ovelhas, continua a profecia: “Pois com regozijo saireis, e com paz sereis trazidos para dentro.” Daí, segue-se cena deleitosamente descritiva, em linguagem atraente e figurada, da condição paradísica restaurada e próspera, falando-se espiritualmente, do povo dedicado de Deus que é ajuntado em união sob a sua administração debaixo de Cristo. “Tem de tornar-se para Jeová algo famoso, um sinal por tempo indefinido que não será extirpado.” — Isa. 55:8-13.
23. Que conforto e encorajamento Jeová nos tem dado para a atualidade?
23 Que contraste é isto em comparação com a cena de conflito deste mundo moderno, que já não se entende nem a si mesmo, e de seus reinos divididos entre si. Jeová, nestes dias, envia sua Palavra e bondosamente nos dá entendimento quanto a ela, a pura mensagem da verdade. Pelas riquezas de sua bondade imerecida, não lhe falharemos, mas, cumpriremos cabalmente o nosso ministério em íntima união uns com os outros. Conforme Jeová predisse a respeito de nossos dias: “Porque então darei aos povos a mudança para uma língua pura, a fim de que todos eles invoquem o nome de Jeová, para o servirem ombro a ombro.” — Sof. 3:9.