Coragem para vencer a oposição religiosa
1. Em que se baseia e coragem cristã, e como têm os servos de Jeová demonstrado esta coragem?
MOISÉS pôs-se corajosamente diante de Faraó. Josué demonstrou-se corajoso ao entrar na Terra Prometida. Davi, embora jovem pastor, pôs-se corajosamente diante do guerreiro gigante, Golias. Jesus enfrentou seus adversários com coragem. Todos estes receberam sua coragem mediante a fé em Jeová Deus. Eles criam! Depois que o espírito santo foi derramado em Pentecostes, os primitivos cristãos fizeram a vontade de Deus de toda a alma e estavam cheios de fé. (Efé. 6:6) A mensagem concernente ao reino dos céus tinha de ser transmitida à humanidade. Jesus Cristo tinha de ser pregado como meio de salvação. Os apóstolos, cheios de espírito santo, tinham uma mensagem a declarar concernente a Jesus: “Que toda a casa de Israel saiba com certeza que, a este Jesus que vós pendurastes na estaca, Deus fê-lo não só Senhor, mas também Cristo.” (Atos 2:36) Tinha desaparecido o medo que espalhara os discípulos por causa de apenas conhecerem ou de estarem com Jesus na noite de sua prisão. A coragem, mediante a fé, tinha tomado o seu lugar.
2. Como demonstraram fé e coragem aqueles que vieram aos apóstolos para ouvir e ser curados?
2 Multidões vinham das cidades em volta de Jerusalém para ouvir os apóstolos falar, e traziam as pessoas doentes a fim de as “colocarem sobre leitos e macas, para que, ao passar Pedro, ao menos a sua sombra se projetasse nalguns deles”. Que fé! Todos os que tivessem tal fé seriam curados. Exigiu coragem para vir e ser curados. (Atos 5:14-16, ALA) A pregação das boas novas, então desconhecia fronteiras — o mesmo se dá hoje. Jesus vencera o mundo corajosamente, então, os discípulos de Jesus Cristo devem fazer o mesmo. Tinham eles coragem suficiente mediante a fé? Vejamos.
3, 4. (a) Que prova que sobreveio aos apóstolos exigiu coragem da parte deles? (b) Por que se perturbaram grandemente os opositores religiosos judeus?
3 A prova de sua coragem começou quando “o sumo sacerdote e todos os que estavam com ele, isto é, a seita dos saduceus, tomaram-se de inveja, prenderam os apóstolos e os recolheram à prisão pública. Mas de noite um anjo do Senhor abriu as portas do cárcere e, conduzindo-os para fora, lhes disse: Ide e, apresentando-vos no templo, dizei ao povo todas as palavras desta Vida”. (Atos 5:17-20, ALA) Sob tal mandamento do anjo de Jeová, os apóstolos não hesitavam, não tinham fosse. É verdade que eles tinham sido presos no dia anterior; mas tinham sido treinados para pregar e a pregação constituía o seu trabalho como ministros. Foram ordenados a falar “desta Vida” e a dizer ao povo como adquiri-la. Quando clareou o dia, foram ao templo e ensinaram o povo.
4 Quando o sumo sacerdote chegou, reuniu o Sinédrio e os anciãos de Israel e enviaram guardas para trazer os prisioneiros. Admirados, disseram: “Achamos o cárcere fechado com toda a segurança e as sentinelas nos seus postos junto às portas; mas, abrindo-as, a ninguém encontramos dentro.” Qualquer um ficaria perturbado em tais circunstâncias. E estes judeus estavam especialmente perturbados porque queriam paralisar a pregação das boas novas. Neste momento chega um homem e diz: “Eis que os homens que recolhestes no cárcere, estão no templo, ensinando o povo.”
5. (a) Quando ordenados outra vez pelas autoridades religiosas, que parassem de pregar, como responderam os apóstolos? (b) Por que vinha esta perseguição sobre os apóstolos?
5 “Nisto, indo o capitão e os guardas, os trouxeram sem violência, porque temiam ser apedrejados pelo povo. Trouxeram-nos, apresentando-os ao Sinédrio. E o sumo sacerdote interrogou-os, dizendo: Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome, contudo enchestes Jerusalém de vossa doutrina; e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem. Então Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes importa obedecer a Deus do que aos homens. O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, pendurando-o num madeiro. Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados.” (Atos 5:22-32, ALA) Os apóstolos, sem dúvida, se lembraram então das palavras de Jesus: “Não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Tudo isto, porém, vos farão por causa do meu nome, porquanto não conhecem aquele que me enviou.” (João 15:20, 21, ALA) Quão verazes eram, então, as palavras de Jesus para os apóstolos!
6. O que mostrou a experiência no tribunal religioso quanto à condição do coração dos primitivos cristãos?
6 As palavras dos apóstolos naquele tribunal religioso demonstraram que o temor dos homens tinha desaparecido. Até mesmo o temor do sumo sacerdote e dos associados com ele tinha desaparecido. O coração daqueles primitivos cristãos estava unificado no temor do Deus Todo-poderoso. — Sal. 86:11.
A CORAGEM DOS CRISTÃOS NA ESPANHA EM 1881
7. (a) Ao lermos das experiências dos cristãos do primeiro século, que perguntas devemos fazer a nós mesmos? (b) Onde enfrentam hoje as testemunhas de Jeová uma situação similar?
7 Quando lê a respeito de experiências emocionantes como estas dos cristãos da primitiva congregação cristã, como se sente? Que faria como cristão sob tais circunstâncias, com referência a continuar declarando as boas novas do reino de Deus? Que posição tomaria se estivesse num país onde o governo e os líderes religiosos declarassem que, sob nenhuma circunstância, poderia expressar-se? O que faria se estivesse num país católico ou em qualquer outro país e as autoridades lhe dissessem: ‘Ordenamos expressamente que não continue a ensinar nesse nome’, nem a falar publicamente acerca do seu Deus e nem de sua Palavra escrita? Esta é a situação em que se encontram muitos cristãos na Espanha.
8. (a) Qual é a causa da perseguição das testemunhas de Jeová na Espanha? (b) Como protestaram muitas pessoas que amam a liberdade, mas qual foi a resposta quê algumas receberam?
8 Por causa da perseguição que sofrem as testemunhas de Jeová por pregarem as boas novas do reino na Espanha, muitas pessoas em todo o mundo têm escrito cartas de protesto ao governo espanhol e aos seus representantes oficiais em vários países. A perseguição das testemunhas de Jeová parte do governo espanhol e do clero católico que o instiga. Respondendo aos protestos, a embaixada espanhola em Washington escreve:
“Há plena liberdade de adoração em meu país conforme o artigo VI da Declaração dos Direitos (Fuero de los Españoles) declara: ‘Ninguém será perturbado por causa de sua crença religiosa nem privado de praticar a sua adoração.’
“Ninguém pode dizer que não há liberdade de adoração na Espanha onde, para os 15.000 espanhóis não-católicos, há 260 igrejas protestantes e algumas mesquitas e sinagogas. Deve-se entender que proselitismo religioso ou propaganda não é permitido por lei devidamente aprovada, a qual intenciona impedir qualquer desordem ou reação possível. A grande maioria no país, como deve saber, é católica. Por outro lado, os católicos crêem que as doutrinas protestantes estão erradas. Portanto, o governo espanhol não pode admitir que se espalhem erros entre seus cidadãos. Esta atitude é uma conseqüência lógica de suas crenças.”
9. (a) Assim, qual é o ponto de vista do governo espanhol quanto à questão de adoração? (b) O que fazem as testemunhas de Jeová na Espanha?
9 Do precedente vemos que o governo espanhol diz que se pode crer o que quiser, mas não diga a ninguém. Tem de ser “uma prática, privativa de sua adoração”. A posição assumida pela embaixada é que os católicos crêem que as doutrinas protestantes são erradas, e, naturalmente, classificam as testemunhas de Jeová de protestantes, porque só elas protestam na Espanha contra as falsas doutrinas da Igreja Católica. O que fazem as testemunhas de Jeová na Espanha? Não estão causando distúrbios. Estão apenas tentando ensinar a Bíblia ao povo, o que a Igreja Católica não admite. É verdade que as testemunhas de Jeová falam com católicos, pois elas não têm bastantes outras pessoas a quem falar. Portanto, se hão de pregar na Espanha, terão de falar com católicos acerca da Palavra de Deus.
10. Como chegou a haver uma situação similar quanto à intolerância religiosa para com os cristãos primitivos por parte dos judeus?
10 Nos dias dos primitivos cristãos, logo após Pentecostes, quando havia apenas alguns milhares, em que país estavam localizados? Na sólida comunidade judaica. Os judeus, mediante seus líderes, já tinham morto o líder dos cristãos, Jesus Cristo, na estaca de tortura, a fim de parar a “nova religião”. Mas os seguidores de Cristo ainda tinham a sua mensagem nas suas mentes e corações. Com o passar dos anos, muitos mais receberam as boas novas mediante os apóstolos, e a verdade da palavra de Deus se espalhou. Os apóstolos não podiam fechar a boca, nem tampouco os judeus convertidos. (Atos 5:41, 42) Mas os líderes religiosos judeus não queriam que alguém na comunidade ouvisse esse novo ensino. O que estes sacerdotes religiosos podiam fazer era prender os seguidores de Cristo e jogá-los na prisão. Quando os mandaram embora, depois de os terem açoitado, pensando que os tinham amedrontado, os sacerdotes, mediante seu chefe, disseram: ‘Mandamo-vos positivamente que não continueis a ensinar na base do nome de Jesus.’ (Atos 5:28-40) Estes religionistas podiam fazer leis com facilidade; eles estavam em poder. Mas, o que dizer do mandamento de Cristo Jesus aos seus seguidores de pregar a verdade? A quem renderia a sua obediência?
11. Assim, que dois mandamentos estão em conflito atualmente na Espanha?
11 A mesma situação existe na Espanha 1900 anos mais tarde. A lei católica da Espanha diz que não se pode falar com outros acerca da Bíblia. Dizem que as testemunhas de Jeová podem adorar em particular, mas não podem fazer o que Cristo ordenou: “Portanto, ide e fazei discípulos de pessoas de todas as nações.” (Mat. 28:19) Não, na Espanha não!
12. (a) Em vista da atual situação religiosa na Espanha, seria o apóstolo Paulo bem acolhido ali? (b) Existem na Espanha algumas pessoas que apreciam a pregação das testemunhas de Jeová, e por quê?
12 Os cristãos do primeiro século não pensariam em parar a proclamação das boas novas, e êles não pararam, apesar de toda a perseguição e tribulação que vinham sobre eles. Agradecemos hoje a Deus por eles terem a coragem de continuar, porque muitas outras pessoas em muitas terras aprenderam o caminho da vida. Certa vez Paulo desejou ir à Espanha, mas o seu ministério agressivo não seria bem acolhido na Espanha atualmente. As verdades que ele ensinava não coincidiriam com as falsas doutrinas, nem com as cerimônias e nem com a atitude ditatorial da Igreja Católica na Espanha de hoje. Entretanto, milhares de espanhóis agradecem que as testemunhas de Jeová tenham persistido na pregação de casa em casa, que tenham vindo aos seus lares, que tenham estudado a Bíblia com eles e que tenham obedecido a Deus como dominador antes que aos bispos católicos da Espanha. Por quê? Porque muitas pessoas na Espanha têm aprendido a verdade, têm saído da Igreja Católica e, agora, têm a alegria de proclamara mensagem, assim como outras testemunhas fiéis de Jeová têm estado a fazer por anos.
13. Que relatório mostra que esta oposição religiosa na Espanha não é nova?
13 No Anuário das Testemunhas de Jeová de 1952, na página 75 relata-se o seguinte, sobre a Espanha:
“A polícia, sempre alerta, vigia atentamente os publicadores, resultando na seguinte experiência: Dois dos servos da unidade de Barcelona encontraram aparente interesse numa casa e fizeram arranjos para um estudo bíblico domiciliar. Quando revisitaram depararam com dois policias secretos que os esperavam. Foram presos. Deram busca nas suas casas, confiscaram a literatura e eles foram postos na cadeia. Examinaram mais tarde cuidadosamente a literatura, e eles foram interrogados. Entretanto, falou-se pouco, até que a policia achou um artigo na ¡Despertai! (Despertai!) acerca de Franco e das condições na Espanha. Isto acendeu a ira da polícia e os dois irmãos tiveram que suportar o calor do abuso e da ameaça. Porém, depois de encherem as fichas policiais sobre eles e de os avisarem das conseqüências se continuassem a pregar as boas novas, as autoridades permitiram aos irmãos partirem.”
14. Nos dez anos passados, o que tem resultado da obediência à lei de Deus pelas Testemunhas na Espanha?
14 Naqueles dias, dez anos atrás, havia na Espanha apenas 121 testemunhas de Jeová pregando as boas novas do Reino. Mas estas corajosas testemunhas de Jeová Deus não ficaram caladas. Continuaram a pregar as boas novas. E muitos daqueles a quem falaram durante os anos aprenderam a verdade, dedicaram as suas vidas a Jeová Deus e também pregaram até que agora, dez anos depois, há 2.141 ministros testemunhas de Jeová pregando a verdade na Espanha. Portanto, durante todos estes dez anos de perseguição, que agora se torna pior, as testemunhas de Jeová têm feito na Espanha o mesmo que as testemunhas de Jeová fizeram na Palestina. Elas têm obedecido a “Deus como dominador antes que aos homens”. — Atos 5:29.
CORAGEM PARA PURIFICAÇÃO RELIGIOSA
15. Nos dias do Rei Asa, como foi demonstrada coragem na promoção da verdadeira adoração?
15 Exige coragem para pôr-se contra um povo inteiro ou uma nação e promover a verdadeira adoração, assim como fez o Rei Asa, na terra de Judá, 978 anos antes de Cristo: “Fez Asa o que era bom e justo aos olhos de Jehovah seu Deus, porque removeu os altares estranhos e os altos, quebrou as columnas e cortou os Asherins.” O profeta Odede encorajou o Rei Asa. “Tendo Asa ouvido estas palavras, e a prophecia do propheta Oded, cobrou animo e lançou as abominações fora de toda a terra de Judah e Benjamim e das cidades que tomara da região montanhosa de Ephraim; e renovou o altar de Jehovah, que estava deante do portico de Jehovah.” (2 Crô. 14:2, 3; 15:8, VB) O Rei Asa tinha de esperar em Jeová, ser forte e corajoso para fazer isto. Mas ele tinha o apoio de Deus e disse ao povo que “buscasse a Jehovah, Deus de seus Paes”. — 2 Crô. 14:4.
16. Como fazem as testemunhas de Jeová uma obra iconoclástica?
16 As testemunhas cristãs de Jeová têm demonstrado esta mesma espécie de coragem em todas as nações do mundo. Elas têm feito uma obra iconoclástica mesmo na cristandade, onde milhões de pessoas de profissão católica adoram imagens em vez de o verdadeiro Deus. Em vista de as testemunhas de Jeová ensinarem as pessoas sobre o que a Bíblia diz a respeito da adoração de imagens, muitas têm destruído as suas imagens. Na terra, há muita veneração de imagens de todas as espécies de deuses, grandes e pequenos. Centenas de milhares de pessoas de mente viva, entretanto, têm ouvido as testemunhas de Jeová e aprendido o que a Palavra de Deus diz acerca da adoração de imagens; estes têm tido coragem de se separar dos seus sistemas religiosos e da adoração de ídolos, assim como Asa dirigiu o povo há muito tempo atrás.
17. Em Éfeso, como afetou a pregação de Paulo aos fazedores de imagens, e o que aconteceu?
17 Paulo se defrontou com a mesma situação nos seus dias. Não era a intenção de Paulo fazer alguém fechar seu comércio. Antes, disse ele: “Ai de mim, se eu não declarasse as boas novas!” (1 Cor. 9:16) Ele era obrigado a dizer a verdade, e, em resultado disto, muitas pessoas pararam de comprar imagens. Demétrio se ocupava em fazer nichos de prata para Ártemis, e isto era um bom negócio naquele tempo. Ainda é hoje, especialmente para a religião católica. Mas, o comércio e a fabricação de imagens estava caindo consideravelmente por causa do que Paulo dizia ao povo. Exigiu coragem para Paulo continuar a pregar com este grande comércio opondo-se-lhe. Na realidade, tudo o que ele fazia era pregar a verdade da Palavra de Deus ao povo e dirigi-lo à verdadeira adoração de Jeová Deus. Entretanto, Demétrio não gostou de perder fregueses. De modo que ele disse aos ourives, seus companheiros: “Também estais vendo e ouvindo, como não só em Éfeso, mas em quase toda a província da Ásia, este Paulo tem convencido uma multidão bastante grande, levando-os a outra opinião, dizendo que não são deuses os feitos por mãos.” (Atos 19:26) Este discurso causou grande comoção na cidade de Éfeso. Formou-se um motim. Isto causou grande tumulto e “gritaram por espaço de quase duas horas: Grande é a Diana dos efésios!” “Cessado o tumulto, Paulo mandou chamar os discípulos e, tendo-os confortado, despediu-se e partiu para a Macedônia. Havendo atravessado aquelas terras, fortalecendo-os com muitas exortações, dirigiu-se para a Grécia.” — Atos 19:34; 20:1, 2, ALA.
18. Por que é necessário expor a falsidade da adoração de imagens?
18 Assim como foi nos dias de Asa e nos dias de Paulo, temos visto que é também nos nossos dias. A adoração de imagens, que é falsa adoração, precisa ser trazida à atenção das pessoas supersticiosas, que buscam a verdade e a justiça, para que elas possam fugir da falsa religião.
19. O que possibilita a alguém ter a coragem de enfrentar e vencer a oposição religiosa?
19 Os superintendentes semelhantes a Paulo vêem que é privilégio deles falar com os estranhos acerca das boas novas, ao mesmo tempo que devem animar os próprios cristãos fiéis a continuar no caminho correto. A fidelidade de Paulo sob perseguição estimulou os cristãos genuinamente dedicados a Deus a continuar o seu trabalho, mesmo que Paulo estivesse partindo. É muito animador ver pessoas abandonar a adoração de ídolos e associar-se com os verdadeiros adoradores de Jeová, mas também se defronta com a ira das organizações religiosas abandonadas por estas pessoas. A fé no que se crê possibilita a enfrentar a provação, mas se pode enfrentá-la com mais coragem por reunir-se com a congregação do povo de Deus, que tem a mesma mentalidade e espírito.
ENCORAJAMENTO MÚTUO
20. Precisam os superintendentes também de encorajamento? O que mostram as Escrituras?
20 Já pensou também que o superintendente que ajuda a congregação à madureza cristã precisa de igual modo ser encorajado? O seu encorajamento e reanimação na fé pode fluir muitas vezes da pessoa mais humilde e mais retraída da congregação. A própria presença de tal pessoa assim na reunião e a troca de expressões com o superintendente, ajuda a ele e a outros na congregação de Deus a se ajudarem mutuamente. Na sua carta aos coríntios, Paulo disse que ele foi encorajado por causa da congregação. Ele nos diz que soube que o espírito de Tito “foi recreado por todos” na congregação. Tito tinha uma posição importante como superintendente na igreja primitiva, e ele foi edificado e encorajado pelos próprios a quem ele servia. Tito amava esta congregação porque via a obediência de todos eles. Que efeito teve em Paulo esta boa visita de Tito a ele, o apóstolo aos gentios, aquele que diariamente tinha “ansiedade por todas as congregações”? Paulo nos conta o que ela fez por si: “Alegro-me porque em tudo posso confiar em vós.” (2 Cor. 7:13, 16, ALA) Sim, Paulo foi fortalecido e encorajado mediante a fé congregacional.
21. Como as experiências de Paulo em prisão transmitiram coragem aos seus irmãos cristãos?
21 Por outro lado, a fé firme de Paulo, mesmo na prisão em Roma, deu coragem aos seus irmãos. As prisões de Paulo “se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e todos os demais; e a maioria dos irmãos, estimulados no Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais desassombro a palavra de Deus”. (Fil. 1:13, 14, ALA) O exemplo correto de Paulo ir para a prisão por causa da justiça foi bom para as congregações cristãs. Escrever Paulo cartas às congregações em todo o mundo, fazendo isto da prisão, estimulou a todos os seguidores de Cristo e os fez continuar destemidamente. Isto alegrou a Paulo que se regozijou de ver a coragem de seus irmãos em falar a palavra de Deus a despeito do que lhes acontecia nos vários distritos do Império Romano. O mesmo acontece hoje.
22, 23. (a) Qual é a reação dos verdadeiros cristãos atualmente quando seus irmãos são perseguidos? (b) Quanto a enfrentar perseguição, que conselho deu Pedro?
22 Quando um cristão é preso por falar as boas novas, ou quando é colocado num campo de concentração porque recusa dizer que a salvação vem de homens, como Hitler e seu governo, ou quando é perseguido ou molestado porque prega a Bíblia ao próximo e a lei do país diz que não se pode falar do reino de Deus com ninguém, então, o povo de Deus demonstrará sua fé com coragem a todo o mundo. Deixe a inteira organização do Diabo tentar sufocar a pregação das boas novas do reino de Deus nestes dias, e o tiro lhe sairá pela culatra. A luz da Palavra de Deus brilhará, não importa quão grandes sejam a perseguição e a tribulação que vêm sobre os fiéis servos de Deus. Isto é tão certo entre os cristãos atualmente como o era entre os que constituíam o grupo de cristãos primitivos. Pedro deu o seguinte conselho às testemunhas cristãs de Jeová e a todos os que desejam fugir deste pânico mortífero:
23 “Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, felizes sois. Não obstante, não temais aquilo que eles temem, nem vos agiteis. Antes, santificai Cristo como Senhor em vossos corações, sempre preparados para fazer uma defesa perante todo aquele que vos exigir a razão da esperança que há em vós, fazendo-o, porem, com temperamento manso e profundo respeito.” — 1 Ped. 3:14, 15.
24, 25. (a) Por que o medo do mundo não controla a vida dos que estão dedicados a fazer a vontade de Jeová, mas o que os habilita a ser vencedores do mundo? (b) Como os irmãos de Roma encorajaram Paulo, e, por assim fazer, como demonstraram seu amor para com Jesus?
24 Vivemos hoje no tempo em que o mundo está com medo, com medo de sua própria aniquilação. Por que há este medo nas nações? Porque não há amor. Jesus disse: “Amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado.” (João 15:12) Achará esta espécie de amor num povo dedicado a fazer a vontade de Jeová e que sofrerá por causa da justiça, fazendo isto com temperamento manso. Mas, onde há qualquer amor hoje entre as nações ou mesmo entre as pessoas das várias nações? Se quiser encontrar este amor, terá de separar-se das nações, assim como Jesus e os primitivos cristãos fizeram. Jesus disse: “Não são parte do mundo, assim como eu não sou parte do mundo.” (João 17:16) Exige coragem para se tomar esta posição neste mundo cheio de medo. Mas pode ser feito, conforme Jesus disse: “No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo:” (João 16:33, ALA) Do mesmo modo vencerá o leitor se for um cristão dedicado. Muitos têm vencido, e os seus irmãos o ajudarão mesmo que, às vezes, as coisas fiquem pretas. Quando Paulo ia para a prisão em Roma, a congregação saiu-lhe ao encontro e o registro em Atos 28:14, 15, diz: “Tendo ali os irmãos ouvido notícias nossas, vieram ao nosso encontro até à Praça de Apio e às Três Vendas. Vendo-os Paulo, e dando por isso graças a Deus, sentiu-se mais animado.”
25 Estes irmãos de Roma vieram ao encontro de alguém que não conheciam, mas estavam vinculados pela irmandade. Nunca tinham visto Paulo antes, mas se lembravam das palavras de Jesus: “Eu era estranho, e vós me recebestes hospitaleiramente; nu, e vós me vestistes. Fiquei doente, e vós cuidastes de mim. Estive em prisão, e vós viestes visitar-me.” (Mat. 25:35, 36) Os cristãos dedicados de Roma nunca tiveram a oportunidade de servir a Jesus Cristo à mesa, assim como os apóstolos, Maria, Marta e muitos outros serviram e cuidaram das necessidades dele na Palestina. Mas Jesus tinha dito: “Em verdade vos digo: Ao ponto que o fizestes a um dos mínimos destes meus irmãos, a mim o fizestes.” O que se fazia para Paulo era como se fizesse para Jesus. Apenas sair ao encontro de Paulo demonstrou o amor e a fé que a congregação tinha para com um irmão fiel, e, esta ação da parte da congregação, deu coragem a Paulo. — Mat. 25:40.
26. Como podemos nós hoje, mesmo em face de oposição religiosa, mantermo-nos corajosos e fortalecido o nosso coração?
26 Precisa de coragem? Então, reunamo-nos, “não deixando de nos congregar, como é costume de alguns, mas animando-nos uns aos outros, e tanto mais quanto vedes aproximar-se o dia.”. (Heb. 10:25) Atualmente, milhares de pessoas cônscias de sua necessidade espiritual estão separando-se do mundo iníquo e buscando a verdade com as testemunhas de Jeová. Vêm de todos os grupos religiosos, bem como de pessoas que dizem não ter afiliação religiosa. Por quê? Porque amam a vida e porque as testemunhas de Jeová ensinam a Bíblia. Isto lhes ajuda a edificar a fé em Deus, o Dador da vida. Ao passo que estes milhares estudam a Palavra de Deus junto com a Sua congregação de pessoas dedicadas, edifica-se-lhes a fé e isto os torna corajosos e fortes — algo necessário nestes dias. Então, não têm mais o medo que o mundo tem, porque as testemunhas de Jeová realmente aguardam a destruição deste sistema de coisas na batalha do Armagedon. Enquanto aguardam, proclamam o reino de Jeová como única esperança da humanidade. Mesmo que as nações e muitas pessoas do mundo discordem com a mensagem dela, e mesmo que muitas testemunhas de Jeová sejam perseguidas, presas, ou mesmo mortas por causa da pregação da Palavra de Deus, elas se lembrarão das palavras fortalecedoras do salmista Davi: “Sede corajosos, e fortifique-se o vosso coração, todos vós que esperais em Jeová.” — Sal. 31:24.