O uso amoroso do que recebemos
1. Quais são os dons do espírito mencionados em Primeira Coríntios, capítulo 12, e para que fim foram dados?
DEPOIS de Paulo ter escrito aos coríntios sobre a necessidade de se ter consideração para com os outros na questão do alimento, ele passou a tratar de muitas outras coisas. No capítulo doze, ele introduz a consideração de vários dons do espírito que foram concedidos às primitivas congregações cristãs. Estes dons foram dados a cristãos individuais, não para o seu próprio prazer ou benefício, mas para o benefício de outros. Paulo escreve, por isso, no capítulo doze, versículos sete a onze: “Mas a manifestação do espírito é dada a cada um para um propósito benéfico. Por exemplo, a um se dá, pelo espírito, a palavra de sabedoria, a outro, a palavra de conhecimento, segundo o mesmo espírito, a outro, a fé, pelo mesmo espírito, a outro, dons de curar, por este único espírito, ainda outro, operações de poderosas obras, a outro, o profetizar, a outro, discernimento de expressões inspiradas, a outro, línguas diferentes, e a outro, interpretação de línguas. Mas, todas estas operações são realizadas pelo mesmo único espírito, fazendo a cada um respectivamente uma distribuição assim como quer.” — NM.
2. Que uso exigiu Jeová que se fizesse destes dons?
2 Todos os cristãos eram membros de um só corpo, e todas as coisas recebidas de Deus eram para o benefício da congregação inteira. Cada um tinha a sua posição no corpo, segundo o agrado de Deus, mas era importante como usavam as coisas que Deus lhes dera, como cooperadores na obra de edificação. Deus é um grande edificador no amor; do mesmo modo, os que trabalham com ele precisam também ter o amor como a sua força motivadora. Porque um recebera um dom do espírito, tal como falar em línguas ou profetizar, não significava que seria aceitável a Jeová, a menos que usasse o dom de maneira correta e com o motivo correto. Paulo disse: “Se eu falar as línguas dos homens e dos anjos, mas não tiver amor, eu me tenho tornado um pedaço de bronze que soa ou um címbalo que retine. E se eu tiver o dom de profetizar e entender todos os segredos sagrados e todo o conhecimento, e se tiver toda a fé, ao ponto de transplantar montanhas, mas não tiver amor, eu nada sou. E se eu der todos os meus bens para o sustento de outros, e se eu entregar meu corpo, para que possa vangloriar-me, mas não tiver amor, isso de nada me aproveita.” — 1 Cor. 13:1-3, NM.
3. (a) Por que haviam de cessar os dons? Quando? (b) Em contraste com isso, que qualidade não cessaria, e como é esta qualidade expressa pelos cristãos?
3 A obra de edificação havia de continuar depois da morte de Cristo Jesus. Por meio do espírito de Deus forneceram-se dons especiais para impressionar muitas pessoas com a mensagem do Reino. Estes dons estavam em operação na primitiva igreja cristã durante a vida dos apóstolos, mas, quando os apóstolos morreram, terminou a concessão deles. O apóstolo Paulo sabia que terminariam; por isso escreveu em 1 Coríntios 13:8: “Quer haja dons de profetizar, serão eliminados; quer haja línguas, cessarão; quer haja conhecimento, será eliminado.” (NM) Mas, enquanto eles tinham estes dons, deviam usá-los em amor para a edificação de outros. O amor é expressivo para com os outros, e ele é uma qualidade que há de continuar para sempre entre os cristãos. Os dons do espírito podem ter cessado, mas não o amor. O amor nunca falha, diz o apóstolo. Para mostrar como se expressa o amor, Paulo escreveu: “O amor é longânimo e obsequioso. O amor não é ciumento, não se vangloria, não se ensoberbece, não se comporta indecentemente, não busca os seus próprios interesses, não fica provocado. Não guarda lembrança da injúria. Não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Suporta todas as coisas, crê em todas as coisas, espera todas as coisas, persevera em todas as coisas.” — 1 Cor. 13:4-7, NM.
4. Se a transmissão dos dons milagrosos do espírito cessou com a morte dos apóstolos, por que se preservou tanta menção deles nas Escrituras para a nossa consideração agora?
4 A concessão dos dons de línguas, do profetizar e das curas terminou com a morte dos apóstolos, e estes dons não são exercidos hoje. No entanto, há muita informação nas Escrituras sobre eles. Por que preservou Deus estes escritos para a nossa consideração? Embora os dons milagrosos do espírito cessassem com a morte dos apóstolos, recebemos uma lição pela instrução dada em relação com o uso destes dons. No capítulo quatorze, Paulo introduz a questão de se seguir o amor e de se usar os dons espirituais, fazendo de algum modo uma comparação por mostrar que alguns dons eram mais desejáveis que outros. Os dons foram muito benéficos para a primitiva congregação cristã, porque, quando os cristãos se reuniam para se edificarem mutuamente , não estavam plenamente equipados com a Bíblia completa o com muitos comentários e revistas que ajudam no estudo da Bíblia, assim como A Sentinela faz hoje. Qual dos dons havia de ser preferido?
5. Que dom era preferido, e por quê?
5 O dom preferível era o de profetizar. Mas, por que era o profetizar mais desejável do que o dom de curar ou o dom das línguas? “Pois aquele que fala numa língua fala, não aos homens, mas a Deus, pois ninguém escuta, mas ele, pelo espírito, fala segredos sagrados. No entanto, aquele que profetiza edifica, encoraja e consola os homens pelo seu falar. Aquele que fala numa língua edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica uma congregação.” (1 Cor. 14:2-4, NM) Este conselho é muito prático. Paulo mostrou que a pessoa que fala numa língua edifica a si mesma, mas, a menos que haja alguém para agir como intérprete ou tradutor, a congregação não recebe nenhum benefício edificante. Ele comparou o falar em línguas ao som indistinto de trombetas chamando à batalha. É melhor falar numa língua facilmente inteligível para que os ouvintes saibam o significado e tirem proveito disso. Portanto, se alguém tinha o dom de línguas, Paulo instava com ele, no versículo treze: “Portanto, o que fala numa língua, ore para que possa traduzir.” Ele enfatizou assim a, necessidade de que as pessoas entendam o que se diz, e, certamente, todo aquele que estiver interessado nos outros e não apenas em si próprio desejará fazer algo benéfico para os outros. No versículo dezesseis, Paulo chama convincentemente atenção aos agradecimentos proferidos numa língua, e levanta a pergunta: “Como dirá Amém aos teus agradecimentos o homem que ocupa o lugar da pessoa comum, visto que não sabe o que dizes?” Por isso é melhor, numa congregação, falar cinco palavras com entendimento e instruir outros verbalmente, do que falar dez mil palavras numa língua que os outros não entendem.
6, 7. (a) Por que concedeu Deus o dom de línguas aos primitivos cristãos? (b) De que maneira era benéfico o profetizar? (c) Que uso amoroso de dons ou capacidades dadas por Deus havia de ser o objetivo cristão, conforme mostrado em Primeira Coríntios, capítulo 14?
6 Por que, então, concedeu Deus o dom de línguas aos primitivos cristãos? Evidentemente foi com o fim de mostrar que estes eram os verdadeiros servos de Deus. Paulo disse: “Por conseguinte, as línguas servem de sinal, não para os crentes, mas para os descrentes.” (1 Cor. 14:22, NM) Depois de apresentar este argumento, Paulo explica as boas razões por que o profetizar havia de ser preferido. É preferido em consideração para com os outros cristãos, ou irmãos, ou os que desejam servir a Jeová. O uso do dom de profetizar ou de pregar as boas novas com entendimento e a instrução dos outros resultariam em proveito para os da congregação e mesmo para os incrédulos; ou para as pessoas comuns com quem se entrasse em contato poderiam ser instruídas e poderiam chegar a aprender a adorar a Jeová. “Ao passo que o profetizar não é para os descrentes, mas para os crentes. Portanto, quando a congregação inteira se reúne num lugar e eles todos falam em línguas, mas pessoas comuns ou descrentes entram, não dirão estes que estais loucos? Mas, se todos profetizarem e algum descrente ou pessoa comum entrar, ele é endireitado por todos eles, ele é examinado de perto por todos, os segredos do seu coração se tornam manifestos, de modo que se prostrará e adorará a Deus, declarando: ‘Deus está realmente entre vós.’” — 1 Cor. 14:22-25, NM.
7 Embora, cada um dos dons providos por Jeová tivesse a sua utilidade e proveito, este dom de profetizar havia de ser preferido porque era mais benéfico para a edificação dos irmãos e para a instrução das pessoas na adoração de Jeová. Não importava que dom do espírito alguém recebesse, o princípio do amor era o que se destacava; e as maneiras em que estes dons haviam de ser usados mostraram que se devia ter consideração para com os outros e que deviam ser de proveito para eles. Assim é também com tudo o que Jeová Deus provê para os que o servem. “Que se deve fazer, então, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro tem ensino, outro tem revelação, outro tem língua, outro tem interpretação. Que todas as coisas sejam para a edificação.” (1 Cor. 14:26, NM) É evidente que a verdadeira atitude cristã é que tudo seja para a edificação dos outros.
A HODIERNA OBRA DE EDIFICAÇÃO
8. Visto que os dons milagrosos do espírito não são usados pelas hodiernas congregações cristãs, que provisão se fez para a sua edificação?
8 As Escrituras tornam claro que a concessão dos dons milagrosos do espírito, para a edificação da primitiva congregação cristã, cessou com a morte dos apóstolos. Os dons de curar e de falar em línguas não são hoje usados pelos verdadeiros cristãos. Hoje há outros meios disponíveis para a edificação da congregação cristã. Jeová tem fornecido a sua Palavra, a Bíblia, e esta se acha agora disponível em mais de mil idiomas. Em adição a ela há muitas outras publicações teocráticas, que servem de guia na obra de ensino e de edificação. Jeová fez provisão para os dias atuais por meio da sua ordem: “Seguremos firme a declaração pública da nossa esperança, sem vacilar, pois aquele que prometeu é fiel. E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e a obras corretas, não deixando de nos congregar; como é costume de alguns, mas animando-nos uns aos outros, e tanto mais quanto vêdes aproximar-se o dia.” — Heb. 10:23-25, NM.
9. Como mostra consideração de outros estar regularmente presente nas reuniões da congregação?
9 Precisa-se fazer cumprir a assistência regular às reuniões de congregação. Cada um deve disciplinar-se a assistir às reuniões de congregação e um deve estimular o outro, especialmente nestes dias maus, ao nos aproximarmos do fim do sistema iníquo de Satanás. Quando alguém se estriba no seu próprio raciocínio, talvez pense que seu tempo poderia ser aproveitado melhor no estudo particular. Mas, o que está fazendo com tal proceder? Evidentemente não está mostrando consideração para com os outros, mas está pensando só em si mesmo. Por estarmos regularmente presentes às reuniões de congregação mostramos consideração para com os outros, que temos interesse nos outros e os amamos. Não vamos assistir apenas para tirar proveito do que os outros dizem, ou por recebermos instruções, mas, a fim de participar na edificação mútua. É nestas reuniões que expressamos audivelmente a nossa esperança, para que os outros sejam edificados. Nossa declaração pública não deve ser impulsiva, sem prévia reflexão, como que por inspiração; antes, visto que estamos numa organização teocrática, ordeira, sabemos o tema que está em consideração e nos prepararemos de antemão, contribuindo pensamentos edificantes para o proveito de todos. Esta é a provisão de Jeová para todos os seus servos nos tempos modernos.
10. Como pode o interesse mostrado nos outros e o uso amoroso do que recebemos resultar na edificação da congregação?
10 Visto que sabemos que as reuniões regulares dos servos de Jeová são benéficas para a edificação, deve ser nosso desejo, movido pelo amor ao próximo, à família e às pessoas de boa vontade, convidá-los a assistir conosco às reuniões, ou mesmo dar-nos ao trabalho e esforçarnos de ir encontrá-los e trazê-los conosco, tomando em consideração a fraqueza espiritual dos que não reconhecem a importância das reuniões. Se tivermos um automóvel, podemos usá-lo bem para trazer pessoas de boa vontade, mesmo que signifique gastar algum tempo extra por irmos vários quilômetros fora do nosso caminho para ajudá-las. Se tivermos telefone, podemos chamar os outros e lembrá-los amorosamente das reuniões: Os outros na congregação devem mostrar apreciação do esforço que fazemos, e nós, por nossa vez, devemos mostrar apreciação dos esforços feitos pelos outros para trazer pessoas de boa vontade às reuniões. Devemos dar prontamente as boas-vindas aos estranhos que entram em nosso meio e devemos estar interessados nos outros. — Fil. 2:1-4.
11. Embora o cristão esteja multo ocupado com os assuntos do serviço, como mostra amor quando estranhos chegam à reunião da congregação?
11 Resumindo isso a uma aplicação prática, podemos dizer que cada servo fiel de Jeová está presentemente muito ocupado. Quando vai às suas reuniões regulares, está pensando nas coisas que precisa fazer: obter literatura e suprimentos para o seu serviço futuro, entregar relatórios sobre a sua atividade ministerial, entregar as assinaturas novas ou obter território para a sua obra ministerial. Quando chega ao Salão do Reino, executa o seu plano. Mas se for amoroso e atencioso, colocará estas coisas na frente do bem-estar do estranho que possa estar presente pela primeira vez? Se pensar apenas em quão prontamente pode cuidar de seus negócios pessoais e depois sair do local de reunião, talvez se apresse a fazer os seus deveres sem pensar no estranho. Mas, isto não é edificante para a organização. Requer apenas alguns momentos dar as boas-vindas aos estranhos, para fazê-los sentir que sua presença é desejada. O amor é expressivo, demonstrativo. Não fica entregue apenas aos superintendentes cumprimentar os estranhos, mas deve haver arranjos definidos feitos por eles para ajudar em dar boas-vindas aos estranhos. É assim que partilhamos a alegria que recebemos de Jeová. E, mesmo quando alguém faz um esforço extra para cumprimentar os estranhos, ele pode estar certo de que depois da reunião de estudo haverá suficiente tempo para completar as suas necessárias transações, a fim de se preparar para o serviço nos dias seguintes. — 1 Tim. 3:2; 1 Ped. 4:8, 9.
12. Por que são realmente bem-vindos os estranhos no meio do grupo dos edificadores?
12 O edificador dedicado reconhece que cada estranho que vem à congregação e se torna membro da congregação vai participar na atividade edificadora e levar parte do fardo, e esta é uma provisão de Jeová Deus para trazer mais ajudantes à obra de edificação. É em prol disso que devemos orar e trabalhar diariamente. Portanto, os estranhos devem ser realmente bem acolhidos no grupo dos edificadores. — Mat. 9:37, 38.
13. Que interesse se deve demonstrar nos que forem física ou espiritualmente doentes?
13 Embora o ministro cristão esteja muito ocupado, não deve estar ocupado demais para observar que alguém está faltando. Quando um membro da congregação estiver faltando, o que está errado? Adoeceu? Necessita de consolo? Pode-se perguntar ao superintendente, e quando alguém adoeceu, pode-se fazer o devido anúncio à congregação, para que os membros enfermos possam ser edificados e encorajados. Por outro lado, pode ser que alguém comece a perder a sua apreciação das coisas espirituais e a fazer menos na obra de edificação. Talvez comece a envolver-se em outros assuntos e permita que estes interfiram na sua assistência regular às reuniões. Isto pode acontecer apesar da ordem em Hebreus 10:23-25. Esta é outra oportunidade para o edificador diligente fazer um esforço para ajudar aquele que fraqueja. Com tempo e atenção, é possível reavivar a sua apreciação de coisas espirituais, e ele é assim restabelecido no seu ministério. Vivemos num tempo de muitas distrações e laços; o materialismo é um adversário sutil. Algumas palavras apropriadas de edificação podem trazer grandes benefícios para a pessoa, que sucumbiu a alguma influência errada. Vemos assim que o Mestre Edificador, Jeová, proveu mediante a organização da congregação os meios de edificar os que o amam. — Tia. 5:19, 20.
ATENÇÃO À COISA EDIFICADA
14. (a) O que mostra que o edificador sábio está interessado na sua obra? (b) Como pode alguém orientar a sua conversação para a edificação dos outros?
14 Aquele que edifica bem preocupa-se com o seu edifício; não apenas três ou quatro horas por semana, mas pensa cada dia no que está edificando. Isto é importante e ele continua a trabalhar nisso. Fala disso. Antes de ter tomado qualquer ação, fez o seu plano. Sabe que espécie de alicerce lançou e o que se precisa edificar sobre este alicerce, e ele continua a pensar enquanto edifica. (1 Cor. 3:10; 1 Tim. 4:15) Sua conversação com os outros edificadores é sobre o que êle está construindo. Assim deve ser também com o edificador espiritual. Sua vocação é a edificação espiritual e ele pensa nela e trabalha continuamente para ela. Quando está na companhia de outros, sua conversação é edificante. Ele segue o exemplo de Jeová e de Cristo Jesus, e sempre edifica com as suas palavras. Há muitas coisas boas de que se pode falar cada dia. Temos um texto para cada dia e comentários que nos dão um pouco de alimento espiritual para nos ajudar a servir a Jeová durante o dia. Embora ele já tenha sido lido antes, ainda assim é edificante. Agora, ao ler isso, pode-se lembrar do texto e comentário que considerou esta manhã? Em alguns lares, os pais tomam por costume mencionar no jantar o texto que se comentou de manhã, para ver se a família se lembra da lição importante aprendida naquele dia. Entre os cristãos há muitas coisas de que se pode falar. Os alistados na escola do ministério recebem designações e há revisões para todos. Fale das boas experiências nas atividades de campo. Há perguntas suscitadas por pessoas que encontramos às portas ou nos estudos. Lemos assuntos importantes nas publicações da Sociedade. Ficamos impressionados ao ouvir alguém repeti-los e falamos sobre os pontos novos aprendidos. É revigorante continuar a pensar em coisas espirituais e a falar delas. — Col. 3:7, 8, 16, 17; Fil. 4:8, 9.
15. Como são edificados os outros pelas atividades cristãs?
15 Se pensarmos corretamente e colocarmos em prática as coisas aprendidas por meio da Palavra de Jeová, podemos ser edificantes pelo nosso exemplo diário e pelas nossas atividades. Isto se dá especialmente no programa de treinamento organizado em todas as congregações. Aqui entra novamente em cena o amor e a consideração para com os outros. Quando alguém é designado para participar no programa de treinamento para a pregação no campo, ajudando a alguns dos menos experientes a melhorar seu ministério, ele terá de conceder tempo, pensamento, energia e atenção à pessoa com quem trabalha. Talvez signifique fazer grande esforço extra para arranjar o encontro com a outra pessoa, mas isto é bom para a edificação geral da organização cristã. Se alguém pensar apenas em si próprio, estará plenamente satisfeito em ter seu próprio território ou localidade em que trabalha e onde trabalha sozinho. Damos atenção ao nosso próprio ensino, mas queremos também ajudar outros, para que eles possam ser salvos. “Presta constante atenção a ti mesmo e ao teu ensino. Persevera nestas coisas, porque, por fazer isto, salvarás tanto a ti mesmo como, aos que te ouvem.” — 1 Tim. 4:16, NM.
16. (a) Por que é tolo dedicar todo o tempo aos empreendimentos do velho mundo? (b) De que maneira age o edificador cristão com sabedoria?
16 Se pudermos manter a nós mesmos e a outros ocupados na obra do ministério do Reino, em associação com nós, será isto uma proteção contra ficar envolvido nas atividades deste mundo, que é condenado por Jeová. Que pensaríamos duma pessoa que fica sabendo que a prefeitura do lugar onde mora condenou um edifício e pretende construir uma estrada ali, depois da demolição, mas que compra este edifício, pinta-o, decora-o, embeleza-o e gasta muito temo com as obras de conserto? Depois vem a prefeitura e destrói o edifício: A pessoa que trabalhou na renovação deste edifício seria considerada tola. Mas, esta é a espécie de coisa feita pela pessoa que começa a dedicar todo o seu tempo às atividades mundanas e deixa de manter o seu ministério. Talvez pense que está fazendo algo de construtivo na localidade, edificando algo de bom, mas sobre que está edificando? Se ela está edificando sobre o alicerce do velho mundo, está trabalhando num edifício que está condenado à demolição em breve. O tempo que se gasta com êle é tempo perdido e o edificador tolo pode até mesmo perder a sua vida. Assim é quando se segue atividades mundanas. Consome-se tempo e energia e não se ganha nada duradouro. O cristão, porém, precisa manter o seu equilíbrio e precisa lembrar-se de que a sua vocação é o ministério. Paulo aconselha em Colossenses 4:5, 6: “Continuai a andar em sabedoria para com os de fora, comprando o tempo oportuno para vós mesmos. Seja o vosso proferimento sempre com graça, temperado com sal, para que saibais como dar uma resposta a cada um.” (NM) Quanto mais forem as associações que alguém tem com o mundo, tanto maior é a probabilidade de que fique envolvido com o mundo ou se torne mesmo moralmente impuro por causa das influências externas. Ele deve comprar sabiamente tanto tempo quanto pode para melhorar a si próprio na sua conversação edificante e participar na obra edificadora ativa que se realiza agora sob a direção de Cristo.
17. O que está sendo realizado em todo o mundo por causa da união cristã, e quem toma a dianteira em manter a união?
17 Na união há força. As testemunhas de Jeová, por conjugarem os esforços na realização da vontade de Jeová, estão participando na proclamação mundial das boas novas do reino estabelecido de Jeová. Este reino é governado por um só Deus, que é o grande Mestre Edificador dele. Ele colocou a Cristo Jesus no cargo de Rei, para orientar amorosamente as atividades dos que são participantes no Reino. Em Efésios, capítulo quatro, Paulo roga aos seus companheiros cristãos que andem dignamente de sua vocação, que perseverem, que continuem no amor e que mantenham a unidade do espírito no vínculo unificador da paz. Ele chama atenção ao fato de que há muitas responsabilidades designadas aos diferentes servos, tais como missionários, pastores e instrutores, e que todos estes foram nomeados com o objetivo de treinar ministros e para a edificação do corpo de Cristo. Não resta dúvida de que os superintendentes na sociedade do Novo Mundo têm hoje a maior responsabilidade na obra de edificação. Precisam ser treinadores e instrutores, dar bom exemplo de liderança no campo e interessar-se continuamente em jovens e idosos, homens e mulheres, sim, em todos os que constituem hoje a sociedade do Novo Mundo. Darem assim espiritualmente conduz à felicidade. (Atos 20:35) Embora em alguns países haja oposição à obra cristã de edificação, ela ainda precisa continuar e os superintendentes têm neste respeito o exemplo de Neemias. (Nee. 4:8, 9, 21; Tito 2:1-15) Os membros das congregações olham corretamente para os superintendentes, a fim de lhes ensinarem a edificar outros, e, com a ajuda da organização de Jeová, os superintendentes estão hoje bem equipados para este serviço. Que se dediquem espontaneamente a esta obra. — Heb. 13:7.
18. (a) Por que precisam todos os da sociedade do Novo Mundo cooperar para manter a força e a união? (b) Neste respeito, como podemos usar amorosamente a verdade que recebemos de Jeová?
18 Que todos os da sociedade do Novo Mundo tenham hoje uma parte na responsabilidade pela obra de edificação espiritual. O atual edifício espiritual é um edifício duradouro. (Efé. 2:21, 22) As pessoas são comparadas a pedras espirituais, edificadas no corpo de Cristo, e o vínculo que os une é o amor e a consideração mútua. É evidente que uma ou duas pedras espalhadas num campo não seriam um edifício, mas um edifício é um arranjo organizado de pedras, cimentadas juntas. Os adoradores de Jeová constituem hoje uma organização, um edifício do Novo Mundo. Jeová os tem reunido em união, nestes últimos dias do domínio de Satanás, e cada um precisa fazer a sua parte para manter o edifício espiritualmente forte, unindo-se bem aos outros que compõem o edifício. A força espiritual de cada pedra resultará no benefício das outras, pois manterá todo o edifício forte. O edifício não cairá assim na grande tempestade do Armagedon, embora o maligno, Satanás e suas hostes, se lancem contra ele. A união e força da sociedade do Novo Mundo, incluindo os que são do corpo de Cristo, podem ser mantidas com segurança pelo uso amoroso da verdade que recebemos de Jeová para nossa edificação mútua: “Mas, falando a verdade, cresçamos, por amor, em todas as coisas, naquele que é a cabeça, Cristo. Por ele é que o corpo inteiro, harmoniosamente ligado e movido a cooperar mediante toda junta que fornece o necessário, de acordo com o funcionamento de cada membro respectivo, na medida exata, efetua o crescimento do corpo para a edificação de si mesmo em amor.” — Efé. 4:15, 16, NM.