Negligenciando a casa do Criador do céu e da terra
1. Com que realidade tem a ver esta “casa”?
ESTA “casa” tem a ver com a maior realidade de toda a existência. Qual é? O grande Criador de todas as coisas criadas, visíveis e invisíveis a nós. Até mesmo o universo conhecido, que nos foi trazido ao alcance da vista pelo telescópio e pelo microscópio, não se falando do rádio, é demasiado grande para deixarmos de lado o seu Criador.
2. (a) Como é que um “quasar”, recentemente descoberto, se compara com uma estrela? (b) Para os astrônomos, o que sugere a expansão do universo quanto a como chegou até cá?
2 Com respeito à grandeza, sabe o que é um “quasar”? Recentemente, os astrônomos descobriram o que chamam de Fontes de Rádio Quase-Estelar (Quasi-stellar Radio Sources), abreviadas quasares. Estes são objetos astronômicos que emitem enorme quantidade de energia em forma de luz e de ondas de rádio. Assemelhando-se a uma estrela, um quasar “é aparentemente milhões de vezes maior e bilhões de vezes mais brilhante. Alguns quasares pulsam ritmicamente”. Há cerca de quarenta quasares conhecidos, sendo anunciada em 17 de maio de 1965 a descoberta do mais distante, conhecido como 3C-9.a Declara-se que este objeto celeste acha-se tão distante que parece estar perto do começo do tempo universal. “A luz se acha tão distante que a luz dele começou a viajar em direção à terra logo depois do postulado nascimento do universo.” A vida destes quasares provavelmente findou durante os bilhões de anos exigidos para que sua luz atingisse nossa terra. Diz o relatório: “O índice observado em que o universo se expande sugere que nasceu num único ponto, há cerca de treze bilhões de anos atrás — aproximadamente três vezes a idade da terra.” — Times de Nova Iorque, de 18 de maio de 1965, páginas um e dois.
3, 4. (a) Disto, o que concluímos quanto a Deus ocupar uma casa na terra? (b) O que ensina a cristandade a respeito de Deus se tornar pequenino, mas o que foi que Paulo disse aos atenienses pagãos?
3 Da descoberta acima, o que concluímos razoavelmente! O seguinte: Que Deus, o Criador de coisas tão tremendamente grandes, é demasiado grande para ocupar uma casa aqui na terra. Falar de tal Deus ocupar uma casa feita pelo homem em nossa minúscula terra soa ridículo, e é isso o que parece corretamente para os cientistas do século vinte. Como poderia tal Deus tornar-se tão pequeno? Todavia, o clero da cristandade fala de Deus como se tornando tão minúsculo de modo a ocupar o diminuto óvulo na madre duma virgem judia, Maria. A própria Bíblia Sagrada não ensina tal coisa. O que realmente ensina é que Deus, o Criador, transferiu a vida de seu Filho unigênito do céu para a madre desta virgem judia, a fim de se tornar o homem Jesus, que mais tarde veio a ser chamado de Cristo. Segundo o que o anjo Gabriel anunciou à virgem judia, Maria, o seu primogênito não era o próprio Deus, mas o Filho de Deus. Ela não era a Mãe de Deus, mas a mãe do Filho de Deus. (Veja-se Lucas 1:26-33.) Mas, com respeito a Deus, o próprio Criador, o apóstolo cristão Paulo disse aos gregos pagãos:
4 “Homens de Atenas, eu observei que em todas as coisas pareceis mais dados ao temor das deidades do que os outros. . . . O Deus que fez o mundo e todas as coisas nele, sendo, como Este é, Senhor do céu e da terra, não mora em templos feitos por mãos, nem é assistido por mãos humanas, como se necessitasse de alguma coisa, porque ele mesmo dá a todos vida, e fôlego, e todas as coisas. E ele fez de um só homem toda nação dos homens, para morarem sobre a superfície inteira da terra, . . . Visto, pois, que somos progênie de Deus, não devemos imaginar que o Ser Divino seja semelhante a ouro, ou prata, ou pedra, semelhante a algo esculpido pela arte e inventividade do homem.” — Atos 17:22-29.
5. (a) Será que Deus ocupa um edifício assim como um ídolo ocupa um templo? (b) O que pode Deus fazer com um edifício em que se realiza sua adoração, como no caso do templo de Salomão?
5 Portanto, o Deus a respeito de quem a Bíblia Sagrada ensina não ocupa um edifício terrestre e material da forma que alguma estátua de ouro, de prata ou de pedra ocupa um templo, um pagode ou vat de uma das religiões idólatras deste mundo. No entanto, o verdadeiro Deus do céu e da terra pode santificar um tabernáculo ou templo que tenha sido construído em obediência às suas ordens. Pode também colocar seu nome em tal edifício que tenha assim santificado ou tornado santo. Tal templo, por conseguinte, pode ser mencionado como sendo “a casa de Deus”, não um lar em que more literalmente em pessoa, mas uma casa em que seja realizada a sua adoração pura. Isto se deu com o templo que o Rei Salomão terminara em Jerusalém no ano 1027 antes de nossa Era Comum. Em resposta à oração do Rei Salomão, Deus lhe disse: “Ouvi a tua oração, e a tua súplica que suplicando fizeste perante mim; santifiquei a casa que edificaste, a fim de pôr ali o meu nome para sempre [por tempo indefinido, NM]: e os meus olhos e o meu coração estarão ali todos os dias.” — 1 Reis 9:3, Al.
6. Com respeito ao templo que Salomão construíra, o que foi que Salomão pediu em oração que Deus fizesse?
6 Quando o Rei Salomão, o construtor do templo, dedicava este magnífico edifício religioso no Monte Moriá, em Jerusalém, disse plenamente que não esperava que o poderoso Criador do céu e da terra ocupasse este templo de forma literal. Em sua oração dedicatória, afirmou o Rei Salomão: “Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os céus, e até o céu dos céus te não poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado. Volve-te pois para a oração de teu servo, e para a sua súplica, ó Senhor meu Deus, para ouvires o clamor e a oração que o teu servo hoje faz diante de ti. Para que os teus olhos noite e dia estejam abertos sobre esta casa, sobre este lugar, do qual disseste: O meu nome estará ali; para ouvires a oração que o teu servo fizer neste lugar.” — 1 Reis 8:27-29, Al.
7, 8. (a) Como era representada no templo de Salomão a presença de Deus? (b) Como é que isto concorda com os Dez Mandamentos e a grandeza de Deus?
7 O Rei Salomão era razoável. Nós, também, temos de ser razoáveis, assim como a Bíblia Sagrada o é, na nossa forma de pensar sobre a casa de Deus. O templo que o Rei Salomão construiu não abrigava estátua alguma feita pelo homem para representar a Deus. A presença de Jeová Deus neste templo era simbolizada pelo que tem sido chamado de a luz Shekinah, a luz que iluminava milagrosamente o compartimento mais recôndito do templo, o Santíssimo. Quando o sumo sacerdote entrava ali cada ano, no Dia de Expiação, para aspergir o sangue sacrificial de expiação diante da sagrada arca do pacto, o sumo sacerdote tinha o privilégio de contemplar esta luz miraculosa. — Lev. 16:11-17.
8 Além disso, não havia estátua ou imagem no templo de Jeová para representá-lo. Em verdade, o primeiro e o segundo dos seus Dez Mandamentos proibiam completamente que se fizessem e idolatrassem imagens ou estátuas feitas por mãos. (Êxo. 20:1-6) Isto concorda com o Deus vivo e verdadeiro desejar a adoração direta por parte de suas criaturas e ser ele grande demais para ser abrigado por qualquer templo feito pelo homem.
9. O que foi que Deus disse em aviso a Salomão s respeito do templo?
9 Depois de o primeiro templo ser dedicado em Jerusalém, Deus disse em aviso ao Rei Salomão, seu construtor, e aos sucessores reais dele: “Se vós e vossos filhos de qualquer maneira vos apartardes de mim, e não guardardes os meus mandamentos, e os meus estatutos, que vos tenho proposto, mas fordes, e servirdes a outros deuses, e vos curvardes perante eles. Então destruirei a Israel da terra que lhes dei; e a esta casa, que santifiquei a meu nome, lançarei longe de minha presença: e Israel será por ditado e mote, entre todos os povos. E desta casa que é tão exaltada, todo aquele que por ela passar pasmará e assobiará e dirá: Por que fez o Senhor assim a esta terra e a esta casa?” — 1 Reis 9:6-8, Al.
10, 11. (a) O que mostra se este aviso de Deus era ameaça vã? (b) Será que podemos pôr de lado levianamente este fato histórico? O que tem Paulo a dizer a respeito disto?
10 A coisa de que constava este aviso realmente aconteceu com o templo construído pelo Rei Salomão. Isto se deu porque os reis de Israel, com raras exceções, dessagraram e profanaram a casa ou o templo de Jeová. No verão do ano 607 A. E. C., foi reduzido a ruínas pelos exércitos babilônicos sob o Rei Nabucodonosor. Se Israel tivesse tratado a casa de Deus com o devido respeito, isto não teria ocorrido. Mas os israelitas não respeitaram a casa em que Deus colocara seu nome, Jeová, e, assim, seu aviso não se mostrou simples ameaça vã. Durante setenta anos, de 607 a 537 A. E. C., ficou em ruínas, ao passo que os deportados israelitas eram exilados na terra distante de Babilônia. Será que, atualmente, podemos pôr de lado levianamente este fato histórico como se não tivesse agora nenhum significado para nós Não; pois o analista da história israelita, o apóstolo cristão, Paulo, admoesta-nos:
11 “Ora, estas coisas tornaram-se exemplos para nós, para que não fossemos desejosas de coisas prejudiciais, assim como eles as desejaram. Nem nos tornássemos idólatras, assim como alguns deles se tornaram; . . . Nem pratiquemos fornicação, assim como alguns deles cometeram fornicação, . . . Nem ponhamos Jeová à prova, assim como alguns deles o puseram à prova, . . . Nem sejamos resmungadores, assim como alguns deles resmungaram, só para perecerem pelo destruidor. Ora, estas coisas lhes aconteciam como exemplos e foram escritas como aviso para nos, para quem já chegaram os fins dos sistemas de coisas. Conseqüentemente, quem pensa estar de pé, acautele-se para que não caia.” — 1 Cor. 10:6-12.
NEGLIGENCIANDO A CASA RECONSTRUÍDA
12. Semelhantes a que geração de judeus não queremos ser, mas, por que desejamos ser semelhantes ao Governador Neemias, de Judá?
12 As gerações futuras se inclinam a repetir os erros das gerações prévias, a menos que tomem a peito as lições ensinadas pela história passada, especialmente a história bíblica. Assim, como as pessoas do passado, sofrem as mesmas ou similares conseqüências funestas da mesma má conduta para com a casa de Deus. Nós, da presente geração, devemos desejar ser semelhantes a Neemias, governador da província de Judá no quinto século A. E. C. Deu passos vigorosos para impedir o abandono ou a negligência da casa de Deus entre Seu povo escolhido. Este não era o templo de Salomão, que fora destruído no sétimo século A. E. C., mas era o templo que fora reconstruído no sexto século A. E. C., depois de o restante dos judeus reverentes retornar da terra de Babilônia para Jerusalém. Depois de a poderosa Babilônia cair diante dos medos e persas em 539 A. E. C., a terra de Judá se tornou província persa sob Ciro, o Grande. Em 455 A. E. C., o Rei Artaxerxes da Pérsia designou Neemias para governar a província de Judá e Jerusalém. Neemias não ignorava a história judaica até então. Não queria que os judeus restaurados de sua geração sofressem a calamidade por causa de erros semelhantes aos de seus ancestrais. Para isso, usou o poder de sua governança.
13. O que aconteceu ao templo de Deus em 70 E. C., e o que mostra se Neemias tinha alguma culpa?
13 Não foi por culpa de Neemias que este templo reconstruído em Jerusalém sofreu a destruição por parte das legiões romanas sob o General Tito no ano 70 de nossa Era Comum. O templo de Jeová, que foi então destruído, jamais foi reconstruído, e, atualmente, encontramos em sua anterior localização uma estrutura diferente, conhecida como o Zimbório da Rocha, dedicado a Alá dos muçulmanos ou islamitas. Uma investigação das causas disto revela que resultou do uso incorreto ou abuso do templo reconstruído de Jeová. Verdadeiramente, Neemias estivera legitimamente preocupado e não levara a sério demais os assuntos. Faremos bem de examinar as medidas que tomou.
14. Que construção empreendeu primeiramente Neemias, e, em 24 de tisri depois disso, como foi que os celebrantes israelitas se comportaram?
14 Primeiro, Neemias agrupou os esforços dos judeus restaurados para reconstruir as muralhas protetoras de Jerusalém em cinqüenta e dois dias. Daí, voltou sua atenção mais para as coisas do templo e para a condição espiritual do povo de Judá. (Nee. 6:15 a 7:5; 8:1-9) No mês lunar depois do término das muralhas de Jerusalém, a saber, no vigésimo quarto dia do mês de tisri, as pessoas que acabavam de celebrar a festa dos tabernáculos em Jerusalém se reuniram de forma mais séria “com jejum e com sacos, e traziam terra sobre si”. — Nee. 9:1, Al.
15, 16. (a) Nesta ocasião, o que foi lido, e de que houve confissão? (b) A oração, então oferecida, terminava com que referência à escravidão e a um “arranjo fidedigno”?
15 Por volta desse tempo, já terminara a escrita de todas as inspiradas Escrituras Hebraicas (39 livros), com a exceção dos livros de Neemias e Malaquias. No entanto, nesta ocasião solene, leu-se apenas do “livro da lei” (os cinco livros de Moisés) durante um quarto do período de luz do dia (três horas), depois do que confessaram os pecados tanto deles próprios como de seus antepassados, e também se curvaram em adoração diante de Jeová, seu Deus. Daí, ofereceu-se oração a favor de todo o grupo, o que foi feito por alguns levitas ministrantes que estavam em pé sobre um palanque alto. A oração terminava com esta declaração, conforme registrada em Neemias 9:36-38 (Al):
16 “Eis que hoje somos servos; e até na terra que deste a nossos pais, para comerem o seu fruto e o seu bem, eis que somos servos nela. E ela multiplica os seus produtos para os reis, que puseste sobre nós, por causa dos nossos pecados; e conforme a sua vontade dominam sobre os nossos corpos e sobre o nosso gado; e estamos numa grande angústia. E com tudo isto fizemos um firme concerto [arranjo fidedigno, NM] e o escrevemos; e selaram-no os nossos príncipes, os nossos levitas e os nossos sacerdotes.”
17. Quem tomou parte em selar este arranjo por escrito, e como foi que o povo apoiou os que o selaram?
17 O próprio Neemias era um dos príncipes ou cabeças do povo a atestar com selo a força obrigatória deste arranjo fidedigno por escrito. Todo o restante do povo, trajado como estava de saco e com terra sobre si, apoiou seus príncipes, seus sacerdotes e levitas representativos, e se pôs sob juramento e a possibilidade de uma maldição com respeito a este arranjo fidedigno, todos estando determinados a harmonizar-se com as leis e os requisitos de Deus. — Nee. 10:1-29.
18. O que foi determinado com referência ao casamento, aos sábados, ao apojo financeiro da casa de Deus, e à madeira para o altar?
18 Deste modo, reconheceram de novo que estavam obrigados a evitar todos os casamentos mistos com os vizinhos pagãos no país e na vizinhança. Também insistiriam em observar o sábado semanal e o ano sabático, todo sétimo ano, junto com seu cancelamento de todas as dívidas de seus irmãos israelitas. E, quanto à “casa de nosso Deus”, o templo reconstruído de Jerusalém, com sessenta e um anos, estabeleceram sobre si mesmos um imposto por cabeça de um terço de um ciclo (cerca de Cr$ 440 em prata) cada ano para cobrir as despesas do templo, para manter os serviços prestados ali. Também, seria necessária muita madeira para o fogo do altar em que os muitos sacrifícios eram oferecidos cada dia; e entre o povo foi distribuída a tarefa de prover as quantidades necessárias com regularidade.
19, 20. (a) Que outras apresentações seriam feitas, segundo a lei de Deus, em adição ao dízimo? (b) Todo esse apoio material foi prestado em pagamento de que serviços?
19 Além disso, havia as primícias que a lei de Deus ordenava que os israelitas apresentassem, as primícias dos seus campos e de suas plantações, e as primícias dos rebanhos e manadas, e também do ventre humano, seus filhos primogênitos.
20 Tais ofertas se fariam em adição à décima parte ou dízimo de seu acréscimo cada ano, para manter os sacerdotes e os levitas ministeriais que regularmente serviam na “casa do nosso Deus”. Até mesmo os levitas que serviam no templo tinham a obrigação, por lei, de oferecer o dízimo ou a décima parte do que recebiam, isto indo para os sacerdotes, de modo que, assim, os levitas do templo participavam do arranjo do dízimo e faziam sua devida contribuição em apoio da casa de Deus. (Núm. 18:26-32) Era no templo que estavam os “utensílios do santuário” e também os sacerdotes para usá-los, além dos porteiros e dos cantores. Todos eles precisavam de apoio material, em pagamento de seus serviços espirituais.
21. O que significaria a negligência em prestar todas estas coisas, e, por que os israelitas não desejavam ser então culpados de tal negligência?
21 A negligência de prover todas estas coisas necessárias em apoio dos serves do templo e para manter as operações do templo seria negligenciar a casa ou o templo de Jeová Deus. Agora, em especial, em face do comprovado “arranjo fidedigno” por escrito e o juramento e a possibilidade de uma maldição de Deus, conforme agora assumidos pelos israelitas; não deveriam tornar-se novamente culpados de tal negligência. Neemias, o governador de Judá, incluiu a si mesmo sob a obrigação, quando disse: “Nós [e não vós] não devemos negligenciar a casa do nosso Deus.” — Nee. 10:30-39.
DIGNA DE LEMBRANÇA E OBSERVAÇÃO
22. Que interesse mostrou a revisita que Neemias fez a Jerusalém, mas, que inclinação da carne decaída constatou da parte dos judeus?
22 Que poderosa declaração, digna de se lembrar e de se observar é a declaração de Neemias aos judeus que estavam dedicados qual nação a Jeová Deus e que professavam ser seus adoradores! Quão inclinada é a carne humana decaída a ceder ao materialismo e a desperceber os interesses e os benefícios espirituais e assim vir a negligenciar a casa de Deus! O Governador Neemias constatou isto. Depois de servir qual governador durante doze anos, retornou ao palácio real do rei persa, a saber, “no ano trinta e dois de Artaxerxes, o rei de Babilônia [conquistada]”. (Nee. 13:6) Daí, depois de uma ausência de Jerusalém, cuja duração não menciona, voltou a Judá e a Jerusalém com a permissão do rei persa. Ele próprio não perdera o interesse na casa de Deus, mas, com tristeza, constatou que o povo de Judá perdera o interesse.
23. A quem admitira, para ocupar o templo, o sumo sacerdote Eliasibe, e o que fez Neemias a respeito disto?
23 Eliasibe, o sumo sacerdote, admitira no templo um inimigo amonita, Tobias, que se opusera à reconstrução das muralhas de Jerusalém. Também se tornara parente de Tobias e designara a este, para uso pessoal, uma das salas de jantar no átrio do templo, onde, anteriormente, guardavam-se suprimentos para o apoio dos servos do templo. Isto era contrário à ordem de Deus em Deuteronômio 23:3-6. O que parecia correto ao sumo sacerdote do templo era tolerado pelo povo. Mas não por Neemias! Ele nos conta: “Fiquei grandemente indignado. Mandei tirar para fora do quarto todo o mobiliário de Tobias, ordenei que purificassem a sala, e fiz recolocar os utensílios da casa de Deus, as oferendas e o incenso.” — Nee. 13:4-9, CBC.
24. O que deixara de fazer o sumo sacerdote Eliasibe em favor dos levitas do templo, e com que resultados?
24 Não só o sumo sacerdote Eliasibe admitira à sala de jantar do templo um inimigo amonita indesejável, mas não tomou nenhuma medida para manter os levitas legítimos em seus postos de dever, dados por Deus, no templo. Permitiu que as contribuições das décimas partes ou dízimos dos israelitas escasseassem, de modo que os levitas ministeriais não receberam o necessário apoio material. Muitos destes se viram obrigados a deixar o serviço do templo e retornar a suas cidades levíticas, e a trabalhar em suas hortas ao redor, a fim de obter gêneros alimentícios para si mesmos e para suas famílias. Assim, o que fez Neemias?
25. O que foi que Neemias relatou que fez a respeito disto?
25 Ele relata: “Soube também que as dádivas devidas aos levitas não lhes tinham sido entregues, e que os levitas e os cantores encarregados do serviço tinham-se retirado cada um para sua região. Censurei os magistrados e disse-lhes: ‘Por que foi abandonada a casa de Deus?’ Depois reuni os levitas e os cantores, e os recoloquei em seus postos.” Não esperou que os magistrados agissem, mas fez arranjos para que todos os habitantes de Judá trouxessem as décimas partes para os armazéns do templo. — Nee. 13:10-12, CBC; Núm. 35:1-8.
26. Neste sentido, que designações de serviço fez Neemias em favor dos servos do templo?
26 Além disso, Neemias não esperou o delinqüente sumo sacerdote Eliasibe, mas, conforme diz: “Confiei a intendência dos armazéns ao sacerdote Selemias, ao escriba Sadoc, e a Fadaías, um dos levitas, tendo por auxiliar Hanan, filho de Zacur, filho de Matanias, forque os mesmos tinham reputação de integridade. Foram eles encarregados de fazer a distribuição aos seus irmãos:” (Nee. 13:13, CBC) Portanto, agora, os levitas ministeriais não tinham razão de voltar correndo para casa!
27, 28. (a) A base de que feitos orou Neemias para ser lembrado para bem? (b) Por que agiu contra um neto do sumo sacerdote, e como?
27 Depois disso, quando Neemias orou a Jeová Deus para que se lembrasse dele para o bem, a que se referiu Neemias como base para tal apelo? Será que mencionou que deixara sua posição de copeiro do rei da Pérsia e fizera longa viagem até Jerusalém, e reconstruíra suas muralhas em cinqüenta e dois dias, apesar de ameaças? Não! Falou, porém, do que fizera a favor da casa de Deus. Orou: “Por isto, Deus meu, lembra-te de mim; e não risques as beneficências que eu fiz à casa de meu Deus e às suas guardas.” Insistiu que servos limpos ministrassem na casa, de Deus; mas não o sumo sacerdote Eliasibe, pois permitira a um neto contrair casamento misto e casar-se com a filha do inimigo samaritano, Sambalá, o horonita. Com respeito a isto, diz Neemias:
28 “Também um dos filhos de Joiada, filho de Eliasibe, o sumo sacerdote, era genro de Sambalate, o horonita, pelo que o afugentei de mim.” — Nee. 13:14, 28, Al.
29. Segundo as suas palavras finais, o que fez Neemias a respeito da contaminação do sacerdócio e do pacto dos servos do templo?
29 Após o relatório desta ação em benefício da casa de Deus, Neemias diz, no fim do livro que leva o seu nome: “Lembra-te deles, Deus meu, pois contaminaram o sacerdócio, como também o concerto do sacerdócio e dos levitas. Assim os alimpei de todos os estranhos, e designei os cargos dos sacerdotes e dos levitas, cada um na sua obra; como também para as ofertas da lenha em tempos determinados, e para as primícias. Lembra-te de mim, Deus meu, para bem.” — Nee. 13:29-31, Al.
LEMBRADO POR NÃO NEGLIGENCIAR
30, 31. (a) Será que Deus responderá à oração de Neemias, e que regra, conforme dada em Hebreus 6:10, se aplica neste respeito? (b) Que palavras apropriadas escreveu o profeta Malaquias a respeito dos tementes a Jeová?
30 Será que Jeová Deus responderá a essa oração de Neemias, de vinte e quatro séculos atrás? Sim, para o bem eterno de Neemias. Jeová Deus não é injusto, de modo que não se esqueceu e não deixará sem recompensa todo o bem que o Governador Neemias praticou a favor da casa de Deus em Jerusalém. Tem preservado a oração de Neemias para ser lembrado num registro permanente, fazendo que se tornasse parte das inspiradas Escrituras Sagradas. Para os seguidores hebreus de Jesus Cristo, que prestou ainda maior serviço a favor da verdadeira “casa do nosso Deus”, está escrito: “Deus não é injusto, para se esquecer de vossa obra e do amor que mostrastes ao seu nome, por terdes ministrado aos santos e por continuardes a ministrar.” (Heb. 6:10) O mesmo se dá com Neemias. Temia verdadeiramente a Jeová Deus; e, nos escritos de Malaquias, que era evidentemente contemporâneo de Neemias na cidade reconstruída de Jerusalém, encontramos incluídas estas palavras apropriadas:
31 “Naquele tempo, os que temeram a Jeová falaram uns aos outros, cada um com o seu companheiro, e Jeová continuou prestando atenção e ouvindo. E um livro de memória começou a ser escrito perante ele para os que temerem a Jeová e para os que pensarem em seu nome.” — Mal. 3:16.
32. (a) Como será recompensado Neemias, e o que aprenderá então? (b) Do que será ele notável exemplo?
32 Neemias ainda dorme na morte no Seol ou Hades, a sepultura comum da humanidade morta. Mas, durante o reino milenar do “Messias, o Líder”, Neemias será galardoado com a ressurreição dos mortos. (Dan. 9:24-27) Então não mais encontrará um templo material de Jeová Deus no Monte Moriá, em Jerusalém. Aprenderá o que aconteceu ao último dos templos judaicos ali, no ano 70 de nossa Era Comum, conforme predito por Jesus Cristo, o Filho de Deus. (Mat. 23:37 a 24:2; Luc. 19:36-44; 21:5, 6) Aprenderá a respeito do templo espiritual de Deus, o prefigurado por aquele templo material no Monte Moriá, em Jerusalém. Aprenderá como se impediu que o templo espiritual fosse negligenciado pelos seguidores do grande Sumo Sacerdote deste templo. O próprio Neemias se unirá a outros fiéis na terra em adorar a Jeová Deus por meio deste exaltado templo espiritual. Ele será notável exemplo de como as pessoas que não negligenciam a casa de Deus são, sem falha, plenamente recompensadas.
[Nota(s) de rodapé]
a O símbolo 3C-9 se refere à fonte de rádio N.° 9 no terceiro Catálogo das Fontes de Rádio da Universidade de Cambridge.
[Foto na página 265]
Trazendo apoio material para os servos do templo.