Obtendo coragem da Palavra de Deus
“Para que tenhamos boa coragem e digamos: ‘Jeová é o meu ajudador; não terei mêdo. Que me pode fazer o homem?’” — Heb. 13:6.
1. Que situações têm enchido os corações dos homens com grande mêdo e, em face delas, sòmente quem pode ter coragem?
QUEM pode ter boa coragem num mundo como êste — um mundo saturado de mêdo? Jamais na história houve tantas fôrças trabalhando juntas para imporem mêdo no coração dos homens. O temor da guerra suscitou a mais frenética corrida armamentista da história humana. Ano após ano o crime sobe em espiral, aumentando a ansiedade. Com freqüência alarmante, os terremotos fazem as casas caírem sôbre seus ocupantes, matando 180.000 de uma só vez na China, em 1920, mais de 12.000 no Irã, em 1962, e milhares mais cada ano em outros lugares. A sêca, pragas de gafanhotos e tempestades arruínam as colheitas, resultando em severa escassez de víveres. Também as doenças continuam a cobrar um terrível tributo — não sòmente doenças tais como o câncer e a malária, mas também as causadas pela ambição do homem, resultando, por exemplo, no nascimento de milhares de crianças deformadas devido ao uso de drogas perniciosas. Num mundo praguejado com motivos para temor como êste, quem tem bom motivo para ser corajoso? Sòmente os que podem dizer: “Jeová é o meu ajudador.” — Heb. 13:6.
2. Que outras situações geralmente requerem coragem e para onde se deve voltar em busca de orientação em tais circunstâncias?
2 Deve-se ter em mente que as circunstâncias que requerem coragem não são sòmente as que são notícias. Às vêzes são tragédias pessoais que poucos ficam sabendo. Estas coisas às vêzes golpeiam mais fortemente na vida da pessoa envolvida do que a ameaça de guerra nuclear. Para poder enfrentar corajosamente êstes problemas e ter êxito, é preciso que se olhe para Deus e se volte para a sua Palavra em busca de orientação. — Sal. 46:1, 2; 119:105-112.
3. Por que é que dos cristãos se requer coragem especial?
3 Notàvelmente se requer coragem de todos os que se empenhem em viver em devoção piedosa como seguidores de Cristo. Com firme determinação, êles precisam rejeitar a pressão que puxa para o redemoinho do materialismo e da sensualidade que demarcam as veredas dêste mundo. Como imitadores de Cristo, precisam ser testemunhas destemidas de Jeová Deus. Não podem ter mêdo de expor a falsidade e de advogar a verdade da Palavra de Deus, não importa quão impopulares possam ser. Por causa de integridade a Deus, podem ser lançados em prisão, obrigados a deixar o emprêgo ou podem ser deportados do país de residência. Disto podem estar certos: “Todos os que desejarem viver com devoção piedosa em associação com Cristo Jesus também serão perseguidos.” (2 Tim. 3:12) De onde vem a coragem para que se possa resistir a tal pressão? Ela é possessão dos que têm fé arraigada na Palavra de Deus.
CORAGEM MEDIANTE CONHECIMENTO DA GRANDEZA DE DEUS
4. Como se define a coragem cristã e em que se baseia ela?
4 Embora seja verdade que a coragem é fôrça interna, a coragem cristã não é autoconfiança. Não é questão de olhar alguém para si mesmo. Antes, ela resulta da confiança em Deus, e no conhecimento dêle está a chave desta fôrça. Assim, para obtermos coragem, precisamos olhar para a Bíblia, pois é desta fonte que aprendemos sôbre Jeová Deus e sôbre suas incomparáveis qualidades, e é a Palavra de Deus que nos grava na mente a sua grandeza. Narrando-nos as suas obras, ela nos torna claro que êle é o “Deus que fêz o mundo e tôdas as coisas nêle”. Narrando-nos seus atos em conexão com seus servos, ela nos mostra que êle é “o Altíssimo sôbre tôda a terra”, que êle é o “Deus Todo-poderoso”. “Jeová é em verdade Deus. Êle é o Deus vivo.” Êle ouve as súplicas dos seus servos, e a sua mão “não se tem tornado curta demais, para que não possa salvar, nem seu ouvido pesado demais, para que não possa ouvir”. Os adoradores de tal Deus têm todos os motivos para serem corajosos. — Atos 17:24; Sal. 83:18; Êxo. 6:3; Jer. 10:10; Isa. 59:1.
5. Semelhantes ao salmista, que prática que inspira coragem devemos seguir?
5 Visto que o conhecimento acurado da Palavra de Deus é um fator primordial para se ter coragem, cabe a nós gravá-lo em nossa mente e em nosso coração. Faça como o salmista disse: “Recordar-me-ei das práticas de Jah; pois recordar-me-ei dos teus maravilhosos feitos de outrora. E eu certamente meditarei sôbre tôda a tua atividade e me interessarei nos teus feitos.” (Sal. 77:11, 12) Passe diàriamente um pouco do seu tempo lendo a Bíblia, meditando sôbre ela e falando com outros. Delongue-se nas atividades de Jeová em vez de tornar a altercação dos dominadores dêste mundo o seu principal interêsse. Dar atenção assim à Palavra de Deus, crescendo deste modo em amor por êle, faz desaparecer o mêdo de homens orgulhosos e opressores entre a humanidade, mesmo que êles sejam homens em poder, que arrogantemente procuram suprimir a verdadeira adoração, ou mesmo que sejam as nações que estão armazenando armas para uma guerra nuclear. — 1 João 4:18.
6, 7. Por que é que as testemunhas de Jeová não se intimidam até mesmo quando poderosas nações ameaçam exterminá-las?
6 Os que são adoradores dedicados de Jeová Deus não se intimidam, nem mesmo quando as nações que estão armadas até aos dentes ameaçam exterminá-los. Embora os cristãos ‘não travem combate segundo o que são na carne’ e as ‘armas de seu combate não sejam carnais’, não significa que as nações tenham as mãos livres para acabar com a vida do povo de Deus e acabar com a adoração correta. (2 Cor. 10:3, 4) Jeová está com o seu povo, tendo êste confiança nêle. Mediante a Palavra escrita de Deus os do seu povo o conhecem como aquêle que nos dias do Rei Josafá, em Judá, livrou seu povo das fôrças combinadas de Moabe, Amom e da terra de Edom. Naquela ocasião, êle disse o seguinte ao povo de Judá e aos habitantes de Jerusalém: “Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, pois a peleja não é vossa, mas de Deus. . . . Neste encontro não tereis de pelejar; tomai posição, ficai parados, e vêde o salvamento que o SENHOR [Jeová] vos dará.” — 2 Crô. 20:15-17; Sal. 34:7, ALA.
7 Outra vez, nos dias de Ezequias, foi o rei da Assíria, o dominador do mais poderoso govêrno humano daquele tempo, que, depois de uma bem sucedida campanha através de partes da Palestina, voltou-se contra Jerusalém. Confiante que também a conquistaria, Rabsaqué, o comandante militar, escarnecia de Ezequias: “Que confiança é essa em que te estribas?” (Isa. 36:4, ALA) Ezequias demonstrou a confiança em que se estribava, indo à casa de Jeová para orar e enviando recado ao profeta Isaías. O desafio do monarca assírio não era só contra Ezequias e seu povo, mas também contra Jeová Deus. Por causa do seu próprio nome, Deus agiu e os exércitos invasores nem tiveram tempo de fazer o cêrco agressivo contra a cidade nem de atirar uma flecha sequer. Numa só noite o anjo executivo de Jeová destruiu 185.000 assírios e mandou o rei cambaleante e derrotado para Nínive, onde foi morto enquanto adorava seus deuses idólatras. Semelhantemente, neste século vinte, quando os poderosos governos ditatoriais da Alemanha nazista ameaçaram acabar com as testemunhas de Jeová, foram baldados os seus esforços. Jeová, que em todos êstes casos libertou os seus servos, é aquêle sôbre quem o dominador do mundo Nabucodonosor se humilhou para dizer: “Segundo a sua vontade êle opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?” (Dan. 4:35, ALA) Em breve a guerra universal do Armagedon varrerá completamente os que se opõem a êle e oprimem seu povo, mas mesmo agora êle não lhes permite baldarem os seus propósitos. Os que o adoram têm boa razão para serem corajosos. Habitando sob seu cuidado amoroso, podem dizer com o salmista: “Jeová está do meu lado; eu não temerei. O que me pode fazer o homem terreno?” — Sal. 118:6.
A LIBERTAÇÃO PREDITA
8. Quando os israelitas estavam cativos em Babilônia, será que podiam obter coragem da Palavra escrita de Deus?
8 Não muito depois de libertar Jerusalém das fôrças militares de Senaqueribe, Jeová fêz com que se registrasse na sua Palavra o encorajamento que seu povo precisaria posteriormente. “Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Falai ao coração de Jerusalém, bradai-lhe que já é findo o tempo da sua malícia, que a sua iniqüidade está perdoada e que já recebeu em dôbro da mão do SENHOR [Jeová] por todos os seus pecados.” (Isa. 40:1, 2, ALA) Sim, por se apostatar e andar nas pisadas da infiel Samaria, que Jeová tinha entregado nas mãos da Assíria, os habitantes de Judá e de Jerusalém foram levados ao cativeiro em 607 A. C., para servirem sob seus amos babilônicos. Mas que consôlo tiveram os cativos israelitas no septuagésimo ano da desolação de Jerusalém, compreendendo pela Palavra escrita de Deus e mediante os profetas Isaías e Jeremias, que o tempo da libertação estava perto! Podiam ter coragem! — Dan. 9:1, 2.
9. Por que a grande fornada de volta para Jerusalém não era motivo para perderem a coragem?
9 Era verdade que uma longa jornada estava diante dêles na volta para Jerusalém, mas será que isto baldaria o cumprimento da promessa de Deus? Ouça a “voz do que clama do deserto: Preparai o caminho do SENHOR [Jeová]; endireitai no êrmo vereda a nosso Deus. A glória do SENHOR [Jeová] se manifestará, toda a carne a verá, pois a bôca do SENHOR [Jeová] o disse”. (Isa. 40:3, 5, ALA) O próprio Deus faria com que os obstáculos fôssem removidos do caminho. Dirigiria invisi̇̀velmente seu povo, como o tinha dirigido para fora do Egito, e, por meio desta restauração do povo do seu nome, a glória de Jeová se manifestaria perante tôdas as nações.
10. Que espécie de promessa não lhes teria dado motivo sólido para coragem, mas o que tornou melhor a esperança que tinham os judeus?
10 Não se tratava de promessa vã de algum líder nacionalista entre os judeus, que queria sair de sob o jugo de Babilônia. Não era em plano desta espécie que êles podiam encontrar motivo para coragem. Êles sabiam muito bem que um dos escritores dos Salmos lhes havia prevenido contra olharem para homens terrenos em busca de libertação, porque os homens perecem; secam-se como a relva. “Mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente.” (Isa. 40:8, ALA) “Feliz é aquêle que tem o Deus de Jacó como sua ajuda, cuja esperança está em Jeová, seu Deus.” (Sal. 146:3-10) Em cumprimento de sua palavra, assim como o pastor amoroso reúne as suas ovelhas, assim também Jeová reuniu o seu povo em Jerusalém, para reconstruir seu templo de adoração, em 537 A. C. A confiança que êles depositaram nas promessas da Palavra escrita de Deus não foi depositada em vão.
“LEVANTAI AO ALTO OS VOSSOS OLHOS”
11. Mediante o profeta Isaías, a que fatos concernentes às suas obras criativas chamou Jeová a atenção do seu povo e por quê?
11 Ao predizer mediante Isaías a libertação que realizaria para o seu povo, Jeová prosseguiu, chamando a atenção dêles para as suas obras criativas. Instou com êles para que observassem nelas a sua tôda-poderosa fôrça e para que vissem nelas a razão pela qual terem confiança de que sustentaria os que depositassem confiança nêle. Tornou claro que para êle os mares são algo que pode ser medido na concavidade de sua mão; os céus êle mede aos palmos e tôdas as nações lhe são como o pó fininho nos pratos de balança. Mas podem os homens controlar os poderosos mares? Podem ver os limites da criação, sem dizer nada quanto a medirem êles com precisão as distâncias dos remotos corpos celestiais? Então, que razão sólida podia haver para que os que esperavam em Jeová temessem o que os homens poderiam fazer? Nenhuma, absolutamente! — Isa. 40:12-17.
12, 13. Como nos impressiona uma comparação entre as obras criativas de Deus com as realizações dos homens?
12 Olhe para os corpos celestiais e considere o que significa a existência dêles: “Levantai ao alto os vossos olhos, e vêde. Quem criou estas cousas? Aquêle que faz sair o seu exército de estrêlas, tôdas bem contadas, as quais êle chama pelos seus nomes; por ser êle grande em fôrça e forte em poder, nem uma só vem a faltar.” (Isa. 40:26, ALA) É bom que se tenha isto em mente neste tempo em que os homens se gabam dos seus desenvolvimentos científicos. Jactam-se de terem pôsto naves espaciais em órbita ao redor da terra. Orgulham-se de terem sondas espaciais em direção do sol, da lua e dos planetas Vênus e Marte. Mas significam estas proezas que o homem agora é aquêle para quem devemos olhar em busca de preservação? Claro que não!
13 A lua tem estado em órbita muito antes de começar o homem os seus programas espaciais, e ela não é da espécie de satélite que se queima depois de alguns meses. Mas ela é apenas um dos corpos celestes, nenhum dos quais foi pôsto ali pelos homens. Ora, a própria terra é uma nave espacial, e uma com carga viva. Em vez de apenas um passageiro, ela tem três bilhões dêles, bem como animais sem conta, e não estão enfiados em roupa espacial para sobreviverem. Grandes como pareçam as obras dos homens aos seus olhos, elas parecem patéticas quando comparadas com a mão de obra de Deus. Os homens podem ter bombas de hidrogênio e arsenais de mísseis, mas Jeová Deus pode soltar terremotos equivalentes a milhares de bombas de hidrogênio, e desprender poderosas tempestades de pedras de granizo contra as quais êles — não podem bater-se em contra-ataque. Até mesmo com uma suave queda de neve êle pode imobilizar suas operações. (Jos. 10:11; Jó 38:22, 23) O desenvolvimento científico das nações não lhes impedirá de prestarem conta pelo sangue que derramaram na terra. Por isso, todos os que amam a justiça podem ter coragem. — Amós 9:1-3; Eze. 38:22.
14. Mesmo Jeová sendo todo-poderoso, por que nem tudo é fácil para os seus adoradores neste tempo?
14 Todavia, ser Jeová todo-poderoso não significa que tudo é fácil para os que o adoram como verdadeiros cristãos. Jesus disse aos seus seguidores: “As pessoas deitarão mãos em vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e às prisões, sendo vós arrastados perante reis e governadores por causa do meu nome. . . . Além disso, sereis entregues até mesmo por pais, e irmãos, e parentes, e amigos, e eles entregarão alguns de vós à morte; e vós sereis pessoas odiadas por todos, por causa do meu nome.” (Luc. 21:12-17) Esta possibilidade, porém, não faz com que aquêles que depositam confiança em Deus percam a coragem. Por que não?
15. Em face de perseguição da parte de autoridades, como é que as Escrituras ajudam os cristãos a manter a coragem?
15 Êles obtêm coragem das Escrituras, que os ajudam a ver as coisas segundo o ponto de vista correto, assegurando-lhes: Há o “que está assentado sôbre a redondeza da terra, cujos moradores são como gafanhotos; é êle quem estende os céus como cortina, e os desenrola como tenda para nêles habitar; é êle quem reduz a nada os príncipes, e torna em nulidade os juízos da terra”. (Isa. 40:22, 23, ALA) Portanto, certos governadores talvez proscrevam a verdadeira adoração. Talvez declarem ser contra a lei pregar a alguém de outra religião. Podem até tirarem os filhos dos pais cristãos e lhes darem transfusão de sangue porque seus pais recusam aprovar a violação da lei de Deus, podem não ouvirem os pais apelarem por justiça. Mas Jeová Deus tem um conceito diferente sobre a questão. Êle não deixa de observar o que está acontecendo e reverterá os decretos injustos dos homens que abusam de sua autoridade. Então, os que o mundo julga indignos, Deus os escolhe para viverem para sempre no seu nôvo mundo, porque esperaram por êle.
DAR OUVIDO A DEUS
16. Que espécie de pessoas são as que encontram motivo de coragem quando estudam a Palavra de Deus?
16 Naturalmente, pois, cabe a todos os homens darem ouvido ao que Deus tem a dizer. Não devemos esperar que êle aprove o nosso proceder, tendo ouvidos surdos para com os seus conselhos, tampouco se agrada êle dos que professam com os lábios que o amam, mas que têm o coração alienado dêle. As Escrituras não oferecem motivo de coragem para pessoas desta espécie. Os que encontram motivo para coragem quando estudam a Palavra de Deus são os cuja atitude é como a do salmista que escreveu: “Ensina-me, SENHOR [Jeová], o caminho dos teus decretos e os seguirei até ao fim. Dá-me entendimento, e guardarei a tua lei; de todo o coração a cumprirei. Guia-me pela vereda dos teus mandamentos, pois nela me comprazo.” (Sal. 119:33-35, ALA) São os assim movidos pelo amor a Deus e pelas suas justas veredas, que têm motivos sólidos para coragem. Não sòmente são corajosos em face de oposição, mas também têm coragem para harmonizar a vida com os altos padrões morais estabelecidos por Deus.
17. Em que sentido se necessita coragem para se manter moralmente limpo e como se pode fortalecer tal coragem?
17 Exige coragem para fazer isto, pois mesmo tendo a pessoa cuidado de evitar más associações, ela ainda se depara com pessoas imorais. Podem ser pessoas das quais ela é empregada, podem ser seus vizinhos ou seus colegas de escola. Não e fácil recusar seguir a maioria. Mas Jesus disse que seus seguidores não são parte do mundo. (João 17:11-14) Êles precisam vigiar. Não se atrevem a relaxar a vigilância por encherem a mente com literatura imoral nem com as diversões lascivas dêste mundo louco pelo sexo. Precisam demonstrar corajosamente seu ódio pelo que é mau e demonstrar amor pelo que é bom. Deleitarmo-nos com os mandamentos de Jeová, tornando-os a nossa meditação, fortifica-nos contra a conduta imoral do mundo; e têrmos sempre presente que “tôdas as coisas estão nuas e abertamente expostas aos olhos daquele com quem temos uma prestação de contas”, fortalece adicionalmente a nossa determinação de fazermos o que é justo. — Heb. 4:13.
18. Qual é o procedimento cristão em face de práticas comerciais desonestas?
18 Naturalmente, há homens que não têm interêsse ardente pela prestação de contas dêles a Deus, mas que, contudo, têm certo senso de decência. Levam o que consideram ser uma vida moral, mas, quando a aderência aos elevados padrões morais parece colocá-los em desvantagem, geralmente perdem a coragem de fazer o que sabem ser correto. Por exemplo, quando vêem ameaçada a segurança econômica por causa de práticas desonestas de competidores comerciais desonestos, êles podem achar que o único modo de manejar a situação seja adotar o método dêles, mesmo a contragosto. Ou talvez concluam que, se o empregador dêles exigir que tratem desonestamente com seus fregueses, nada poderão fazer. Mas não o verdadeiro cristão. Êle não se deixa vencer pelas práticas iníquas do mundo. Não tem inveja dos que praticam a iniqüidade. Êle crê no que disse Davi, que temia a Deus: “Mais vale o pouco do justo que a abundância de muitos ímpios. Pois os braços dos ímpios serão quebrados, mas os justos, o SENHOR [Jeová] os sustém. O SENHOR [Jeová] conhece os dias dos íntegros; a herança dêles permanecerá para sempre.” (Sal. 37:16-18; 119:36, ALA) Tendo forte fé em Deus, êle é corajoso. Não perde a coragem por causa de ansiedade pelo que haverá de comer, beber ou vestir. Sabe que mantendo-se em buscar primeiro o reino de Deus e a Sua justiça, Jeová Deus cuidará que as outras coisas sejam acrescentadas. Obtém coragem mediante a Palavra de Deus. — Sal. 37:1-4, 27, 34; Mat. 6:31-33.
19, 20. Como é que o conhecimento da Palavra de Deus possibilita a pessoa a evitar comprometer a sua fé cristã, mesmo quando se defronta com ameaça de morte?
19 A Palavra escrita de Deus pode acabar com o mêdo supersticioso e ignorante que faz os homens ficarem em dolorosa escravidão. Em suas páginas se podem aprender a origem da vida e o porquê da morte. Mas quantas pessoas, visto que não dão ouvido à Palavra de Deus nem sabem o que ela diz acêrca da morte e da vida futura, provam ser da espécie que o Diabo descreveu, quando disse a Deus: “Pele por pele, e tudo o que o homem tem êle dará pela sua alma. . . . estende tua mão, por favor, e toca-lhe até aos ossos e à carne, e verá se êle não há de te amaldiçoar na tua face”! (Jó 2:4, 5) Jó não era de tal espécie de pessoas, mas muitos o são. Êles darão tudo em troca da vida. Esquecerão a virtude, a honestidade e a consciência limpa, para evitarem a morte. Estão dispostos a viver segundo uma mentira, a professar ideologias que odeiam e a praticar atos vis contra a vontade, para apaziguar os que estão em poder. Temendo a morte, são escravos por tôda a vida. — Heb. 2:15.
20 Mas os que têm conhecimento acurado da Palavra de Deus não vivem em tal mêdo. Aquele a quem servem é a Fonte da vida e êles lhe dão ouvido. Sabem que êle fêz provisão para livrá-los da sepultura. Têm confiança na sua promessa da ressurreição dos mortos, por isso não se esquivam de se provar fiéis a Deus até à morte, se necessário. (2 Cor. 4:13, 14; Apo. 2:10) O conhecimento da Palavra de Deus os torna corajosos. Êle fortaleceu a Jesus para que mantivesse a integridade em face de morte ignominiosa. Deu a Estêvão a coragem para falar sem transigência a verdade perante o tribunal que lhe julgava a vida. Também tem inspirado coragem em milhares de testemunhas cristãs de Jeová neste século vinte, para permanecerem firmes pela verdadeira adoração. — Heb. 12:2; Atos, cáp. 7.
21. O que é que possibilita o cristão a ser corajoso em face dos tempos críticos com que se confrontam todos os homens?
21 É a mesma Palavra de Deus que fortalece a pessoa para agir corajosamente em face da ameaça de guerra, de escassez de víveres, de amedrontadores terremotos e de crimes selvagens, sendo que tudo isto prevalece hoje no mundo. Estas coisas tocam na vida dos cristãos, assim como tocam na do resto do mundo. Êles também podem ser expulsos dos seus lares pelos agressores em tempo de guerra, podem perder seus bens em terremotos, podem confrontar-se com racionamento de víveres e podem ter que exercer grande precaução por causa do crime prevalecente. Todavia, seus pontos de vista são diferentes dos do resto do mundo. Fortalecidos pelo conhecimento das Escrituras, êles podem dizer como Jesus disse: “Quando estas coisas principiarem a ocorrer, erguei-vos o levantai as vossas cabeças, porque o vosso livramento está-se aproximando.” (Luc. 21:28) Reconhecem nestas coisas a evidência da brevidade do fim dêste velho mundo iníquo e a chegada do novo mundo justo de Deus. Êste conhecimento lhes dá coragem, não sòmente para enfrentarem as durezas que todos enfrentam em comum, mas também para falarem como advogados do reino de Deus.
22. Que confiança pode ter o povo de Jeová quanto à sua relação com Deus e como mantém firme tal confiança?
22 Dando ouvido a Deus, sabem que êle se interessa por êles. Sabem que podem invocá-lo em oração e que êle os ouvirá. (Sal. 145:18) Êle os guarda amorosamente como um pastor cuida do seu rebanho. Não importa em que situação se encontrem, têm confiança de que, enquanto continuarem a dar ouvido a Deus e a atender o seu conselho amoroso, nada há que os poderá “separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus”. (Rom. 8:31-39) Por conseguinte, continuam sàbiamente a nutrir suas mentes e corações na Palavra de Deus, estudando-a e meditando sôbre seus preceitos cada dia. Por fazerem isto em fé, podem dizer, ‘tenhamos boa coragem e digamos: “Jeová é o nosso ajudador; não teremos mêdo.”’ — Heb. 13:6.
[Foto na página 175]
”Que confiança é essa em que te estribas?”