-
Canaã, CananeuAjuda ao Entendimento da Bíblia
-
-
à prova a sua fé, a ponto de colocarem sua vida em perigo na guerra, de modo a provar-se obedientes. As guerras contra as nações de Canaã, descritas depois disso no livro de Juízes, e as guerras posteriores, travadas por Saul e Davi, exemplificam esse objetivo.
Em vista de tudo isso, torna-se patente que as opiniões de alguns críticos da Bíblia, de que a destruição dos cananeus por parte de Israel não se harmoniza com o ‘espírito’ das Escrituras Gregas Cristãs, não se ajusta aos fatos, como demonstra uma comparação de textos tais como Mateus 3:7-12; 22:1-7; 23:33; 25:41-46; Marcos 12:1-9; Lucas 19:14, 27; Romanos 1:18-32; 2 Tessalonicenses 1:6-9; 2:3; Revelação 19:11-21.
HISTÓRIA POSTERIOR
Após a conquista, a situação entre os cananeus e os israelitas tornou-se gradualmente de relativa coexistência pacifica, embora para o prejuízo de Israel. (Juí. 3:5, 6; compare com Juízes 19:11-14.) Os regentes sírios, moabitas e filisteus obtiveram sucessivamente o domínio temporário sobre os israelitas, mas não foi senão no tempo de Jabim, chamado “rei de Canaã”, que os cananeus recuperaram suficiente poder para realizar um domínio de 20 anos sobre Israel. (Juí. 4:2, 3) Depois de Baraque ter finalmente derrotado Jabim, as dificuldades de Israel, durante o período anterior ao reinado, provieram mormente de fontes não-cananéias — dos midianitas, dos amonitas e dos filisteus. Semelhantemente, durante o reinado de Saul, só são mencionados brevemente os amorreus, dentre as tribos cananéias. (1 Sam. 7:14) O Rei Davi expulsou os jebuseus de Jerusalém (2 Sam. 5:6-9), mas suas principais campanhas foram contra os filisteus, os amonitas, os moabitas, os edomitas, os amalequitas e os sírios. Assim, os cananeus, embora ainda possuíssem cidades e detivessem certas áreas no território de Israel (2 Sam. 24:7, 16-18), eles, como é evidente, haviam deixado de ser uma ameaça em sentido militar. Menciona-se, entre a força combatente de Davi, dois guerreiros hititas. — 1 Sam. 26:6; 2 Sam. 23:39.
Durante sua regência, Salomão submeteu as remanescentes tribos cananéias a trabalhos forçados em seus muitos projetos (1 Reis 9:20, 21), ampliando sua obra de edificações até mesmo à cidade cananéia de Hamate, bem ao N. (2 Crô. 8:4) Mas esposas cananéias contribuíram mais tarde para a queda de Salomão, para que grande parte do seu reino fosse tomada por seu herdeiro, e para a corrupção religiosa daquela nação. (1 Reis 11:1, 13, 31-33) Desde o reinado de Salomão (1037-997 A.E.C.) até a regência de Jeorão, de Israel (c. 917-905 A.E.C.), apenas os hititas parecem ter mantido considerável medida de proeminência e força como tribo, embora evidentemente se localizassem ao N do território de Israel e nas adjacências da Síria, ou dentro dela. — 1 Reis 10:29; 2 Reis 7:6.
O casamento misto com os cananeus ainda era um problema entre os exilados israelitas que voltaram do cativeiro babilônico (Esd. 9:1, 2), mas os reinos cananeus, inclusive os dos hititas, haviam evidentemente se desintegrado sob o impacto da agressão síria, assíria e babilônia. O termo “cananeu” veio a referir-se primariamente à Fenícia, como na profecia de Isaías sobre Tiro (Isa. 23:1, 11, NM, nota da ed. 1958, em inglês; PIB, nota) e no caso da mulher “fenícia” (literalmente, cananéia [Gr. , Khananaíos]) da região de Tiro e Sídon que se chegou a Jesus. — Mat. 15:22; compare com Marcos 7:26.
IMPORTÂNCIA COMERCIAL E GEOPOLÍTICA
Canaã formava uma ponte terrestre ligando o Egito com a Ásia, e, mais especificamente, com a Mesopotâmia. Embora a economia do país fosse basicamente agrícola, participava também em trocas comerciais, e as cidades portuárias de Tiro e Sídon se tornaram os principais centros de comércio, com esquadras de navios renomadas por todo o mundo então conhecido. (Compare com Ezequiel, capítulo 27.) Assim, remontando até ao tempo de Jó, a palavra “cananeu” se tornou sinônimo de ‘comerciante’ ou ‘mercador’, e é assim traduzida. (Jó 41:6; Sof. 1:11; observe também a referência a Babilônia como “a terra de Canaã”, Ezequiel 17:4, 12.) Canaã ocupava assim um lugar muitíssimo estratégico no “Crescente Fértil”, e era o alvo dos grandes impérios da Mesopotâmia, da Ásia Menor e da África, que procuravam controlar a passagem de forças militares e o tráfego comercial dentro de seus limites. Ter Deus colocado seu povo escolhido nessa terra, portanto, certamente atrairia a atenção das nações, e teria efeitos de longo alcance; em sentido geográfico, e, mais importante do que isso, em sentido religioso, os israelitas podiam ser mencionados como habitando “no meio da terra”. — Eze. 38:12.
-
-
CanaisAjuda ao Entendimento da Bíblia
-
-
CANAIS
Vias aquosas, geralmente artificiais, para a irrigação, o controle de enchentes, a navegação e o suprimento d’água para pequenas e grandes cidades. Têm-se utilizado canais já desde tempos remotíssimos.
PALESTINA
Na Palestina, a irrigação não era tão vital para a economia como era no Egito e em Babilônia, onde havia menos precipitação pluviométrica, e onde existiam menos fontes, riachos e poços. (Deut. 11:10, 11) No deserto de Judá, ou no S de Judá, havia menos meios de se fazer irrigação. No entanto, havia certa irrigação de hortas na Palestina, e construíram- se aquedutos para levar água especialmente até Jerusalém.
O “aqueduto elevado”, que provavelmente entrava em Jerusalém junto à Porta de Jafa, é considerado por alguns como tendo sido construído por Herodes, o Grande, partindo do uádi el-Biyar, ao N de Tecoa. Pode ter sido construído
-