O Dominador do Mundo Procedente da “Casa de Pão”
“O restante de Jacó se tornará no meio de muitos povos como orvalho da parte de Jeová . . . entre as nações, no meio de muitos povos como um leão entre os animais da floresta.” — Miq. 5:7, 8.
1. Como devem se aplicar as características do orvalho e de um leão a um dominador justo num mundo corruto?
O QUE é mais suave e refrescante do que o cair do orvalho? O que é mais forte e mais corajoso entre os animais ferozes do que o leão? Que contraste entre o orvalho e o leão! Tão contrastante que alguém difi̇̀cilmente associaria um com o outro. Mesmo assim, apesar de todo o contraste, êles podem tornar-se uma venturosa combinação, uma combinação necessária. Certo rei sábio e poderoso da antiguidade numa ocasião disse: “Como o bramido do filho do leão é a indignação do rei; mas como o orvalho sôbre a erva é a sua benevolência.” (Pro. 19:12, ARA) Neste mundo corruto, um rei de princípios justos precisa ser corajoso e feroz como um leão contra os que praticam a iniqüidade. Mas êle permite a sua boa vontade e aprovação descer tão suave e refrescante como o orvalho sôbre os seus súditos leais, que batalham contra seus semelhantes iníquos.
2. Segundo suas declarações na profecia de Oséias, referente a Israel, como encontrará a humanidade em Jeová o dominador necessitado?
2 A humanidade necessita desesperadamente de um regente desta espécie. Ela o encontrará finalmente na pessoa do grande Rei do universo, o Deus portador do nome que o distingue, Jeová. No registro bíblico dos ‘seus tratos fiéis com os do seu povo escolhido, quando ainda estavam no seu favor, êle disse: “Serei para Israel como orvalho, êle florescerá como o lírio, e lançará as suas raízes como o cedro do Líbano.” (Osé. 14:5, ALA) Na ocasião que se irou contra o seu povo e estava prestes a rejeitá-lo, ele disse: “Para Efraim serei como um leão, e como um leãozinho para a casa de Judá:eu, eu mesmo os despedaçarei, e ir-me-ei embora; arrebatá-los-ei, e não haverá quem livre.” (Osé. 5:14; também Os 13:7, 8, ALA) É imparcial na sua justiça, mas é também misericordioso para com os que amam a justiça, os que se esforçam sinceramente para fazer o que é justo. Prometeu e fêz arranjos para dar à humanidade um reino de imutável justiça, de misericórdia e de terna compaixão.
3. (a) Com o que se preocupam os homens hoje em dia, e que fato grandioso referente a govêrno ignoram eles? (b) Que fato deve fazer que êste governo esteja mais chegado a nós?
3 As nações estão preocupadas hoje em dia sòmente com um govêrno de homens para homens. Elas acham que a grande escolha jaza entre o govêrno democrático de estilo ocidental e o govêrno comunista, de estilo oriental, embora alguns tentem permanecer a meio caminho na política governamental. A mentalidade política do povo dêste mundo nunca pensa no govêrno de Deus. Ignoram o maior fato em conexão com a questão de govêrno: que o Governador do universo, Jeová Deus, o Criador, tem um govêrno para tôda a terra e seus habitantes. Êle já empossou o Regente neste govêrno perfeito sôbre tôda a humanidade mal governada já por muito tempo. Não se trata de um govêrno incapaz de compreender e de condoer-se dos problemas da humanidade. Por causa do Regente nomeado por Deus êste govêrno tem um laço íntimo de carne e sangue conosco. Com centenas de anos de antemão, na profecia de Miquéias, Jeová Deus predisse o próprio lugar de nascimento dêste Regente. É o lugar natalício mais famoso da terra. Isto esclarece que o Regente que Deus nomeia sôbre a humanidade já foi um de nós! Já foi homem! Êste fato deve fazer com que êste, govêrno divinamente provido esteja mais chegado a nós, mais íntimo de nós do que um govêrno de santos anjos.
4. Que anúncio sôbre govêrno fêz Jeová em Miquéias 5:2; e para quem seria importante o seu cumprimento?
4 Prevendo a grande necessidade de um govêrno justo para a humanidade oprimida, Jeová Deus fêz, mediante Miquéias (5:2, ALA) o seguinte anúncio dêste govêrno: “E tu, Belém Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Miquéias disse isto a 350 anos ou mais depois de o rei de Jerusalém, Davi, ter nascido em Belém, no território de Judá, em 1107 A. C. Miquéias focalizou a atenção do universo inteiro sôbre Belém como a aldeia na qual nasceria um descendente real de Davi, que seria o herdeiro permanente do seu trono segundo o pacto que Deus fizera com Davi para um reino eterno na sua família. (2 Sam. 7:11-16; Mat. 2:4-6; João 7:41, 46) Isto era um evento importante não só para tôda a terra, mas também para o céu.
5. Para manter a importância dêste evento, como foi anunciado o nascimento do Dominador, e a quem?
5 Portanto, foi simplesmente para manter a importância dêste evento que, quando Jesus nasceu como descendente do Rei Davi, em Belém, o seu nascimento foi anunciado aos pastôres tementes a Deus, por intermédio do anjo, que disse: “Não tenhais mêdo, pois, eis que eu vos declaro boas novas duma grande alegria que todo o povo terá, pois vos nasceu hoje um Salvador, que é Cristo, o Senhor, na cidade de Davi.” Depois dêste anúncio, “repentinamente, houve junto ao anjo uma multidão da hoste celestial louvando a Deus e dizendo: ‘Glória a Deus nas alturas acima, e na terra paz entre os homens de boa vontade.’” — Luc. 2:4, 14.
6. Como é que a origem dêste Dominador é “desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”?
6 Êstes mesmos anjos que louvavam a Deus por ocasião do nascimento de Jesus Cristo, o tinham conhecido no céu como o Filho primogênito e unigênito de Deus. Isto está evidente na profecia de Miquéias 5:2, visto que ela se refere a Jesus como aquêle “cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. Por isso, o seu nascimento em Belém não constituiu o princi̇́pio dele. A sua vida fôra transferida miraculosamente do céu para a terra, das regiões espirituais para as humanas, para que, mediante laços naturais, êle se tornasse o herdeiro permanente do trono de Davi sôbre Israel. Êle teve a sua origem no céu “desde os tempos antigos”, desde quando Deus o criou para ser “o primogênito de tôda a criação”, “o princípio da criação de Deus”. (Col. 1:15; Apo. 3:14) A criação não começou antes da origem dêste unigênito Filho de Deus. A Palavra escrita de Deus não diz quando se deu isto. Assim fica na eternidade do passado para nós, visto que o Filho de Deus, que vem a “reinar em Israel”, é “desde os dias da eternidade”.
7. A longa experiência celestial com Jeová Deus deve ter resultado em quê para êste Dominador, e como Belém não parecia indicada para um nascimento como o dêle?
7 Visto que êle desfrutou por tanto tempo a associação celeste com Jeová Deus, que riqueza de sabedoria e experiência tem êste Regente que nasceu em Belém, a fim de se tornar o melhor Regente que Deus podia colocar sôbre a humanidade! E imagine como alguém tão notável devesse nascer em Belém Efrata, uma aldeia tão pequena e insignificante ao ponto de não ser contada entre as milhares ou entre as famílias da tribo de Judá! E além de nascer numa aldeia tão insignificante, êle nasceu num estábulo e foi colocado numa manjedoura como berço. (Luc. 2:7, 12) Mas quão honrada foi Belém!
8. Nos dias de Davi, o trono de quem era fixo em Jerusalém, e por que não haveria nenhuma exaltação para o Filho de Deus, se êle tivesse sido pôsto naquele trono?
8 No palácio sôbre, o Monte Sião, em Jerusalém, Davi sentou-se sôbre um trono material chamado de “trono de Jeová”, visto que Davi era o representante de Jeová sôbre o trono. (1 Crô. 29:23) Mas Jesus Cristo nunca sentou-se no trono de Davi no Monte Sião, embora, mediante seu nascimento em Belém, êle tivesse direito àquele trono. Porém, visto que Jesus era do céu, então se êle tivesse realmente sentado no trono de Davi, no Monte Sião, não teria havido nenhuma exaltação real para êle como Filho de Deus. Mesmo no trono literal de Davi, sôbre Israel, Jesus Cristo teria sido “um pouco menor do que os anjos”, ao passo que nos céus êle tinha sido o primogênito deles. (Heb. 2:9; Sal. 8:4, 5) Foi uma humilhação a transferência da vida do Filho de Deus das gloriosas regiões celestiais para nascer como criatura humana nesta terra, mesmo sendo da linhagem real de Davi. (Fil. 2:5-9) Além disto, quando estava na terra como homem, êle foi grandemente humilhado pelos inimigos do reino de Deus.
FERIDO NA FACE
9. O reino de quem pregou Jesus Cristo, mas como foi mal retratada a sua pregação?
9 Jesus sempre pregava o reino, não o reino terrestre de Davi sôbre Israel, mas o reino de Deus, “o reino dos céus”. (Mat. 4:17; Mar. 1:14, 15) Se alguém tem o direito de governar a humanidade, êste alguém é Deus. Mas, por pregar o reino de Deus, que tinha sido predito nas profecias da Bíblia, Jesus foi acusado de sedição, de insurreição contra o império pagão dos césares de Roma. Mas a profecia de Miquéias tinha apontado que Jesus, o Dominador procedente de Belém, seria desonrado e maltratado.
10, 11. (a) Que mal trato a êste Dominador predisse Miquéias 5:1? (b) Como foi isto cumprido no caso de Jesus Cristo?
10 Pouco antes de predizer o nascimento do Regente naquela aldeia, Miquéias disse à organização do povo de Deus sob o perigo de uma invasão: “Agora ajunta-se em tropas, ó filha de tropas; pôr-se-á sítio contra nós: ferirão com a vara a face ao juiz de Israel.” (Miq. 5:1, ALA) Quando Jesus estêve na terra como homem, a vara de autoridade humana foi usada para feri-lo insultantemente na face. Por pregar o reino celestial de Deus, visto que êle tinha sido ungido pelo espírito santo de Deus para pregar, Jesus foi prêso e levado ao mais alto tribunal religioso de Jerusalém, presidido pelo sumo sacerdote de Israel. Ali Jesus foi realmente ferido. Sôbre isto, lemos:
11 “Jesus, porém, guardou silêncio. E o sumo sacerdote lhe disse: Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. Respondendo-lhe Jesus: Tu o disseste; entretanto, eu vos declaro que desde agora vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo-poderoso, e vindo sôbre as nuvens do céu. Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou! que necessidade mais temos de testemunhas? Eis que ouvistes agora a blasfêmia! Que vos parece? Responderam êles: É réu de morte. Então uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam, dizendo: Profetiza-nos, ó Cristo, quem é que te bateu!” — Mat. 26:59-68, ALA.
12. Como se tornou mais forte a pancada na face, e os interêsses de quem foram servidos mediante esta pancada?
12 A pancada insultadora na face do futuro juiz de Israel se tornou mais forte, quando as autoridades religiosas entregaram Jesus ao governador romano e finalmente convenceram Pôncio Pilatos, fazendo que Jesus fôsse pregado numa estaca, para morrer em ignomínia, como um amaldiçoado por Deus. (Deu. 21:22, 23; João 18:38 a 19:37) Naquele tempo, as autoridades religiosas de Jerusalém serviam aos interêsses do profético “rei do norte”. (Dan. 11:15, 20-22) Mas não podiam prevalecer contra êste Jesus que, segundo Deus tinha decretado, seria o “juiz de Israel”, “o dominador de Israel”.
13. (a) Segundo Pedro, como foi que Deus impediu que prevalecessem contra o futuro “juiz de Israel”? (b) Em comparação com o trono de Davi, a que exaltou Jeová a Jesus?
13 Simão Pedro, que foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo, disse a um soldado, a um centurião a serviço de Roma na Palestina: “Nós somos testemunhas de tudo o que êle [Jesus] fêz na terra dos judeus e em Jerusalém; ao qual também tiraram a vida, pendurando-o no madeiro. A êste ressuscitou Deus no terceiro dia, e concedeu que fôsse manifesto, não a todo o povo, mas às testemunhas que foram anteriormente escolhidas por Deus, isto é, a nós que comemos e bebemos com êle, depois que ressurgiu dentre os mortos; e nos mandou pregar ao povo e testificar que êle é quem foi constituído por Deus Juiz de vivos e de mortos. Dêle todos os profetas dão testemunho de que, por meio de seu nome, todo o que nêle crê recebe remissão de pecados.” (Atos 10:38-43, ALA) De acôrdo com isto, Jeová Deus elevou Jesus Cristo a uma posição mais exaltada do que o trono material de Davi no Monte Sião.
14. Assim, o que fêz Jeová a Jesus com relação ao Rei Davi?
14 Jeová Deus elevou Jesus Cristo à sua própria destra nos céus, ao trono literal celeste de Jeová. Neste ato êle fêz com que Jesus Cristo, o Filho de Davi, se tornasse o Senhor de Davi, assim como fôra predito no Salmo 110:1, 2. — Atos 2:29-36.
15, 16. (a) O que merece mais ser mencionado do que o nascimento humano de Jesus em Belém, e como, portanto, merece ser lembrado 1914? (b) O que disse o Salmo 2:1-9 referente à entronização do Dominador?
15 Quão maravilhoso é tudo isto! Isto tornou possível que a profecia de Miquéias concernente ao grande Dominador procedente da pequena Belém fôsse cumprida em maior escala em nossos dias. Foi perfeitamente digno de menção na história universal o nascimento do Dominador da humanidade, em Belém, há dezenove séculos atrás. No entanto, a sua vinda da Belém maior na capacidade de Dominador empossado no reino estabelecido de Deus no céu, é ainda mais digna de ser mencionada. Trata-se de um evento de importância capital no universo, e especialmente para a humanidade, de cuja carne e sangue o Dominador uma vez participara. Cronometrado pelas profecias acuradas da Bíblia, êste evento muito mais importante ocorreu em nossa própria geração, no ano de 1914. Muito além de ser lembrado como o ano que irrompeu a desastrosa primeira guerra mundial, 1914 merece ser lembrado como o ano em que terminou o tempo dos gentios ou “o tempo designado das nações” e como o ano em que nasceu o reino de Deus nos céus, conforme predisse ilustrativamente Apocalipse, capítulo doze. Concernente às nações do mundo que então se tumultuaram e concernente aos reis da terra que então tomaram posição contra Jeová e contra o seu recém-entronizado Cristo ou Ungido, o Rei Davi há muito disse profèticamente, no Salmo 2:1-9:
16 “O próprio Jeová os colocará em ridículo. Então lhes falará na sua ira . . . dizendo: ‘Eu, eu mesmo tenho estabelecido o meu rei em Sião, meu santo monte: Deixe-me [o Cristo] referir ao decreto de Jeová; êle disse-me: ‘Tu és meu filho; hoje tornei-me teu pai. Pede-me, que eu posso dar as nações como tua herança e os confins da terra como tua possessão. Tu as quebrarás com um cetro de ferro, como se fôssem vaso de oleiro as farás em pedaços.’”
17, 18. (a) Como foi que Jesus veio da Belém Maior na sua entronização? (b) Segundo a própria declaração de Jesus, que pão superior precisa tôda a humanidade?
17 Quando o Dominador predito foi estabelecido no Reino à destra de Deus, então êle foi a Jeová, procedendo de uma Belém mais importante do que a Belém terrestre. O nome Belém significa, Casa de Pão. Efrata, que está relacionada com Belém, significa Frutífera; Fértil. Judá, em cujo território Belém Efrata estava situada, significa Louvado [Jeová]. (Gên. 35:19; 29:35; 49:8) Para a humanidade, aquela Casa de Pão significa muito, sim, a própria vida. A humanidade precisa de um ministro, de um dominador procedente daquela Casa de Pão mais elevada. O que a humanidade precisa para viver não é meramente o pão de trigo, de cevada ou centeio. O próprio Jesus Cristo frisou êste ponto, pois, no fim dos seus quarenta dias de jejum, êle não quis fazer pão miraculosamente para si mesmo, mas repetiu as palavras do seu Pai celestial e disse: “O homem tem de viver, não sòmente de pão, mas de todo proferimento que procede da bôca de Jeová.” — Deu. 8:3; Mat. 4:1-4.
18 Quando Jesus veio à terra como homem, êle trouxe os proferimentos da bôca de Jeová, os quais significam vida. Além disso, êle disse àqueles que vieram em busca do perecível pão terrestre: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer dêste pão, viverá para sempre; e, de fato, o pão que eu darei é minha carne em favor da vida do mundo.” — João 6:51.
19. Como foi possível Jesus vir à humanidade em 1914 procedendo de uma Casa de Pão Maior, e como os nomes de Efrata e Judá associados com Belém refletem sôbre esta Casa de Pão?
19 Quando Jesus voltou aos céus e reapareceu na presença de Deus, êle apresentou o valor do seu sacrifício humano em favor da humanidade agonizante. Portanto, agora, depois de ser entronizado como Rei, em 1914, Jesus podia vir da Casa de Pão, um Sortimento de Pão, que pode dar vida eterna no nôvo mundo terrestre de Deus para todos os que comem dêle pela fé. A Casa de Pão celestial é de necessidade capital para a humanidade. Ela precisa peremptòriamente do Dominador de Jeová, procedente de lá. É um lugar frutífero, fértil, conforme indicado pelo nome associado, Efrata; e ela produz e oferece muitos frutos vitais. Assim como Belém Efrata estava situada no território de Judá, assim também a Casa de Pão está situada nos santos céus, onde Jeová é louvado por tôda a sua hoste de anjos.
20. Como é esta Belém Maior, da qual procede Jesus Cristo, semelhante à Belém terrestre em relação aos milhares de Judá?
20 O principal entre êstes adoradores celestiais de Jeová Deus é o Dominador de Belém. Como Dominador, êle ensinará todos os seus súditos na terra a louvar a Jeová do mesmo modo. Êle se dirige a Jeová Deus como representante de um pequeno grupo, representando, não a Belém terrestre mas a casa de seus irmãos espirituais. Êstes são os 144.000 seguidores de suas pisadas, que se tornam seus co-herdeiros do Reino celestial. (Apo. 7:4-8; 14:1, 3) Entre os dez mil vêzes dez mil da hoste celestial, êste grupo é realmente pequeno, quase pequeno demais para ser julgado digno de ser contado entre a imensa hoste de louvadores celestiais. (Dan. 7:9, 10) Mesmo assim, êste pequeno grupo, constituído de o Dominador, Jesus Cristo, e dos seus 144.000 co-herdeiros, se torna o mais importante grupo de pessoas nos céus. Êle torna-se a capital da organização de Deus sôbre tôda a Sua organização universal. Os dêste grupo prestarão serviço, trazendo o “pão da vida” para a humanidade faminta da vida eterna. (João 6:48-50) Jesus Cristo, o Dominador procedente da Belém Maior, desempenhará assim um importante papel entre os incontáveis milhares de louvadores angélicos de Deus nos céus.
UMA PANCADA INDIRETA NA FACE
21. Entre quem começou Jesus Cristo a reinar em 1914, e como foi possível ser êle golpeado na face depois disto?
21 As nações hoje em dia não estão gratas pelas provisões de Jeová assim como não estavam quando o “dominador em Israel” veio da Belém terrestre, há dezenove séculos atrás. Portanto, num cumprimento maior de Miquéias 5:1, elas têm ferido o “juiz de Israel” na face. Quando? Como? Não de maneira direta, naturalmente; pois Jesus agora está entronizado à destra de Deus nos céus, sendo impossível que as nações o alcancem, mesmo como suas naves espaciais. Logo depois que o seu reino nasceu nos céus em 1914, êle começou a reinar no meio dos seus inimigos. Lançou Satanás, o Diabo, e os seus demônios para fora dos céus à vizinhança de nossa terra para nunca mais voltar aos céus da santa organização de Deus. Portanto, a pancada insultadora na face do “juiz de Israel” foi dada indiretamente. Como? Por dá-la no restante dos seus seguidores fiéis sôbre a terra durante a Primeira Guerra Mundial. Quando Jesus enviou os seus doze apóstolos para pregar o reino de Deus, êle disse: “Quem vos recebe, a mim me recebe.” (Mat. 10:40, ALA) Por outro lado, quem não receber um discípulo de Jesus, quando êle lhe traz a mensagem do Reino, também não recebe Jesus.
22. Que principio declarou o Rei Jesus Cristo na sua ilustração das ovelhas e dos cabritos, e como se poderia dar um golpe na face no caso Dêle?
22 Na sua ilustração em que êle usa ovelhas e cabritos para prefigurar o julgamento das nações agora em andamento, o Rei entronizado, Jesus, diz às ovelhas: “Em verdade vos digo: Ao ponto que o fizestes a um dos mínimos dêstes meus irmãos, a mim o fizestes.” Aos cabritos êle diz: “Ao ponto que não o fizestes a um dêstes mínimos, a mim não o fizestes.” (Mat. 25:40, 45) Assim, nestes dias, golpear o restante espiritual dos irmãos de Jesus na face, num abuso da vara de autoridade, significa golpear o “dominador de Israel” insultadoramente na face. — 1 Reis 22:24; Jó 16:10;
23, 24. (a) O que pregara o restante espiritual muito antes de 1914 referente a êste ano, e qual foi a atitude para com êles da parte dos dominadores da cristandade? (b) Como foi que o Dominador procedente de Belém considerou o mal trato do restante?
23 Muito antes de 1914, o restante dos irmãos espirituais de Cristo pregaram às nações da cristandade que os tempos dos gentios terminariam naquele ano e que o reino de Deus por Cristo seria completamente estabelecido nos céus. Fizeram esta pregação do Reino mediante a distribuição de livros, folhetos, revistas e tratados e mediante conferências públicas, e, finalmente, mediante a exibição pública gratuita do Foto Drama da Criação a grandes multidões. Os líderes religiosos da cristandade estavam todos envolvidos nas questões do mundo naquele período de guerra. Nem êles nem as nações guerreiras tiveram consideração alguma para com o restante dos irmãos espirituais de Cristo, que pregavam o reino de Deus como o domínio legi̇́timo da terra, visto que os tempos dos gentios tinham terminado em 1914.
24 A clerezia religiosa se enfurecia com esta mensagem. A lei marcial e os delírios fanáticos de patriotismo forneciam-lhes uma oportunidade. Aproveitaram-se disto para fazer os fiéis pregadores do Reino ficarem mal vistos perante o povo e com aspecto sedicioso perante os governos políticos militarizados. Semelhantes a Jesus, os do restante dos irmãos dêle foram insultados com a falsa acusação de sedição, de conspirar e de obstruir a prosperidade nacional. Arbitrária e impiedosamente brandiram a vara de autoridade política e judicial para feri-los na face, por assim dizer, colocando-os na prisão, nos campos de detenção e confiscando-lhes a literatura ou proibindo as suas reuniões religiosas. Será que esta ação injusta e anticristã não foi observada pelo celestial “governante em Israel” ou de Belém? Foi! Visto que eram seus irmãos espirituais e representantes do seu Reino, êle considerou isto como se fôsse feito a êle. Acrescentando mais insulto à injúria, a cristandade escolheu a Liga das Nações em vez de o reino de Cristo, pensando que ela podia enganá-lo por chamar a Liga das Nações de “a expressão política do reino de Deus na terra”.
25. Como foi que Jeová tinha predito isto em Miquéias 5:3, e como foi isto cumprido primàriamente no caso do Israel natural?
25 Esta ação anticristã de rejeição ao Reino foi permitida pelo Deus Todo-poderoso, Jeová. Ela serviu de experiência disciplinar ao seu restante, que tinha coração fiel. (Heb. 12:4-11) Êle havia predito isto nas palavras de Miquéias 5:3, logo após mencionar a vinda do “governante em Israel” procedente de Belém: “Portanto, êle os entregará até o tempo em que ela, a que está dando à luz, realmente tiver dado à luz. E o restante de seus irmãos voltará aos filhos de Israel.” Naturalmente, o cumprimento desta profecia na antiguidade foi quando os filhos naturais de Israel, por causa de desobediência a Jeová Deus, foram entregues aos babilônios e levados cativos num longínquo exílio; mas, setenta anos depois da desolação de Jerusalém e seu templo, um restante fiel foi liberto de Babilônia e voltou para a sua terra a fim de reproduzir a nação e restaurar o templo de adoração de Jeová. Isto foi como se a organização visível de Jeová na terra, Sião, tivesse dado à luz a uma nova nação de israelitas. (Isa. 66:7, 8) O mesmo se deu com o Israel espiritual!
26. Como foi que se cumpriu Miquéias 5:3 no caso do Israel espiritual em 1918 e em 1919?
26 Em 1918, especialmente, o ano climático da Primeira Guerra Mundial, o restante foi assediado por fanáticos religiosos agressivos. Os do restante foram dominados e mantidos em sujeição e cativeiro a organizações mundanas em guerra. Isto era comparado com o cativeiro de Israel a Babilônia, quando a sua cidade capital, Jerusalém, jazia desolada. Visto que Jeová Deus tinha adotado êstes membros dedicados e batizados do restante com filhos espirituais, êles podiam dizer, assim como o apóstolo Paulo dissera há muito: “Mas a Jerusalém de cima é livre, e é nossa mãe.” (Gál. 4:26) Os filhos espirituais da “Jerusalém de cima” precisavam ser libertos assim como a sua mãe celestial é livre, e não permanecerem escravos exilados na Babilônia moderna. Por isso, Jeová Deus, o Pai celestial, fez que sua “mulher”, a Jerusalém de cima, desse à luz em 1919, o primeiro ano do após-guerra. Êle quebrou o poder do cativeiro babilônico. Libertou seu restante fiel de sua sujeição ao mêdo, a fim de que pudessem voltar à relação correta com Êle, como filhos espirituais “de Israel”. Não só se livraram das muitas limitações impostas sôbre a liberdade de palavra, de ação e de adoração pelo mundo em guerra, mas também se livraram da escravidão ao medo dos homens. — Pro. 29:25.
27. Portanto, que nascimento espiritual ocorreu em 1919, e a que falhou a guerra de 1939-1945 a conduzir o restante?
27 Em cumprimento de Mateus 24:14, recomeçaram seu trabalho organizado de pregar destemidamente as “boas novas do reino”. Isto foi como se a mãe espiritual dêles, “a Jerusalém de cima” tivesse dado à luz em 1919 e produzido uma nova nação, uma nação espiritual livre, na terra de adoração de Jeová. Desde então o restante nunca mais foi vencido pelo mêdo e entregue à escravidão babilônica, mesmo durante a guerra mundial muito pior, de 1939 a 1945.
28. O que se poderia esperar dêste nascimento espiritual com referência às nações e aos povos entre os quais êle ocorreu?
28 Não devíamos esperar que esta libertação e o nascimento de uma nova nação espiritual entre os povos e das nações do mundo, ocorresse sem importantes efeitos notáveis naqueles povos e nações. Como deveria afetar êstes povos e nações o completamente inesperado nascimento de uma nação espiritual restaurada e liberta? De um modo que faz jus à atenção do mundo. Vejamos!