Um Deus de benevolência
“Ó dai graças a Jeová, pois ele é bom; pois sua benevolência é por tempo indefinido.” — Sal. 107:1.
1, 2. Como é que alguns consideram Deus, em comparação com o que Davi escreveu?
QUAL é a sua concepção de Deus? Será que o considera qual deidade bondosa e benévola, mas que talvez esteja distante dos assuntos e dos problemas do gênero humano? Ou talvez o considere qual lutador partidário nos assuntos mundiais, alguém que abençoa as guerras e o derramamento de sangue das nações se estiverem numa causa “justa”, talvez até mesmo como um Deus que tira arbitrariamente a vida dum ente querido a bem de seus próprios propósitos inescrutáveis.
2 Isto não parece refletir o Deus a respeito de quem disse o salmista Davi: “Bom e reto é Jeová. É por isso que ele instrui os pecadores no caminho. Ele fará os mansos andar na sua decisão judicial, e ele ensinará aos mansos o seu caminho. Todas as veredas de Jeová são benevolência e veracidade para aqueles que observam seu pacto e seus lembretes.” — Sal. 25:8-10.
3, 4. Qual deve ser nossa atitude para com o Criador, e por quê?
3 Davi fora um fugitivo, fugindo, por amor à vida, de seus próprios concidadãos, mas não culpou a Deus pelas suas dificuldades. Ao invés, orou: “Faze-me conhecer os teus próprios caminhos, ó Jeová; ensina-me as tuas próprias veredas. Faze-me andar na tua verdade e ensina-me, pois tu és meu Deus de salvação. Em ti tenho esperado o dia inteiro. Relembra as tuas misericórdias, ó Jeová, e tuas benevolências, pois são desde o tempo indefinido.” — Sal. 25:4-6.
4 Muitas pessoas em circunstâncias menos severas têm culpado o Criador. Não podem discernir por que ele não intervém pessoalmente em seus casos, e tendem a pôr a culpa em Deus por todas as dificuldades delas, não importa qual seja sua fonte. Mas, faremos bem em considerar o que a Palavra de Jeová tem a dizer sobre isto. Será ele um Deus de bondade e amor, como Davi declarou, ou é um Deus desamoroso e sanguinário, como até mesmo alguns clérigos têm asseverado?
5. Que conselho da Palavra de Jeová seguiu sabiamente Davi?
5 Davi foi acusado falsamente e fustigado pelo Rei Saul, a quem Jeová confiara a liderança de seu povo. Mas, Davi não ficou amargurado com Jeová devido à ação ciumenta de Saul, e Davi se recusou a fazer justiça com suas próprias mãos de modo a eliminar “o ungido de Jeová”. Lembrava-se da lei de Israel: “Não deves odiar a teu irmão em teu coração. Certamente deves repreender o teu associado, a fim de que não leves pecado junto com ele. Não deves vingar-te nem nutrir ressentimento contra os filhos do teu povo; e tens de amar a teu próximo como a ti mesmo. Eu sou Jeová.” — Lev. 19:17, 18.
6. (a) O que prefiguraram as guerras de Israel, mas o que não devemos concluir? (b) Como foi que Jeová tratou a Davi de forma recompensadora?
6 Mais tarde, Davi liderou a luta que Israel travou contra os cananeus a fim de expulsá-los da terra que fora prometida ao antepassado de Israel, Abraão. Esta ação fora uma norma profética de como Jeová, em nossos tempos, limpará a terra de rebeldes contra a sua soberania e dará a herança aos que o amam e servem, a “aqueles que observam seus pactos e seus lembretes”. Não obstante, não há indicação bíblica de que Jeová, nestes dias, lute a favor de uma nação ou de outra. Pelo contrário, Isaías predisse que Seu povo transformaria suas espadas em relhas de arado e não mais aprenderia a guerrear. Foi negada a Davi a honra de erigir o templo para a adoração de Jeová, porque havia sido homem de guerra. Todavia, Davi cumprira a vontade de Jeová para seu tempo, e assim Jeová prometeu-lhe que a realeza não sairia de sua linhagem. (Atos 13:36) A respeito disto, Isaías declarou profèticamente: “Inclinai o vosso ouvido e vinde a mim. Escutai, e a vossa alma continuará viva, e eu celebrarei prontamente convosco um pacto que durará indefinidamente com respeito às benevolências para com Davi, que são fiéis.” Não é de admirar que Davi declarasse: “Quanto a mim, em tuas benevolências tenho confiado; que meu coração fique alegre em tua salvação. Cantarei a Jeová, pois ele me tem tratado de forma recompensadora.” — Isa. 55:3; Sal. 13:5, 6.
7. Como foi que Paulo ligou a benevolência de Deus para com Davi com o tempo de Jesus?
7 O apóstolo Paulo ligou o pacto feito com Davi com os eventos dos dias de Jesus, explicando: “E, assim, nós vos declaramos as boas novas concernentes à promessa feita aos antepassados, que Deus a cumpriu inteiramente a nós, seus filhos, por ter ressuscitado a Jesus; assim como está escrito no segundo salmo: ‘Tu és meu filho, hoje eu me tornei teu Pai.’ E este fato, de que o ressuscitou dentre os mortos, destinado a nunca mais voltar à corrupção, foi declarado por ele do seguinte modo: ‘Eu vos darei as benevolências para com Davi, que são fiéis.’ Assim, a promessa feita a Davi foi cumprida e Jesus, como o herdeiro de Davi e o Filho unigênito de Jeová, foi ressuscitado para se tornar o Rei da nova ordem de coisas de Jeová, no tempo designado. — Atos 13:32-34.
8. Quais são algumas evidências de que Jeová é um Deus de benevolência?
8 Desde o começo mesmo, uma série crescente de eventos mostraram a bondade e a preocupação amorosa de Jeová para com a humanidade. O propósito de Jeová, de que homens justos vivam na terra em condições paradísicas, não seria frustrado. Quando Jeová formou a terra como belo lar para os homens, não proveu apenas as necessidades básicas, mas cobriu o solo de árvores frutíferas e arbustos floridos para o seu prazer e deleite. No meio do jardim, plantou a árvore da vida, aguardando o tempo em que o primeiro casal provasse sua fidelidade e expandisse os limites do jardim paradísico até os confins da terra. Até mesmo depois de sua rebelião, e da execução da sentença contra eles, Jeová, em profecia, mostrou sua bondade imerecida ao predizer a futura redenção dos que tivessem fé nele.
9. Que necessidade reconheceu Davi, e como se proveu esta perspectiva?
9 Como é que se daria esta restauração às condições paradísicas? Jeová prometera a Abraão: “Por meio de tua descendência todas as nações da terra certamente se abençoarão.” Esta descendência de Abraão demonstraria ser uma bênção por prover os meios de redenção. Davi expressara a necessidade disto ao orar: “Dos pecados da minha juventude e de minhas revoltas, ó, não te lembres. Segundo a tua benevolência, lembra tu mesmo de mim, por motivo de tua bondade, ó Jeová. Por motivo de teu nome, ó Jeová, tens até mesmo de perdoar meu erro, pois é considerável.” (Gên. 22:18; Sal. 25:7, 11) Davi discernia que algo mais do que os sacrifícios animais era necessário a fim de prover uma expiação satisfatória, e confiava que a benevolência de Jeová a providenciasse. O pacto de Jeová com Davi era outro passo no sentido do desenrolar do propósito de Jeová. (2 Sam. 7:16) Como assim? Conforme disse Paulo, a respeito de Jesus: “De todas as coisas das quais não podíeis ser declarados inculpes por meio da lei de Moisés, todo aquele que crê é declarado inculpe por meio Deste.” Que perspectiva de bênção para todas as nações isto trouxe, graças à bondade imerecida de Jeová, até mesmo o perdão de pecados e erros tais como Davi mencionou! — Atos 13:38, 39.
10. De que modo tem a humanidade em geral acolhido as provisões de Jeová, e o que indica isto?
10 Até os dias atuais a humanidade não aceitou nem aplicou a lição de bondade ensinada por Jeová e seu Filho. Antes, em todo o mundo há ódio devido à nacionalidade, preconceito devido às diferenças religiosas, maus tratos e grosserias devido à raça. Aqueles que seguem tal proceder mostram que andam nas trevas, no que toca ao ponto de vista do seu Criador, e as trevas cegaram-lhes os olhos. (1 João 2:9-11) Seguir o proceder da bondade é andar em união com Jeová, andando na luz. Esta luz procedente de sua Palavra revela ainda o contraste entre os filhos de Deus e os que seguem o proceder satânico da grosseria, da divisão e do ódio. “Os filhos de Deus e os filhos do Diabo evidenciam-se pelo seguinte fato: Todo aquele que não está praticando justiça não se origina de Deus, nem aquele que não ama seu irmão. Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio, que devemos ter amor uns pelos outros; não como Caim, que se originou do iníquo e que matou a seu irmão.” — 1 João 3:10-12.
11. (a) Que ilustração da bondade apresentou Jesus? (b) Como foi que mostrou a mesma imparcialidade que seu Pai?
11 Nem se deve entender que este amor ao seu irmão significa apenas os da própria família ou até mesmo da própria raça da pessoa. Como disse Jesus: “Minha mãe e meus irmãos são estes os que ouvem a palavra de Deus e a praticam.” (Luc. 8:21) Assim, não fez distinções quanto a laços sanguíneos ou raça. Sabia que seu Pai mostrara bondade imerecida para com homens de todas as espécies e que Ele é imparcial para com todos. Fez todos os homens de um só sangue, e tem dado a todos a mesma esperança de vida por meio de seu Filho, sob seu domínio do Reino. Um profundo conhecedor da Lei, sabedor da ordem de Jeová de amar ao próximo como a nós mesmos, perguntou: “Quem é realmente o meu próximo?” Jesus respondeu falando a respeito de um homem que ia pela estrada de Jerusalém a Jericó e que foi assaltado, ferido e deixado ali quase morto. Ignorado por um sacerdote e um levita que passaram por ali, recebeu por fim bondoso tratamento da parte dum samaritano. Perguntou Jesus: “Qual destes três te parece ter-se feito [o] próximo do homem que caiu entre os salteadores?” Por certo foi o homem que agiu de modo misericordioso que demonstrou ser o verdadeiro próximo. Jesus elogiou esta ação, dizendo a seu inquiridor: “Vai e faze tu o mesmo.” — Luc. 10:29-37.
12. (a) Do que não se deve culpar a Deus? (b) Como é que as Escrituras mostram isto?
12 Apesar de que muitas pessoas não só passam ao largo e ignoram os vizinhos quando precisam de ajuda, mas também agem de forma rebelde contra seu Criador, Jeová tem continuado a lidar com longanimidade, paciência e bondade com a humanidade. (Sal. 107:11-13) Não deve ser culpado por motivo de a morte súbita devida a acidente, guerra ou doença assolar milhares de pessoas jovens e idosas, justamente quando menos a esperavam. Pelo contrário, é aquele que abre o caminho à vida para os que a desejam. Tanto ele como seu Filho advogam e praticam a bondade imerecida. — Ecl. 9:11; Heb. 2:14.
13. (a) Em que condição caíra Israel, segundo Oséias? (b) Que espécie de Deus é que Jeová demonstraria ser se o povo se arrependesse?
13 No entanto, as amorosas expressões de bondade da parte de Jeová para com os homens no decorrer dos séculos não quer dizer que despercebe ou perdoará sentimentalmente todo o erro. A Israel, ele se descreveu com as seguintes palavras: “Jeová, Jeová, Deus misericordioso e clemente, vagaroso em se irar e abundante em benevolência e verdade, preservando a benevolência para com milhares, perdoando o erro, a transgressão e o pecado, mas que de modo algum isenta de punição, punindo a iniqüidade dos pais nos filhos e nos netos, até a terceira e a quarta geração.” (Êxo. 34:6, 7) Israel, com o tempo, tornou-se merecedor de castigo. Oséias descreveu o povo como tendo a benevolência na mesma conta que “a nuvem da manhã, como o orvalho que logo se dissipa”. Judá violara traiçoeiramente seu pacto com Jeová. Ao invés de praticar a benevolência de seu Deus, Gileade se tornara “cidade de malfeitores, cheia de traços de sangue; os bandidos são a tua força, uma quadrilha de sacerdotes, assassinam no caminho de Siquém, porque seu proceder é criminoso”. Israel estava maculado. Por certo, havendo condições como estas no país, era verdade que o pouco de benevolência que restava se desvanecera de manhã cedo como o orvalho. Com bom motivo, Oséias suplicou: “Vinde, voltemos ao Senhor [Jeová], ele feriu-nos, ele nos curará; ele causou a ferida, ele a pensará.” Jeová desejava o amor leal deles antes que sacrifícios, e que reconhecessem a importância do conhecimento de Deus, antes que os holocaustos. (Osé. 6:1-10, CBC; NM, margem) Caso o povo se arrependesse, então Jeová se demonstraria um Deus ‘vagaroso em se irar, e abundante em benevolência, mas que de modo algum isenta de punição’.
14. Qual era a condição de Israel por volta dos dias dos apóstolos, e que provisão fez Jeová em favor dos gentios?
14 O apóstolo Paulo, séculos mais tarde, comentou o equilíbrio de Jeová como um Deus de bondade, todavia, como mostrando severidade quando merecida. Citou as palavras de Jeová a Isaías: “O dia inteiro estendi as minhas mãos para um povo desobediente e contradizente.” Elias até mesmo suplicara a Deus contra Israel, dizendo: “Jeová, mataram os teus profetas, solaparam os teus altares, e só eu sobrei.” Mas, Jeová não rejeitou o seu povo. Sabia que havia sete mil homens de fé que restavam, além de Elias. Assim, embora a nação tropeçasse muitas vezes, não perdeu por completo o favor de Jeová e, como os sete mil que se recusaram a adorar a Baal no tempo de Elias, assim também um restante de Israel, durante o ministério de Jesus, demonstrou-se fiel. Escreveu Paulo: “Deste modo, portanto, apresentou-se também na época atual um restante, segundo uma escolha devida à benignidade imerecida.” No entanto, a maioria de Israel agiu como se estivessem dormindo a sono solto, com os olhos fechados e os ouvidos insensíveis à maravilhosa oportunidade que Jeová, em sua imerecida bondade, lhes abria. Seu fracasso abriu caminho para que os gentios, as pessoas das nações, entrassem no novo pacto que Jesus inaugurara. Não mais os judeus se distinguiam como povo escolhido dentre todas as demais nações, mas o muro de divisão havia sido derrubado e agora se abrira o caminho para que outros viessem a obter o favor de Jeová como seu povo pactuado. — Rom. 10:21 a 11:11; 1 Ped. 2:10.
15. Como foi que Paulo ilustrou a ação de Jeová, e que aviso foi dado?
15 Paulo descreveu isto por assemelhar o povo pactuado de Jeová aos ramos duma oliveira. Visto que Israel, qual nação, se demonstrou infrutífero, os ramos espiritualmente mortos foram podados e novos ramos duma oliveira brava, representando os homens de fé das nações gentias, foram enxertados, para que pudessem receber as riquezas de Jeová e as bênçãos que Ele proveria. Paulo avisa que isto não era devido a nenhuma obra especial da parte dos enxertados, mas devido à falta de fé daqueles a quem se oferecera primeiro a oportunidade. Ele lhes relembra: “Se Deus não poupou os ramos naturais, tampouco te poupará a ti. Eis, portanto, a benignidade e a severidade de Deus. Para com aqueles que caíram, há severidade, mas para contigo há a benignidade de Deus, desde que permaneças na sua benignidade; senão, tu também serás cortado fora.” (Rom. 11:21, 22) A fé e a obediência são essenciais para se permanecer na bondade de Jeová. Não é uma questão de raça ou de nacionalidade. Conforme Paulo se expressa, “não há distinção entre judeu e grego, porque há o mesmo Senhor sobre todos, que é rico para com todos os que o invocam. Pois ‘todo aquele que invocar o nome de Jeová será salvo”‘. — Rom. 10:12, 13; 2:7-11.
16. Como se tornou possível a esperança de vida eterna?
16 Jeová tem aberto a porta para a vida por meio de sua bondade imerecida, equilibrando a balança da justiça por prover seu Filho qual resgate, de modo que possamos escapar da condenação e da morte herdadas de Adão. Paulo sublinhou isto em Tito 3:4-7, afirmando: “Quando se manifestou a benignidade e o amor ao homem da parte de nosso Salvador, Deus, não devido a obras de justiça que tivéssemos realizado, mas segundo a sua misericórdia, ele nos salvou por intermédio do banho que nos trouxe à vida, e por nos fazer novos por espírito santo. Este espírito ele derramou ricamente sobre nós por intermédio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, depois de sermos declarados justos em virtude da benignidade imerecida daquele, nos tornemos herdeiros segundo uma esperança de vida eterna.” Jeová é verdadeiramente um Deus de benevolência. Não é por motivo de nossas próprias obras justas que vimos a ter direito à vida, mas por causa de Jeová mostrar bondade imerecida, provendo um resgate, o qual Jesus tornou disponível por dar sua vida humana qual sacrifício. “De modo que a Palavra se tornou carne e residiu entre nós, e observamos a sua glória, uma glória tal como a de um filho unigênito de um pai; e ele estava cheio de benignidade imerecida e de verdade. Pois todos nós recebemos de sua plenitude, sim, benignidade imerecida sobre benignidade imerecida.” Nisto, Jesus refletiu as bondosas qualidades de seu Pai. — João 1:14, 16.
17. De que modo veio a dominar como rei a bondade imerecida?
17 Assim, pode-se ver claramente que não é devido a nenhuma ação da parte da pessoa que ela tem a esperança de vida eterna, porque todos pecamos; todavia, Deus concede esta perspectiva de sermos declarados justos pela fé no sacrifício de resgate de Cristo Jesus qual dádiva gratuita por sua bondade imerecida. (Rom. 3:23, 24) Até o tempo de Cristo, a lei que Deus dera servia como lembrete a Israel de sua imperfeição e pecaminosidade, mas o resgate de Jesus abriu caminho para se receber os benefícios da bondade imerecida de Deus. Até aquele tempo era verdade que o pecado reinava qual rei junto com a morte, mas então Jeová abriu o caminho para que a “benignidade imerecida reinasse por intermédio da justiça, visando a vida eterna”. (Rom. 5:21) Jesus viera como líder e comandante para abençoar todos os grupos nacionais, em cumprimento do “pacto [de Deus] com respeito às benevolências para com Davi”. — Isa. 55:3, 4.
18. Como é que alguns põem de lado a bondade imerecida de Deus?
18 Atualmente, os cristãos não estão no pacto da lei mosaica junto com Deus, mas, estando associados no novo pacto, são guiados pelo espírito de Deus. (Rom. 6:14) Mesmo assim, nossas perspectivas de uma posição justa à vista de Deus não provem de nossas obras. O apóstolo Paulo falou vigorosamente a respeito disto, mostrando que ninguém poderia obter a vida por seus próprios esforços: “Eu não repilo a benignidade imerecida de Deus; pois, se a justiça é por intermédio da lei, Cristo realmente morreu em vão.” (Gál. 2:21) Com efeito, Paulo prosseguiu dizendo: “Estais apartados de Cristo, quem quer que sejais que tenteis ser declarados justos por meio de lei; decaístes da sua benignidade imerecida.” — Gál. 5:4; Rom. 11:5, 6.
19. Que privilégio tem Jeová dado atualmente aos cristãos?
19 No entanto, embora não seja pelos nossos próprios esforços, mas, antes, pelo mérito do sacrifício de Cristo, que temos a maravilhosa esperança de vida eterna, quer no céu quer na terra, isso não significa que Jeová não nos tenha dado uma designação de serviço. De maneira que Paulo lembrou aos gálatas: “Deus, que . . . me chamou por intermédio da sua benignidade imerecida, achou bom revelar o seu Filho em conexão comigo, para que eu declarasse às nações as boas novas a respeito dele.” (Gál. 1:15, 16) Por também aceitar esta convocação de declarar as boas novas, os cristãos hoje em dia participam no ministério e mostram que apreciam a bondade imerecida de Jeová. Como filhos de Deus, devemos refletir sua qualidade de bondade a outros, e que meio melhor há de fazermos isto do que por levar-lhes a verdade que conduz a vida! Jesus fez isto, partilhando tanto a bondade imerecida como a verdade em todo o seu ministério. — João 1:17, 18.
20. Quem é a verdadeira fonte de bondade, e que convite estende ele?
20 O próprio Jeová é a fonte original da bondade. Conforme escreveu o idoso apóstolo João: “Quem realmente não te temerá, Jeová, e glorificará o teu nome, porque só tu és alguém de benevolência?” (Rev. 15:4, edição de 1950, em inglês) Até mesmo aos que agem contrário à direção de Deus, se mudarem de proceder, ainda poderá ser aberta a oportunidade de se reconciliarem e obterem a dádiva de vida, assim como o profeta Joel convidou os inconstantes israelitas: “Retornai a Jeová, vosso Deus, pois ele é gracioso e misericordioso, vagaroso em se irar e abundante em benevolência.” — Joel 2:13.
21. Que esforço faz Satanás, mas, o que pode conduzir á salvação?
21 Por outro lado, Satanás faz tudo que pode para neutralizar a bondade de Jeová, sabendo que tem apenas um curto tempo restante para cegar as mentes das pessoas quanto às boas novas. (2 Cor. 4:4) Todo o seu esforço visa difamar o Criador como Deus que não se importa com nada e não se interessa pelos problemas e dificuldades da humanidade, um Deus que toma lados nas guerras humanas e assim é responsável pelo sofrimento e pela aflição do povo. (João 8:44) Mas, Jesus previu que, antes de Jeová finalmente acabar com o engano e as perturbações causadas por Satanás, seria dado um aviso e se tornaria clara a posição real de Jeová qual Deus de benevolência, Alguém que trará bênçãos a seu povo por meio do seu Reino sob o domínio de Cristo Jesus. Para este fim, tem ajuntado homens de fé quais Suas testemunhas numa organização mundial, a fim de pregarem “estas boas novas do reino”. Participar agora nesta obra designada por Deus conduz à salvação. — Rom. 10:9-11.
22. Que fim aguardam aqueles que caem no laço de Satanás?
22 Durante este ínterim, antes que a tribulação esmagadora final sobrevenha à organização de Satanás, muitas pessoas têm a oportunidade de ouvir a mensagem do Reino e, com efeito, fazem a oração de Davi: “Faze-me conhecer os teus próprios caminhos, ó Jeová; ensina-me as tuas próprias veredas.” (Sal. 25:4) Vêm a conhecer a Jeová como Deus que estende bondade imerecida aos que “observam seu pacto e seus lembretes”. Não mais caem no laço da falta de fé, lançado por Satanás, remoendo na mente os atos bárbaros de guerra dos anos recentes, e atribuindo tais coisas a Deus. (Tia. 4:1, 2) Não obstante, a cristandade em geral, como o Israel da antiguidade, demonstra a benevolência que se desvanece em tempo de dificuldades como o orvalho da manhã num sol quente, sendo ràpidamente dissipada por não ter verdadeira fé em Jeová, em sua Palavra e em seu Reino. A menos que tais pessoas retornem para Jeová e se voltem para o conhecimento de Deus, serão exterminadas como que numa colheita, quando Jeová limpar a terra de toda a perversidade, na batalha do Armagedom. Como Isaías profetizou, os homens de fé então “realmente sairão e contemplarão os cadáveres dos homens que transgrediam contra mim”. — Isa. 66:24.
23. (a) Como é que as Escrituras mostram a justiça de Jeová? (b) Como é que até mesmo a severidade de Jeová demonstra ser bondade?
23 Assim, Jeová, em seus justos juízos, mostra tanto bondade como severidade — severidade merecida para com os que se opõem aos embaixadores do seu Reino e a mensagem deles, e que dão as costas ao Seu justo propósito, porém, bondade aos homens de fé, com a perspectiva de vida interminável. (Luc. 20:9-18) Até mesmo durante este “tempo do fim”, Jeová continua a mostrar sua paciência, não desejando que nenhum pereça. (2 Ped. 3:9) Cada um pelo seu proceder determinará se receberá a bondade ou a severidade de Deus. Jeová mostrará realmente bondade a todos os que têm fé nele, quando limpar por completo a terra de toda a perversidade. (Heb. 10:26-29) Então, como nunca antes, a ‘bondade imerecida dominará como rei por meio da justiça, com a vida eterna em vista, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor’. — Rom. 5:21; Sal. 107:15.
[Foto na página 619]
O bondoso samaritano.