Apegue-se firmemente à verdadeira vida
“Dá ordens . . . para praticarem o bem, para serem ricos em obras excelentes, para serem liberais, prontos para partilhar, entesourando para si seguramente um alicerce excelente para o futuro, a fim de que se apeguem firmemente à verdadeira vida.” — 1 Tim. 6:17-19.
1-3. (a) Descreva a cena em que uma multidão irada exigiu que este “homem” Jesus fosse morto. (b) Em que talvez estivesse pensando Jesus nestas circunstâncias? (c) Que perguntas suscita tudo isso?
“EIS o homem!” Lá estava ele diante da multidão uivante, no meio da qual os principais sacerdotes e oficiais dos judeus clamavam: “Para a estaca com ele! Para a estaca com ele!” Tinham homicídio no coração, ao clamarem: “Ele deve morrer.” Não requer muita imaginação ver mentalmente esta multidão hostil que clamava por sangue. E o sangue de quem queria? Do próprio Jesus Cristo, o Filho de Deus. — João 19:4-7
2 Sem dúvida, muitas coisas devem ter passado pela mente de Jesus, enquanto estava parado ali diante do palácio de Pilatos. Ele sabia que viera do céu para fazer a vontade de seu Pai. Compreendia que a vontade divina incluía morrer ele numa estaca de tortura, e era isto o que o confrontava ali. Mas, que dizer do futuro? Seria ressuscitado? Ele sabia que isso dependia de ter sido julgado fiel em tudo o que se lhe dera para fazer; dependia também de ele poder suportar a tremenda pressão daquelas horas finais, até o último alento.
3 Mas, este já é o fim da história. Como começou tudo isso? E talvez nos perguntemos como Jesus, ao morrer, pôde apegar-se firmemente à verdadeira vida.
4, 5. (a) Como aconteceu que Jesus nasceu em Belém? (b) Como foi este acontecimento anunciado e a quem foi anunciado?
4 Foi lá no ano 2 A. E. C. que o anjo Gabriel foi ter com Maria, noiva de José, na pequena aldeia de Nazaré, e disse-lhe que ela ia dar à luz um filho e que seu filho seria realmente o Filho de Deus. Mais tarde, naquele mesmo ano, Maria e José foram à cidade de Belém, quase cem quilômetros mais para o sul, para se registrarem segundo o decreto do César Augusto. O tempo deste decreto foi providencial, pois, assim que chegaram ali, Maria deu à luz Jesus, num estábulo. Tudo isto aconteceu exatamente conforme fora predito na profecia. — Luc. 1:26-35; 2:1-7; Miq. 5:2.
5 O anjo de Jeová anunciou este acontecimento momentoso aos pastores que naquela noite histórica estavam nos campos vizinhos, dizendo: “Eis que vos declaro boas novas duma grande alegria . . . porque hoje vos nasceu na cidade de Davi um Salvador, que é Cristo, o Senhor.” Eles foram apressadamente para ‘ver esta coisa que ocorreu’. Ao voltarem aos seus rebanhos, glorificaram e louvaram a Deus “por todas as coisas que ouviram e viram”. — Luc. 2:8-20.
Acontecimentos da Infância na Vida de Jesus
6. O que aconteceu quando Jesus tinha oito dias de idade?
6 Segundo o costume dos judeus, Jesus foi circuncidado no oitavo dia e foi apresentado no templo em Jerusalém quarenta dias depois de seu nascimento, para que José e Maria oferecessem o sacrifício devido segundo a ‘lei de Jeová’. Foi nesta visita ao templo que se encontraram com um homem idoso chamado Simeão, a quem havia sido revelado “pelo espírito santo, que não veria a morte antes de ter visto o Cristo de Jeová”. Tomando o menino nos braços, Simeão bendisse a Jeová, dizendo: “Meus olhos viram o teu meio de salvar . . . e uma glória para o teu povo Israel.” Também uma profetisa de oitenta e quatro anos de idade, chamada Ana, se aproximou . . . e começou a dar graças a Deus e a falar sobre a criança a todos os que aguardavam o livramento de Jerusalém”. — Luc. 2:21-38.
7, 8. Que série de ocorrências fizeram com que a família de Jesus primeiro fosse ao Egito e depois voltasse a aldeia de Nazaré?
7 É interessante notar que foi algum tempo depois destes acontecimentos que vieram os astrólogos dos quais se diz (segundo os ensinos da cristandade) que chegaram no dia em que Jesus nasceu. Eles foram primeiro a Jerusalém, e lá foram informados de ir a Belém, onde “viram a criancinha com Maria, sua mãe”. Depois de abrirem seus tesouros e presentearem o menino com dádivas caras, eles voltaram diretamente para o seu país oriental, por terem recebido em sonho um aviso divino, de não voltarem a Herodes, em Jerusalém. O anjo de Jeová informou então José: “Levanta-te, toma a criancinha e sua mãe, foge para o Egito e fica ali até eu te avisar; porque Herodes está prestes a procurar a criancinha para destruí-la.” — Mat. 2:1-15.
8 Portanto, desde o começo, o Filho de Deus, como recém-nascido, não era desejado por alguém, e este alguém era Satanás, o Diabo, arquiinimigo de Jeová. Herodes, como agente de Satanás, vendo que havia sido logrado pelos astrólogos, ficou furioso. Ordenou que fossem mortos todos os meninos de Belém, de dois anos ou menos de idade. O Diabo e seu instrumento terrestre certamente não mediram esforços para assassinar o Filho de Deus. Foi só depois da morte de Herodes que José, Maria e Jesus retornaram da terra do Egito e se fixaram em Nazaré. — Mat. 2:19-23.
9, 10. (a) O que aconteceu na Páscoa quando Jesus tinha doze anos? (b) Depois, que informação temos a respeito de Jesus durante a sua adolescência?
9 Lá no distrito da Galiléia, o menino Jesus cresceu, ao lado de seu pai adotivo, de sua mãe e de seus meios-irmãos e de suas meias-irmãs. Foi-lhe ensinado o ofício de carpinteiro e ele continuou “a crescer e a ficar forte”. Da próxima vez que sabemos algo sobre Jesus, o registro histórico nos conta que viajara com seus pais para Jerusalém, na época da Páscoa, quando tinha doze anos de idade. De algum modo aconteceu que ficou separado dos pais, e quando estes finalmente o encontraram, depois de três dias, ora, ele estava no templo, “sentado no meio dos instrutores, e escutando-os e interrogando-os. Mas, todos os que o escutavam ficavam constantemente pasmados com o seu entendimento e suas respostas”. Não, este rapazinho Jesus não desperdiçava seu tempo com alguma turminha de delinqüentes juvenis lá na cidade. “Não sabíeis que eu tenho de estar na casa de meu Pai?” disse ele aos seus pais atônitos. — Luc. 2:39-50.
10 Jesus retornou a Nazaré e continuou a estar obedientemente sujeito aos pais, e a narrativa diz: “E Jesus progredia em sabedoria e em desenvolvimento físico, e no favor de Deus e dos homens.” Mais adiante na vida, Jesus certamente precisava de toda a sabedoria, força física e bênção de Deus que podia obter na mocidade. — Luc. 2:51, 52.
Jesus Inicia Seu Ministério Dinâmico
11. Que acontecimento muito importante ocorreu na vida de Jesus no ano 29 E. C.?
11 Depois dos acontecimentos do ano 12 E. C., não temos mais nenhum registro específico a respeito de Jesus, até o outono de 29 E. C., quando ele, à idade de trinta anos, se dirigiu a João Batista, evidentemente primo dele, pedindo ser batizado no rio Jordão. Logo depois do batismo, João não só viu o espírito santo descer sobre Jesus em forma de pomba, mas ouviu também uma voz do céu dizer “Este é meu Filho, o amado, a quem tenho aprovado.” Portanto, a partir de seu batismo, Jesus teve a apoio da energia dinâmica de Jeová. — Mat. 3:13-17.
12, 13. Como tentou Satanás destruir Jesus logo no início de seu ministério, mas como fracassou esta trama?
12 Em preparação para a sua grande obra, Jesus foi conduzido pelo espírito santo para o ermo da Judéia, onde jejuou por quarenta dias. No fim deste período, quando Jesus se encontrava num estado físico enfraquecido, o Diabo, ainda procurando destruir este Filho de Deus, dirigiu-se a ele com uma tentação tríplice, na esperança de quebrar-lhe a integridade. Sugeriu que Jesus transformasse pedras em pães, para saciar a fome. Nisto ele falhou. Depois tentou induzir Jesus a provar que era o Filho de Deus por pular do parapeito do templo. Nisto também falhou. Daí, o “governante deste mundo”, o Diabo, ofereceu a Jesus todos os reinos humanos, se tão-somente se prostrasse e fizesse um único ato de adoração para com Satanás. Nisto também fracassou. Como foi que este homem Jesus, perfeito nas suas faculdades físicas e mentais, reagiu a estas ofertas? Cogitou-as, pensou nelas e avaliou-as mentalmente, ou sentiu-se atraído pela sua conveniência? Respondeu ao Diabo com raciocínios humanos ou com lógica rabínica? Não; em cada caso ele logo recorreu à Palavra de Deus como sua resposta e defesa, dizendo: “Está escrito . . .” — Mat. 4:1-11; João 12:31.
13 De modo que Jesus, desde o começo de seu ministério terrestre especial, andou em integridade, fiel e leal a seu Pai celestial, Jeová. E continuou a fazer isso até ser ignominiosamente pendurado numa estaca Jesus certamente provou que se empenhava em apegar-se, por fim, de modo firme à verdadeira vida, à vida eterna!
14. (a) Sabemos que aspecto tinha Jesus? (b) Então, como podemos saber que espécie de pessoa era?
14 Já se perguntou alguma vez sobre que aspecto tinha Jesus ou sobre que espécie de pessoa era este Filho de Deus? A Bíblia não diz absolutamente nada sobre o aspecto que tinha. Ela não nos diz nada sobre a cor de seu cabelo ou de seus olhos, nem que altura e peso tinha, nem sobre quaisquer outros pormenores de sua aparência. Tais assuntos são trivialidades insignificantes. O que é muito importante, porém, é que espécie de pessoa ele era, e sobre isso aprendemos muito do que ele fez, do que ele disse, de como o disse e do que outros disseram a seu respeito.
15. Em sentido histórico, como se comparou Jesus como trabalhador, com outros do passado ou do presente?
15 É um fato reconhecido e indisputável que Jesus Cristo foi a maior e mais influente pessoa que já pisou nesta terra. Toda a história humana antes de seu tempo focalizava sua vinda, e toda a história desde estão gira em torno de sua chegada. E também é notável o período muito curto em que realizou tanto. Não é exagero dizer-se que em apenas três anos e meio Jesus fez cem vezes mais do que outros fazem em toda uma vida. Se tiver dúvidas sobre esta declaração, então compare as realizações de qualquer outra criatura com a declaração inspirada do apóstolo João: “Há, de fato, também muitas outras coisas que Jesus fez, as quais, se alguma vez tossem escritas em todos os pormenores, suponho que o próprio mundo não poderia conter os rolos escritos.” Não há dúvida de que Jesus era trabalhador árduo! — João 21:25.
16. Estavam os companheiros de Jesus preparados para prosseguir com a obra de pregar e de fazer discípulos depois de ele ter sido morto?
16 Pouco depois do batismo de Jesus, ele escolheu certos discípulos, que mais tarde o acompanharam e se associaram intimamente com ele durante o seu ministério. (João 1:35-51) Deve lembrar-se de que, no fim de seu ministério terrestre, o ressuscitado Jesus disse a estes companheiros: ‘Ide e fazei discípulos de pessoas de todas as nações.’ Ao dizer isso, não os enviava numa missão que não conheciam. Não; antes, eles o haviam observado de perto, durante cerca de três anos, ao passo que ele fazia discípulos, e estavam bem treinados e preparados para continuar a obra que o próprio Jesus iniciara. — Mat. 28:19.
17. Quais foram alguns dos acontecimentos durante os primeiros seis meses do ministério de Jesus, e quanto território abrangeu ele neste período?
17 Foi em Caná da Galiléia que Jesus fez o seu primeiro milagre, como sinal, para fortalecer a fé que seus discípulos tinham em ele ser o Messias. Depois, ele visitou Cafarnaum e pregou ali por algum tempo, antes de subir a Jerusalém para a Páscoa, no ano 30 E. C. Portanto, nos primeiros seis meses em que Jesus pregou e fez discípulos, ele viajou bastante — desde o vale inferior do Jordão, onde João batizava, até a vizinhança do Mar da Galiléia, no norte, e as colinas ao oeste dele, e depois novamente para o sul, para Jerusalém. — João 2:1-13.
“O Homem” em Ação
18. Que qualidades admiráveis demonstrou Jesus quando visitou Jerusalém por ocasião da Páscoa de 30 E. C.?
18 Se Pilatos tivesse olhado para a área do templo quando Jesus andou ali com um chicote na mão, naquela época pascoal específica, ele teria provavelmente exclamado: “Eis o homem em ação!” Sim, era realmente um homem destemido e corajoso, cheio de indignação justa ao ver a casa de adoração de seu Pai transformada numa casa comercial. Por isso entrou em ação, expulsando as ovelhas e o gado, despejando o dinheiro e derrubando as mesas — tudo sozinho. Não era nenhum fracalhão pusilânime, assim como muitas vezes as obras de arte da cristandade retratam Jesus. Seus discípulos, vendo este homem valente em ação, comentaram que se cumpria então diante de seus olhos a profecia do Salmo 69:9: “O zelo da tua casa me devorará.” — João 2:14-17.
19, 20. (a) Quem era Nicodemos e que palestra houve entre ele e Jesus? (b) Que prova identificaria um homem como sendo mau ou bom, segundo disse Jesus?
19 Outra qualidade admirável demonstrada por Jesus era a sua capacidade de falar a verdade com denodo, sem timidez, quando estava na presença de governantes. Isto ficou demonstrado quando o fariseu Nicodemos veio falar com ele durante a noite. Nicodemos, que era “um governante dos judeus”, identificou corretamente a Jesus, dizendo: “Sabemos que tu, como instrutor, tens vindo de Deus.” Em resposta, Jesus disse: “A menos que alguém nasça de novo, não pode ver o reino de Deus.” Quando este fariseu mostrou-se obtuso no entendimento, Jesus o censurou e disse: “És tu instrutor de Israel e ainda assim não sabes estas coisas? . . . Se eu vos disse coisas terrenas e ainda assim não credes, como crereis se eu vos disser coisas celestiais?” Não obstante, Jesus mostrou-se imparcial, pois continuou a dar a este homem a mesma oportunidade como a todos os demais para saber a verdade, verdade com a qual apenas os que tiverem fé no Filho unigênito de Deus poderão apegar-se firmemente à verdadeira vida. “Quem nele [no Filho] exercer fé”, disse-lhe Jesus, “não há de ser julgado. Quem não exercer fé, já foi julgado, porque não exerceu fé no nome do Filho unigênito de Deus”. Assim cabia a Nicodemos decidir por si mesmo se ele havia de receber um julgamento divino adverso ou não. — João 3:1-12, 16-18.
20 É provável que este membro do Sinédrio escolhesse a escuridão para visitar Jesus por temer os judeus e achasse prejudicial ser visto por eles na presença de Jesus. Este talvez fosse o motivo de Jesus encerrar sua palestra com Nicodemos por dizer: “Esta é a prova: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram a escuridão à luz, porque as suas ações eram más. Todos os homens maus odeiam a luz e a evitam, por temerem que suas práticas sejam expostas. O homem honesto vem à luz para que se veja claramente que Deus está em tudo o que ele faz.” — João 3:19-21, Nova Bíblia Inglesa.
21. Que evidência mostrou que a obra de João Batista estava diminuindo?
21 Depois destes acontecimentos, Jesus e seus discípulos foram para a região judaica, onde foram batizados muitos crentes, não por Jesus, mas por seus discípulos. De fato, foram tantos os batizados, que os discípulos de João Batista perguntaram a este o que isto significava. Em resposta, João explicou, entre outras coisas: “Este [Jesus] tem de estar aumentando, mas eu tenho de estar diminuindo.” — João 3:22-4:2.
22. O que aconteceu na cidade de Sicar, que abriu o caminho para muitos samaritanos poderem, no tempo devido, apegar-se à verdadeira vida?
22 Pouco depois de João Batista ser preso, Jesus saiu da Judéia e foi para a Galiléia. (Mat. 4:12) Em caminho, ele e seus companheiros atravessaram o território dos samaritanos, onde Jesus deu um pouco de “testemunho informal” a uma mulher junto a uma fonte fora da cidade de Sicar. Ele estava “cansado da jornada”; não obstante, aproveitou a oportunidade de se identificar, pois os samaritanos também aguardavam o Messias. O resultado desta palestra com a mulher samaritana junto à fonte foi que outros saíram da cidade para conhecer a Jesus. Estes, por sua vez, começaram a instar tanto com ele para que ficasse ali, que permaneceu ali por dois dias, e “muitos mais creram por causa do que dizia”. — João 4:3-43.
Jesus Inicia o Grande Ministério na Galiléia
23. Ao voltar ao distrito da Galiléia, que tema incluiu Jesus então na sua mensagem, e por que motivo?
23 Algum tempo depois da Páscoa de 30 E. C., este ministro dinâmico voltou ao distrito da Galiléia e passou a maior parte dos próximos dois anos naquela região. A narrativa diz sobre isso: “Jesus voltou então no poder do espírito para a Galiléia”, o que explica muito bem por que os galileus foram privilegiados em presenciar algumas de suas obras mais poderosas. Sua mensagem sob o poder do espírito incluiu pela primeira vez o tema usado por João Batista, que fora então silenciado pelo encarceramento, a saber: “Arrependei-vos, pois o reino dos céus se tem aproximado.” — Luc. 4:14, 15; Mat. 4:17; Mar. 1:14, 15; João 4:43.
24. (a) Que acontecimento muito incomum ocorreu na sinagoga de Nazaré? (b) Mas qual foi a reação das pessoas da cidade, e por quê?
24 Jesus, “no poder do espírito”, entrou na sinagoga de sua própria cidade de Nazaré, num sábado, e leu para os presentes do rolo de Isaías, capítulo 61, versículos 1 e 2: “O espírito de Jeová está sobre mim, porque me ungiu para declarar boas novas aos pobres, enviou-me para pregar livramento aos cativos e recuperação da vista aos cegos, para mandar embora os esmagados, com livramento, para pregar o ano aceitável de Jeová.” Jesus disse então: “Hoje se cumpriu esta escritura que acabais de ouvir.” Ora, eles se maravilharam das suas palavras cativantes, mas quando ele se negou a realizar milagres para seu entretenimento e em vez disso comparou seus ouvintes aos israelitas sem fé nos dias dos profetas Elias e Eliseu, “ficaram cheios de ira” e conduziram-no às pressas para fora, a um precipício, procurando lançá-lo para baixo. Entretanto, este poderoso Jesus, guiado pelo espírito, simplesmente passou pelo meio deles e foi para Cafarnaum, por que não era este o tempo nem a maneira de sua morte. — Luc. 4:16-31.
25, 26. (a) Parou Jesus de pregar no território da Galiléia só por causa dos maus tratos que recebeu na sua própria cidade de Nazaré? (b) Que milagres realizou, e com que resultado?
25 Andando pelo litoral do Mar da Galiléia, Jesus convidou quatro discípulos para o acompanharem no seu ministério — Pedro e seu irmão André, Tiago e seu irmão João. A narrativa nos conta então que este zeloso fazedor de discípulos “percorreu então toda a Galiléia, . . . pregando as boas novas do reino, e curando toda sorte de moléstias e toda sorte de enfermidades”. As notícias disso logo se espalharam para longe, através da Síria, e vieram multidões de pessoas com toda espécie de doenças — entre elas epilépticos, paralíticos e endemoninhados — e ele curou a todas elas. — Mat. 4:18-24.
26 Havia também um leproso o qual ajoelhando-se, suplicou-lhe: “Se apenas quiseres, podes tornar-me limpo.” Penalizado, Jesus tocou nele e disse: “Eu quero. Torna-te limpo.” Disse então ao homem que não divulgasse o assunto, mas que fosse mostrar-se ao sacerdote e fizesse a oferta exigida pela Lei. Mas, visto que as pessoas conversam mesmo sobre tais coisas milagrosas, a notícia logo se espalhou ao ponto de se tornar até mesmo impossível que Jesus entrasse abertamente numa cidade. Por isso procurou um pouco de paz e sossego nos lugares solitários fora da cidade, mas as multidões “continuavam a vir a ele, de todos os lados”. — Mar. 1:40-45; Luc. 5:12-16.
27. O que demonstrou quão extremamente paciente Jesus era com outros?
27 Podemos imaginar quanto isso gastava do tempo e da energia de Jesus. Até mesmo um homem perfeito precisa algum tempo para descansar e repousar, mas parecia que aquela gente, na sua ânsia de ser curados de suas doenças (e ainda por cima gratuitamente), não queriam mostrar para com Jesus nem mesmo um pouco de consideração, à qual ele tinha direito. O que é mais interessante, porém, é que Jesus nunca se queixou, nem mostrou ressentimento em vista desta falta de consideração, e isto demonstrou outra de suas qualidades realmente notáveis, a saber, sua extrema paciência com as pessoas.
28. (a) O que se evidenciou especialmente na ocasião em que Jesus curou certo paralítico em Cafarnaum? (b) Alegraram-se todos os presentes com este milagre?
28 Depois de ele ficar alguns dias fora de Cafarnaum, soube-se que Jesus havia voltado, e logo muitos se apinhavam dentro e fora da casa onde ele estava, ao ponto de ser impossível entrar nela. Em vista disso, quatro amigos robustos dum paralítico abriram um buraco no teto e o abaixaram, com a maca e tudo, para onde Jesus estava. Este aspecto meio divertido do acontecimento é quase tudo o que é lembrado por algumas pessoas. Entretanto, longe de ter sido um ato de exibição da parte daquelas pessoas, demonstrou a sua fé, e “Jesus viu a fé que tinham”. Por isso disse: “Filho, teus pecados estão perdoados.” Mas, nem todos os presentes gostaram de ouvir isso. Certos escribas acharam falta em Jesus, no coração. Jesus, podendo discernir o que tinham no coração, tentou raciocinar com eles: ‘O que é mais fácil’, perguntou, ‘dizer: “Teus pecados estão perdoados”, ou dizer: “Levanta-te, apanha a tua maca e anda”?’ Explicou então por que usara a primeira expressão — “a fim de que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados”. Ora, não foi este um modo bondoso de repreender aqueles escribas? Deu-se assim um enorme testemunho do poder e do reino de Deus, e a maioria dos presentes exclamou: “Nunca vimos nada igual.” — Mar. 2:1-12; Mat. 9:2-8.
29. Quando os oponentes de Jesus desaprovaram comer ele com cobradores de impostos e pecadores, como lhes respondeu apropriadamente?
29 Uma das coisas que impressiona muito a quem lê estas narrativas históricas inspiradas é quantas vezes Jesus tinha a resposta exata, mais apropriada e apta para silenciar seus oponentes. Por exemplo, depois de escolher o cobrador de impostos Levi como um de seus seguidores, este homem fez um grande banquete de recepção e convidou Jesus, seus discípulos e muitos dos cobradores de impostos e pecadores. Mas os fariseus e seus escribas censuraram Jesus por comer com esta gente que, aos olhos deles, eram menosprezados por serem homens pecadores e corrutos, pessoas a ser evitadas e deixadas de lado. Ora, qual foi a resposta perfeita de Jesus para silenciar estes zombadores farisaicos? A seguinte: “Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os que estão adoentados. Eu não vim chamar os que são justos, mas sim pecadores ao arrependimento.” — Luc. 5:27-32.
“O Homem” Fazia o Bem no Sábado
30, 31. (a) O que aconteceu quando Jesus visitou o reservatório de água de Betsata num sábado? (b) Como justificou Jesus fazer o bem no sábado?
30 Na primavera de 31 E. C., Jesus certa vez viajou para Jerusalém, para a Páscoa. Perto do portão das ovelhas da cidade, junto a um reservatório de água chamado Betsata, observou uma cena patética. Muitos doentes e enfermos, alguns cegos, outros coxos ou com membros ressequidos, procuravam ser curados. Escolhendo um homem que já estava doente por trinta e oito anos, Jesus disse-lhe: “Levanta-te, apanha a tua maca e anda.” O homem fez isso, completamente curado! — João 5:1-9.
31 Mas os judeus que viram isso, em vez de glorificarem a Deus pelo ocorrido, levantaram um clamor contra Jesus, por ter feito esta boa obra de cura no sábado. O que lhes respondeu Jesus? Ele disse: “Meu Pai tem estado trabalhando até agora e eu estou trabalhando.” Portanto, imitando o Trabalhador Supremo que nunca deixa de trabalhar a nosso favor, que manda o sol brilhar e a chuva cair mesmo no sábado, também este Mestre-de-obras Jesus nunca deixou de trabalhar no que é bom para os outros, mesmo no sábado. — João 5:10-17.
32, 33. Além de os oponentes objetarem às curas milagrosas no sábado, que outra acusação levantaram contra Jesus, mas como lhes respondeu ele?
32 Foi a explicação de Jesus aceita pela multidão? Não, mas eles ficaram ainda mais enfurecidos, e “começaram ainda mais a procurar matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também chamava a Deus de seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” — pelo menos segundo o ponto de vista deles. É difícil imaginar que estas pessoas ficaram tão cegadas pelas tradições religiosas que, mesmo em face de tal evidência indisputável de que ele era o Messias, negaram-se a admitir que foi Deus quem curou aquele homem por meio de Jesus. Não obstante, Jesus continuou a raciocinar com eles, mostrando-lhes que ‘não se fazia igual a Deus’, mas que atribuía todo o mérito a Jeová pelo que havia feito, dizendo: “O Filho não pode fazer nem uma única coisa de sua própria iniciativa, mas somente o que observa o Pai fazer.” Ora, eles o veriam fazer coisas ainda maiores, pois viria o tempo “em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus”, sim, viria “a hora em que todos os que estão nos túmulos memoriais ouvirão a sua voz e sairão”. — João 5:8-30.
33 Ao dizer estas grandes verdades aos daquela multidão, achava Jesus realmente que os convenceria de que ele era o Messias? Dificilmente. Ele não era tão ingênuo assim. Por isso, terminando esta palestra, ele disse: “Se acreditásseis em Moisés, teríeis acreditado em mim, porque este escreveu a meu respeito. Mas, se não acreditais nos escritos desse, como acreditareis nas minhas declarações?” — João 5:46, 47.
34. Em outra ocasião, por que foram os discípulos de Jesus acusados de violar o sábado?
34 Depois da Páscoa em Jerusalém, na volta ao distrito da Galiléia, os discípulos de Jesus apanharam e comeram algumas espigas de cereal ao passarem por um campo. Novamente, os fariseus os acusaram de violar o sábado. Em resposta, Jesus disse que o sábado fora feito para o homem, não o homem para o sábado, e, além disso, “o Filho do homem é Senhor até mesmo do sábado” — Mar. 2:23-28.
35. Ainda em mais um sábado, como raciocinou Jesus adicionalmente com seus oponentes sobre ser correto realizar milagres no sábado, e com que resultado?
35 Num outro sábado, Jesus estava numa sinagoga e os fariseus o observavam para ver se ‘violaria’ o sábado por curar a mão ressequida dum homem. A fim de poderem acusá-lo, perguntaram: “É lícito curar no sábado?” Em resposta, Jesus perguntou: “Quem é o homem entre vós que, tendo uma só ovelha, e, caindo esta numa cova, no sábado, não a agarra e levanta para fora?” Disse então ao homem que estendesse a mão ressequida, e esta ficou imediatamente sã, igual à outra. Novamente, louvaram aqueles líderes religiosos, farisaicos, a Deus por esta demonstração divina de que Jesus era o Messias? Não; antes, “saíram e realizaram uma consulta contra ele, para que o pudessem destruir”. Vemos assim, de novo, que este ‘Senhor do sábado’ não mostrou ter medo daqueles homens iníquos. Continuou a fazer o bem e a trabalhar sete dias por semana no serviço que Jeová lhe dera para fazer. — Mat. 12:9-14; Luc. 6:5-11.
O Instrutor-Mestre Avançava sem Cessar
36. Por que havia então ainda maior urgência de que quando Jesus começou seu ministério?
36 Apenas três meses depois da Páscoa de 31 E. C. Jesus atingiu o meio de sua obra de fazer discípulos. Só lhe sobrava mais um ano e nove meses para completar a tarefa e apegar-se firmemente à verdadeira vida. Não havia tempo a perder. Ainda havia muito trabalho a fazer.
37. Que discurso famoso proferiu Jesus perto de Cafarnaum, com que benefícios especiais para nós, se o lermos?
37 Por volta deste tempo, Jesus proferiu seu famoso discurso comumente chamado de Sermão do Monte. Não se sabe com certeza onde estava este monte, mas estava perto de Cafarnaum, junto ao Mar da Galiléia. O que realmente importa é o que Jesus disse naquela ocasião. Encontrará este sermão registrado em Mateus, capítulo cinco, versículo três, até o Mat. capítulo sete, versículo vinte e sete. Neste discurso, Jesus certamente deu muito a pensar aos seus ouvintes, de fato, mais do que é possível repetir em poucas palavras. Seria bom para todos nós sentar-nos e ler este sermão e pensar no que ele disse. Jesus expressou ali os pensamentos de Deus, sob inspiração, assim como o orientava seu Pai no céu. Portanto, se quisermos ter os pensamentos de Deus, faremos bem em tomar o tempo para ler o que se diz ali e para meditar nisso.
38. O que tornou tão eficientes os métodos de ensino de Jesus?
38 O que acharam os ouvintes de Jesus a respeito deste discurso ao ar livre? “O efeito foi que as multidões ficaram assombradas com o seu modo de ensinar; pois ele as ensinava como quem tinha autoridade, e não como seus escribas.” Ele certamente mostrou que era o Instrutor-Mestre sem igual na terra. Algumas das coisas que faziam os métodos de ensino de Jesus tão eficientes eram a simplicidade, a concisão, a clareza, a lógica sólida, ilustrações vívidas e perguntas penetrantes, que faziam os ouvintes esquadrinhar seu próprio coração e chegar a uma decisão, quer a favor, quer contra a verdade. — Mat. 7:28, 29.
39. Além de seus ensinos notáveis, que mais continuou a fazer Jesus para convencer as pessoas de que ele era o Messias?
39 Além de usar métodos eficientes de ensino, este Grande Instrutor continuou a acentuar a última metade de seu ministério com milagres, ao ir de lugar em lugar. Em Cafarnaum, curou o servo paralítico dum oficial do exército que não era israelita, porque, conforme Jesus disse: “Em ninguém em Israel tenho encontrado tamanha fé.” Ao passar o caixão com o cadáver do único filho duma viúva, em caminho para o cemitério de Naim, Jesus tocou no jovem e à sua ordem este reviveu. Que testemunho não era isso de que Jesus era o Messias! — Mat. 8:5-13; Luc. 7:11-17.
40. Como devia o encarcerado João Batista saber se Jesus era de fato o Messias?
40 As notícias destas coisas maravilhosas chegaram ao encarcerado João Batista, e este enviou assim mensageiros perguntando a Jesus: “És tu Aquele Que Vem . . .?” Em resposta, Jesus disse-lhes que relatassem o que viam com os seus próprios olhos — que os cegos recebiam visão, que os coxos andavam, que os leprosos eram purificados, que os surdos ouviam, que os mortos estavam sendo levantados e que os pobres eram informados das boas novas. Isto certamente convenceria João de que chegou deveras “Aquele Que Vem”. — Luc. 7:18-23.
41, 42. (a) O que aconteceu em certa ocasião quando Jesus tomou uma refeição com um fariseu? (b) Como mostrou o Instrutor-Mestre, com tato, que os virtuosos aos seus próprios olhos receberiam pouco perdão pelos seus pecados?
41 Ora, até mesmo quando Jesus tomou o tempo para comer, ele sempre estava atento e pronto para ensinar a verdade às pessoas. Por exemplo, veja a ocasião em que ele se recostava na refeição na casa dum fariseu e uma mulher notoriamente pecadora chorou na esperança de que Jesus lhe perdoasse os pecados. Ela lavou os pés de Jesus com suas lágrimas, enxugou-os com o seu cabelo e untou-os com dispendioso óleo perfumado. Observando isso, o fariseu depreciou Jesus no coração, de fato, desprezou toda aquela cena. Mas, veja como o Instrutor-Mestre, com a seguinte ilustração, ensinou a estes fariseus, virtuosos aos seus próprios olhos, uma lição de que não se esqueceriam tão depressa. Dois homens eram devedores de certo credor, um deles devendo-lhe quinhentos denários e o outro apenas cinqüenta. Visto que os devedores não lhe puderam pagar, o credor cancelou ambas as dívidas. Naturalmente, o devedor que devia mais tinha mais motivos para amar o credor. Jesus aplicou então a ilustração ao caso em questão, dizendo:
42 “Entrei na tua casa; tu não me deste água para os meus pés. Mas esta mulher molhou os meus pés com as suas lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Tu não me deste nenhum beijo; mas esta mulher, desde a hora em que entrei, não deixou de beijar ternamente os meus pés. Tu não me untaste a minha cabeça com óleo; mas esta mulher untou os meus pés com óleo perfumado. Em virtude disso, eu te digo que os pecados dela, embora sejam muitos, estão perdoados, porque ela amou muito; mas aquele a quem se perdoa pouco, ama pouco.” — Luc. 7:36-50.
43. O que aconteceu quando Jesus visitou todas as localidades na Galiléia pela segunda vez?
43 Pouco depois disso, Jesus começou a visitar todas as cidades e aldeias da Galiléia pela segunda vez, levando consigo seus doze apóstolos, junto com diversas discípulas devotas. Nesta viagem, ele expulsou mais demônios, encontrou mais oposição dos fariseus, deu mais ilustrações, abriu os olhos de mais cegos, ressuscitou mais pessoas mortas e consolou mais oprimidos com as boas novas do seu reino glorioso. — Mat. 12:22-45; 13:1-52; Luc. 8:1-3.
44. Que aceitação teve a pregação das boas novas do reino de Deus no país dos gadarenos?
44 A viagem em circuito levou Jesus ao outro lado do Mar da Galiléia, à terra dos gadarenos. Como seria o Grande Instrutor recebido neste novo território? Ora, quando ele expulsou uma “legião” de demônios de um par de homens, e os demônios fizeram com que uma manada de porcos se lançasse por um precipício abaixo, as pessoas da cidade suplicaram que Jesus saísse de seu distrito. Resistiu Jesus e negou-se ele a partir? Não, o tempo era curto demais para isso. Ele havia dado testemunho. Pelo menos um dos homens endemoninhados tivera fé em Jesus e foi recompensado com uma comissão da parte de Jesus, de ir e divulgar as boas novas entre seus parentes e nas dez cidades confederadas conhecidas como Decápolis. Por isso não havia necessidade de que Jesus permanecesse ali. Outros, mais dignos, aguardavam ansiosamente a sua travessia da Galiléia para receberem a bênção de sua presença, pessoas semelhantes a Jairo, cuja filha estava moribunda, e uma mulher de quem não se menciona o nome, cujo fluxo de sangue, já por doze anos, nenhum médico pôde curar. Sim, deveras, o tempo era curto demais para ser desperdiçado com opositores ingratos. — Mat. 8:28-34; Mar. 5:1-43.
45. Qual foi a reação das pessoas de Nazaré quando Jesus retornou novamente para ensinar na sua sinagoga, fazendo-o lembrar-se de quê?
45 Caso Jesus revisitasse a sua própria cidade de Nazaré, observaria que houve ali uma mudança de atitude de coração? Reconheceriam as pessoas seu erro passado e acolheriam de bom grado seu cidadão mais prestigioso? Ora, quando ele voltou e ensinou na sinagoga deles, ficaram assombrados com a sua sabedoria, mas tropeçaram sobre ele ser o que pensavam que era, apenas o “filho do carpinteiro”. Ao fazer o comentário: “Um profeta não passa sem honra a não ser no seu próprio território e em sua própria casa”, Jesus provavelmente pensasse no profeta Jeremias e em como o povo de sua cidade o rejeitou. — Mat. 13:54-58; Jer. 1:1; 11:21.
Satisfeita a Necessidade de Maior Testemunho
46, 47. (a) Depois de dois anos de testemunho intensivo, verificamos que Jesus diminuiu sua atividade no ministério? (b) Qual foi a sua avaliação da situação espiritual das pessoas depois de visitar este território pela terceira vez, e o que disse ele que se devia fazer em vista disso?
46 Talvez se chegasse à conclusão de que depois de dois anos de pregação intensa, depois de revisitar diversas regiões e depois de realizar uma multidão de milagres presenciados por milhares de pessoas, depois de tudo isso, Jesus pensasse em diminuir a sua campanha. Mas, ao contrário, vemos que tomou medidas para acelerar e ampliar a sua obra de pregação.
47 Em primeiro lugar, o próprio Jesus empreendeu mais uma, a terceira, viagem pela Galiléia, visitando “todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles e pregando as boas novas do reino, e curando toda sorte de moléstias e toda sorte de padecimentos”. O que ele viu nesta viagem em circuito convenceu-o ainda mais da necessidade de aumentar e intensificar a pregação. Aonde quer que ele fosse, vendo as multidões, “sentia compaixão delas, porque andavam espalhadas e empurradas dum lado para outro como ovelhas sem pastor”. “Sim, a colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos”, disse ele. O que se podia fazer? “Rogai ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para a sua colheita”, foi o conselho de Jesus. — Mat. 9:35-38.
48. Que instruções deu Jesus aos doze antes de enviá-los na obra de pregação?
48 Este homem zeloso e de ação, em harmonia com sua oração fervorosa, tomou medidas para haver mais pregadores das boas novas no campo. Chamou os doze apóstolos e enviou-os de dois em dois, constituindo seis turmas de pregadores do Reino para visitarem o território em seis direções diferentes. Ao enviar estes ministros de tempo integral, deu-lhes instruções específicas quanto a onde deviam ir, a quem deviam pregar e a quem deviam evitar. Disse-se-lhes também que deviam dizer e fazer exatamente o que haviam observado Jesus dizer e fazer. “Ao irdes, pregai, dizendo: ‘O Reino dos céus se tem aproximado.’” Pelo poder do espírito santo, poderiam ‘curar doentes, ressuscitar mortos, tornar limpos os leprosos e expulsar demônios’. Não deviam cobrar dinheiro por tais curas piedosas. “De graça recebestes, de graça dai”, era a regra que deviam seguir. — Mat. 10:1-42; Mar. 6:7-13.
49. Por que decidiram Jesus e os apóstolos ir a um lugar solitário, mas o que aconteceu?
49 Quando os doze voltaram, contando as suas experiências maravilhosas, Jesus sugeriu que fossem para um lugar solitário fora da cidade, pois, onde estavam, havia muitos que vinham e iam, e não havia nem jeito [não tinham nem folga] para se tomar uma refeição”. Mas as pessoas souberam para onde iam e chegaram lá até mesmo antes de Jesus e seus discípulos. Ora, o que devia fazer este exemplo perfeito de altruísmo e de generosidade, este Grande Instrutor? Quando os viu, “teve pena deles, porque eram como ovelhas sem pastor. E principiou a ensinar-lhes muitas coisas”. O tempo se estava esgotando. A hora já estava avançada. Todos tinham fome. Portanto, este homem milagroso de Deus alimentou cinco mil homens com apenas cinco pães e dois peixes, e ainda assim sobraram doze cestos de pedaços! — Mar. 6:30-44.
50. Dentro dum período curto relatou-se que Jesus esteve em que lugares muito espalhados?
50 Isto se deu por volta da Páscoa do ano 32, o que significava que sobrava apenas cerca de um ano para Jesus terminar seu trabalho e mostrar-se digno da verdadeira vida que o aguardava como recompensa pela sua fidelidade. Não é de se surpreender, portanto, que encontramos então Jesus pregando em lugares muito espalhados, e tudo isso dentro dum curto período, ao passo que ele se empenhava a dar maior testemunho numa região maior, a um número maior de pessoas. Primeiro, encontramo-lo na vizinhança de Cafarnaum, no litoral setentrional do Mar da Galiléia. A seguir, relata-se que ele fazia milagres na costa do Mediterrâneo, perto das cidades de Tiro e Sídon. Logo depois, ele estava longe de lá, ao leste do Mar da Galiléia e na parte superior do Jordão, pregando nas dez cidades chamadas Decápolis, e realizando muitos milagres naquele território. — Mar. 7:24-37.
51. Que dificuldades e incômodos sofreu Jesus sem dúvida? No entanto, aparentemente por que não se mencionam estas coisas?
51 Pensando bem, Jesus certamente fez muitas caminhadas para chegar a estes lugares espalhados. No entanto, nunca se queixou de tensão física ou das dificuldades causadas pelo calor ou pela chuva, pela poeira ou pela lama, conforme fosse o caso. De fato, estas coisas eram de tão pouca importância, que nunca foram mencionadas. A coisa grande, o que importava, era a obra de pregação vitalizadora que Jesus fez — isto é o que é enfatizado pelos escritores bíblicos nas suas narrativas.
52. Quem foram os maiores opositores de Jesus, e o que prova que nunca se arrependeriam e aceitariam o Messias?
52 Isto não quer dizer que a Bíblia não mencione nada sobre o que Jesus sofreu no seu ministério. Ela nos diz muita coisa sobre a perseguição e a oposição que ele sofreu, especialmente da parte dos líderes religiosos. Do começo ao fim do seu ministério terrestre, ele teve de enfrentar constantes desafios. Já se passaram mais de dois anos, durante os quais ele mostrara às pessoas uma evidência milagrosa após outra para provar que era realmente o Filho de Deus. E então, acabando ele de alimentar vários milhares de pessoas (quatro mil homens, além de mulheres e crianças), com apenas sete pães e alguns peixes — uma façanha que devia ter convencido os mais céticos — vieram os fariseus e saduceus procurando um sinal do céu, de que Jesus era o Messias. Qual foi a resposta de Jesus? Ele apenas repetiu o que já lhes dissera numa ocasião anterior, a saber: “Uma geração iníqua e adúltera persiste em buscar um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, exceto o sinal de Jonas.” E, conforme provaram os acontecimentos posteriores, este “sinal de Jonas” ocorreu realmente, quando Jesus esteve no coração da terra por três dias, assim como Jonas estivera no ventre do peixe; mas aqueles homens ‘iníquos e adúlteros’ se negaram a crer nisso! — Mat. 15:32-16:4; 12:38-40.
53. Perto do fim dos dois anos de ministério de Jesus na Galiléia, que acontecimento importante ocorreu, e onde?
53 Antes de terminar seu grande ministério na Galiléia, que ocupara a maior parte de dois anos, Jesus levou Pedro, Tiago e João a um monte elevado. Ali, provavelmente no monte Hermom, de 2.743 metros de altitude, estes presenciaram a cena da transfiguração. — Mat. 17:1-13.
Jesus Volta Toda a Atenção Para o Sul
54. Onde concentrou Jesus sua atividade durante os últimos seis meses?
54 Foi no outono do ano 32, na festividade das barracas, que Jesus transferiu o centro de sua atividade para o sul, em Jerusalém e na vizinhança dela, e nos distritos da Judéia e da Peréia. Concentrou sua pregação ali durante os últimos seis meses de seu ministério terrestre. Também ali, como nos outros lugares, Jesus ensinou às pessoas preceitos sábios e princípios justos, muitas vezes por meio de ilustrações apropriadas. Algumas de suas mais importantes declarações e profecias foram proferidas durante esta campanha no sul.
55. Onde passou Jesus a pregar, apesar de oposição e o que tinha ele a dizer a crentes e a incrédulos?
55 Ao se aproximar o fim e os inimigos ficarem mais desesperados, Jesus teve de ser mais cauteloso, para que não o matassem antes do tempo devido de Deus. (João 7:1-19, 25) Contudo, verificamos que este pregador enérgico se escondia nos morros ou que transigia na sua mensagem, para que não ofendesse as suscetibilidades religiosas dos clérigos? De modo algum. Ele entrou destemidamente no templo e começou a ensinar o povo segundo o seu costume. Aos que criam, ele disse: “Se permanecerdes na minha palavra, sois realmente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Mas aos opositores ele disse: “Vós sois de vosso pai, o Diabo, e quereis fazer os desejos de vosso pai.” — João 8:31, 32, 44.
56. O que se fez para acelerar a separação das pessoas no curto tempo remanescente do ministério de Jesus?
56 Jesus dava-se conta de que também neste território ‘a colheita era grande, mas os trabalhadores poucos’. Portanto, se se devia dar um testemunho eficiente neste território, no pouco tempo que tinha, assim como havia feito nos dois anos no norte, então era preciso fazer como que algum trabalho preliminar. Por isso, ele “indicou outros setenta e os enviou, aos dois, na sua frente, a cada cidade e lugar aonde ele mesmo estava para ir”. Isto significava que, em vez dos seis pares que usou na Galiléia no ano anterior, havia então trinta e cinco pares de testemunhas proclamando no país: “O reino de Deus se tem chegado a vós.” Isto certamente prepararia as pessoas para se decidirem prontamente se estavam a favor ou contra o Messias, quando ele visitasse a cidade delas. — Luc. 10:1-16.
57. Quando os setenta evangelistas voltaram, alegrando-se de que os demônios obedeceram à sua voz, o que lhes disse Jesus, e que significado tem isso?
57 Quando os setenta voltaram, relataram a Jesus alegremente: “Até mesmo os demônios nos ficam sujeitos pelo uso do teu nome.” No entanto, disse-se-lhes: “Não vos alegreis com isso, que os espíritos estão sendo sujeitos a vós, mas alegrai-vos de que os vossos nomes foram inscritos nos céus.” Na realidade, o poder sobre os demônios só demonstrava o poder de Jeová sobre eles, mas ter alguém seu nome inscrito no céu dependia de sua fidelidade. Portanto, devia-se fazer empenho em ser fiel, quer em expulsar os demônios, quer em outra coisa menos espetacular. — Luc. 10:17-24.
58. Quais foram algumas das verdades importantes ensinadas pelo Grande Instrutor durante o seu ministério no sul?
58 Considere algumas das grandes verdades que este Instrutor incansável ensinou ao povo, ao viajar no seu ministério de uma série de circunstâncias para outra. Cada dia ele parecia tirar novas verdades do depósito de sabedoria e conhecimento de seu Pai. Sua narrativa do samaritano amistoso foi uma verdadeira lição de amor e misericórdia para com o próximo. Marta foi repreendida porque estava ansiosa demais com coisas materiais; Maria foi elogiada pela sua atitude. Demônios foram expulsos pelo “dedo” de Deus, não pelo “governante dos demônios”, Satanás. (Luc. 10:24-42; 11:14-22) Nunca se devia estar ansioso quanto a que se havia de comer ou de vestir, mas antes, devia-se buscar continuamente o reino de Deus, e todas as necessidades seriam supridas. O “pequeno rebanho” não devia temer, porque seu Pai lhe daria uma parte no Reino. É o “mordomo fiel” a quem o Amo designa sobre todos os seus bens. — Luc. 12:22-32, 41-44.
59. Como respondeu Jesus aos opositores quando o criticaram novamente por curar os doentes no sábado?
59 Quando Jesus foi criticado por ter curado no sábado uma mulher que ficara encurvada por dezoito anos, ele disse: “Hipócritas, não é que cada um de vós, no sábado, desata da baia o seu touro ou seu jumento e o leva para dar-lhe de beber? Não era então apropriado que esta mulher, que é filha de Abraão, e a quem Satanás manteve amarrada, ora! por dezoito anos, fosse solta deste laço no dia de sábado?” Novamente, ele curou no sábado um homem que padecia de hidropisia, dizendo: “Quem de vós, quando o seu filho ou touro cai num poço, não o puxa imediatamente para fora, no dia de sábado?” — Luc. 13:10-17; 14:1-6.
60. Descreva algumas das ilustrações interessantes usadas pelo Grande Instrutor.
60 E como eram interessantes e práticas as ilustrações que este Grande Instrutor usava! Ele contava muitas vezes alguma parábola apropriada para fechar a boca dos críticos entre seus ouvintes. Veja algumas delas brevemente. Havia um homem rico, mas que não era rico para com Deus, que planejou derrubar os seus celeiros para construir maiores, mas que morreu durante a noite. (Luc. 12:13-21) O reino de Deus é semelhante ao pequeníssimo grão de mostarda, que cresce para se tornar uma árvore grande, ou, por outro lado, é semelhante a um pouco de fermento na farinha. (Luc. 13:18-21) Os convidados a um banquete deviam tomar os lugares humildes, se esperavam mais tarde ser enaltecidos. O construtor duma torre precisa primeiro calcular o custo; o rei que não pode vencer uma batalha pleiteia logo a paz. O pastor alegra-se mais por achar uma única ovelha perdida do que com as noventa e nove que estão a salvo; uma mulher alegra-se mais por achar uma única moeda perdida do que com as nove que não perdeu. (Luc. 14:7-11, 28-33; 15:4-10) E depois há a famosa parábola do filho pródigo e a igualmente famosa do rico e de Lázaro. (Luc. 15:11-32; 16:19-31) Uma viúva importuna conseguiu que um juiz iníquo lhe concedesse o seu pedido só porque ela continuava a importuná-lo, pedindo justiça. Dois homens oravam no templo; as orações do pecaminoso cobrador de impostos foram respondidas, mas não as do fariseu justo aos seus próprios olhos. (Luc. 18:1-14) Estas são apenas algumas das muitas ilustrações usadas por este Instrutor-Mestre.
Os Últimos Dias Gloriosos do Ministério de Jesus
61. O que disse Jesus que ainda tinha de sofrer antes de completar seu ministério terrestre?
61 Jesus apercebia-se de que em breve padeceria sofrimentos e a morte. Por isso advertiu seus apóstolos pela terceira vez a respeito destes acontecimentos futuros, dizendo: “Eis que estamos subindo para Jerusalém e completar-se-ão todas as coisas escritas por meio dos profetas quanto ao Filho do homem. Por exemplo, ele será entregue a homens das nações e divertir-se-ão às custas dele, e será tratado com insolência e cuspirão nele; e, depois de o açoitarem, matá-lo-ão, mas no terceiro dia ele será levantado.” Jesus não tinha medo de enfrentar estas coisas, se tão-somente ficasse fiel até a morte e se apegasse firmemente à vida eterna no céu acima. — Luc. 18:31-33.
62, 63. (a) Por que havia alguma dúvida sobre se Jesus estaria presente à Páscoa, em Jerusalém, no ano 33? (b) Mas, como se eliminou cada dúvida no domingo, cinco dias antes de 14 de nisã?
62 Enquanto se faziam os preparativos para a Páscoa, a conversa em Jerusalém era sobre se Jesus iria comparecer ou não. Isto se dava porque “os principais sacerdotes e os fariseus tinham dado ordens que, se alguém soubesse onde ele [Jesus] estava, devia denunciar isso, a fim de que pudessem apoderar-se dele”. — João 11:55-57.
63 Foi em tal ambiente acalorado que Jesus apareceu, e qual não foi a sua apresentação! Ele veio montado à cidade, numa procissão triunfal, sendo que as pessoas estendiam suas vestes e ramos de palmeiras na frente dele, clamando: “Bendito Aquele que vem como Rei em nome de Jeová!” Isto teve por efeito que “a cidade inteira ficou em comoção”, e, no que se referia aos fariseus, diziam uns aos outros: “Observais que não conseguis absolutamente nada. Eis que o mundo foi atrás dele.” Portanto, ao se aproximar a escuridão naquele domingo, Jesus retirou-se e passou a noite fora da cidade, por segurança. Ainda tinha mais cinco dias de trabalho intensivo a fazer. — Luc. 19:36-38; Mat. 21:1-11; João 12:12-19.
64. O que fez Jesus na segunda-feira desta última semana, e por quê?
64 No dia seguinte, segunda-feira, Jesus purificou o templo por expulsar dele os mercadores e derrubar as mesas dos cambistas. Não era um anarquista que incitava a distúrbios ou à revolução. Era o Filho justo de Deus, e ele citou as Escrituras para apoiar a sua ação, dizendo: “Está escrito: ‘Minha casa será chamada casa de oração’, mas vós fazeis dela um covil de salteadores.” Deve ser lembrado que três anos antes disso Jesus havia demonstrado seu zelo ardente pela adoração pura de Jeová por meio duma limpeza similar do templo, expulsando os elementos comerciais gananciosos. Portanto, qual foi a reação a esta segunda limpeza? “Os principais sacerdotes, e os escribas, e os principais do povo, estavam buscando destruí-lo.” Mostraram-se assim não reformados e irreformáveis. — Mat. 21:12, 13; Luc. 19:45-48.
65, 66. (a) Quais foram algumas das coisas que Jesus disse à multidão no templo, na terça-feira? (b) Daí, aos ouvidos dos apóstolos, que informação adicional em forma de profecias e parábolas revelou Jesus?
65 Terça-feira foi outro dia muito atarefado para este aparentemente incansável Jesus. Encontramo-lo no templo ensinando o povo, embora sua autoridade fosse desafiada pelos principais sacerdotes e anciãos. Ele se referiu diretamente a estes líderes religiosos infiéis quando contou as suas parábolas dos dois filhos, dos lavradores iníquos e da festa de casamento. (Mat. 21:23-22:14) Quando se lhe fizeram perguntas capciosas sobre o pagamento de impostos, sobre a ressurreição e sobre qual o maior mandamento da Lei, Jesus mostrou-se plenamente capaz de responder a todas elas com argumentos irrefutáveis. Ele mesmo fez então uma pergunta a respeito da descendência do Messias, uma pergunta que realmente os silenciou: “Ninguém foi capaz de dizer-lhe uma só palavra em resposta, nem se atreveu alguém, daquele dia em diante, a interrogá-lo mais.” (Mat. 22:15-46) Nesta ocasião, Jesus proferiu também sua denúncia mais causticante dos escribas e fariseus hipócritas — uma obra-prima de acusação. — Mat. 23:1-39.
66 Quando Jesus saiu da área do templo, ele observou profeticamente: “Deveras, eu vos digo: De modo algum ficará aqui pedra sobre pedra sem ser derrubada.” Ele e seus apóstolos saíram para o Monte das Oliveiras, onde ele lhes deu a sua profecia de longo alcance a respeito do fim do sistema de coisas, bem como a parábola das dez virgens, dos talentos e daquela sobre a separação das ovelhas dos cabritos. — Mat. 24:1-25:46.
67. A quarta-feira é lembrada por causa de que acontecimento nefando?
67 Na quarta-feira, enquanto Jesus permanecia em Betânia, os inimigos em Jerusalém tramaram uma conspiração inspirada pelo Diabo para prender Jesus secretamente. “Os principais sacerdotes e os homens mais maduros do povo ajuntaram-se no pátio do sumo sacerdote, que se chamava Caifás, e realizaram entre si uma consulta para se apoderarem de Jesus por meio dum ardil e o matarem.” Um instrumento bem oportuno e pronto para o crime que se apresentou foi Judas Iscariotes, que perguntou: “O que me dareis para traí-lo a vós?” Concordou-se na soma de trinta moedas de prata. — Mat. 26:3-16.
68. O que aconteceu na quinta-feira, após o pôr-do-sol?
68 A quinta-feira foi usada para os preparativos de última hora para a Páscoa anual. Naquela noitinha, após o pôr-do-sol, Jesus e seus doze apóstolos reuniram-se numa grande sala de sobrado em Jerusalém para celebrar o que veio a ser a última Páscoa legal sob o arranjo do pacto da Lei. Que ocasião momentosa! Antes de o sol se pôr novamente, Jesus teria deposto sua vida terrestre para se apegar à verdadeira vida, a vida eterna e a imortalidade! — Mar. 14:12-16.
69. Depois da celebração da última Páscoa, que série de acontecimentos se seguiram durante as horas remanescentes da vida de Jesus?
69 Lá estavam eles, em particular, só Jesus e seus doze apóstolos, num sobrado destinado a hóspedes. Seria uma noite longa e sem dormir para este Filho fiel de Deus. Nas próximas poucas horas ocorreriam em rápida sucessão acontecimentos muito dramáticos de máxima importância. Os treze comeram a Páscoa. Jesus lavou os pés de seus apóstolos. Judas foi identificado como sendo o traidor; ele saiu de repente. Instituiu-se então a ceia comemorativa e os onze fiéis foram convidados a participar com Jesus num pacto para o reino. Jesus orou. Depois, os onze e Jesus partiram para o Jardim de Getsêmane. Jesus empenhou-se ali em fervorosa oração antes de ser traído e preso. O julgamento foi uma farsa, sendo Jesus levado de Anás a Caifás, ao Sinédrio, a Pilatos, a Herodes e novamente a Pilatos. — Mat. 26:20-27:2; Luc. 23:1-16.
70. Descreva a cena em que o reinado se tornou a questão acesa lá fora do palácio do governador.
70 Imagine a cena — uma turba gritando contra o homem perfeito e destemido, calmamente ereto entre todos. Pilatos perguntou a Jesus: “És tu o rei dos judeus?” Jesus respondeu: “Meu reino não faz parte deste mundo.” Não achando culpa nele, Pilatos apresenta Jesus novamente perante a turba, dizendo: “Eis o homem!” A turba gritou: “Para a estaca com ele! Para a estaca com ele!” Pilatos perguntou: “Hei de pendurar na estaca o vosso rei?” Os principais sacerdotes respondem: “Não temos rei senão César.” — João 18:28-19:16.
71. Descreva a execução do Filho inocente de Deus às mãos dos soldados romanos.
71 Açoitado, torturado com espinhos, esbofeteado e tendo-se cuspido nele, este Justo foi então pregado numa estaca de tortura para sofrer uma morte prolongada e agonizante. Finalmente, por volta das 15 horas de sexta-feira, 14 de nisã do ano 33 E. C., Jesus exclamou com o último alento: “Está consumado!” — Mar. 15:16-20; João 19:1-3, 30.
72, 73. Em resumo, quais foram algumas das coisas realizadas por Jesus no seu curto ministério aqui na terra?
72 Sim, cumpriu-se plenamente tudo o que havia sido do propósito de Jeová em enviar seu Filho unigênito à terra. Jesus havia aprendido a obediência pelas coisas que sofreu; provou que o Diabo era mentiroso e habilitou-se para ser o Vindicador de Jeová na questão da soberania universal. Viera para “dar testemunho da verdade”, e isto ele certamente fez. Pregou as boas novas aos pobres, consolou os tristes e proclamou o dia da vingança de Jeová tanto a altos como a baixos. Jesus fez o que era bom, foi rico em obras excelentes, foi muito generoso com o seu tempo e a sua energia a favor de outros, esteve pronto para compartilhar seu grande conhecimento e sua sabedoria com outros, e, no fim, pôde finalmente apegar-se à verdadeira vida, à vida eterna junto a seu Pai, nos céus. — João 18:37; 1 Tim. 6:12, 18, 19; Heb. 5:8.
73 Em tudo isso, Jesus nos deixou um modelo para seguirmos de perto os seus passos.
[Foto na página 293]
Aos doze anos de idade, Jesus estava no templo de Jeová, escutando e fazendo perguntas.
[Foto na página 293]
Depois de seu batismo em 29 E. C., Jesus iniciou seu ministério dinâmico.
[Foto na página 295]
Jesus limpou zelosamente o templo de Jeová, expulsando os que faziam dela uma casa de comércio.
[Foto na página 297]
Jesus convidou os pescadores Tiago e João para o acompanharem no seu ministério.
[Foto na página 299]
Jesus curou num sábado a mão ressequida dum homem.
[Foto na página 300]
No seu Sermão do Monte, Jesus deu muito o que pensar aos seus ouvintes.
[Foto na página 301]
Mesmo quando comia, como aqui no lar dum fariseu, Jesus estava atento a ensinar a verdade.
[Foto na página 305]
Nos últimos meses de seu ministério, Jesus ampliou sua atividade, enviando trinta e cinco pares de testemunhas para preparar o caminho diante dele.
[Foto na página 306]
Pouco antes de sua morte, Jesus entrou montado em Jerusalém, numa procissão triunfal; toda a cidade ficou em alvoroço.
[Foto na página 307]
Pilatos não pôde achar culpa em Jesus, mas a turba gritou: “Para a estaca com ele!”
[Mapa na página 302]
(Para o texto formatado, veja a publicação)
Jesus intensificou seu ministério, fazendo uma terceira viagem pela Galiléia, visitando “todas as cidades e aldeias” para pregar o reino de Deus.
GALILÉIA
Corazim
Cafarnaum
Betsaida
Magadã
MAR DA GALILÉIA
Caná
Tiberíades
Baixada de Esdrelom
Nazaré
Mte. Tabor
Gadara
Naim
Rio Jordão
Betânia do outro lado do Jordão
[Mapa na página 303]
(Para o texto formatado, veja a publicação)
Jesus abrangeu um território desde a Fenícia até Decápolis num período curto e quase todo a pé.
MAR MEDITERRÂNEO
FENÍCIA
Sídon
Tiro
ABILENE
MONTE HERMOM
ITURÉIA
Cesaréia de Filipe
TRACONÍTIS
GALILÉIA
Corazim
Cafarnaum
Betsaida
Caná
Magadã
Mar da Galiléia
Tiberíades
Nazaré
Naim
Betânia do outro lado do Jordão (?)
SAMARIA
Salim (?)
Enom (?)
Samaria
MONTE GERIZIM
Fonte de Jacó
DECÁPOLIS
Damasco
Refana (?)
Hipos
Diom
Catana
Gadara
Abila (?)
Citópolis
Pela
Gerasa
ESCALA DE QUILÔMETROS 0 ——— 15 ——— 30
[Capa na página 289]
[Endereço da filial]