Libertação do medo de perigos espirituais
1. Para se procurar tal libertação do medo, que proceder se precisa adotar?
A FIM de ficarmos livres do medo dos perigos espirituais descritos no Salmo 91, temos de seguir o proceder que ele descreve. Com referência a parte deste proceder, o salmista prossegue: “Vou dizer a Jeová: ‘Tu és meu refúgio e minha fortaleza, meu Deus, em quem vou confiar.’” — Sal. 91:2.
2. Quem é assim identificado por este nome exclusivo, em harmonia com Êxodo 6:2, 3?
2 Observemos todos bem que é a Jeová que o salmista (ou aquele que ele representa) diz: “Tu és meu refúgio e minha fortaleza.” Deste modo, ele identifica o Altíssimo e Todo-poderoso como Aquele que leva o nome exclusivo de Jeová. Isto concorda com o que o Altíssimo disse a Moisés, depois de este voltar ao Egito: “Eu sou Jeová. E eu costumava aparecer a Abraão, a Isaque e a Jacó como o Deus Todo-poderoso, mas com respeito ao meu nome Jeová não me dei a conhecer a eles.” — Êxo. 6:2, 3.
3. Estendendo-se sobre o significado de seu nome, que expressão hebraica usou o Todo-poderoso e o que significava e denotava esta, conforme vertida por algumas versões?
3 Ao estender-se sobre o significado de Seu nome, o Todo-poderoso disse a Moisés: “Ehiéh ashér ehiéh.” Esta expressão, encontrada no texto hebraico de Êxodo 3:14, significa: “SEREI O QUE EU FOR” (tradução inglesa do rabino Leeser); ou: “Tornar-me-ei Aquilo Que me Agradar” (tradução inglesa de Rotherham); ou: MOSTRAREI SER O QUE EU MOSTRAR SER. (Tradução do Novo Mundo) Isto significa que este Todo-poderoso podia adaptar-se às circunstâncias de seu povo, e que, o que quer que ele precisasse tornar-se ou mostrar ser, por causa de seu povo e em harmonia com seu propósito, ele podia tornar-se e se tornaria ou mostraria ser. Podia enfrentar e enfrentaria com êxito qualquer situação. Portanto, por meio desta expressão hebraica, Ele não falava sobre a sua existência própria, sobre ele ser eterno.
4. (a) Segundo a sua raiz hebraica, o que significa o nome Jeová e com referência a quem ou a quê? (b) Que dizer da aplicação deste nome a Cristo, o Filho de Deus?
4 O nome divino está relacionado com esta expressão. O nome Jeová foi feito seu nome “memorial”, ‘meu memorial por geração após geração”. Êxo. 3:15) Segundo a raiz do nome Jeová, na língua hebraica, parece significar “Ele Causa que Venha a Ser (ou: Mostre Ser)”, quer dizer, com respeito a Si mesmo e com respeito ao que Ele se tornará ou mostrará ser, e não com respeito a criar coisas. Quem mais, em todo o domínio da vida inteligente, podia de direito dar-se um nome assim, exceto o Altíssimo e Todo-poderoso? Nem mesmo o Filho de Deus, Jesus Cristo, assumiu um nome assim. Podia receber um nome que combinava com o nome de Deus, tal como Jesua ou Jesus, que significa “Jeová É Salvação”, mas nunca o nome Jeová estritamente por si mesmo. — Jer. 23:6; 33:16.
5. Por que é apropriado dizer a Jeová que Ele é o “refúgio” e a “fortaleza” da pessoa e o que diz sabiamente Provérbios 18:10?
5 Assim os representados pelo salmista falando no Salmo 91:2 podem dizer corretamente a Jeová: “Tu és meu refúgio e minha fortaleza.” Especialmente desde o ano do após-guerra de 1919 E.C., tornou-se tais coisas para eles, naturalmente, em sentido espiritual. Visto que Jeová é invisível, requer forte fé para alguém dizer isso a Ele e realmente querer dizê-lo e agir em harmonia com isso. No entanto, a quem mais se poderia fugir em busca de segurança, qual refúgio, senão a Jeová, o Altíssimo? Que fortaleza poderia ser mais forte ou mais difícil de atacar e vencer do que o próprio Todo-poderoso? Foi deveras com sabedoria inspirada que o antigo Rei Salomão escreveu: “O nome de Jeová é uma torre forte. O justo corre para dentro dela e recebe proteção.” — Pro. 18:10.
6. Embora Cristo esteja agora envolvido, contudo, o nome de quem se invoca em busca de salvação e quem é o “refúgio” e a “fortaleza” para os cristãos?
6 No fim das contas, embora agora seja feito por meio de Jesus Cristo, o Filho de Deus, ainda assim é o nome de Jeová que as criaturas humanas decaídas e pecaminosas têm de invocar em busca de salvação eterna. Não foi apenas o profeta pré-cristão Joel quem disse isso. (Joel 2:32) Foi também o apóstolo Pedro quem disse isso no dia de Pentecostes de 33 E. C., quando se fundou a congregação cristã. (Atos 2:21) Anos depois, o apóstolo Paulo também escreveu isso, em Romanos 10:13. Embora se obtenha agora o acesso ao Altíssimo e Todo-poderoso apenas por meio de seu Mediador Jesus Cristo, ainda é em Jeová que temos de achar nosso refúgio e é ele quem é nossa fortaleza inexpugnável. — Sof. 3:12.
O DEUS EM QUEM CONFIAR
7-9. (a) Por que não exclui o uso da expressão “meu Deus”, no Salmo 91, que este seja aplicado a Jesus Cristo? (b) O que exclamou o duvidoso Tomé diante do ressuscitado Jesus, e o que provou João por inserir este incidente no seu Evangelho?
7 Este Jeová foi para o salmista mais do que um refúgio e uma fortaleza. Sua plena declaração a Jeová foi: “Tu és meu refúgio e minha fortaleza, meu Deus, em quem vou confiar.” — Sal. 91:2.
8 Chamá-lo o salmista de “meu Deus” significava que Jeová Deus era Aquele a quem adorava como o Ser divino. Esta era uma expressão correta para o próprio Jesus Cristo usar para com Jeová, e o uso da expressão “meu Deus” não impede que o Salmo 91 seja aplicável a Jesus Cristo. Quando estava perto da morte na estaca de execução, fora de Jerusalém, ele citou o Salmo 22:1 e clamou a seu Pai celestial: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” (Mat. 27:46; Mar. 15:34) É verdade que, depois de sua ressurreição dentre os mortos, Jesus deixou que o apóstolo Tomé examinasse as marcas dos pregos nas suas mãos e nos seus pés e que Tomé dissesse em espanto: “Meu Senhor e meu Deus!” Mas Jesus entendeu a exclamação de Tomé de modo certo, e assim também o apóstolo João. Ao registrar este incidente na sua narrativa evangélica, João não tentou dar a idéia de que Jesus era Jeová Deus ou que Jesus era um trinitário “Deus Filho”; mas João declarou o objetivo de registrar a exclamação de Tomé por dizer logo depois da reação de Jesus a Tomé:
9 “Jesus efetuou muitos outros sinais, também diante dos discípulos, os quais não estão escritos neste rolo. Mas, estes foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus [não: Deus Filho].” — João 20:26-31; Mat. 16:16.
10. (a) Segundo a sua mensagem aos seus irmãos, mediante Maria Madalena, a quem ascendia o ressuscitado Jesus? (b) Por adorarmos a Jeová como o único Deus vivente e verdadeiro, contra que doutrinas somos protegidos?
10 Uma semana antes desta ocorrência com Tomé, o ressuscitado Jesus disse a Maria Madalena, perto do sepulcro em que se sepultara seu cadáver: “Vai aos meus irmãos e dize-lhes: ‘Eu ascendo para junto de meu Pai e vosso Pai, e para meu Deus e vosso Deus.’” (João 20:17) O Pai celestial era tanto Deus para Jesus como Ele era para os discípulos de Jesus. As Escrituras inspiradas falam muitas vezes a respeito de Jesus Cristo como sendo “O Filho de Deus”, mas nunca como sendo “Deus Filho”. (Mat. 14:33; 27:40, 43, 54; Mar. 1:11; 5:7; 15:39; Luc. 1:35; João 1:34, 49; 5:25; 10:36; 11:4, 27; Atos 9:20; Rev. 2:18; etc.) Assim, por adorarmos o Altíssimo e Todo-poderoso, Jeová, como o único Deus vivente e verdadeiro (João 17:3) somos protegidos contra a falsa adoração trinitária e outras formas de adoração pagã. Jeová é o Deus em quem temos de confiar.
11. Em quem confiavam Paulo, Jesus, o salmista e o proverbialista?
11 O apóstolo Paulo disse: “Isto se deu para que tivéssemos confiança, não em nós mesmos, mas no Deus que levanta os mortos. Ele nos resgatou e nos resgatará de uma coisa tão grande como a morte.” (2 Cor. 1:9, 10) Também, Hebreus 2:13 coloca as palavras de Isaías 8:17, 18, na boca de Jesus Cristo, e lemos: “E, novamente: ‘Terei nele a minha confiança.’ E, novamente: ‘Aqui estou eu e as criancinhas que Jeová me deu.’” Não nos atrevemos a pôr nossa confiança nem em nós mesmos, nem em outros homens mortais: “Não confieis nos nobres, nem no filho do homem terreno, a quem não pertence a salvação. . . . Feliz aquele que tem o Deus de Jacó por sua ajuda, cuja esperança é em Jeová, seu Deus.” (Sal. 146:3-5) O sábio Salomão expressou a mesma regra segura de conduta, dizendo: “Confia em Jeová de todo o teu coração e não te estribes na tua própria compreensão.” — Pro. 3:5.
12. O que significa para nós confiarmos em Jeová, qual Deus, com respeito à sua Palavra, seus mandamentos e sua adoração?
12 Por conseguinte, nossa confiança neste Deus, cujo nome é Jeová, significa apegar-nos inseparavelmente à sua adoração, sem transigir com Babilônia, a Grande, que é o império mundial da religião falsa. (Rev. 17:1 até 18:24) ‘Confiar em Jeová como Deus’ significa crer integralmente nas Escrituras Sagradas que Ele inspirou com seu espírito santo, e guardar seus mandamentos, assim como fez seu Filho Jesus Cristo. Significa guardar zelosamente a adoração de Jeová Deus, mantendo-a livre de tradições humanas e de práticas mundanas.
13. (a) Naqueles dois versículos iniciais do Salmo 91 notamos que quatro fatores cooperando para nossa segurança? (b) Durante que tempo específico agiram a nosso favor estas quatro qualidades, e onde encontramos ilustrações dos perigos contra os quais somos protegidos?
13 Pausemos aqui e notemos que, apenas nestes dois versículos iniciais do Salmo 91, temos as quatro denominações importantes Daquele a quem adoramos, também as quatro coisas vitais ligadas com estas denominações. Considere-as: (1) O Altíssimo com seu “lugar secreto” em que morar; (2) o Todo-poderoso com “sua própria sombra” sob a qual pousar; (3) Jeová com seu refúgio e sua fortaleza; e (4) Deus com sua fidedignidade. Deveras, esta é uma combinação insuperável de fatores produzindo juntos a segurança e a preservação dos verdadeiros adoradores que satisfazem os requisitos para usufruir tais benefícios! Esta combinação incomparável de qualidades divinas já esteve agora em operação durante todas estas décadas passadas deste “tempo do fim” do atual sistema de coisas, sendo que em conseqüência disso usufruímos até agora uma maravilhosa segurança espiritual. O salmista passa então a mostrar exatamente como isto serviu para nossa segurança espiritual, fazendo com que percebamos e apreciemos mais os perigos contra os quais fomos protegidos.
A AMEAÇADORA “ARMADILHA DO PASSARINHEIRO”
14, 15. (a) Que espécie de linguagem encontramos no Salmo 91:3, e por quê? (b) Que ilustração similar fornece Davi no Salmo 124, e com aplicação a quem?
14 “Pois”, diz o salmista ao pormenorizar como as coisas mencionadas nos primeiros dois versículos são verazes e realísticas, “ele mesmo te livrará da armadilha do passarinheiro, da pestilência que causa adversidades”. — Sal. 91:3.
15 A linguagem aqui é figurativa, pictórica, porque nós não somos pássaros literais em perigo da armadilha dum “passarinheiro” literal. Mas a comparação que se faz de nós como aves “sob a própria sombra do Todo-poderoso” é ali levada avante. O Salmista Davi comparou a si mesmo e seus companheiros a pássaros, que foram realmente apanhados na armadilha, mas da qual foram libertos. Ele diz no Salmo 124:1-8: “Diga então Israel: ‘Se não fosse que Jeová mostrou ser por nós, quando homens se levantaram contra nós, então nos teriam tragado até mesmo vivos, . . . Bendito seja Jeová, que não nos entregou como presa aos dentes deles. Nossa alma é como o pássaro que escapou da armadilha dos enlaçadores. A armadilha está destroçada e nós mesmos escapamos. Nossa ajuda está no nome de Jeová, Aquele que fez o céu e a terra.’” Neste caso, os “enlaçadores” não eram “passarinheiros” literais, e o “pássaro” que escapou da sua armadilha destroçada não era um pássaro literal, mas referia-se à “nossa alma”, a alma ou vida da nação de Israel.
16. Que cumprimento moderno houve do Salmo 124, e há perigo de outra “armadilha’’?
16 No cumprimento deste salmo profético, Jeová Deus destroçou a armadilha em que o restante ungido do Israel espiritual havia sido apanhado. Foi a armadilha fechada por Babilônia, a Grande, e seus cúmplices políticos, judiciais e militares. Na primavera setentrional do ano de após-guerra de 1919, Jeová destroçou esta armadilha para seu restante arrependido e não deixou que os “enlaçadores”, os passarinheiros simbólicos, metessem os dentes na carne do “pássaro” capturado. Depois, os do restante escapado do Israel espiritual foram levados ao “lugar secreto do Altíssimo” e “sob a própria sombra do Todo-poderoso”. Contudo, a “armadilha” ainda está armada para eles pelo “passarinheiro”, e Jeová tem de libertá-los para não serem apanhados nela.
17. Quem é o simbólico “passareiro” ou “passarinheiro”, conforme salientado nos números ingleses da Sentinela de 1904 e 1927?
17 Então, quem é este “passarinheiro” e qual é a sua “armadilha”? Já se discerniu e concordou por muito tempo que o “passarinheiro” simbólico é Satanás, o Diabo. Já no número de 1.º de março de 1904 da Sentinela, em inglês, o artigo intitulado “Sob as Suas Asas!” comentava o Salmo 91:3 e dizia a respeito do “laço do passareiro”, que eram as “imposturas de Satanás, nas quais tropeçarão todos os não protegidos”. (Página 74, coluna 2) Um número muito posterior da Sentinela, em inglês, concordava com isso e dizia: “Parece certo que o ‘passareiro’ aqui mencionado pelo profeta é o Diabo e que seu laço consiste nos métodos que emprega e trabalhar ele, por meio de sua organização, de diversos e numerosos modos enganosos, para enlaçar os que afirmam ser servos do Deus Altíssimo.” (Página 231, parágrafo 37, da Watch Tower de 1.º de agosto de 1927, apresentando o primeiro duma série de três artigos sobre o Salmo 91, Authorized Version) Dentre todos os “passareiros” ou “passarinheiros” simbólicos mencionados na Bíblia, Satanás, o Diabo, é o mais destacado.
18. Quem é comparado a passarinheiros por Jeremias e Oséias, e quais são seus métodos?
18 Descrevendo o método do passarinheiro simbólico, Jeremias 5:26 diz: “Pois entre o meu povo foram encontrados homens iníquos. Estão espreitando como quando os passarinheiros se agacham. Armaram uma armadilha ruinosa. É a homens que eles capturam.” De que modo os falsos profetas agiram quais passarinheiros na nação apóstata de Efraim (o reino de dez tribos de Israel), é dito em Oséias 9:8: “Quanto ao profeta, há uma armadilha de passarinheiro em todos os seus caminhos.” O grande “passareiro” ou “passarinheiro”, Satanás, o Diabo, está empenhado em capturar homens, os que pousam “sob a própria sombra do Todo-poderoso”.
19. Qual é a “armadilha” simbólica do grande “passarinheiro”?
19 Qual é sua “armadilha” simbólica, da qual Jeová Deus livra e resguarda os que continuam a permanecer “no lugar secreto do Altíssimo”? A “armadilha” simbólica que Satanás, o Diabo, armou aos que confiam em Jeová Deus como seu “refúgio” e sua “fortaleza” é a organização terrestre que se opõe à organização de Deus, a saber, a organização visível de Satanás. Nela é que o grande Adversário de Deus procura capturar os adoradores de Jeová e retê-los quais vítimas, para a sua ruína espiritual e finalmente a destruição.
20. (a) Notavelmente a partir de quando salientou-se que Deus tem uma organização e que, quando não se pertence a ela, pertence-se a quê? (b) Segundo uma declaração direta, a que organização pertenciam Jesus e seus discípulos?
20 Especialmente a partir do ano de 1922 salientou-se à base das Escrituras inspiradas que Jeová Deus tem uma organização, incluindo seu “restante” organizado na terra, e que há uma organização inimiga, a organização de Satanás, que tem uma parte demoníaca invisível e uma parte terrestre visível. Salientou-se que, quando alguém não pertence à organização visível de Jeová, então pertence à organização do Adversário. Jesus Cristo, a quem o Salmo 91 se aplica em primeiro lugar, pertence à organização de Jeová Deus. Seus fiéis discípulos também pertencem àquela mesma organização divina. Foi por isso que, ao liderar seus onze apóstolos fiéis em oração, ele disse a Deus: “Não fazem parte do mundo, assim como eu não faço parte do mundo.” (João 17:14, 16) Ele disse que este era o motivo de o mundo os odiar. — João 15:18-20.
21, 22. (a) O que se costuma usar para atrair à armadilha, e qual é o engodo usado pelo Grande Passarinheiro? (b) O que inspirou Deus a João a escrever contra o engodo enganoso?
21 Usualmente, uma pessoa ou criatura entra numa armadilha sem se aperceber disso. Em geral, o caçador põe um engodo para atrair a criatura insuspeita ao alcance da armadilha e acionar a armadilha por mordiscar o engodo. O “passarinheiro”, Satanás, o Diabo, é o grande Engodador. Que engodo usa para atrair as pessoas à sua organização mundana, visível, para se tornarem vítimas nela, como que numa armadilha? O engodo são as atrações egoístas deste mundo, suas prometidas oportunidades de ganhar egoistamente riqueza, fama, posição e poder. Advertindo contra tal engodo enganoso, Jeová Deus inspirou o apóstolo cristão João a escrever aos que pousam “sob a própria sombra do Todo-poderoso”:
22 “Não estejais amando nem o mundo, nem as coisas no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo o que há no mundo — o desejo da carne, e o desejo dos olhos, e a ostentação dos meios de vida da pessoa — não se origina do Pai, mas origina-se do mundo. Outrossim, o mundo está passando, e assim também o seu desejo, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” — 1 João 2:15-17.
23. (a) Por que não queremos ficar iguais a Demas mencionado em associação com Paulo? (b) A obediência a Revelação 18:4 nos tirou de que “armadilha” e nos levou a que lugar?
23 Agora, dezenove séculos depois de João escrever estas palavras, a organização de Satanás, o Diabo, qual armadilha, está muito perto de desaparecer para sempre. Por que deveríamos nós, os que saímos da organização visível de Satanás para o “lugar secreto do Altíssimo”, desejar ser novamente engodados por aquela organização condenada? Não queremos ser semelhantes ao ex-cristão Demas, a respeito de quem o apóstolo Paulo disse na sua última carta, antes de sua morte: “Demas me abandonou, porque amava o atual sistema de coisas, e foi para Tessalônica.” (2 Tim. 4:10) A religiosa Babilônia, a Grande, inclusive a cristandade, foi apanhada e está presa na armadilha da organização visível de Satanás e sofrerá em breve a destruição junto com ela. Nós, em obediência à ordem de Deus em Revelação 18:4, saímos de Babilônia, a Grande, e da armadilha de Satanás, na qual ela foi apanhada. Por não voltarmos a ela, podemos continuar a usufruir os benefícios de nossa libertação da “armadilha do passarinheiro”. Sob a “própria sombra do Todo-poderoso”, temos segurança espiritual.
A “PESTILÊNCIA QUE CAUSA ADVERSIDADES”
24, 25. (a) O que associa o salmista com a armadilha do passarinheiro, no mesmo versículo? (b) O que simboliza isto, e por que apropriadamente assim?
24 No mesmo versículo, junto com a “armadilha do passarinheiro”, o salmista menciona outra ameaça potencial para a segurança espiritual, a saber, uma mortífera moléstia epidêmica que é muito contagiosa, infecciosa. Ele diz: “Pois ele mesmo te livrará da armadilha do passarinheiro, da pestilência que causa adversidades.” — Sal. 91:3.
25 Assim como a “armadilha” do passarinheiro, esta “pestilência” que causa adversidades é simbólica. Visto que o salmista, sob inspiração, associa as duas coisas, a pestilência simbólica da atualidade é algo que acompanha a armadilha do passarinheiro, a qual é a organização terrestre, visível de Satanás. Esta “pestilência” figurativa é, de fato, criada, cultivada, dentro daquela organização mundana, egoísta. Esta “pestilência” contagiosa que grassa violentamente na terra é o nacionalismo.
26. Desde quando se apoderou o nacionalismo dos povos e o que disse recentemente o historiador Toynbee sobre o nacionalismo?
26 Os historiadores seculares notaram que, desde a Primeira Guerra Mundial de 1914-1918 E. C., o espírito do nacionalismo se apoderou dos povos do mundo. Isto é bastante natural, porque aquela guerra foi travada pelos Aliados “pela autodeterminação dos povos”. O historiador britânico Arnold Toynbee disse tão recentemente quanto em 21 de novembro de 1972:
“Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o nacionalismo dobrou o número dos soberanos estados locais, independentes, e reduziu pela metade seu tamanho médio. . . . Os problemas estratégicos e higiênicos da humanidade são globais e são prementes; não podem ser solucionados pelos governos de estados locais. Exigem o estabelecimento duma autoridade global dotada de poder predominante. A sobrevivência da humanidade exige união política, contudo, a atual disposição de ânimo da humanidade é cada vez mais divisória. Será que enlouquecemos?”
27. De que modo tem sido o nacionalismo como uma “pestilência que causa adversidades”?
27 Satanás, o Diabo, a quem Jesus Cristo chamou de “governante deste mundo”, é responsável por esta onda de nacionalismo, por meio do qual espera destruir os que disseram a Jeová: “Tu és meu refúgio e minha fortaleza, meu Deus, em quem vou confiar.” (Sal. 91:2) Esta “pestilência” política do nacionalismo causou muitas e grandes adversidades”. Apesar do estabelecimento da Liga das Nações em 1920, surgiram ditadores intensamente nacionalistas, tais como Mussolini, na Itália, Stálin, na Rússia, Hitler, na Alemanha, o partido político imperialista do Japão, e assim por diante. Proveu assim a força propulsora para a Segunda Guerra Mundial. Instigou o patriotismo fanático, gestos religiosamente fervorosos para com símbolos e emblemas nacionais, preparativos militares acompanhados por tributação pesada, rivalidades internacionais, insistência na soberania nacional, em vez de a submissão à soberania universal de Jeová e do reino messiânico.
28. A quem causou esta “pestilência” dificuldades especiais, mas em que questão não transigiram estes?
28 Sem se falar nas adversidades que tudo isso causou à raça humana em geral, resultou em dificuldades especiais para as testemunhas cristãs de Jeová. Mas o Todo-poderoso não deixou que ficassem contaminados com a “pestilência” do nacionalismo e caíssem vítimas dos seus efeitos mortíferos para a espiritualidade cristã. Não foram engodados nem pressionados a adorar a “fera” política que leva o número de 666, nem sua “imagem” política, as Nações Unidas, sucessoras da Liga das Nações. (Revelação, capítulo 13; 15:2-4; 20:4) Não transigiram quanto a dar devoção exclusiva a Deus e defender Sua soberania universal.
29. Apesar da Segunda Guerra Mundial, a favor de que se expressaram em 1939, e com que efeito sobre sua espiritualidade?
29 Em 1939, apesar do andamento da Segunda Guerra Mundial, expressaram-se unidamente, em todo o mundo, a favor da absoluta neutralidade cristã para com os conflitos políticos e militares do mundo. (Veja o artigo “Neutralidade” no número de fevereiro de 1940 da revista A Torre de Vigia; em inglês, 1.º de novembro de 1939.) Embora sofressem, alguns mesmo até à morte, por causa de sua fidelidade, Jeová Deus os manteve espiritualmente seguros “no lugar secreto do Altíssimo” e “sob a própria sombra do Todo-poderoso”.
(A continuar)