A segurança espiritual provida para nós por Deus
“Vou dizer a Jeová: ‘Tu és meu refúgio e minha fortaleza, meu Deus, em quem vou confiar.”’ — Sal. 91:2.
1, 2. (a) O que disse supostamente Bonaparte a respeito da espada e do espírito? (b) Com relação a que cristãos aprendeu Hitler a veracidade desta declaração?
CONTA-SE que Napoleão Bonaparte, brandindo a espada, disse: “Há dois poderes no mundo — a espada e o espírito. Mas, no fim, o espírito sempre vence.”
2 Evidentemente, o ditador Adolfo Hitler não acreditava nesta observação feita por um guerreiro endurecido. Ele empreendeu conquistar o mundo pelo poder da “espada” da guerra sangrenta. No território que ele ocupou com violência, Hitler tentou quebrantar o espírito dos que se apegavam à neutralidade cristã para com os conflitos do mundo. No ano de 1945, o poder de sua “espada” lhe falhou, e, confessando a derrota, ele se matou, mandando que seu cadáver fosse incinerado. Mas as perseguidas testemunhas cristãs de Jeová, embora suas fileiras fossem reduzidas em alguns milhares, saíram triunfantemente, com espírito inquebrantado, e reiniciaram abertamente sua obra de proclamar o reino de Deus, nos países invadidos por Hitler. O espírito de Deus que havia neles venceu depois de doze anos de governo de Hitler.
3. (a) Em que tipo de segurança confiavam aqueles guerreiros, e com que resultado? (b) Em que tipo de segurança confiavam as testemunhas de Jeová, e por quê?
3 Tanto Bonaparte como Hitler procuravam segurança para si mesmos numa poderosa organização militar, junto com forte poder autocrático, político, e influência. Tal tipo de segurança, segundo a sabedoria do mundo, mostrou ser desapontador e enganoso. As testemunhas de Jeová, aparentemente inseguras e desprotegidas, estavam interessadas num tipo diferente de segurança. Este era a segurança espiritual, porque é tal segurança que preserva a pessoa numa condição digna da vida eterna em paz e felicidade no vindouro novo sistema de coisas de Deus para a humanidade. Até o presente, as testemunhas sobreviventes de Jeová, na Europa, procuram permanecer dentro desta segurança espiritual, porque na iminente “grande tribulação”, os meios de segurança materiais, financeiros e militares, criados pelo homem, não resultarão na preservação da vida para a nova ordem de Deus. “Os tesouros do iníquo de nada aproveitarão, mas é a justiça que livrará da morte.” — Pro. 10:2.
4. Por que é a segurança espiritual preferível à física, e que salmo bíblico a descreve?
4 A segurança espiritual significa ter a proteção de Deus para nossa vida espiritual, em harmonia com Seus requisitos para a vida eterna. Deus aprova aqueles que têm segurança espiritual, embora possa permitir que sofram a morte às mãos inimigas, por sua fidelidade a Ele. É a sua espiritualidade mantida até a morte que ele recompensará com a ressurreição às bênçãos e oportunidades de vida na nova ordem justa Dele. A segurança espiritual é preferível à segurança física que os homens materialistas procuram prover. A segurança espiritual é a espécie essencial que desejamos. Esta é a segurança que nos descreve o belo Salmo noventa e um da Bíblia.
5. Que se pode dizer a respeito do compositor do Salmo 91 e em que fixa nossa atenção?
5 O compositor inspirado do Salmo 91 provavelmente foi o mesmo homem que o escritor do Salmo 90, a cujo último versículo o Salmo noventa e um segue sem ser interrompido por um cabeçalho que anuncie quem é o compositor dele. Neste caso, foi o profeta Moisés, cujo nome é dado no cabeçalho do Salmo 90. Embora isso pareça ser indicado pelas circunstâncias, não há certeza disso. Não obstante, é um dos escritos inspirados da Palavra Sagrada de Deus, e isto é o que importa, que o torna veraz e fidedigno. Escrito pelo menos 460 anos antes de nossa Era Comum, não faz menção direta do há muito prometido Messias, o Ungido de Deus, ou Cristo. Focaliza nossa atenção Naquele que era a Fonte Divina da segurança espiritual até mesmo do Messias, o Cristo.
6, 7. Como usou Satanás o Salmo 91:11, 12. quando procurou tentar Jesus Cristo, e por que não teve êxito?
6 Por exemplo, no ano 29 de nossa Era Comum, o grande Adversário de Deus aplicou os versículos onze e doze a certo homem no Oriente Médio. Satanás, o Diabo, o Tentador, quis arruinar a espiritualidade deste homem, deturpando enganosamente a própria Palavra inspirada de Deus. Naqueles versículos 11, 12 do Salmo 91, o Tentador introduziu a idéia da segurança física. Argumentou que especialmente um “filho de Deus” teria tal proteção e defesa física, pessoal. Para provar isso ao Diabo e ao povo judaico, o homem devia lançar-se de cima do parapeito do templo em Jerusalém e deixar os anjos carregá-lo suavemente até o pavimento do templo, contrário às leis da gravidade. Isto seria como que um “sinal do céu”.
7 Mais do que a quaisquer outros, este Salmo 91 devia ajustar-se a este homem, recentemente ungido com o espírito de Deus para ser o Messias, o Cristo. O Diabo tramou assim o que ele achava ser verdadeira tentação para este homem ungido de Deus. Mas o homem, Jesus Cristo, percebeu o truque, viu a aplicação errônea do Salmo 91:11, 12. Negou-se a abandonar sua segurança espiritual.
8. Como repeliu Jesus a tentação de Satanás, e com que benefício para si mesmo?
8 Fez isso por recorrer à ordem inspirada que foi dada por intermédio do profeta Moisés. O registro bíblico nos diz: “Jesus disse-lhe [isto é, ao Diabo]: ‘Novamente está escrito: “Não deves pôr Jeová, teu Deus, à prova.””’ (Mat. 4:7; Deu. 6:16) Jesus cria nos santos anjos, sim, mas não cria que aqueles anjos o protegeriam contra ele mesmo, se tentasse indevidamente desafiar a lei conhecida de Deus, da gravidade, para fazer de si mesmo um espetáculo egoísta, temerário, perante o povo judaico no templo. Neste caso, apegar-se Jesus sabiamente ao seu lugar de segurança espiritual resultou na sua segurança física. Não sofreu morte prematura dum modo que não cumprisse as Escrituras. Permaneceu vivo “no lugar secreto do Altíssimo”. — Sal. 91:1.
O “LUGAR SECRETO DO ALTÍSSIMO”
9, 10. (a) Rejeitava Jesus o Salmo 91 quanto a ter aplicação a ele pessoalmente? (b) A quem mais se aplica também o salmo, e de que modo?
9 O Salmo 91 aplica-se a um tempo de muitos perigos, tais como os mencionados pelo salmista, para dar consolo, confiança e convicção aos que passam por este tempo perigoso. Jesus Cristo, quando esteve na terra qual homem, pôde tomar a peito este salmo maravilhoso, porque não pode haver dúvida de que se aplicava a ele, qual pessoa. Quando rejeitou a proposta do Diabo, baseada falsamente nos Sal 91 versículos onze e doze, ele não rejeitou o salmo no que se aplicava a ele de modo certo. Se havia alguém que fixava sua afeição em Jeová Deus, era Jesus Cristo, em cumprimento do Sal 91 versículo quatorze.
10 Logicamente, aplica-se a todos os seus discípulos batizados, que fielmente seguem os seus passos e imitam seu exemplo. Não é que cada um destes possa dizer: ‘Este salmo aplica-se a mim individualmente, assim como se aplicou a Jesus Cristo. ‘Não, mas aplica-se a estes verdadeiros discípulos como classe, e quem se encontrar nesta classe pode derivar força espiritual dele. O salmo não predisse alguém específico dentre os discípulos verdadeiros e leais de Cristo.
11-13. (a) Onde fala Revelação sobre os remanescentes dos irmãos espirituais de Jesus Cristo, e por que precisam estar no lugar de segurança provido por Deus? (b) Como mostrou a Sentinela de 1.º de agosto de 1927, em Inglês, quem está no “lugar secreto de segurança”?
11 O livro bíblico de Revelação, capítulo doze, versículo dezessete, menciona “remanescentes [ou: um restante, resto]” dos irmãos espirituais de Jesus Cristo como estando na terra afligida por ais, depois do nascimento do reino messiânico de Deus nos céus, no ano de 1914 E. C.
12 A respeito dos remanescentes da “semente” da mulher celestial daquele reino, Revelação 12:17 (Versão Almeida, rev. e corr.) diz: “E o dragão [Satanás, o Diabo] irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo.” Visto que Satanás, o Diabo, e seus anjos demoníacos guerreiam contra este restante ou resto da semente da mulher na terra, o restante certamente precisa estar no lugar de segurança espiritual provido por Deus, cujos mandamentos o restante guarda. Em harmonia com este fato óbvio, o parágrafo inicial do artigo “Lugar de Segurança”, publicado na Sentinela de 1.º de agosto de 1927, em inglês, na página 227, citou Revelação 12:17 e depois disse:
13 “Os que são do ‘restante’ certamente procurarão com diligência saber o lugar secreto de segurança, e, sendo introduzidos nele, estarão ansiosos de permanecer ali.”
14, 15. (a) Com este entendimento, que série de artigos foi iniciada lá em 1927? (b) Isto se deu oito anos antes de se considerar na Sentinela que multidão hodierna de pessoas?
14 Assim, com este entendimento dos que então moravam no “lugar secreto do Altíssimo”, iniciou-se a série de três artigos consecutivos que tratavam do Salmo 91, intitulados “Lugar de Segurança”, “Por Que em Segurança” e “Defesa e Segurança”, publicados nos números ingleses da Sentinela de 1.º e 15 de agosto e 1.º de setembro de 1927.a Acontece que este comentário sobre o Salmo 91 foi publicado oito anos antes de se começar a formar a “grande multidão”, descrita em Revelação 7:9-17, a partir do ano de 1935. (Veja o artigo de duas partes, intitulado “A Grande Multidão” publicado nos números, em inglês, da Sentinela de 1.º e 15 de agosto de 1935.) Descrevendo esta “grande multidão”, o inspirado apóstolo João diz em Revelação 7:14, 15 (V. Trinitariana, 1948):
15 “Estes são os que vieram da grande tribulação: e lavaram as suas vestiduras e branquearam as suas vestiduras, no sangue do Cordeiro: por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono, habitará entre eles [ou: estenderá sobre eles a sua tenda, Tradução do Novo Mundo].”
16. (a) Também a “grande multidão” deve estar em que lugar de segurança, e por quê? (b) Além de Jesus Cristo, quem é predito no Salmo 91 e a partir de quando há necessidade especial da aplicação do Salmo 91?
16 Segundo esta descrição profética, os membros fiéis da “grande multidão” devem hoje compartilhar da segurança espiritual com os “remanescentes” da semente da mulher no “lugar secreto do Altíssimo”. Senão, o Deus Todo-poderoso não os preservaria durante a “grande tribulação”, a fim de saírem dela vivos na terra e para a nova ordem de Deus. Nesta nova ordem justa, os da “grande multidão” continuarão a prestar a Deus serviço sagrado, dia e noite, nos pátios de Seu templo espiritual. Pode-se ver, assim, que o Salmo 91, além do próprio Jesus Cristo, não predisse nenhum discípulo individual de Cristo, mas refere-se aos discípulos batizados dele como classe ou congregação, até o dia de hoje. O tempo de necessidade especial de sua aplicação é a partir do ano de 1919, depois da expulsão de Satanás e de seus anjos demoníacos do céu para a vizinhança desta terra, expulsão deles que se seguiu ao nascimento do reino messiânico de Deus nos céus, em 1914 E. C. — Rev. 12:1-13.
17. Ao passarmos agora a examinar o Salmo 91, que pergunta pessoal podemos fazer a nós mesmos?
17 Ao empreendermos agora um exame do Salmo 91, podemos perguntar-nos pessoalmente: Pertenço eu à classe favorecida a que se refere e dirige este salmo fortalecedor da fé? Se pudermos responder que sim, então podemos ter a certeza de que teremos a segurança espiritual descrita no salmo. O salmo começa descritivamente, dizendo: “Quem morar no lugar secreto do Altíssimo procurará para si pouso sob a própria sombra do Todo-poderoso.” — Sal. 91:1.
18. Qual é o “lugar secreto do Altíssimo” e por que não pode ser visto nem discernido pelos mundanos?
18 O “lugar secreto do Altíssimo” não é o lugar onde ele mesmo reside, nos céus invisíveis aos olhos humanos, ou mesmo escondido das hostes celestiais. Não é o lugar celestial representado pelo Santíssimo, o compartimento mais recôndito da tenda de adoração construída pelo profeta Moisés no ermo do Monte Sinai, no ano 1513 A. E. C. A presença divina foi simbolizada ali pela milagrosa luz Xequiná, que pairava sobre a tampa propiciatória da dourada Arca do Pacto. O Altíssimo não precisa para si nenhum lugar secreto, para se abrigar das ameaças e dos perigos descritos no Salmo 91. Antes, o “lugar secreto” é o lugar oculto, o esconderijo, que ele proveu para os que cumprem os requisitos especificados no Salmo 91. É um lugar de abrigo, de proteção para eles. Visto que é um lugar de segurança espiritual, não pode ser visto pelas pessoas do mundo com os seus olhos naturais, e, não tendo discernimento espiritual, não podem ver que os que moram nele estão neste “lugar secreto”.
19. (a) Os que estão no “lugar secreto” são protegidos espiritualmente em que questão, conforme sugerido por que título? (b) Quando foi esta questão divulgada ao mundo?
19 No entanto, a segurança espiritual que os que fielmente moram ali usufruem atesta que estão realmente ali. Os fatos mostram que são espiritualmente protegidos na questão suprema que agora se apresenta perante todo o céu e terra. É a questão indicada pelo título Daquele que provê o “lugar secreto”, a saber, o “Altíssimo”. Sim, é a questão da Soberania Universal. Esta foi trazida à atenção do mundo da humanidade no meio da Segunda Guerra Mundial, na qual as nações lutavam pela questão de quem deve dominar a terra, e alguns meses antes de os Estados Unidos da América ficarem envolvidos nesta luta mundial. Na assembléia internacional das testemunhas cristãs de Jeová em S. Luís, Missúri, E. U. A., no verão de 1941, o então presidente da Sociedade Torre de Vigia (dos E. U. A.) proferiu um discurso sobre “Integridade”. Neste discurso, perante dezenas de milhares de congressistas, ele declarou e esclareceu que a questão perante toda a criação era a da Dominação Universal. — Veja o artigo “Integridade”, publicado na Atalaia (agora Sentinela) de dezembro de 1941 e janeiro de 1942, na página 4 desta última, parágrafo 19.
20. Quando é o tempo de se solucionar esta questão suprema, e quem são os que vêem e tomam seu lado na questão a favor daquele que há de ser vindicado com respeito a ela?
20 As questões da dominação da terra e das soberanias nacionais dos povos no momento estão sendo acesamente disputadas. A situação mundial, bem como a cronologia bíblica, assinalam esta geração como aquela em que o Altíssimo terá de resolver de uma vez para sempre a questão antiquíssima da Dominação Universal ou Soberania Universal. Quem ocupa o “lugar secreto do Altíssimo” são os que vêem a questão e se decidiram inequivocamente a favor da soberania universal Dele, e por isso mantêm a neutralidade cristã para com os conflitos das nações mundanas pela soberania e dominação nacional da terra. Os moradores não-políticos no “lugar secreto do Altíssimo” não poderiam entrar nem permanecer ali, a menos que reconhecessem e se apegassem à soberania universal Dele. Aguardam ansiosamente que Ele vindique a sua soberania universal dentro desta geração, na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no lugar simbólico chamado Har-Magedon. — Rev. 16:13-16.
21. No século vinte A. E. C., que rei estava do lado certo na questão da soberania universal, e a que patriarca abençoou ele, com que palavras?
21 Segundo o registro bíblico, Melquisedeque, rei de Salém, no Oriente Médio, estava do lado certo da questão da soberania universal, no século vinte antes de nossa Era Comum. Isto é provado pela breve narrativa escrita sobre ele pelo profeta Moisés. Este rei antigo atribuiu ao Soberano Universal a vitória obtida pelo patriarca Abraão (ou Abraão) sobre quatro reis invasores da terra da Mesopotâmia. Neste respeito, Gênesis 14:18-20 nos diz: “E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe para fora pão e vinho; e ele era sacerdote do Deus Altíssimo. Abençoou-o então e disse: ‘Bendito seja Abraão do Deus Altíssimo, produtor do céu e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus opressores na tua mão!’ Então, Abraão deu-lhe um décimo de tudo.”
22, 23. (a) Como deu Abraão, logo depois, evidência pública de tomar sua posição do lado do Soberano Universal? (b) Como agiu o Soberano Universal dentro do seu direito, conforme registrado em Deuteronômio 32:8?
22 Por dar a Melquisedeque, qual sacerdote do Produtor do céu e da terra, um décimo de todos os despojos da vitória sobre os quatro reis incursores, Abraão tomou sua posição ao lado do sacerdote-rei Melquisedeque do lado do Soberano Universal. Em evidência pública disso, Abraão jurou em nome do Soberano Universal. Fez isso ao devolver ao rei de Sodoma as propriedades que ele, Abraão, lhe havia recuperado. Gênesis 14:21-24 nos informa: “Depois, o rei de Sodoma disse a Abraão: ‘Dá-me as almas [as pessoas resgatadas], mas toma para ti os bens.’ A isso Abraão disse ao rei de Sodoma: Ergo deveras minha mão em juramento a Jeová, o Deus Altíssimo, Produtor do céu e da terra, que, desde o fio até o cordão de sandália, não, não tomarei nada daquilo que é teu, para que não digas: “Fui eu que enriqueci a Abraão.” Nada para mim!”’ Aquele em cujo nome Abraão jurou agiu como Soberano Universal quando reservou para os descendentes de Abraão, os israelitas, a terra no Oriente Médio que havia prometido a Abraão. Moisés diz sobre isso:
23 “Quando o Altíssimo deu às nações uma herança, quando separou uns dos outros os filhos de Adão, passou a fixar o termo dos povos com respeito ao número dos filhos de Israel.” — Deu. 32:8.
24. Como se mostrou no anúncio feito a Maria que os anjos fiéis reconheciam o Soberano Universal, e como mostrou Jesus Cristo tal reconhecimento nas palavras que dirigiu aos seus discípulos a respeito de emprestar?
24 Até mesmo os fiéis anjos celestiais reconheceram a soberania universal do criativo Produtor do céu e da terra. Assim foi que, quando o anjo Gabriel explicou à virgem judia, Maria, como ela se tornaria milagrosamente mãe de seu filho primogênito, que havia de ser chamado Jesus, ele lhe disse: “Espírito santo virá sobre ti e poder do Altíssimo te encobrirá. Por esta razão, também, o nascido será chamado santo, Filho de Deus.” (Luc. 1:35) E mais tarde, este Filho adulto mostrou que também reconhecia quem era o Soberano Universal ao dizer aos seus discípulos: “Continuai a amar os vossos inimigos e a fazer o bem, e a emprestar sem juros, não esperando nada de volta; e a vossa recompensa será grande, e sereis filhos do Altíssimo, porque ele é benigno para com os ingratos e os iníquos.” — Luc. 6:35.
25. Que oração a respeito da questão de importância suprema há de ser respondida dentro de nossa geração, e, portanto, em que está nossa segurança?
25 Aproximou-se o tempo em que a oração inspirada será respondida contra todos os que se opõem à soberania universal do Produtor do céu e da terra: “Fiquem envergonhados e perturbados para todo o sempre, e fiquem encabulados e pereçam; para que as pessoas saibam que tu, cujo nome é Jeová, somente tu és o Altíssimo sobre toda a terra.” (Sal. 83:17, 18) Portanto, nesta geração, quando a questão suprema da soberania universal há de ser resolvida permanentemente, nossa segurança está em morarmos no “lugar secreto do Altíssimo”, apoiando inabalavelmente Seu lado na questão. Morarmos ali será para nós uma proteção contra sermos desastrosamente influenciados e desencaminhados por toda a propaganda política, controversa, que agora predomina na terra. — Sal. 27:5.
“A PRÓPRIA SOMBRA DO TODO-PODEROSO”
26, 27. (a) Quem são os acolhidos quais hóspedes no “lugar secreto do Altíssimo”? (b) Por que pode Este impor sua soberania, e, por isso, é razoável que façamos o quê?
26 O que procurará para si “quem morar no lugar secreto do Altíssimo”? O inteiro versículo inicial do Salmo 91 responde: “Quem morar no lugar secreto do Altíssimo procurará para si pouso sob a própria sombra do Todo-poderoso.” Neste caso, procurar para si pouso significa ser tratado como hóspede do Todo-poderoso. Este Todo-poderoso é o mesmo que o Altíssimo. O mesmíssimo Ser tem ambas as qualidades, de suprema alteza e de onipotência.
27 Por ser todo-poderoso, pode manter sua supremacia, sua soberania universal. Ele pode impor a sua soberania a qualquer e a toda parte da criação, contra quaisquer criaturas inteligentes, viventes, que se rebelem contra ela. É inútil que qualquer criatura se oponha ou desconsidere a soberania do Altíssimo, porque Ele é o Todo-poderoso. A coisa razoável a fazer é reconhecer sua soberania legítima e ser submisso, leal e fiel a ela, sempre o reconhecendo como o Soberano na vida da pessoa. Os que fazem isso são os levados ao “lugar secreto do Altíssimo”, como hóspedes do Todo-poderoso.
28. Quando trouxe o Altíssimo à atenção de Abraão que Ele é todo-poderoso e como o provou?
28 Atualmente, para centenas de milhares de pessoas que não conhecem a Bíblia é difícil de compreender a idéia dum Ser todo-poderoso, sem igual em todo o domínio da existência. Mas, já no século vinte antes de nossa Era Comum, o Altíssimo, o Produtor do céu e da terra, trouxe este fato à atenção de seu amigo terreno, o patriarca Abraão. No ano antes do nascimento do filho de Abraão, Isaque, o Altíssimo, por meio de Seu anjo, chamou a si mesmo de todo-poderoso. Gênesis 17:1, 2, nos diz: “Quando Abraão atingiu a idade de noventa e nove anos, então apareceu Jeová a Abraão e lhe disse: ‘Eu sou o Deus Todo-poderoso. Anda diante de mim e mostra-te sem defeito. E vou fazer o meu pacto entre mim e ti, para multiplicar-te muitíssimo.’” Ele provou que nada lhe era impossível por dar milagrosamente a Abraão e sua idosa esposa o filho Isaque, quando ambos já estavam mortos quanto a ter filhos. Ele tinha cem anos e ela noventa anos quando nasceu Isaque. (Gên. 17:17; 21:1-5; Rom. 4:19-21) Este Todo-poderoso ainda existe.
29. Apenas por meio de quem podemos hoje passar a estar no “lugar secreto do Altíssimo”, e por quê?
29 O Todo-poderoso foi como um Ser muito íntimo para o neto de Abraão, Jacó. (Gên. 35:11; 43:14; 48:3; 49:25; Êxo. 6:3) Também para nós pode ser muito íntimo, embora, em contraste, sejamos criaturas muito pequeninas. Imagine só ser hóspede Dele no “lugar secreto do Altíssimo”! Mas, temos de lembrar-nos de que hoje somos admitidos a esta intimidade apenas por meio dos bons ofícios de seu Filho celestial mais íntimo, Jesus Cristo. Durante a noite anterior a ele depor a sua perfeita vida humana em sacrifício a Deus, pelos nossos pecados, Jesus disse aos seus apóstolos fiéis: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6) De modo que é por meio dele que nos chegamos ao mais Enaltecido em toda a existência e O reconhecemos como Soberano Universal, nosso Soberano, a quem pertencem nossa vida, nossa lealdade amorosa e nossa devoção. Assim procuramos para nós “pouso sob a própria sombra do Todo-poderoso”.
30, 31. Que quadro evidentemente tinha o salmista em mente ao falar sobre estar “sob a própria sombra do Todo-poderoso”?
30 Quão maravilhoso é sermos ensombrados pelo Todo-poderoso! Isto indica que ele nos dá seu interesse, sua preocupação e atenção. Este quadro não se refere a uma pessoa menor estar na sombra de alguém muito maior ou de se estar na sombra de algo sem vida, “a sombra dum pesado rochedo numa terra esgotada”. (Isa. 32:2) O quadro certo na mente do salmista compositor é o sugerido no Salmo 17:8, onde Davi ora ao Altíssimo: “Guarda-me como a menina do olho, que tu me escondas na sombra das tuas asas.”
31 Sim, o quadro que se apresenta é o duma ave parental pairando sobre seus filhotes e lançando sombra sobre eles. Enquanto os filhotes embaixo vêem que estão na sombra de seu progenitor, sabem que têm a sua atenção e estão protegidos e salvos de aves de rapina. Que tal vôo de ave por cima indica atenção e proteção é confirmado pelo que se diz em Isaías 31:4, 5: “Assim Jeová dos exércitos descerá para travar guerra pelo monte Sião e pelo seu morro. Como aves voando, assim Jeová dos exércitos defenderá Jerusalém. Defendendo-a, também a há de livrar. Poupando-a, também terá de fazê-la escapar.”
32. (a) Assim, a que são comparados o Todo-poderoso e nós na Sua “própria sombra”? (b) Ser ele também o Altíssimo o habilita a fazer o quê, como Anfitrião fiel?
32 O Todo-poderoso é assim comparado a uma poderosa ave, e os que estão no “lugar secreto” de segurança espiritual são comparados à cria nova de tal ave parental. Estarem “sob a própria sombra do Todo-poderoso” torna-lhes ainda mais seguro o “lugar secreto”. Sendo Ele o Altíssimo, tudo o mais está abaixo dele, e nada abaixo dele pode escapar de seus poderes onipotentes de visão. Ele pode notar instantaneamente qualquer movimento da parte de algo ou alguém em baixo contra os que estão sob a sua “própria sombra”. Pode vir instantaneamente para defender e preservar seus ensombrados, que pousam com ele quais hóspedes espirituais. Ele, qual Anfitrião, mantém fielmente a sua honra no que se refere à sua responsabilidade para com os que acolhe como seus hóspedes. Quão consolador é pensar nisso! Onde mais poderíamos encontrar verdadeira segurança espiritual?
[Nota(s) de rodapé]
a Muitos anos antes, o livro intitulado “A Batalha do Armagedom”, publicado em inglês no ano de 1897, disse na página 592, parágrafo 1: “Um salmo que descreve este período declara: — ‘Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua mão direita mas não se chegará a ti [os santos fiéis, membros do corpo de Cristo, cujos membros eleitos dentro em breve estarão completos.]’ — Salmo 91:7.”
Assim, já em 1897, a pessoa a que se fala no Salmo 91 foi considerada como pessoa composta, uma classe de discípulos de Jesus Cristo.
[Foto na página 145]
Ao exortar Jesus a se lançar do parapeito do templo, o Diabo citou desonestamente o Salmo 91, como se ele fosse uma garantia de segurança física.