Solução da questão do domínio
“Eis que a Jeová, teu Deus, pertencem os céus, sim, os céus, a terra e tudo o que nela há.”
1. Qual é a primeira evidência do domínio de Deus sobre céu e terra e como é isto apoiado pela Bíblia?
“NO PRINCÍPIO Deus criou os céus e a terra.” (Gên 1:1) Estas palavras iniciais da Bíblia Sagrada fornecem evidência direta do domínio que Deus exerce sobre os céus e a terra. Ele os criou, quer dizer, ele os produziu e fez existir. É seu Criador. Eram e são a sua posse, sua propriedade, e ele tem direito exclusivo e absoluto ao domínio deles. Deus é dono de toda esta propriedade e a Bíblia Sagrada é evidência legal disso. É a sua escritura de propriedade. Isto é reiterado em toda a Palavra de Deus até o seu último livro, Revelação ou Apocalipse. — Rev. 4:11; 10:6; 14:7.
2. Que evidência adicional fornece a Bíblia a respeito do domínio de Deus?
2 O primeiro capítulo de Gênesis continua a apoiar com termos inconfundíveis o que se acaba de dizer. Em cada um dos passos da criação foi Deus quem deu a palavra quanto a que devia ser feito. Lemos vez após vez que Deus “passou a fazer” isto ou aquilo, no céu e na terra, animado e inanimado. Também lhes deu nomes. “Deus começou a chamar a luz de Dia, mas a escuridão chamou de Noite.” Finalmente: “Deus viu tudo o que tinha feito, e eis que era muito bom.” Tinha o seu sinal de aprovação. Todas as coisas pertenciam a ele, o único Deus verdadeiro, “no tempo em que foram criados, no dia em que Jeová Deus fez a terra e o céu”. (Gên. 1:5, 31; 2:4) Mais tarde, Moisés foi inspirado a confirmar isso ao dizer a Israel: “Eis que a Jeová, teu Deus, pertencem os céus, sim, os céus dos céus, a terra e tudo o que nela há. Pois, Jeová, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e atemorizante.” — Deu. 10:14, 17.
3. Neste respeito, por que exige a criação do homem atenção especial?
3 A criação do homem foi o ato culminante da criação terrestre, e isto merece nossa atenção especial. A narração dela logo indica desenvolvimento, ampliação da questão do domínio. Mencionam-se diversos aspectos, tais como a sujeição, indicando domínio relativo ou limitado em diversos graus e responsabilidade relacionada. Note o que se diz neste respeito.
4. (a) O que aprendemos da expressão “Façamos o homem a nossa imagem”? (b) Como identifica a Palavra de Deus o agente criador usado?
4 Pela primeira vez, no registro, alguém é convidado a cooperar na criação. “E Deus prosseguiu, dizendo: ‘Façamos o homem à nossa imagem, segundo a nossa semelhança, e tenham eles em sujeição os peixes do mar, e as criaturas voadoras dos céus, e os animais domésticos, e toda a terra, e todo animal movente que se move sobre a terra.’” Subentende esta cooperação qualquer grau de abandono do domínio por parte de Deus ou algum condomínio? Não. A iniciativa, a responsabilidade e o controle estavam inteiramente nas mãos de Deus, conforme lemos a seguir: “E Deus passou a criar o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.” (Gên 1:26, 27) À base de outros textos sabemos que aquele que é agora chamado Jesus Cristo, na sua existência pré-humana, foi o usado por Jeová como seu agente criador especial. Ele, qual Sabedoria personificada, foi “a mais antiga das . . . realizações” de Jeová, o “mestre-de-obras” de Jeová. Foi “a Palavra”, por meio de quem “todas as [outras] coisas vieram à existência”. Ele “é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação”, e por isso estava apropriadamente envolvido na criação do homem, visto que o homem também foi criado à imagem de Deus. É verdade que se fala de Jesus Cristo como sendo “nosso único Dono [ou: Amo] e Senhor”, mas, conforme consideraremos mais tarde, este título lhe foi dado por causa da compra que ele fez, não por causa de seu papel como agente criador de Deus. — Pro. 8:22, 30; João 1:1-3; Col. 1:15, 16; Jud. 4.
5. Que textos se poderiam citar indicando um grau de domínio por parte do homem?
5 Surge, porém, a pergunta quanto a se o homem recebeu um grau considerável de domínio ao ser criado e receber a comissão: “Sede fecundos e tornai-vos muitos, e enchei a terra, e sujeitai-a, e tende em sujeição os peixes do mar, e as criaturas voadoras dos céus, e toda criatura vivente que se move na terra.” (Gên. 1:28) Em vista disso, poder-se-ia argumentar que era assim. Não estava incluída a capacidade de exercer domínio, ao ser o homem criado à imagem de Deus? Talvez venham à mente outros textos, em apoio disso. Após o dilúvio, Deus disse a Noé a respeito de “toda criatura vivente”: “Na vossa mão estão agora entregues.” Daí, também, lembramo-nos das palavras de Davi, ao dizer a Jeová: “Tu o fazes [i. e.: o homem mortal] dominar sobre os trabalhos das tuas mãos; puseste tudo debaixo de seus pés.” Também será lembrada a expressão bem conhecida do salmista: “Quanto aos céus, os céus pertencem a Jeová, mas a terra ele deu aos filhos dos homens.” — Gên. 9:2; Sal. 8:6; 115:16.
6. Por que é importante considerar os textos circundantes de qualquer versículo específico?
6 Sim, concorda-se que estes textos falam de domínio, mas, no máximo, apenas num alcance relativo ou limitado. Isto se torna evidente, em cada caso, quando examinamos os textos circundantes, o que é sempre importante fazer ao se procurar o entendimento correto da Palavra de Deus sobre qualquer assunto.
7. Sobre a condição do homem qual dono, o que aprendemos de (a) Gênesis 2:15-17, (b) Gênesis 9:3-6, (c) Salmo 8 e (d) Salmo 115?
7 Quanto à condição original do homem, não há dúvida de quem era o verdadeiro Dono ao lermos que “Jeová Deus passou a tomar o homem e a estabelecê-lo no jardim do Éden, para que o cultivasse e tomasse conta dele”. Lemos a seguir: “E Jeová Deus deu também esta ordem ao homem: ‘De toda árvore do jardim podes comer à vontade. Mas, quanto à árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau, não deves comer dela, porque no dia em que dela comeres, positivamente morrerás.’” (Gên. 2:15-17) O homem, certamente, não tinha motivo nem desculpa para esquecer a quem pertencia, quando sua própria vida dependia de sua obediência ao seu Criador e Dono. De modo similar, quando Deus entregou todas as criaturas viventes na mão de Noé, lemos imediatamente sobre uma proibição estrita quanto a comer sangue e derramar o sangue do homem. Novamente, isto enfatiza quem era o derradeiro dono da vida, conforme representada no sangue de todas as criaturas viventes. (Gên. 9:3-6) Lendo o Salmo 8, observamos que, em vez de haver qualquer sugestão de que o domínio da terra estava sendo entregue ao homem, o tema inteiro lança o crédito e o louvor sobre Aquele que possui e controla todas as coisas: “Ó Jeová, nosso Senhor [Amo, Dono], quão majestoso é o teu nome em toda a terra!” (Salmo 8 Vers. 1, 9) Observamos um tema similar ao examinarmos o Salmo 115. Note especialmente as palavras iniciais: “Nada nos pertence, ó Jeová, nada nos pertence; ao teu nome, porém, dá glória segundo a tua benevolência, segundo a tua veracidade.” Isto salienta que Jeová não só é o Dono de fato, mas que é um Dono bom e digno. Não poderia haver nenhum melhor.
8. (a) Em que cargo foi colocado o homem pelo seu Criador? (b) É isto reconhecido em geral, e que perguntas se fazem?
8 À base dos textos já considerados, podemos reconhecer que o homem recebeu originalmente um cargo de grande confiança e responsabilidade. Criado à imagem de Deus, com livre arbítrio, ele possuía toda a capacidade necessária para satisfazer todo requisito. Jeová era o Proprietário da terra. O homem era o arrendatário, comissionado a tornar-se o encarregado global. Recebeu um sagrado fideicomisso e mordomia. Isto é evidente. Mas é igualmente evidente que o homem hoje, em sentido geral, não reconhece nenhuma obrigação neste sentido. Bem ao contrário. Como se tornou assim? Como surgiu a questão do domínio e como será solucionada? Além disso, como estamos nós envolvidos individualmente e com que conseqüências para nós? Estamos realmente interessados em obter as respostas certas a tais perguntas.
SUSCITADA UMA QUESTÃO SOBRE O DOMÍNIO
9. O que deu a entender o comer do fruto proibido?
9 Quando Satanás, o Diabo, tentou Eva para comer do fruto proibido, não se fazia nenhuma menção direta quanto a quem pertencia. Mas, pense por um momento no que acontece quando come algo. Uma vez que o tem na mão ou no prato, tomou posse dele, quer tenha direito a ele, quer não. Depois de comê-lo, porém, realmente o tornou parte de si mesmo. Apropriou-se dele, não importa o que diga como desculpa ou confissão. Foi assim que se deu com Eva. Embora tivesse acabado de repetir a ordem de Deus: “Não deveis comer dele, não, nem deveis tocar nele, para que não morrais”, lemos a seguir que ela “começou a tomar do seu fruto e a comê-lo. Depois deu também dele a seu esposo, quando estava com ela, e ele começou a comê-lo”. (Gên. 3:1-6) O argumento de Satanás que induziu-os à ação era no sentido de que tinham o direito de comer daquele fruto. Assim, por meio duma ação deliberada e desafiadora, que falava mais alto do que palavras, tanto Adão como Eva classificaram aquela árvore proibida como sendo igual a todas as outras árvores, das quais tinham recebido o direito de comer. Mas logo depois de ambos terem comido do fruto proibido, será que se sentiram justificados na sua classificação judicial das árvores? Ficarem com dores de consciência diz que Não! É verdade que não podiam devolver à árvore os bocados do fruto que haviam comido dela, mas terem assimilado o fruto consumido no seu organismo não lhes trouxe a sensação de propriedade do direito justo de comer do fruto proibido. As folhas com que fizeram para si coberturas para os lombos para ocultar a nudez de que se davam então conta não foram tomadas da árvore proibida, mas foram tomadas da figueira. O resultado da questão inteira foi como se tivessem comido uvas azedas. — Eze. 18:2.
10. De que modo não se limitava a questão suscitada a algo material, e que perguntas adicionais surgem?
10 Ainda assim, suscitou-se a questão sobre o domínio legítimo de Deus. Queira notar que a questão de modo algum se limitava a algo material, ao fruto de certa árvore. Que dizer do próprio homem, não só de sua vida, mas também daquelas boas qualidades morais da lealdade, da devoção e do apreço? Não deviam todas estas qualidades ser usadas em todas as ocasiões para o crédito e louvor de Jeová, provadas pelo proceder de obediência voluntária e submissão a ele? Não depende o homem inteiramente de Deus para ter vida e todas as suas possibilidades e bênçãos? Não é o constante reconhecimento de tal dependência algo que corretamente pertence a Deus, como propriedade legítima sua?
11. (a) Como usou Paulo raciocínio similar ao escrever aos coríntios? (b) Que ligação se mostra assim entre a relação e o domínio?
11 Paulo usou um raciocínio similar a este ao escrever aos cristãos em Corinto: “Tenho medo de que, de algum modo, assim como a serpente seduziu Eva pela sua astúcia, vossas mentes sejam corrompidas, afastando-se da sinceridade e da castidade que se devem ao Cristo.” Tal proceder de sinceridade e castidade da parte destes cristãos se devia legitimamente a Cristo, porque, conforme explicou Paulo, “eu, pessoalmente, vos prometi em casamento a um só marido, a fim de vos apresentar como virgem casta ao Cristo”. O entendimento bíblico correto do assunto da relação nos ajudará a obter o conceito correto do domínio, para evitarmos ser seduzidos por sofismas astutos. — 2 Cor. 11:2, 3.
12. Qual foi a reação de Deus à rebelião no Éden?
12 Nossos primeiros pais escolheram deliberadamente um proceder de desobediência e independência, um proceder de corrução. De fato, repudiaram o domínio de Deus sobre si. Adotaram o conceito que pertenciam a si mesmos e um ao outro, mas não a Deus. Cortaram suas boas relações com ele. Qual foi a reação de Deus a este desafio? Renunciou ele ao domínio que exercia sobre eles e seu lar edênico? De modo algum. Ele era seu Legislador e Juiz, e agiu então nesta qualidade. Depois de proferir a sentença, protegeu sua propriedade por expulsar o homem do jardim do Éden e impossibilitar a volta a ele, protegendo especialmente “o caminho para a árvore da vida”. — Gên. 3:24.
13. Em benefício de quem se deu a profecia em Gênesis 3:15 e que garantia proveu?
13 Embora pudéssemos dizer que depois disso Deus deixou Adão e Eva entregues inteiramente aos seus próprios recursos, não lidou assim com os descendentes deles. Quando proferiu sentença contra a serpente, Deus falou profeticamente sobre um vindouro “descendente” da mulher, que machucaria a cabeça da serpente. (Gên. 3:15) Não se revelaram pormenores sobre quando e como isto seria feito, mas forneceu uma promessa definitiva de que Deus proveria uma resposta satisfatória ao desafio suscitado pela rebelião do homem. Por isso, indicava também o domínio continuado de Deus sobre a terra bem como o céu, incluindo todos os seus habitantes, apesar da permissão temporária do mal e dos malfeitores.
14. Como reconheceram Abel, Enoque e Noé que Deus tinha domínio sobre eles?
14 Em apoio disso, note o que se disse a respeito de três homens de fé mencionados por Paulo, Abel, Enoque e Noé. Eles ‘andaram com o verdadeiro Deus’, e Paulo confirmou isso em Hebreus 11:1-7. (Gên. 5:24; 6:9) Reconheceram o domínio que Deus exercia sobre eles, provando-o por manter um proceder de obediência fiel no espírito de devoção e submissão leais. Apesar de forte pressão adversa, deram a Deus em toda a sinceridade e castidade o que lhe era devido.
15. (a) Que proceder tem seguido a humanidade em geral, envolvendo que questões? (b) Qual é a atitude e o propósito de Jeová para com tais questões? (c) Como deu Jesus o exemplo quanto à atitude correta?
15 Além dos poucos já mencionados, a maioria da família humana seguiu seu próprio caminho. A questão do domínio estava longe de ser solucionada. Os poucos, a partir de Abel, exemplificaram pelo seu proceder na vida os princípios corretos envolvidos, mas, conforme mostra o registro, a grande maioria não fez caso deste bom exemplo ou se ressentiu dele e se opôs a ele amargamente. (Heb. 11:36-38) Até mesmo o dilúvio dos dias de Noé, forte lembrete de quem realmente é dono da terra e de seus habitantes, deteve apenas temporariamente o proceder deliberado, egoísta e rebelde do homem. Isto magoou o grande Dono, Jeová, mas não o tomou de surpresa. Estavam envolvidas outras questões muito relacionadas: soberania ou governo, e adoração. Satanás suscitara perguntas desafiadoras relacionadas com estas questões, e Jeová realizava seu propósito, preconhecido por ele desde que começou a rebelião. O pleno cumprimento deste propósito mostrará para todo o sempre não só o domínio supremo de Deus, mas também seu absoluto mérito de ocupar tal posição e a obrigação do homem, de reconhecer isso. Este reconhecimento é e será expresso até a prova final por aqueles que mantêm a relação correta, do mesmo modo como Jesus respondeu à tentação final no ermo: “É a Jeová, teu Deus, que tens de adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado.” — Mat. 4:10; Jó 1:7-12; 2:2-5; Isa. 46:9-11; Rev. 20:7-9.
16. Quando e como foi elevada a questão do domínio ao nível nacional, resultando em quê?
16 Logo após o Dilúvio, surgiu novamente a questão do domínio. Ninrode, bisneto de Noé, procurou arrebatar o controle sobre toda a humanidade. Construiu e controlou cidades na sua própria terra, “o princípio do seu reino”. Daí, “daquela terra saiu para a Assíria”, em conquista, e construiu mais cidades. Contaminado por tal espírito, iniciou-se um plano atrevido. Os filhos dos homens agiram em conjunto e disseram: “Vamos! Construamos para nós uma cidade e também uma torre com o seu topo nos céus, e façamos para nós um nome célebre, para que não sejamos espalhados por toda a superfície da terra.” Jeová enfrentou este desafio por confundir-lhes a língua e “os espalhou dali [Babel] por toda a superfície da terra”. Contudo, levaram consigo a mesma mentalidade e o mesmo espírito. Desenvolveram-se grupos nacionais, e a questão do domínio e do governo passou a existir então em nível nacional, resultando em patriotismo estreito, rivalidades e guerras, que causaram indizíveis tristezas e amarguras até os nossos dias. — Gên. 10:8-12; 11:1-9.
17. (a) Que ação tomou Jeová em nível nacional? (b) De que maneira mostrou-se Israel infiel e indigno, atingindo que clímax?
17 No tempo devido, Jeová também agiu em nível nacional. Com os doze filhos de Jacó, cujo nome foi mudado para Israel, Jeová formou a nação de Israel. Disse-lhes no monte Sinai: “Se obedecerdes estritamente à minha voz e deveras guardardes meu pacto, então vos haveis de tornar minha propriedade especial dentre todos os outros povos, pois minha é toda a terra.” (Êxo. 19:5) No livro de Deuteronômio ocorre três vezes a expressão “propriedade especial”, e, em cada caso, os textos circundantes enfatizam fortemente o conceito e o proceder corretos quanto à adoração e ao domínio. (Deu. 7:6; 14:2; 26:18) Como nação, porém, Israel fracassou repetidas vezes em corresponder ou se sujeitar aos tratos de Deus com eles ou em acatar Seus profetas. Rejeitaram o domínio que exercia sobre eles quer como Rei, quer como Legislador. (1 Sam. 8:7; Isa. 33:22; Eze. 20:13, 30-32) O clímax chegou quando Deus lhes enviou seu próprio Filho amado. Eles tinham todo motivo para aceitá-lo como seu Messias. Em vez disso, sob a influência de seus líderes, rejeitaram-no e mataram-no. O próprio Jesus retratou isso com exatidão na sua ilustração de Jeová qual “dono do vinhedo”, que “o arrendou a lavradores”. — Luc. 20:9-16.
GARANTIDA A SOLUÇÃO DA QUESTÃO
18. (a) Que desenvolvimento novo houve em Pentecostes de 33 E. C.? (b) Que verdades importantes fez Pedro seus ouvintes entender naquela ocasião?
18 Aqueles líderes religiosos pensavam então que podiam continuar a ser donos indisputados da situação e do povo comum. No entanto, não era assim. No dia festivo de Pentecostes, no qüinquagésimo segundo dia depois de Jesus ter sido pendurado numa estaca, derramou-se espírito santo sobre os seus discípulos em Jerusalém, acompanhado pelo dom milagroso de línguas. Ajuntou-se rapidamente uma multidão. Dirigindo-se a esta, o apóstolo Pedro disse-lhes claramente a responsabilidade que tinham em terem eliminado Jesus, acrescentando, porém, que isto havia ocorrido “pelo conselho resolvido e pela presciência de Deus”. Era uma parte vital do cumprimento do propósito de Jeová. Pedro prosseguiu, dizendo que Deus havia ressuscitado a Jesus e o havia enaltecido à sua própria mão direita e feito “tanto Senhor como Cristo”. — Atos 2:22-24, 32-36.
19. Que referências fizeram Pedro e Judas à posição legítima de Jesus e como foi isto confirmado por Paulo?
19 Em três outras ocasiões, em público e perante o Sinédrio, Pedro salientou estas mesmas verdades, acrescentando que Jesus era o “Agente Principal da vida” e que ele se havia tornado a pedra “principal do ângulo”, e que “não há salvação em nenhum outro”. (Atos 3:15-18; 4:10-12; 5:30-32) Anos mais tarde, tanto Pedro como Judas advertiram nas suas cartas contra instrutores falsos, que “repudiarão até mesmo o dono que os comprou”, “nosso único Dono e Senhor, Jesus Cristo”. (2 Ped. 2:1; Jud. 4) Assim, torna-se evidente que era do propósito preconhecido de Deus que a solução da questão do domínio se concentrasse em Jesus e que, pela morte e ressurreição deste, ficasse assegurada e garantida a primeira medida importante, o alicerce. Conforme Paulo disse aos homens de Atenas: “Ele [Deus] fixou um dia em que se propôs julgar em justiça a terra habitada, por meio dum homem a quem designou, e ele tem fornecido garantia a todos os homens, visto que o ressuscitou dentre os mortos.” — Atos 17:31.
20. Como se tornou Jesus dono da humanidade, em harmonia com o amor e a justiça de Deus?
20 Outros textos estendem-se mais sobre como Jesus se tornou dono de toda a humanidade. Examinando-os brevemente, observamos que Paulo explica em Romanos 5:12-21 como Adão, pela sua rebelião, vendeu em escravidão a si mesmo e seus descendentes (ainda por nascer, nos lombos de Adão), tornando-se eles sujeitos aos Reis Pecado e Morte. Contudo, Deus, no seu grande amor e misericórdia, todavia, em harmonia com a estrita justiça, proveu um meio de reconciliação. Isto exigiu a provisão e o pagamento dum preço satisfatório, pelo qual o homem podia ser remido e liberto da condenação. O preço tinha de corresponder exatamente ao perfeito homem Adão. Deus providenciou por um milagre que seu Filho celestial viesse à terra, nascesse e crescesse até se tornar homem perfeito. Jesus empreendeu voluntariamente tal proceder, e, conforme disse, deu “a sua alma como resgate em troca de muitos”. Conforme Paulo escreveu: “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus, o qual se entregou como resgate correspondente por todos.” Deus era tanto o Criador-Proprietário como o Autor deste arranjo; por isso, podemos dizer que agora é uma questão de condomínio. — Mat. 20:28; 1 Tim. 2:5, 6; Atos 20:28.
21. Como e quando estarão disponíveis os benefícios do resgate à humanidade em geral?
21 A justiça que Deus imputa à pessoa por meio da fé que esta tem no sacrifício resgatador de Cristo e de sua aceitação dele é chamada de “dádiva gratuita”. (Rom. 5:15-17; 6:23) Os benefícios do resgate se tornarão disponíveis à humanidade em geral durante o reino de mil anos de Deus. Até agora, a maioria tem vivido e morrido em completa ignorância desta provisão. Mas, sob o governo do reino de Deus, haverá uma ressurreição de “todos os que estão nos túmulos memoriais” e um julgamento justo de todos, conforme administrado pelo Rei, a saber, Cristo Jesus. — João 5:28; Rev. 20:11 a 21:4.
22. Como indicou Jesus um proceder oposto ao do domínio, dando margem a que perguntas?
22 Todavia, antes de começar este dia de julgamento da humanidade, cumpre-se outra parte do propósito de Deus. Este também se refere ao reconhecimento do domínio de Deus. Jesus disse em certa ocasião: “Se alguém quer vir após mim negue-se a si mesmo e apanhe a sua estaca de tortura, e siga-me continuamente.” (Mat. 16:24) O que queria dizer com isso? Será que de algum modo nos deu um exemplo para seguir neste respeito durante o atual sistema de coisas? O que significa isso para nós hoje, individualmente? Estas perguntas surgem naturalmente e esperamos considerá-las no artigo que segue.