Capítulo 19
Preservados para o Reino de Deus de mil anos
1. O que significa para os governos políticos, humanos, a aproximação do reino messiânico, milenar, de Deus?
O REINO de Deus, por seu Messias, durante mil anos, já se aproximou! A base para se anunciarem estas boas novas firma-se solidamente nas Escrituras inspiradas e nos acontecimentos mundiais desde 1914 E.C. A aproximação do reino milenar significa que os governos políticos de governantes humanos imperfeitos, morredouros, aproximam-se de seu fim. “Nos dias daqueles reis”, disse o inspirado profeta Daniel ao Rei Nabucodonosor, de Babilônia, “o Deus do céu estabelecerá um reino que jamais será arruinado. E o próprio reino não passará a qualquer outro povo. Esmiuçará e porá termo a todos esses reinos, e ele mesmo ficará estabelecido por tempo indefinido”. — Daniel 2:44.
2. (a) Tal esmiuçamento dos reinos mundanos será o clímax de que acontecimento? (b) Apesar do problema que haverá então, o que será ‘salvo’ na terra?
2 O esmiuçamento destes reinos mundanos, constituídos pelo homem, será o clímax da “grande tribulação”, que o Messias Jesus predisse na sua profecia, ao responder à pergunta: “Quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua presença e da terminação do sistema de coisas?” (Mateus 24:3) Visto que a inauguração de seu reino de mil anos deve ser precedida pelo esmiuçamento de todos os atuais reinos e repúblicas dos homens, Jesus não estava exagerando quando chamou essa vindoura tribulação de grande, uma “grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo”. A grandeza desta tribulação seria tal que a sobrevivência humana a ela, a preservação da raça humana com vida durante ela, constituiria um problema. “De fato, se não se abreviassem aqueles dias, nenhuma carne seria salva; mas, por causa dos escolhidos, aqueles dias serão abreviados.” (Mateus 24:21, 22) Não só os “escolhidos” seriam salvos, também o seria outra “carne”.
3. (a) Antes de fazerem o que, será que os do restante presenciarão esta preservação de “carne” com vida na terra? (b) Por que meios serão preservados os sobreviventes da “grande tribulação”?
3 Sim! A raça humana será preservada na terra, apesar da aproximação da “grande tribulação” sem paralelo, assim como ela foi preservada através do dilúvio global dos dias de Noé. (Mateus 24:37-39) Os do restante dos “escolhidos” presenciarão esta preservação de “carne” na terra antes de deixarem a cena terrestre em troca do reino celestial para o qual foram chamados e escolhidos em união com Jesus Cristo. (Revelação [Apocalipse] 17:14; 20:4-6) Nenhum membro daquela classe clerical do “homem que é contra a lei” será preservado; tampouco serão preservados os com quem costumavam associar-se na política, no militarismo e no comercialismo. Os do restante fiel dos “escolhidos” e os da “grande multidão” de pessoas semelhantes a ovelhas, que tomam intransigentemente sua posição do lado do reino de Deus, por seu Messias, serão preservados através da destruição da religiosa Babilônia, a Grande, e na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. (Revelação 7:9-17; 16:13-16; 17:1-16; Mateus 25:31-46) Não serão preservados por meios humanos, mas apenas pelo poder de Deus.
4, 5. (a) Que salmo traz à nossa atenção tal preservação, e por quantos se expressa assim o salmista? (b) Depois de sua preservação, o que serão induzidos a expressar para com seu Preservador tanto os “escolhidos” como os da “grande multidão”, iguais ao salmista?
4 Tal preservação é claramente trazida à nossa atenção nas palavras inspiradas do Salmo 116, citado pelo próprio apóstolo Paulo em 2 Coríntios 4:13. O escritor daquele salmo pode ter falado de modo representativo por toda a sua nação, porque não só ele, mas também seu povo, o povo escolhido de Jeová, foram ameaçados de morte, de extermínio. No futuro próximo, todos os que se apegarem inquebrantavelmente ao reino de Jeová, por Jesus Cristo, serão ameaçados de morte às mãos dos adversários religiosos e políticos do reino messiânico de Deus. Por não lutarem em defesa com armas carnais, mas confiarem exclusivamente no Deus Todo-poderoso e no Messias Dele para os proteger, estes fortes defensores e apoiadores leais do reino de Deus terão de atribuir sua preservação ao Deus Todo-poderoso. Será que o amarão por isso? Por Ele responder ao seu clamor de salvação, no tempo de perigo mundial para a vida, o coração deles será induzido a expressar seu afeto ao seu Salvador divino, assim como fez o salmista por um motivo similar:
5 “Deveras amo, porque Jeová ouve a minha voz, os meus rogos. Pois ele me inclinou seu ouvido, e eu chamarei durante os meus dias. Cercaram-me as cordas da morte e acharam-me as próprias circunstâncias aflitivas do Seol. Continuei a encontrar aflição e pesar. Mas, passei a invocar o nome de Jeová: ‘Ai! Jeová, põe deveras a minha alma a salvo!’ Jeová é clemente e justo; e nosso Deus é quem mostra ter misericórdia. Jeová está guardando os inexperientes. Eu estava empobrecido, e ele passou a salvar até mesmo a mim.” — Salmo 116:1-6.
6. (a) Enfrentando aparentemente a morte certa, como se sentiu o salmista, segundo a sua descrição? (b) Em que expressão irrompeu ele, e por quê?
6 O salmista não queria morrer. Contudo, a morte parecia a coisa certa para ele. Já era como se a morte o prendesse com suas cordas inquebrantáveis, impedindo-lhe todos os movimentos de escape. Era como se já estivesse no Seol (a sepultura comum da humanidade), sentindo as circunstâncias aflitivas de ser espremido pelas Paredes estreitas da cova. Sentia-se aflito e pesaroso pela abreviação de sua vida. Era inexperiente nos modos do mundo e não podia apelar para ajuda humana. Sentia-se empobrecido quanto a toda a ajuda terrena. Mas, espere! Seu caso não era desesperador. Havia o Deus a quem ele e sua nação adoravam. Este podia guardá-lo da morte e do Seol. Ele é clemente, ele é justo, mostra misericórdia, pode prover a saída e pode salvar. É seu nome que deve ser invocado para a salvação. Em apreço de um Deus assim, o salmista em perigo ergueu a voz a Ele. Suplicou-lhe. E, quanta alegria, Jeová deveras inclinou seu ouvido! Ouviu a voz desesperada, os rogos comoventes. Ele salvou. Salvou “até mesmo a mim”, exclamou o salmista humilde. Como podia o salmista senão irromper na exclamação: “Deveras amo”? Sem mais, nem menos.
7. Por que responderá Jeová ao clamor dos “escolhidos” e da “grande multidão” quando eles quase enfrentam a morte e por que clamarão eles: “Deveras amo”?
7 Quando finalmente, na nossa geração, se acalmar o rebuliço da predita “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, e descer um sossego pacífico sobre o campo de batalha do Har-Magedon, os do restante sobrevivente dos “escolhidos” e os da “grande multidão” de companheiros sobreviventes olharão para trás e reconhecerão quão grande foi a salvação que o Deus Todo-poderoso lhes concedeu. Quase teriam sofrido a morte. O nome de quem podiam invocar com garantia de ser ouvidos quando não parecia haver outro fim senão a morte violenta — exceto o nome de Jeová? Não fizeram isso em vão. Porque não era o tempo de deixa-los cair na morte, de deixá-los descer aos apertos do Seol. Que os inimigos ameaçadores descessem a destruição, mas não Seus adoradores, que invocaram seu nome apesar das zombarias e dos escárnios do inimigo. Proveu-se o escape divino milagroso! Os inexperientes nos modos iníquos do mundo, aqueles que, iguais a Jesus, não faziam parte deste mundo, foram resguardados. O clemente, justo e misericordioso Jeová os salvou! Como podiam estes salvos senão olhar para Jeová e dizer: “Deveras amo”?
ANDANDO “NAS TERRAS DOS VIVENTES”
8. Visto que sua alma foi socorrida da morte o que estava o salmista decidido a fazer quanto ao seu andar?
8 Sentindo então um enorme alívio, o antes muito aflito salmista podia dizer: “Retorna ao teu lugar de descanso, ó minha alma, pois o próprio Jeová agiu apropriadamente para comigo. Pois socorreste minha alma da morte, meu olho das lágrimas, meu pé do tropeço. Vou andar diante de Jeová nas terras dos viventes. Tive fé, pois passei a falar. Eu mesmo estava muito atribulado. Da minha parte, eu disse, quando fui tomado de pânico: ‘Todo homem é mentiroso.’” — Salmo 116:7-11.
9. (a) O que queria dizer o salmista com todo homem ser mentiroso? (b) Ele falou então por causa de quê? E foi em vão a sua fala?
9 Tendo sido liberto da morte da sua alma e encontrando-se andando entre os viventes na terra, o salmista podia descansar e pedir que sua alma, ele mesmo, retornasse ao seu lugar de descanso. Não havia mais necessidade de ele derramar lágrimas de frustração. Seus pés não haviam tropeçado, nem o haviam lançado na morte. Antes, deveras, havia estado em pânico, pois veio a dar-se conta de que nenhuma ajuda humana adiantaria: todo homem mostrou ser mentiroso, ao dizer que podia ajudar o aparentemente condenado salmista ou ao tentar mesmo socorrê-lo. A humanidade parecia-lhe ilusão. Mas, embora tivesse perdido a fé no poder da humanidade para salvá-lo da morte ameaçadora, ainda se apegava à sua fé no seu Deus. Por isso falou em fé, em expressão de sua fé. Se ninguém mais podia ajudá-lo, seu Deus podia. Ao expressar sua fé, falou da libertação por meio de Deus. Tal espécie de expressão não se mostrou falsa, fútil. Ele foi impedido de tropeçar numa queda mortífera. Por isso, estava assim decidido a “andar diante de Jeová nas terras dos viventes”.
10. Segundo 2 Coríntios 4:12-14, por que se lembrou Paulo do Salmo 116 e o citou, em demonstração de que qualidade?
10 A fé em Deus nunca é em vão! O apóstolo Paulo sabia disso. Ao passo que se dava conta de que seus fortes empenhos missionários operavam a favor da vida dos que ouviam sua mensagem, mas também operavam para a sua morte prematura, ele ainda tinha fé no poder sustentador de Deus. Falou de continuar a viver, não só aqui na terra, mas também pela ressurreição dentre os mortos durante a “presença” ou parusia de Cristo. Paulo lembrou-se do Salmo 116 e escreveu à congregação em Corinto, na Grécia: “Conseqüentemente, opera em nós a morte, mas em vós a vida. Agora, visto que temos o mesmo espírito de fé como aquele de quem está escrito: ‘Exerci fé, por isso falei’, nós também exercemos fé e por isso falamos, sabendo que aquele que levantou a Jesus também levantará a nós, junto com Jesus, e nos apresentará [a nós, em quem a morte já opera] junto convosco [em quem atualmente opera a vida].” — 2 Coríntios 4:12-14; Salmo 116:10.
11. (a) No que se refere aos “escolhidos” e aos da “grande multidão”, quando poderão também dizer: “Todo homem é mentiroso”? (b) Por que será então apropriado pensar nas palavras de Paulo em 2 Coríntios 4:8-10?
11 A fé em Deus, mesmo em face duma morte aparentemente inescapável, será uma necessidade vital para os do restante dos “escolhidos” e os da “grande multidão” de seus companheiros leais, no futuro muito próximo. Certamente terão de ter fé quando os poderes seculares irreligiosos, combinados, fizerem um ataque final contra eles, depois da eliminação do clerical “homem que é contra a lei” e de todo o restante da religiosa Babilônia, a Grande, ter sido consumido como que por fogo. Não haverá então nenhuma ajuda humana para a qual apelar, de modo que se poderá dizer: “Todo homem é mentiroso.” Sim, toda ajuda humana parecerá não estar disponível e falhar, e será uma ilusão. Mas, a fim de fortalecer a fé no Deus Todo-poderoso, podem pensar no apóstolo Paulo, o qual disse, antes de falar sobre sua própria fé: “Somos apertados de todos os modos, mas não comprimidos sem nos podermos mover; estamos perplexos, mas não inteiramente sem saber o que fazer; somos perseguidos, mas não ficamos cambaleando; somos derrubados, mas não destruídos. Sempre, em toda a parte, suportamos em nosso corpo o tratamento mortífero dado a Jesus, para que a vida de Jesus também se manifeste em nosso corpo.” — 2 Coríntios 4:8-10.
12. Na parte final da “grande tribulação”, como imitarão a Paulo em citar o Salmo 116 e o que dirão depois a si mesmos, iguais ao salmista?
12 Em circunstâncias similares, durante a parte final da “grande tribulação”, os “escolhidos” e os da “grande multidão” poderão imitar a Paulo e ter “o mesmo espírito de fé como aquele de quem está escrito: ‘Exerci fé, por isso falei”‘. Também poderão exercer fé e por isso falar sem abandonar a fé em Deus, apesar do reconhecimento de que as coisas parecem muito pretas para eles. (2 Coríntios 4:13) Logo depois de se fazer o ataque final contra a sua existência, por parte de agentes terrestres de Satanás, o Diabo, virá a ocasião em que os “escolhidos” e os da “grande multidão” poderão dizer: “Retorna ao teu lugar de descanso, ó minha alma, pois o próprio Jeová agiu apropriadamente para comigo.” — Salmo 116:7.
13. Durante a “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, como e que Jeová ‘agirá apropriadamente’ para com seus adoradores, em contraste com os inimigos terrestres deles?
13 “Agiu apropriadamente” — de que modo? Dum modo apropriado de Jeová agir para com seus adoradores fiéis na grande aflição deles. Na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, ele agirá em plena harmonia com as suas preciosas promessas registradas na sua Palavra Sagrada em benefício e para a segurança de seus servos obedientes. “Jeová guarda a todos os que o amam, mas a todos os iníquos ele aniquilará.” (Salmo 145:20) Na situação desesperadora dos “escolhidos” e dos da “grande multidão”, ele agirá dum modo apropriado à fé, obediência, lealdade e devoção que Lhe têm. Torna-se “recompensador dos que seriamente o buscam”. (Hebreus 11:6) Por isso ele socorre suas almas da morte que os inimigos terrestres gostariam de infligir-lhes. Socorre-os de qualquer motivo de derramar lágrimas. Socorre-os de qualquer tropeço que os inimigos gostariam de causar-lhes, resultando numa queda na morte. Poderia algo ser mais apropriado para Jeová do que isso, para a vindicação de sua Palavra e de seu nome, e a frustração completa dos inimigos perversos? Não!
14. (a) Em que espécie de terra emergirão os preservados por Jeová mas onde mais haverá também uma limpeza, e como? (b) A fim de não desacertarem com o objetivo de sua libertação, o que estarão decididos a fazer os preservados por Jeová?
14 Para os do restante dos “escolhidos” de Deus e os da “grande multidão”, isto significa emergir vivos, na carne, da “grande tribulação” na qual todo o atual “sistema de coisas” será eliminado. Diante deles estender-se-ão todas as terras da terra purificada. Não só a terra terá sido purificada de todos os malfeitores, pela “grande tribulação”, mas haverá então uma purificação do domínio espiritual invisível, na própria vizinhança da terra. Como? No sentido de que o “dragão, a serpente original, o chamado Diabo e Satanás”, bem como todos os seus anjos demoníacos, serão apanhados, acorrentados e lançados num “abismo”, no qual lhes será impossível enganar e desencaminhar as nações na terra, durante o reinado milenar do Messias de Jeová e de todos os 144.000 “escolhidos”. Que ocasião extraordinária para expressar apreço! Os adoradores de Jeová haviam ficado ameaçados de jazer abatidos entre os mortos, mas eis que estão vivos! De modo que poderão então mostrar a determinação de não desacertar o propósito de terem sido poupados à morte. Tendo sido resgatados, assim como o salmista foi, poderão dizer igual a ele: “Vou andar diante de Jeová nas terras dos viventes.” (Salmo 116:9) Poderão fazer isso então livres de perturbação, com descanso para a sua alma.
LEVANTANDO O “COPO DA GRANDIOSA SALVAÇÃO”
15. Assim, ao se iniciar o reinado milenar de Cristo, que salvação se terá realizado na terra e que “copo” tomarão os leais de Deus?
15 Assim, quando os gloriosos mil anos do reinado do Messias sobre toda a terra estiverem prestes a começar, Deus deveras terá produzido a “grandiosa salvação” de todos os seus leais na terra. Imagine só! Estes leais foram livrados de todos os iníquos na terra e no domínio invisível em volta da terra. Poderá então seguir a preservação de tais leais durante todos os mil anos do reino messiânico de Deus, sendo os leais da “grande multidão” os que continuarão a viver para sempre na terra purificada. Em apreço disso, os leais preservados deverão sentir-se induzidos a dizer o mesmo que o salmista: “Que pagarei de volta a Jeová por todos os benefícios que me fez? Levantarei o copo da grandiosa salvação e invocarei o nome de Jeová. Pagarei meus votos a Jeová, sim, diante de todo o seu povo.” — Salmo 116:12-14.
16. (a) Quem oferece aos leais o “copo da grandiosa salvação”, e como? (b) Como bebem deste “copo” e o que invocam?
16 Um copo contém uma bebida para alguém tomar ou mesmo para derramar como oferta de bebida a Jeová Deus. Foi Ele quem ofereceu aos seus leais na terra o “copo da grandiosa salvação”. Como? Por preserva-los através da “grande tribulação”. A porção para beberem é a “grandiosa salvação”. Jeová produziu todos os seus atos de salvação deles por meio do Messias celestial. Os leais não recusam esta dádiva da “grandiosa salvação” que estende sua vida na terra pelos benditos mil anos da regência global do Messias. Beberão dele de bom grado, usufruindo a vida “nas terras dos viventes”. Mas, ao fazerem isso, invocarão o nome de Jeová. Usando seu nome, eles o invocarão mediante seu Messias para abençoá-los e guiá-los em todos seus esforços daí para diante, a fim de usarem sua vida na terra em plena harmonia com a vontade dele. Mencioná-lo-ão aberta e publicamente por nome como seu Deus.
17. O que se fará quanto a quaisquer “votos” que os leais de Jeová tenham feito durante o tempo de perigo para a sua vida?
17 Cabe-lhes pagar alguma coisa a Ele? Quer dizer, durante o tempo em que sua alma estava em perigo e a morte parecia iminente, fizeram quaisquer votos, quaisquer promessas solenes a Jeová Deus, mediante Jesus Cristo? Se fizeram isso no seu desejo de ter livramento divino, então pagarão devida e amorosamente tais “votos” a Jeová, que agiu em harmonia com os votos deles e os preservou para a vida ininterrupta na terra. Farão isso no templo espiritual de Jeová, visto que farão o que votaram fazer “diante de todo o seu povo”.
18. Por quanto tempo farão isso na terra os do restante preservado dos “escolhidos”?
18 Mesmo os do restante dos “escolhidos” de Deus farão isso, durante o tempo em que estes gerados pelo espírito forem retidos na terra, antes de saírem do palco terrestre de atividade e serem gloriosamente unidos com todos os outros dos 144.000 co-herdeiros de Cristo no seu trono celestial. — Eclesiastes 5:2-6.a
QUÃO PRECIOSA “É A MORTE DOS QUE LHE SÃO LEAIS”!
19. A rim de se lhe soltarem as ligaduras da morte, o salmista apelou para Deus em base de que relação? E por que era isso correto?
19 Dando grande valor ao que afeta os sentimentos de seu Deus, o salmista socorrido podia exclamar: “Preciosa aos olhos de Jeová é a morte dos que lhe são leais. Ai! Jeová, pois sou teu servo. Sou teu servo, filho da tua escrava. Soltaste as minhas ligaduras.” (Salmo 116:15, 16) o salmista exclamou: “Ai! Jeová”, de modo suplicante, implorante. Esta atitude de súplica foi a que tinha durante o período em que estava em perigo de morte. Naquele tempo, apelou para Deus, para que essas ligaduras com que parecia estar amarrado à morte fossem soltas e ele fosse liberto da morte. Rogou a Deus pedindo este favor em base de ser servo de Jeová, sim, servo duma segunda geração, de Jeová, porque era filho da “escrava” de Jeová. O salmista como que lembrou a Jeová Sua responsabilidade para com seus servos, de preservá-los vivos. E então, depois de seu confronto com a morte, o salmista podia dizer que Jeová cumpriu amorosamente com Sua responsabilidade.
20. (a) Junto com que espécie de pessoas classificou-se o salmista, e por que não era presunçoso nisso? (b) Quão preciosa para Jeová calculou o salmista ser a morte “dos que lhe são leais”?
20 O salmista classificou-se como sendo um ‘dos que são leais’ a Jeová, ao deixar que seu profundo apreço o induzisse a dizer: “Preciosa aos olhos de Jeová é a morte dos que lhe são leais.” O salmista não se classificou assim presunçosamente, porque Jeová mostrou que ele considerou o salmista como sendo leal, visto que Jeová o poupou à morte. Em vez de deixar o salmista sofrer a morte e depois deixar um sacerdote levítico pregar um sermão fúnebre, dizendo dele: “Preciosa aos olhos de Jeová é a morte dos que lhe são leais”, Jeová considerou a morte do salmista preciosa demais para deixa-los ocorrer. Por isso socorreu a “alma” do salmista “da morte”. Por conseguinte, o salmista podia então apreciar quão preciosa seria para Jeová a morte de alguém que lhe é leal. A morte do servo leal como que é um preço elevado demais para Jeová pagar. Há demasiadas coisas envolvidas para Jeová deixar a morte ocorrer.
21. (a) Depois da “grande tribulação”, o que serão os leais induzidos a dizer por causa de sua preservação, em apreço correto dos valores? (b) Em que sentido é sua morte cara demais para ser permitida, com respeito à soberania Dele?
21 Depois de se ter poupado a vida aos “escolhidos” e aos da “grande multidão” durante a “grande tribulação”, eles também serão induzidos a exclamar, com o apreço correto dos valores: “Preciosa aos olhos de Jeová é a morte dos que lhe são leais.” (Salmo 116:15) Apreciarão que Jeová considerou dispendioso demais permitir sua morte durante a “grande tribulação”, às mãos de seus inimigos, religiosos e seculares. Se permitisse que estes inimigos triunfassem sobre eles e os eliminassem da face da terra, lançar-se-ia uma mancha sobre a sua soberania universal, sua regência sobre o céu e a terra. Ele é o Criador da terra e a criou para os que lhe são leais. Se não puder preservar os seus leais na terra, mesmo sob o ataque mais pesado e mais perverso por inimigos antideus, será como se seus inimigos fossem mais fortes do que ele e tivessem o direito de dizer quem deve viver permanentemente na terra. A eliminação de seus leais, por seus inimigos, durante a “grande tribulação”, impugnaria a sua regência sobre a terra, de fato, toda a sua soberania universal. Não pode permitir a morte deles, forçado pelos inimigos!
22. Por que e cara demais a “morte dos que lhe são leais” para Jeová a permitir, considerando-se Sua adoração e a fundação da “nova terra”?
22 Ainda mais, se Jeová permitisse que seus inimigos terrestres destruíssem desafiadoramente o restante de Seus “escolhidos” e a “grande multidão” durante a “grande tribulação”, não só os inimigos teriam momentaneamente triunfado, e Satanás e seus anjos demoníacos, observando isso, sentiriam grande satisfação, mas o que mais? A “morte” forçada de todos os leais de Jeová na terra deixaria a terra sem os que O adoram como único Deus vivente e verdadeiro. Deixaria os pátios de seu grande templo espiritual, que estão na terra, sem alguém para oferecer-lhe sacrifícios de louvor, agradecimento e serviço sagrado. Também, ter-se-ia eliminado a base da “nova terra” debaixo dos “novos céus”, antes de os mil anos do Messias Jesus, de Jeová, começarem segundo programados! Poderia o Deus Altíssimo e Todo-poderoso Jeová permitir algo tão altamente importante, pela forçada “morte dos que lhe são leais”? Não! Sua morte em tais circunstâncias, envolvendo uma questão universal, seria “preciosa”, dispendiosa para Jeová. Isto é dispendioso demais para permitir, por respeito a si mesmo.
23. A “grande tribulação” é o tempo para que, com respeito à soberania e o nome de Jeová, e para se resolver a questão universal, e em que sentido?
23 A vindoura “grande tribulação” é o tempo para o Deus Todo-poderoso, Jeová, vindicar sua soberania universal e santificar seu nome digno, obrigando todos os seus inimigos a saber que Ele é o Jeová da divinamente inspirada Palavra escrita, a Bíblia Sagrada. Em pleno favor e apoio disso, fará conforme prometeu solenemente na Sua Palavra imutável, a saber, resgatar da morte as almas dos que lhe são leais na terra, durante a “grande tribulação”, quando se resolver finalmente para todo o sempre a questão universal! Como no caso do paciente Jó, cuja vida Jeová preservou por causa da integridade inquebrantável de Jó, Jeová provará novamente que ele pode ter homens leais na terra, os quais se mantêm firmes na sua integridade amorosa a Jeová sob a prova mais severa de Satanás, o Diabo.
24. Por que motivos reconhecerá Jeová estes “que lhe são leais” como sendo seus servos, e que ataduras lhes soltará no tempo crítico?
24 Jeová certamente reconhecerá os do restante de Seus “escolhidos” e os da “grande multidão” como seus servos, visto que O escolheram como seu Deus e visto que Ele os comprou por meio do sangue expiatório de pecados de seu Sumo Sacerdote, Jesus, o Messias. No tempo decisivo, Jeová ouvirá o apelo sincero que lhe fazem e soltará as “ligaduras” da morte violenta, com que os adversários de Jeová e de seu reino messiânico procuram prendê-los. Que motivo duradouro isto lhes dará para nunca se esquecerem de sua servitude ao seu Dono celestial e Amo supremo, Jeová!
ALELUIA!
25. Com que palavras concluiu o salmista o Salmo 116, num senso de dívida para com Jeová?
25 Deveras, devem-se agradecimentos ao Grande Preservador e Resgatador da morte por toda esta divina benignidade imerecida. O salmista sentiu-se vencido pelo sentimento de gratidão, de modo que concluiu seu belo salmo por dizer: “Oferecer-te-ei o sacrifício de agradecimento e invocarei o nome de Jeová. Pagarei meus votos a Jeová, sim, diante de todo o seu povo, nos pátios da casa de Jeová, no meio de ti, o Jerusalém. Louvai a Já!” — Salmo 116:17-19.
26. (a) Como não foi deixado desconhecido pelo compositor do Salmo 116 o Deus que ele adorava? (b) Como desejava o salmista expressar seus agradecimentos ao seu Deus e exortar as pessoas a oferecer-lhe louvor?
26 O salmista, quem quer que tenha sido, era adorador do Deus cujo nome foi inspirado a usar quinze vezes na forma plena do nome, no seu salmo, irrompendo finalmente na exclamação derradeira, em hebraico: “Aleluia!” ou: “Louvai a Já!” O salmista o adorava no Seu templo na cidade santa de Jerusalém, não importando ser este templo o construído pelo Rei Salomão ou o construído depois pelo governador Zorobabel, após o exílio de Israel em Babilônia. O salmista não identificado desejava fazer mais do que apenas fazer uma expressão particular de agradecimento ao seu Resgatador divino. Desejava dar agradecimentos em público por meio dum sacrifício no altar Deus, no pátio do templo, invocando o nome de Jeová aos ouvidos de todo o Seu povo ali. Talvez fosse o para recitar este salmo de sua própria composição, provendo assim parte do que veio a ser o Hallel (“Louvor”) dos judeus em ocasiões especiais. (Salmos 113-118, 136) Como podia ele, na sua gratidão, refrear-se de exortar todos os adoradores nos pátios do templo a ‘louvarem a Já’, por concluir seu salmo com “Aleluia”?
27. (a) Em vista de que ofertantes anteriores, gratos, não estava o compositor do Salmo 116 sozinho em oferecer sacrifícios de agradecimentos por ser resgatado da morte? (b) Como será este modelo seguido pelos sobreviventes do fim deste sistema de coisas?
27 O salmista não ficou sozinho em oferecer um sacrifício de agradecimento a Jeová por ser resgatado da morte. Muitos séculos antes, houve os sobreviventes do Dilúvio, Noé e sua família. Embora não tivessem o pátio dum templo em que adorar, qual foi a primeira coisa que fizeram depois de emergirem da arca, lá no monte Ararate? Num altar recém-construído, ofereceram grande sacrifício de agradecimento a Jeová, por tê-los preservado durante o dilúvio global. (Gênesis 8:18-22) Que belo modelo para imitar foi assim provido por estas oito almas humanas, que o Deus Todo-poderoso preservou de serem destruídas junto com o “mundo antigo” daquele tempo. Fiel a este modelo profético, após o iminente fim espetacular do atual sistema violento de coisas, oferecer-se-ão agradecimentos a Jeová quais sacrifícios, por parte do restante sobrevivente de Seus “escolhidos” e dos seus companheiros, os da “grande multidão”, porque Jeová os preservou por seu milagroso poder de salvação. — Salmo 116:17.
28. (a) Onde oferecerão seus sacrifícios os sobreviventes do fim deste sistema, e com que brado farão ressoar a terra? (b) Por quanto tempo trabalharão juntos, na terra purificada, os “escolhidos” espirituais e os da “grande multidão”?
28 Estes sobreviventes da maior tribulação da humanidade em toda a história humana oferecerão seus sacrifícios de agradecimento nos pátios terrenos do templo espiritual de Jeová, ao entrarem nos benditos mil anos do reinado de Cristo. Num arrebatamento de alegria e júbilo, farão toda a terra ressoar com seu brado irreprimível: “Aleluia!” Que sensação agradável de se estar vivo haverá então, especialmente depois de ser arrebatado das garras da morte! Em amor mútuo, igual ao que havia entre Davi e seu amigo leal Jonatã, os do restante dos “escolhidos” de Jeová e os da “grande multidão” leal passarão a trabalhar pacificamente juntos sob os “novos céus” do reino messiânico de Deus. (2 Pedro 3:13) Continuarão a trabalhar juntos, lado a lado, na terra purificada, até vir o tempo devido de Deus para chamar os do restante de seus “escolhidos”, gerados pelo espírito, para seus tronos junto ao Rei Jesus Cristo, na “Jerusalém celestial”. As Escrituras não revelam como se dará a partida deste restante espiritual. Mas os “escolhidos” sabem que precisam ser fiéis até a sua morte na carne, na esperança duma ressurreição celestial. — Revelação 2:10; Romanos 6:5; Hebreus 12:22.
29. (a) Depois da partida do restante espiritual, o que continuarão a fazer os da “grande multidão” em beneficio da terra purificada? (b) Sua alegria será arrebatadora por causa da volta de quem?
29 No entanto, a bênção de Jeová não se apartará dos da “grande multidão” de seus adoradores que ficarem na terra, nos pátios de seu templo espiritual. Estes realizarão a sua obra de revestir a terra purificada com a beleza dum Paraíso de prazer, sob o governo messiânico, celestial. Quanta alegria terão ao prosseguir a ressurreição dos mortos terrestres, oferecendo aos que saírem das sepulturas a preciosa oportunidade de obter vida eterna numa terra paradísica, sob a soberania universal de Jeová!
30. (a) Por meio de que vemos esta cena gloriosa e por meio de que trabalho se apresenta aos habitantes da terra a perspectiva de estar nesta cena? (b) Por que há base confiante para se fazer o melhor, a fim de se alcançar esta perspectiva?
30 À luz brilhante que agora procede da palavra profética de Deus, podemos ver esta cena gloriosa com os nossos olhos da fé. E que perspectiva inspiradora é pensar-se que uma “grande multidão” dos que agora procuram adorar e servir Jeová Deus mediante Jesus Cristo será preservada viva através da vindoura “grande tribulação” para estar presente naquele cenário! Que perspectiva inspiradora! Ela é agora apresentada aos habitantes da terra pela pregação destas “boas novas do reino . . . em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações”, antes de vir o fim deste sistema de coisas. (Mateus 24:14) Quanto merece esta perspectiva emocionante que cada um agora faça os melhores esforços para alcançá-la, no seu próprio caso, com fé e apreço para com Jeová Deus, que oferece esta perspectiva convidativa! Há motivo confiante para que cada um dos que procuram a vida eterna em felicidade faça tal esforço agora, pois, “aproximou-se o reino de Deus de mil anos”.
[Nota(s) de rodapé]
a O reinado milenar de Cristo prosseguirá apesar de haver ainda um restante dos herdeiros do Reino na terra. Depois de um trabalho temporário após a tribulação, na terra, serão levados ao reino celestial para compartilhar lá com ele no seu reinado, o qual, no caso do próprio Jesus Cristo, dura os plenos mil anos. Este restante não deixará assim de ter alguma parte no reinado milenar de Cristo no céu.