De que espécie de educação precisam os filhos?
“Educa o rapaz segundo caminho que é para ele.” — Prov. 22:6.
1, 2. (a) Como se sentem muitos pais quanto a criar filhos? (b) Apesar do conselho bíblico, o que acontece aos jovens hoje em dia?
PAIS, acham difícil criar os filhos hoje em dia? Ficam às vezes sem saber como educar seus filhos, para protegê-los nestes tempos perigosos? Muitos pais se sentem confusos. É verdade que a Bíblia diz: “Educa o rapaz segundo o caminho que é para ele; mesmo quando envelhecer não se desviará dele.” (Pro. 22:6) Atualmente, porém, milhões de rapazes e moças voltam-se para a delinqüência.
2 Em 1966, um estudo do Senado dos Estados Unidos revelou que dentre os 29 milhões de menores daquela nação, na idade de dez a dezessete anos, dois milhões e meio, ou cerca de um em cada onze, estavam fichados na polícia! Desde então, as condições pioraram muito. O jornal Herald-Examiner de Los Angeles, de 2 de fevereiro de 1970, noticiou: “O crime juvenil no sul da Califórnia aumenta numa proporção que em breve pode ver o total das prisões de jovens ultrapassar o de adultos — no entanto, os jovens constituem apenas uma fração da população total. As casas de detenção já estão superlotadas e não há diminuição à vista.” Na Nova Zelândia, segundo o relatório do diretor do departamento de polícia, os crimes praticados por menores dobraram em número entre 1966 e 1970!
3. Que tendência notou-se com respeito ao crime juvenil?
3 Não só aumenta rapidamente o número dos crimes juvenis, mas eles se tornam também mais sérios; e são praticados por mais menores numa idade menor. Num ano recente, em Baltimore, Maryland, E. U. A., houve 526 prisões de menores de até dez anos de idade. Estas incluíram 169 prisões por roubo, 22 por assalto, bem como prisões por assassinato, furto de automóveis e violações quanto a narcóticos! Em Perth, na Austrália, 80 por cento dos furtos de automóveis são praticados por adolescentes! Um funcionário da polícia ali disse: “Não é mais incomum encontrar um menino de 13 anos atrás do volante dum veículo furtado.”
4, 5. (a) Quais são as conseqüências trágicas da imoralidade que se tornaram tão evidentes hoje? (b) Estas condições são evidência de que vivemos em que período de tempo?
4 A imoralidade sexual entre os jovens também se tornou desenfreada. Uma moça de 16 anos, na cidade de Nova Iorque, relatou: “Cerca da metade da minha classe toma a pílula [para impedir a gravidez] e a outra metade pretende comprá-la quando for para a universidade.” (Times de Nova Iorque, 24 de setembro de 1971) As conseqüências trágicas da imoralidade incluem uma epidemia de doenças venéreas e de filhos ilegítimos. Na Califórnia, em 1970, quase dez vezes mais adolescentes contraíram a gonorréia do que em 1960. Calcula-se agora que um dentre cinco estudantes ginasiais contrairá uma doença venérea antes de se formar. Em algumas escolas, calcula-se que metade do corpo discente contrairá uma doença venérea. Relata-se que, na Califórnia, o total de 43.100 moças adolescentes ficaram grávidas durante 1970, sem se incluírem as que se casaram por causa de sua gravidez. — Examiner de São Francisco, 20 de junho de 1971.
5 O diretor duma clínica médica em Richmond, na Virgínia, E. U. A., notou que a gravidez entre adolescentes aumenta de “modo trágico” e disse: “É alarmante o número de gestantes entre moças de menos de 15 anos.” (Daily Press de Newport News, 13 de dezembro de 1970) O jornal Evening Bulletin de Filadélfia, E. U. A., noticiou: “Um número significativo de mães solteiras são moças da escola elementar, de 11 e 12 anos de idade.” Em vista do que está acontecendo, não parece que vivemos nos “últimos dias” críticos, preditos pela Bíblia? São deveras dias assinalados por uma extrema violação da lei, inclusive a ‘desobediência aos pais’. — 2 Tim. 3:1-5.
6. (a) O que indica a ampla delinqüência quanto a espécie de educação que os filhos recebem? (b) O que é na maior parte responsável pela confusão em que se encontram muitos pais quanto a criar filhos?
6 Visto que são tantos os jovens que se tornam delinqüentes, não indica isso que algo está errado com a educação que os filhos recebem? É evidente que não estão sendo educados ‘segundo o caminho que é para eles’. (Pro. 22:6) No entanto, de que espécie de educação precisam os filhos? Muitos pais estão confusos neste sentido. “Muitos pais e muitas mães tornam claro, por suas palavras e ações, que estão quase que paralisados pela incerteza”, observou um membro da redação do jornal Times de Nova Iorque. “As antigas normas de comportamento parecem não se aplicar mais”, disse ele. (Times Magazine de Nova Iorque, 16 de janeiro de 1972) As opiniões contraditórias dos conselheiros mundanos sobre questões da educação de crianças são na maior parte responsáveis pela confusão dos pais.
7. (a) O que têm geralmente em comum os escritos de conselheiros mundanos sobre como criar filhos? (b) Conforme indicado por Jeremias 8:9, o que está errado com a espécie de educação que a maioria dos filhos recebe hoje?
7 Embora as opiniões destes conselheiros difiram grandemente, um exame de seus escritos revela algo que eles têm em comum. É que eles, em geral, desconsideram a Bíblia como instrumento de ensino. Será este o problema? Os acontecimentos recentes parecem indicar a resposta. Pois, pense no seguinte: Não foi nos tempos recentes, quando as “antigas normas de comportamento” (as freqüentemente baseadas na Bíblia) foram rejeitadas, que a delinqüência aumentou grandemente? Não indica isso que os jovens precisam de educação e orientação baseadas nos ensinos da Bíblia? — Jer. 8:9.
POR QUE ENSINAR AOS FILHOS ALGO SOBRE DEUS
8. (a) Qual é uma das características destacadas dos filhos? (b) Por que são importantes as respostas que os pais dão às perguntas dos filhos?
8 É natural que os filhos esperem orientação de seus pais. As crianças estão cheias de perguntas. É típico perguntarem: “Quem fez as lindas flores?” “Como é que as estrelas vieram a estar lá no céu?’’ Ou talvez perguntem: “Donde é que eu vim? Quem me fez?” Não se deve depreciar a importância de como se responde aos filhos nestes assuntos. Aquilo que se ensina às crianças cria uma impressão duradoura, molda suas atitudes e seus conceitos, e assim afeta seu padrão de vida futuro.
9. (a) O que se costuma ensinar hoje aos filhos quanto à sua origem? (b) Que indício há de que os conceitos evolucionistas ensinados aos filhos não são corretos?
9 O pai ou a mãe talvez responda: “Ninguém nos fez, nem estas outras coisas. Tudo veio sozinho à existência; foi um acaso — um acidente — pelo qual tudo veio à existência.” Este é o conceito evolucionista comumente ensinado às crianças nas escolas atuais. Muitas vezes diz-se que este é o conceito “científico” e que os que crêem na existência dum Deus, que fez todas as coisas, são “anticientíficos”. Mas, é verdade? São verazes os atuais conceitos evolucionistas, populares? Pois bem, considere o seguinte: Não é um fato que, quando se ensina a verdade, resultam bons frutos? No entanto, olhe para os milhões de jovens delinqüentes, hoje em dia, que cresceram num sistema educativo que promoveu idéias evolucionistas! — Sal. 14:1.
10. (a) Por que é confuso para o filho ser ensinado que não há Criador? (b) O que se precisa ensinar aos filhos sobre eles mesmos, a grama, a lua e as estrelas, e assim por diante, e por quê?
10 Na realidade, confunde os jovens ser ensinados que não há Criador celestial. Por exemplo, as crianças podem ver que os homens constroem casas e que as mulheres fazem bolos. Estas coisas têm alguém que as faz. Então, as crianças poderão raciocinar razoavelmente: Por que não há um criador das belas flores ou das estrelas luminosas? É preciso ensinar às crianças as explicações razoáveis da Bíblia: “Cada casa, naturalmente, é construída por alguém, mas quem construiu todas as coisas é Deus.” (Heb. 3:4) Precisa-se mostrar-lhes que a Bíblia não ensina irracionalmente que não fomos feitos por ninguém, mas que ela diz: “Sabei que Jeová é Deus. Foi ele quem nos fez, e não nós a nós mesmos.” (Sal. 100:3) Deve-se ensinar às crianças que Deus “faz brotar capim verde para os animais e vegetação para o serviço da humanidade”. (Sal. 104:14) Também se deve explicar aos jovens o que a Palavra de Deus diz sobre “a lua e as estrelas que [tu, Deus] preparaste”. (Sal. 8:3) Estas verdades bíblicas satisfarão o raciocínio da criança e a ajudarão a criar respeito pelo nosso Grandioso Criador. Esta espécie de ensino é necessária para se ‘educar o rapaz segundo o caminho que é para ele’. — Pro. 22:6.
11. Que oportunidades poderá o progenitor aproveitar para ensinar ao filho algo sobre Deus?
11 O pai ou a mãe deve aproveitar sabiamente a oportunidade de criar amor e apreço por Jeová Deus nos seus filhos. Talvez quando o filho e o pai estejam juntos, sob o céu estrelado, o pai possa incutir no filho a sabedoria e o poder de Jeová em criar e em controlar estes belos corpos celestes nas suas órbitas. (Sal. 19:1, 2) Em outras ocasiões, talvez ao observarem a beleza das flores, um esplendoroso pôr do sol ou a variedade da vida vegetal e animal, o pai possa ensinar aos filhos que estas coisas maravilhosas e boas são evidência do amor de nosso Pai celestial para com a humanidade. (Atos 14:17; Mat. 5:45) Mas, não é realmente “anticientífico” tal ensino sobre Deus?
12. (a) Por que não é anticientífico ensinar que as coisas maravilhosas vistas em torno de nós foram criadas por Deus? (b) Que proveito será para o filho saber que há um Criador Todo-poderoso, que se importa com ele?
12 Não, de modo algum! É tão válido hoje como quando o escritor bíblico, inspirado, há muito tempo atrás observou que as “qualidades invisíveis [de Deus] são claramente vistas desde a criação do mundo em diante, porque são percebidas por meio das coisas feitas, mesmo seu sempiterno poder e Divindade, de modo que eles são inescusáveis”. (Rom. 1:20) Acontece que a verdadeira ciência, em anos recentes, trouxe à luz um enorme depósito de conhecimento que atesta com quanta mestria foram projetados o universo e todas as coisas vivas nele, fornecendo evidência de que, de fato, há um Criador poderoso e inteligente. Quão fortalecedor é para os filhos saber da existência de tal grande Deus e de que se importa com eles! (1 Ped. 5:7) Isto os ajudará a evitar ficar perturbados demais pelos temores, pelas dúvidas e pela insegurança do mundo atual. Protegê-los-á contra perturbações mentais ou emocionais e dar-lhes-á um senso de segurança e confiança. Assim não reagirão com violência e ódio, mas estarão inclinados a tratar a todos com amor semelhante ao de Deus. — Sal. 23:1-6; 55:22; Isa. 41:10.
POR QUE ENSINAR AOS FILHOS A PALAVRA DE DEUS
13. Por que é evidente que não basta apenas dizer ao filho que não deve fazer coisas erradas?
13 Entretanto, não basta ensinar aos filhos apenas que há um Deus. Os jovens precisam também ser ensinados na Palavra de Deus, inclusive o que Deus exige dos homens. Por quê? Ora, considere o seguinte: Muitos pais modernos dizem aos seus filhos que há um Deus. E praticamente cada pai ou mãe diz ao filho que é errado mentir, furtar e cometer outros crimes assim. Amiúde, as mães dizem também às filhas que é errado entregar-se a relações sexuais pré-maritais. Contudo, milhões de filhos voltam-se para atividades delinqüentes, e mesmo enquanto ainda se empenham nelas, dão-se conta de que se lhes falou que tais coisas são erradas. É evidente que não basta dizer isso ao filho. Mas, por que não?
14. Por que acontece muitas vezes que os filhos não aceitam a instrução dada pelos mais velhos?
14 O motivo principal é que os filhos aprendem logo que não podem confiar na palavra ou no exemplo dos homens. Descobrem que os mais velhos amiúde estão errados e que suas normas de comportamento são suscetíveis de mudanças. Também, os filhos descobrem que os mais velhos freqüentemente dizem uma coisa e fazem outra. Portanto, quando os filhos se dão conta de que os outros mentem, furtam e cometem fornicação, é compreensível que cheguem à conclusão de que é direito fazer estas coisas, desde que não sejam apanhados ou desde que não se firam. Assim, é comum que os jovens hoje façam aquilo com que acham poder safar-se.
15. (a) Que motivo mais importante precisam os filhos ter para evitar a transgressão? (b) Por que é um impedimento para a transgressão saber-se de que se trata dos mandamentos do Deus Todo-poderoso?
15 É evidente, pois, que o filho precisa ter um motivo mais importante para obedecer do que apenas seus pais ou outros homens quererem que obedeça. Precisa ser ensinado em nome de Deus, de quem realmente são as ordens de não mentir, furtar, cometer fornicação ou entregar-se a outras práticas erradas. (Pro. 6:16-19; Mar. 10:17-19; Heb. 13:4) Esta instrução da Palavra de Deus incutirá no filho a seriedade da transgressão. Ele se dará então conta de que não está envolvida apenas a palavra dum homem, mas que é a palavra do próprio Criador, Aquele que dá a vida e que tem o poder de tirá-la para sempre dos violadores deliberados da lei. (Rev. 21:8) Também, o filho chega a saber que, conforme a Bíblia diz, “os olhos de Jeová estão em todo lugar, vigiando os maus e os bons”. (Pro. 15:3) O filho reconhecerá assim que não se pode empenhar numa transgressão sem ser visto por Deus. — Sal. 11:4; Heb. 4:13.
16. De que modo proverá o ensino da Palavra de Deus aos filhos o impedimento mais forte para a transgressão?
16 Entretanto, ao passo que se ensina ao filho a Palavra de Deus, desenvolver-se-á nele um impedimento ainda mais importante para a transgressão. O estudo da Bíblia revelará Jeová Deus ao filho, não só como o Grandioso Criador, mas também como Pessoa real, que ama mesmo a humanidade. Aprenderá como Deus mostrou seu amor por enviar seu filho à terra, a fim de prover a base para a recuperação da humanidade do pecado e da morte, abrindo assim o caminho para os homens usufruírem vida eterna num paraíso, sob um novo sistema de coisas. (João 3:16; 2 Ped. 3:13) O filho aprenderá também do estudo da Bíblia que, no novo sistema de Deus, este removerá da humanidade a doença e até mesmo a morte, bem como a dor, o sofrimento e as lágrimas, atualmente tão comuns. (Rev. 21:3, 4) Naquele tempo, todos serão amigáveis e pacíficos. De fato, até mesmo os animais estarão em paz, e a criança pequena poderá brincar com eles sem se ferir. (Isa. 11:6-9; Sal. 37:9-11, 29) Ao passo que o filho chega a conhecer estas provisões maravilhosas de Jeová, seu amor a Deus se tornará muito forte. Em resultado, não desejará fazer nada que desagrade a seu maravilhoso, Pai celestial. O amor e o apreço que o filho tem por Jeová servirão assim como o mais forte impedimento de ele fazer algo que Deus diz ser errado.
17. (a) Por que se pode ter a certeza de que ensinar aos filhos a Palavra de Deus lhes será de benefício mais adiante na vida? (b) Que exemplo bíblico mostra o proveito da educação desde cedo?
17 Mas, pode-se mesmo ter a certeza de que a instrução desde cedo na Palavra de Deus beneficie o filho mais adiante na vida? Sim, pode-se ter esta certeza, pois deve lembrar-se de que o provérbio bíblico diz que, se o filho for educado “segundo o caminho que é para ele; mesmo quando envelhecer, não se desviará dele”. (Pro. 22:6) Tome o exemplo do jovem hebreu José. Evidentemente, seu pai Jacó ensinou-lhe Jeová e suas leis, quando ainda era jovem. Mais adiante na vida, José veio a estar no país estrangeiro do Egito, longe da família e dos amigos. Ali, enquanto trabalhava para um rico chamado Potifar, a esposa deste homem começou a tentar seduzir o belo José. Ela dizia-lhe: “Deita-te comigo.” Mas José se negava a isso, explicando: “Como poderia eu cometer esta grande maldade e realmente pecar contra Deus.” Mesmo quando a esposa de Potifar agarrou José e tentou fazer com que se deitasse com ela, ele resistiu e fugiu. Foram o respeito e o amor que José tinha por Deus, inculcados nele quando criança, que o refrearam da transgressão. — Gên. 39:1-12.
18. (a) Que benefício trará ensinar aos filhos a Palavra de Deus? (b) Por que passam os jovens por tantas dificuldades hoje em dia?
18 Não concorda que as crianças atualmente precisam desta espécie de instrução da Palavra de Deus? Incutirem-se nos jovens os requisitos morais de Deus certamente os ajudará a levar uma vida reta e feliz. No entanto, atualmente, a orientação bíblica é em geral rejeitada como sendo restritiva demais e como causando frustração. Por exemplo, a respeito da proibição de relações sexuais para pessoas solteiras, uma pessoa escreveu recentemente no Times Magazine de Nova Iorque: “Certamente, já há bastante campos de frustração na vida, de modo que não se precisa dum estímulo deliberado da frustração. . . . Tudo o que precisamos fazer para dar aos nossos filhos direção (sua própria, conforme esperamos, é mostrar-lhes que estimamos a nós mesmos e também a outros, e que há muitos modos diferentes de nos realizarmos.” Mas quanta dificuldade esta rejeição da direção de Deus tem trazido, inclusive uma avalancha de doenças venéreas, filhos ilegítimos e abortos, com as acompanhantes dores, mágoas e angústias! Quão claro se torna que os filhos precisam de instrução provida na Palavra de Deus! — Jer. 10:23.
NECESSIDADE DE DISCIPLINA
19. (a) Tem os filhos a inclinação natural de fazer o que é direito, e como sabemos isso? (b) O que está incluído na questão de se dar disciplina?
19 No entanto, para que um programa de instrução sobre a Palavra de Deus seja eficiente, precisa também incluir disciplina amorosa. Isto se dá porque os filhos não estão por natureza inclinados a fazer o que é direito. É como diz o inspirado provérbio bíblico: “A tolice está ligada ao coração do rapaz; a vara da disciplina é a que a removerá para longe dele.” (Pro. 22:15) A palavra “disciplina” contém a idéia de dar educação que amolda e corrige. Envolve assim freqüente repetição da instrução, para que o filho seja motivado a acatá-la. Mas a disciplina envolve ainda mais. Conforme a maioria dos pais sabe muito bem, a criança amiúde não se deixa corrigir só por palavras. (Pro. 29:17, 19) Portanto, a educação disciplinar pode também incluir o castigo ou a punição disciplinar com o objetivo de corrigir a criança. Mas deve esta forma de disciplina incluir o bater? Há verdade no antigo ditado: “Poupe a vara e estragará o filho”?
20. Qual é o conceito comum de autoridades mundanas com respeito à aplicação de punição física, como forma de educação disciplinar?
20 Autoridades mundanas na criação de filhos amiúde dizem: ‘Não, nunca se deve bater no filho. Evite a frustração do filho por causa de tais medidas fortes para mudar suas inclinações naturais.’ Um editorial do Times de Nova Iorque, de 5 de abril de 1972, dizia: “‘Poupe a vara e estragará o filho’ é um ditado opiniático que continua a obter acenos de aprovação dos defensores presumidos das ‘antigas virtudes’. É difícil de se saber por que a administração de punição premeditada e dolorosa por alguém maior e mais forte poderia incutir outra coisa senão a crença de que a força triunfa.” Mas é correto tal conceito? É errado usar a punição física com o objetivo de corrigir o proceder errado do filho?
21. (a) O que diz a Palavra de Deus a respeito de se usar punição física para corrigir o proceder errado dum filho? (b) Como sabemos que é o modo de Deus dar tal espécie de disciplina?
21 Deus é o Criador do homem. Não há autoridade maior. Sua Palavra é muito clara no assunto. Ela diz: “Não retenhas a disciplina do mero rapaz. Não morrerá se lhe bateres com a vara. Tu mesmo lhe deves bater com a vara, para que livres a sua alma do próprio Seol [a sepultura].” (Pro. 23:13, 14) A vida do filho está em jogo. Caso se lhe permita seguir o proceder errado, este resultará na sua própria infelicidade e finalmente na morte fora do favor de Deus. Por isso, a Bíblia diz: “Quem refreia a sua vara odeia seu filho, mas aquele que o ama está à procura dele com disciplina.” (Pro. 13:24) Mostra verdadeiro amor da parte do progenitor fazer tudo o que puder para corrigir seu filho, inclusive por bater nele. Este é o modo de Deus. “Pois Jeová disciplina aquele a quem ama”, diz a escritura, “de fato, açoita [fustiga ou vergasta] a cada um a quem recebe como filho”. — Heb. 12:5, 6.
22. (a) Qual deve ser a motivação dos pais para dar disciplina, conforme mostra o exemplo de Deus? (b) O que é na maior parte responsável pelo enorme aumento atual da delinqüência juvenil?
22 Por que faz Deus isso aos seus filhos? “Para o nosso proveito”, disse o apóstolo Paulo, “para participarmos de sua santidade. É verdade que nenhuma disciplina parece no momento ser motivo de alegria, mas sim de pesar; no entanto, depois dá fruto pacífico, a saber, a justiça, aos que têm sido treinados por ela”. (Heb. 12:7-11) Os filhos precisam de tal disciplina para o seu próprio bem. Faz parte da educação que é ‘segundo o caminho que é para eles’. (Pro. 22:6) A rejeição de tal educação disciplinar, pelo mundo, é na maior parte responsável pelo enorme aumento da delinqüência juvenil e da resultante dificuldade e vergonha que tem trazido aos pais. — Pro. 29:15.
23. Como reagem os filhos quando recebem ou quando deixam de receber a disciplina?
23 Contrário à opinião popular, os filhos gostam quando os pais mostram interesse genuíno neles por prover orientação e restrição razoáveis para suas atividades. Alguns filhos talvez se queixem às vezes por causa da disciplina, mas aprendem a amar e a respeitar os pais que mostram interesse genuíno no seu bem-estar. Por outro lado, deixarem os pais de administrar a disciplina de que os filhos tanto precisam fará provavelmente com que o filho se ressinta dos pais. Uma revista popular, há pouco tempo atrás, falou sobre uma moça de quinze anos que caiu no proceder errado e trouxe vergonha para si e para sua família. Pesarosa por causa de sua conduta, ela disse ao pai: “Papai, o senhor devia ter exigido, há anos atrás, que eu me comportasse, e quando não me comportei, em vez de falar comigo, devia ter-me surrado o traseiro. Quando não obtive boas notas, por que não me obrigou a esforçar-me? Achava que eu era tão estúpida que não podia obter notas melhores?” — McCall’s, julho de 1969, página 114.
24. (a) Como podem os pais mostrar que realmente amam os filhos? (b) Qual será o resultado de mostrarem este amor?
24 Pais, mostrem que amam mesmo seus filhos por dar-lhes a disciplina de que necessitam tão desesperadamente. Acatem o conselho sábio da Palavra de Deus. Ensinem a sabedoria dela aos seus filhos. Desenvolvam neles o amor e o respeito pelo Criador, Jeová Deus. Por fazerem isso, poderão estar confiantes de que ‘estão educando seus filhos segundo o caminho que é para eles e que não se desviarão dele’. (Pro. 22:6) Isto significará para eles, no fim, a vida infindável no glorioso novo sistema de coisas de Jeová Deus. Quão gratos lhes serão seus filhos por prepará-los para usufruir isso!
[Foto na página 266]
Ao olhar para a criação divina, o progenitor poderá aproveitar a oportunidade para criar amor e apreço por Jeová Deus nos seus filhos.